Como qualquer ditador que se preze, coronel Gaddafi vivia no mundo da profunda ilusão, acreditando ser amado pelo seu povo. Os exemplos do Ceauşescu ou Saddam Hussein não o ensinaram absolutamente nada. Perdendo primeiro Bengazi, depois Tripoli e mais tarde o resto do país, em vez de se render e se entregar ao Conselho Nacional de Transição (CNT), Gaddafi pretendia crer nos seus últimos discursos de ser capaz de retomar o poder no país. Tal como Hussein, Gaddafi, que prometeu lutar até o fim, foi achado escondido num tubo de esgoto, mais próprio para um rato ou uma barata, tal como ele chegou a chamar os moradores da Bengazi, antes de prometer os exterminar e punir “sem nenhuma piedade”.
Creio que nos próximos dias iremos ouvir vozes que vão lamentar a morte do ditador (já se começou a lamentar a “forma” da sua morte) e emitir inúmeras sugestões daquilo que CNT deveria ou não deve fazer. Tal, como no passado recente fez a União Africana, na voz do seu representante Jean Ping. Não dá para perceber onde é que estava este e outros “pacifistas” durante os 42 anos da vigência ditatorial do Gaddafi, que praticava os assassinatos dos dissidentes no exterior, desaparecimentos e assassinatos extra – judiciais dos opositores do seu regime dentro do país, apoiava as organizações terroristas internacionais, se preparava para invadir Bengazi, ordenou as violações em massa ou apaticamente assistia a violação brutal da Iman al-Obeydi...
Será que os restantes ditadores ainda em activo, Bashar al-Assad, Chávez, Lukashenka ou Mugabe saberão tirar as ilações do fim inglório do Gaddafi? “They love me all”, — disse ele numa das suas raras entrevistas já após o início da revolução, referindo-se ao povo líbio. O que dirão no seu fim os restantes ditadores? “Еstoy libre del cáncer”, porventura...
Ver o fim do ditador no YouTube:
http://www.youtube.com/watch?v=k2pyhWmn4UE&skipcontrinter=1
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