Centro
Memorial do Holocausto “Babyn Yar” divulgou na Ucrânia os primeiros 159 nomes dos
nazis(tas) que matavam os judeus ucranianos na ravina de Babi/Babyn Yar, em
Kyiv. Observa-se
que durante 80 anos, desde a tragédia e apesar da grande quantidade de
evidências coletadas após a II G.M., os criminosos praticamente não foram
condenados.
O
Centro
Memorial Babyn Yar começou a coletar evidências e testemunhos que revelam a
verdade sobre a terrível tragédia. E no 80º aniversário das execuções de Babyn
Yar, lançando a primeira parte de um extenso estudo sobre aqueles que mataram
judeus ucranianos em setembro-outubro de 1941. Então, em apenas dois dias, entre
29 à 30 de Setembro pelo menos 33.771 pessoas foram executados em Babyn Yar.
Embora
os comandantes das unidades nazistas que executaram os assassinatos sejam bem
conhecidos dos historiadores, a nova informação divulgada pelo Centro Memorial descreve
em detalhes as biografias e testemunhos de comandantes e soldados comuns que mataram
judeus, mulheres e crianças., jovens e velhos em Babyn Yar.
Apesar
das confissões, evidências e testemunhos fornecidos na década de 1960 por
alguns militares nazis(tas) que cometeram os assassinatos, apenas uma pequena
parte dos envolvidos foi julgada por seus crimes terríveis. A fim de
identificar todos os que estiveram envolvidos ou tomaram parte direta nas
execuções de judeus em Babyn Yar, o Centro Memorial do Holocausto criou um
grupo de trabalho científico.
Centenas
de soldados e polícias alemães, alem do pessoal das SS estiveram envolvidos em
execuções de Babyn Yar, neste momento o Centro Memorial divulgou a os nomes e
as biografias dos primeiros 159 participantes nos fuzilamentos.
Todos
são alemães ou alemães étnicos (Volksdeutsche) nascidos na Alemanha, no império
russo ou nos outros países sob o domínio do 3º Reich. Tinham entre 20 e 60
anos. Alguns com a formação superior, outros não. Havia entre eles engenheiros
e professores, motoristas e vendedores. Alguns foram casados. A esmagadora
maioria voltou à vida normal após a II G.M. Os soldados que cometeram o
terrível massacre testemunharam nos tribunais alemães e foram considerados
inocentes, com exceção de alguns comandantes e soldados rasos.
“Alguns
mataram, outros tiravam judeus de suas casas e ainda outros levaram seus
pertences e bagagens. Alguns entregavam as armas, enquanto outros serviram
sanduíches, chá e vodca aos assassinos. Todos eles são culpados de crimes em
massa. Qualquer pessoa que estivesse envolvida de alguma forma, direta ou indiretamente,
deveria ser considerada culpada”, disse o padre Patrick Debois, chefe do
Conselho Académico do Centro Memorial do Holocausto Babyn Yar, fundador da
organização Yahad-in Unum.
É
de recordar que no dia 29 de setembro de 2021 assinala-se o 80º aniversário das
execuções em massa em Babyn Yar. Esta tragédia se tornou um dos símbolos mais
terríveis do Holocausto.
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Anúncio alemão em russo, ucraniano e elemão ordenando os judeus de Kyiv se apresentar às autoridades alemãs |
Durante
dois dias, de 29 a 30 de setembro de 1941, a primeira execução em massa de uma
população civil desarmada foi executada em Kyiv ocupada pelos nazis(tas). Em
geral, de 29 de setembro a 11 de outubro, os nazis(tas) mataram quase toda a
população judia da cidade – mais de 50 mil homens, mulheres e crianças. Só nos
primeiros dois dias de execuções, quase 34.000 pessoas foram mortas. Nos dias 1,
2, 8 e 11 de outubro – foram executadas mais cerca de 17 mil pessoas. No total,
os nazis(tas) executaram em Babyn Yar cerca de 100.000 cidadãos, além de judeus
as vítimas eram ciganos, nacionalistas ucranianos pertencentes ao OUN-M, prisioneiros
soviéticos do RKKA, doentes do hospital psiquiátrico, entre outros.