domingo, outubro 23, 2011

Gaddafi: fim de um ditador


Como qualquer ditador que se preze, coronel Gaddafi vivia no mundo da profunda ilusão, acreditando ser amado pelo seu povo. Os exemplos do Ceauşescu ou Saddam Hussein não o ensinaram absolutamente nada. Perdendo primeiro Bengazi, depois Tripoli e mais tarde o resto do país, em vez de se render e se entregar ao Conselho Nacional de Transição (CNT), Gaddafi pretendia crer nos seus últimos discursos de ser capaz de retomar o poder no país. Tal como Hussein, Gaddafi, que prometeu lutar até o fim, foi achado escondido num tubo de esgoto, mais próprio para um rato ou uma barata, tal como ele chegou a chamar os moradores da Bengazi, antes de prometer os exterminar e punir “sem nenhuma piedade”. 

Creio que nos próximos dias iremos ouvir vozes que vão lamentar a morte do ditador (já se começou a lamentar a “forma” da sua morte) e emitir inúmeras sugestões daquilo que CNT deveria ou não deve fazer. Tal, como no passado recente fez a União Africana, na voz do seu representante Jean Ping. Não dá para perceber onde é que estava este e outros “pacifistas” durante os 42 anos da vigência ditatorial do Gaddafi, que praticava os assassinatos dos dissidentes no exterior, desaparecimentos e assassinatos extra – judiciais dos opositores do seu regime dentro do país, apoiava as organizações terroristas internacionais, se preparava para invadir Bengazi, ordenou as violações em massa ou apaticamente assistia a violação brutal da Iman al-Obeydi... 

Será que os restantes ditadores ainda em activo, Bashar al-Assad, Chávez, Lukashenka ou Mugabe saberão tirar as ilações do fim inglório do Gaddafi? “They love me all”, — disse ele numa das suas raras entrevistas já após o início da revolução, referindo-se ao povo líbio. O que dirão no seu fim os restantes ditadores? “Еstoy libre del cáncer”, porventura... 

Ver o fim do ditador no YouTube:
http://www.youtube.com/watch?v=k2pyhWmn4UE&skipcontrinter=1 

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