quinta-feira, dezembro 12, 2019

A 1ª guerra na Chechênia vista e registada pelo fotógrafo ucraniano

Em dezembro de 1994 começou a 1ª Guerra da Chechênia. Uma das testemunhas oculares do sucedido era fotógrafo ucraniano Efrem Lukatsky da agência The Associated Press.  

Dezembro de 1994. Grozny, Chechênia. Cercado pelo exército russo a cidade resistia. Era muito difícil entrar na urbe. As estradas eram controladas pelo exército russo. Surgiram as notícias que aviação russa começou bombardear os bairros residenciais. Poucos jornalistas, geralmente ocidentais, contemplavam os edifícios danificados, ouviam as histórias [dos sobreviventes].

Como fotógrafo, tinha que ser testemunha dos acontecimentos, por isso estava na praça central da cidade. A guerra que começou notava-se unicamente pelo maior número das pessoas fardadas e os anciãos chechenos com punhais junto à cintura. Os homens estavam reunidos em grupos pequenos, trocando as notícias. As pessoas carregavam as pastas, havia muitas mulheres e crianças.
Câmara fotográfica tem 36 fotos, antes de tirar cada foto, fotógrafo procura um bom enquadramento. Estava no meio da rua, quando, rasgando as ares, um avião militar russo fez o voo rasante. Está ameaçar, pensou o fotógrafo. Mas logo seguiram-se as explosões, depois gritos, barulho dos galhos quebrados e vidros despedaçados. Caiu de joelhos, protegendo a câmara e pensando sobre o número de fotos que ficaram disponíveis. Era preciso tomar a exposição certa, a terra estava coberta pela neve branca...   

Não muito longe, a cabeça de um transeunte explodiu como uma melancia, que foi atingida por um enorme martelo. Um conjunto de entranhas, misturadas com sangue explodiu da boca da sua companheira de viagem, que estava alguns passos atrás dele, acompanhado por um som semelhante ao barulho de um saco de papel rasgado. Seu coração estava na neve e continuava pulsando. Não consegui captar o olhar dela, ela olhava para o seu próprio coração e depois caiu com a mão estendida na sua direção.

Pelo que vi, fotógrafo perdeu nitidez no seu cérebro, tudo ficou turvo.
Alguém tentou escapar, outros ficaram pasmados, sem saber o que fazer.
As pessoas correram para os mortos e feridos, tentando ajudar de alguma forma.
Fotógrafo tirava as imagens, desligando a consciência e tentando capturar o enredo ao máximo possível. Depois parou um velho Lada, com três militantes lá dentro, com panos verdes na testa, armadas com AK´s. “Sou jornalista, preciso chegar à Inguchétia, onde tenho um transmissor de fotos para a minha editora. É muito importante transferir as fotos para a editora”, disse. “De onde você é?” perguntou o homem do banco da frente. “Ucrânia”, respondi. “Ah, Ucrânia ... nossos irmãos”, disse ele. “Entre, levaremos-o até onde pudermos”.

Junto ao cemitério, o carro parou. Eles saíram e começaram a orar. “Quem sabe, talvez estejamos aqui amanhã”, disse um deles.

Andamos fora das estradas, fotógrafo não entendia o que eles estavam dizendo, o passavam de mão em mão para pessoas diferentes. Com grande risco [de vida] para os guias, fotógrafo chegou à Inguchétia e ao seu transmissor de satélite.

No dia seguinte, os jornais de todo o mundo publicaram a sua foto nas primeiras páginas.
As pessoas carregam uma mulher ferida durante o bombardeio russo do centro de Grozny.

fonte

quarta-feira, dezembro 11, 2019

Irmandade da Floresta – guerrilha anti-soviética nos Países Bálticos

O projecto THE COLD WAR apresenta um curto, mas informativo vídeo sobre a história da resistência anti-comunista nos Países Bálticos, conhecida genericamente como “Irmandade da Floresta”.

Ler mais:
Resistência ucraniana na Lituânia

terça-feira, dezembro 10, 2019

O mapa de reassentamento de ucranianos no mundo, 1920

O mapa de reassentamento de ucranianos no mundo (1920). Editora: “Kyiv”, impressão em Viena, autor do mapa Yuri Hasenko (1894-1933), diplomata, político, escritor e cartógrafo ucraniano na Diáspora.
Fonte: Wikipédia

sábado, dezembro 07, 2019

Ucrânia celebra o Dia das suas Forças Armadas

No dia 6 de dezembro Ucrânia celebra o Dia das Forças Armadas (FAU) – neste dia, em 1991 foi adotada a Lei “Sobre a Defesa da Ucrânia”, a base do aniversário das Forças Armadas. Ucrânia conquistou a sua independência em 1991, mas até 2014 o exército ucraniano permaneceu em grande parte soviético – acreditava-se que Ucrânia não tinha inimigos, que estava cercada por “amigos e irmãos” e não precisava do exército. No período 1991-2014, FAU reduziam constantemente o seu armamento e, em 1996, Ucrânia abriu às mãos à sua capacidade nuclear.

Tudo mudou em 2014, com o início da agressão militar híbrida russa no leste da Ucrânia – em 2014-2015, Ucrânia e os ucranianos, de fa(c)to, responderam novamente às perguntas – o que é um exército, para que serve, como deve funcionar e como deve ser armado. Agora, no final de 2019, podemos dizer que o exército ucraniano passou no teste do tempo com sucesso.

História do exército ucraniano

A formação das Forças Armadas da Ucrânia em seu sentido moderno (para proteger a integridade territorial da Ucrânia e dos ucranianos como nação), coincide com o fim da I G.M. e com o colapso do império russo, quando Ucrânia proclamou a sua 1ª república – República Popular da Ucrânia (UNR). Até 1921, a UNR foi derrotada, e o território da Ucrânia foi dividido entre dois oponentes mais fortes – a Polónia, por um lado, e a Rússia soviética, por outro. Durante muitos anos, Ucrânia não teve nem independência, nem o seu exército.
Uma nova etapa na formação das Forças Armadas começou em 1991, após a proclamação da Independência em 24 de agosto de 1991. O Parlamento (Rada Suprema) da Ucrânia tomou sob a sua jurisdição todas as unidades militares da antiga URSS, localizadas em território ucraniano. Também em agosto de 1991, foi criado o Ministério da Defesa da Ucrânia.

Sob a jurisdição da Ucrânia ficaram 14 divisões de infantaria motorizada, 4 – de blindados e 3 de artilharia; 8 brigadas de artilharia, 4 brigadas de forças especiais, 9 brigadas de defesa aérea, 7 regimentos de helicópteros de combate, 3 exércitos aéreos e um exército especial de defesa anti-aérea. Naquela época, Ucrânia possuía armas nucleares – tinha 176 mísseis intercontinentais equipados com um total de 1272 ogivas nucleares, além de cerca de 2.500 armas nucleares táticas. No total, em 1991, o número de tropas ucranianas totalizou cerca de um milhão de pessoas.

Estado das Forças Armadas da Ucrânia até 2014

Desde 1991 Ucrânia começou uma redução maciça e em larga escala dos diversos ramos do seu exército. O primeiro estágio dessa redução ocorreu em 1991-1996 – pela primeira vez na história da humanidade, um Estado abandonou voluntariamente a posse de armas nucleares, e os números das tropas e de armamento também começou a declinar acentuadamente.
A segunda fase da redução das FAU ocorreu no meio da década de 2000, entre 2001 à 2014 Ucrânia teve 9 ministros da Defesa. As propriedades militares, máquinas e equipamentos eram simplesmente vendidos, o valor aproximado da propriedade militar da Ucrânia valia, aproximadamente, cerca de 90 biliões de dólares, uma grande parte dessa propriedade foi vendida à um custo baixo, por vezes ao preço de sucata. Por exemplo, em junho de 2006, foi assinado um acordo sobre a destruição de 1.000 MANPADS, 1.500.000 armas de pequeno calibre e 133.000 toneladas de munição em 10 anos.

Acreditava-se que ninguém atacaria Ucrânia – a segurança de suas fronteiras era garantida pelo Memorando de Budapeste (em troca da qual a Ucrânia concordou em desistir de suas armas nucleares), e apenas “amigos e irmãos” cercavam o país.

Um dos melhores exércitos da Europa

Tudo mudou no início de 2014 – com o início da agressão armada russa no leste da Ucrânia. O exército ucraniano não estava pronto para este cenário. A liderança militar fugiu para a Rússia – junto com o ex-presidente Yanukovych, foi o ministro da Defesa Pavel Lebedev, o chefe do Ministério do Interior/da Administração Interna e várias figuras importantes escaparam por lá. O exército era ineficaz – nas unidades de blindados de dez tanques, na melhor das hipóteses, havia dois operacionais, não havia peças sobressalentes e combustível, não havia fardamentos e apoio da retaguarda. As unidades das Forças Armadas que operam em 2014 no leste da Ucrânia sofreram sérias perdas em equipamentos e pessoal.
Desde o início de 2015, começa a formação de um novo exército ucraniano – os orçamentos militares aumentam significativamente, a composição e o número de unidades são reformatados, o exército está equipado com novos equipamentos militares e é finalmente desovietizado – todos os nomes soviéticos foram removidos e as unidades de forças especiais, fuzileiros navais e tropas aerotransportadas são redesenhadas de acordo com os padrões da NATO/OTAN. No final de 2018, as Forças Armadas da Ucrânia começaram a introduzir elementos de um sistema automatizado unificado de comando e controlo/e de tropas – o que permite responder melhor às ataques e reduzir significativamente as perdas de pessoal.

Um dos pontos importantes no novo exército ucraniano foi o controlo/e popular – os voluntários e ativistas civis monitorizam quase todas as unidades das Forças Armadas, impedindo, ou dificultando ao máximo, os roubos – todos os casos conhecidos são anunciados imediatamente nas redes sociais e tornam-se públicos.

Essas reformas sistémicas tornaram possível ao exército ucraniano se tornar um dos exércitos mais poderosos da Europa – segundo especialistas, em 2017, as Forças Armadas da Ucrânia estavam entre os 30 melhores exércitos do mundo (entre 126 nações) e entre os 10 exércitos mais poderosos da Europa (incluindo os estados da NATO/OTAN).

Adeus 23 de fevereiro

Anteriormente, os militares ucranianos continuaram a celebrar a data militar soviética de 23 de fevereiro, como se fosse a data comemorativa ucraniana. Tudo isso mudou em 2014 – quando ficou claro quem é amigo e quem é inimigo da Ucrânia.
Parece que a formação de um novo e forte exército ucraniano foi facilitada não apenas pela guerra, mas também pelo entendimento dos ucranianos do fa(c)to de que agora eles estão formando a força que realmente os protegerá – q e não permitirá mais deportações ou fomes. Algo semelhante aconteceu no Israel após II G.M., quando os israelitas perceberam que apenas as TSAHAL/IDF, unidos, armados e treinados pelos próprios evitará o “abraço fraterno” na forma de fornos de crematório.

Se/quando Ucrânia algum dia for admitida na NATO/OTAN, as FAU se tornarão uma parte digna dela.

Fotos: Internet | Texto: Maxim Mirovich

quinta-feira, dezembro 05, 2019

Ajudar aos EUA, recebendo 5 milhões de dólares em recompensa

O Escritório de Controlo de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro dos EUA tomou medidas contra a “Evil Corp.”, a organização cibercriminosa da Rússia responsável pelo desenvolvimento e distribuição do malware Dridex.

O Departamento de Estado dos EUA oferece uma recompensa de 5 milhões de dólares por informações sobre um hacker russo Maxim Yakubets (conhecido como organizador do “Evil Corp.”), mas que também “fornece assistência direta aos esforços maliciosos do governo russo em crimes cibernéticos”.

Os departamentos de Justiça e da Tesouraria dos EUA tomaram medidas na quinta-feira contra um grupo hacker russo conhecido como “Evil Corp.”, que roubou “pelo menos” 100 milhões de dólares de bancos, usando software malicioso que roubava credenciais bancárias, de acordo com um comunicado de imprensa conjunto.

“Evil Corp.”, é um nome que recorda a principal corporação malévola do popular série televisiva “Mr. Robot”, e é dirigido por um grupo de pessoas com sede em Moscovo, na Rússia, que têm anos de experiência e relacionamentos confiáveis e bem desenvolvidos entre si”, de acordo com comunicado de imprensa do Departamento do Tesouro.
Ler mais: como funcionava a fraude
No total, a ação americana tem como alvo 17 indivíduos associados à organização, incluindo o líder da Evil Corp., Maksim Yakubets. O Departamento de Estado ofereceu uma recompensa de 5 milhões de dólares por informações sobre Yakubets.

Além de suas atividades puramente criminosas no espaço cibernético, Yakubets, “também fornece assistência direta aos esforços cibernéticos maliciosos do governo russo, destacando o alistamento de cibercriminosos pelo governo russo para seus próprios fins maliciosos”, de acordo com o Departamento do Tesouro.

Ler mais:
https://home.treasury.gov/news/press-releases/sm845

domingo, dezembro 01, 2019

Dia de Dignidade e Liberdade da Ucrânia celebrado em Maputo

No dia 28 de novembro, em Maputo, foi celebrado o Dia de Dignidade e Liberdade da Ucrânia. Evento foi organizado pelo Cônsul Honorário da Ucrânia em Maputo Dr. Abílio Soeiro e pela Embaixada da Ucrânia em Pretoria.
No evento participou o corpo diplomático acreditado em Moçambique, representantes da Diáspora ucraniana, da sociedade civil e do governo moçambicano, além disso, contou-se com a presença da Encarregada de Negócios da Ucrânia na África do Sul, Sra. Lyubov Abravitova que frisou a contribuição importante da Ucrânia na luta do Moçambique pela sua independência e liberdade (fonte).
Nas vésperas, Sra. Lyubov Abravitova teve os encontros de trabalho com a Direção do Departamento da Europa e da América do MNE/MRE de Moçambique. Neste encontro foram debatidas as questões de cooperação bilateral e dos eventos conjuntos para 2020.
No dia 28 de novembro de 2019, a Encarregada de Negócios da Ucrânia também se reuniu com o Vice-ministro da Defesa da República de Moçambique, Sr. Patrício José.

quarta-feira, novembro 27, 2019

Ucrânia introduz novos padrões de fotos para documentos de identificação

Recentemente, o Serviço Estatal/dual de Migração da Ucrânia (DMSU) introduziu os novos padrões* de fotos para os documentos de identificação, regras validas aos ucranianos e estrangeiros.

Esta informação é esperada e muito importante aos estrangeiros, que residem temporariamente ou permanentemente na Ucrânia e estão recebendo documentos correspondentes (autorização de residência temporária ou permanente, certificado de refugiado ou pessoa que precisa de proteção subsidiária).

As mudanças positivas afetam, em primeiro lugar, representantes de diferentes denominações e religiões – à partir de agora, elas podem ser fotografadas usando chapéus que usam em suas vidas diárias, de acordo com suas crenças religiosas.

As novas regras também permitem que uma pessoa seja fotografada com chapéus, objetos artificiais e materiais médicas, confirmados pela respectiva instituição de saúde.

Ao mesmo tempo, os objetos acima mencionados devem estar alinhados com certos padrões e não devem mudar o formato de certas partes do rosto (testa, maçãs do rosto, bochechas, queixo, olhos), cobrir o rosto e o queixo, passar a linha do cabelo, cobrir orelhas e pescoço.

É importante ressaltar que os atuais padrões ucranianos para fotos cumprem totalmente os padrões internacionais gerais de identificação de pessoas e as recomendações da OACI, Documento № 9303.

Informações mais detalhadas podem ser encontradas na seção NEWS da página oficial do Serviço Estatal/dual de Migração da Ucrânia, no link http://bit.ly/2Oo515L
____________________
* Por Despacho do Ministério do Interior /da Administração Interna de 18.10.2019 № 875 “Sobre aprovação dos Requisitos da imagem digitalizada da pessoa, fotos enviadas para emissão ou troca dos documentos que identificam uma pessoa, confirmam a nacionalidade da Ucrânia ou estatuto especial de uma pessoa e uma imagem fotográfica dela”.

sábado, novembro 23, 2019

Aline Gallasch-Hall de Beuvink equipara nazismo ao comunismo

Discurso da 89ª Reunião da Assembleia Municipal de Lisboa em que a deputada Aline Gallasch-Hall de Beuvink equipara nazismo ao comunismo.
Além disso, a deputada luso-ucraniana fala de uma forma emotiva, sobre Holodomor ucraniano e do voto de saudação do PSD sobre a resolução do Parlamento Europeu em equiparar o nazismo ao comunismo.

sexta-feira, novembro 22, 2019

Ucrânia celebra o Dia da Dignidade e da Liberdade

Anualmente, em 21 de novembro, Ucrânia comemora o Dia da Dignidade e da Liberdade em homenagem ao início deste dia de duas revoluções: a Revolução Laranja (2004) e a Revolução da Dignidade (2013-14).
O feriado é estabelecido com o objetivo de afirmar na Ucrânia os ideais de liberdade e democracia, preservando e comunicando às gerações atuais e futuras informações objetivas sobre eventos fatídicos na Ucrânia no início do século XXI, bem como prestando homenagem ao patriotismo e coragem dos cidadãos que no outono de 2004 e de novembro de 2013 à fevereiro de 2014, defenderam os valores democráticos, direitos e liberdades do homem e do cidadão, os interesses nacionais do nosso país e sua escolha europeia.
Este feriado é o sucessor do Dia da Liberdade, comemorado de 2005 à 2011 em 22 de novembro em homenagem à Revolução Laranja. Mais sobre os eventos de 2004, 2013-2014 podem ser encontrados nos filmes “Made in Ucrânia” (2004), dirigido pelo Guto Pashko e “Winter on Fire: A luta pela liberdade da Ucrânia” (2015), dirigido pelo Eugene Afineevsky, que pode ser visto na Netflix Brasil.
O Dia da Dignidade e da Liberdade é especial para Ucrânia porque testemunha o cumprimento dos requisitos básicos do Euromaydan: o Acordo de Associação com a União Europeia entrou em vigor; o regime de isenção de vistos para viagens aos países da União Europeia começou a operar; educação e outras reformas foram adotadas. Essas conquistas provam que Ucrânia está caminhando no caminho certo ao desenvolvimento. Essas conquistas testemunham que os heróis da Centena Celestial não deram as suas vidas em vão, mas pela glória, liberdade e dignidade da Ucrânia.

terça-feira, novembro 12, 2019

Crimes do comunismo soviético: «Caso dos Professores»

Ata do NKVD sobre o fuzilamentos de 37 ucranianos – 10 Professores Doutores e 27 Docentes da Ucrânia soviética («Caso dos Professores»). Executante – o 2º tenente do NKVD Ivan Nagorny com escolaridade de 4 classes de uma escola rural.

A execução foi efetuada na cidade de Kyiv, na noite de 22 de outubro de 1936, na presença do Procurador-geral da URSS Vyshynsky; do chefe da Comissão Militar do Tribunal Supremo da URSS – Vasily Ulrich, do Procurador-chefe da Procuradoria Militar da URSS – Rozovsky e de outros membros do NKVD da Ucrânia soviética.

Blogueiro: desta forma a elite intelectual e pensante da Ucrânia foi substituída pela massa semianalfabeta e pouco esclarecida de pessoas leais ao regime comunista imposto pelo Moscovo...

terça-feira, outubro 29, 2019

A luta da Rússia pela África

Os africanos não devem ter ilusão sobre quem realmente é o seu pretendente, especialmente aqueles que valorizam suas instituições e práticas democráticas. Racismo, homofobia, uma sociedade civil restrita e direitos humanos limitados são características da federação russa sob comando do Putin.

por: Dzvinka Kachur e Mark Swilling

Mais de 40 chefes de Estado africanos retornam de Sochi após um cortejo fervoroso da Rússia e com a tinta secando em alguns acordos substanciais. Etiópia e Ruanda selaram acordos de cooperação nuclear para elevar o número de países africanos interessados ​​em desenvolvimento nuclear aos 18. A África do Sul não está entre eles.

O retiro no Mar Negro, que se diz ter sido feito há anos, visava oferecer aos líderes africanos um renovado senso de parceria com a Rússia, que jogou a cartada de descolonização com a mão firme.

A soberania africana, a independência e o desprezo pela política ocidental otimista eram o encanto que o presidente russo Vladimir Putin tinha em comum. Analistas dizem que o Kremlin alega ter acumulado US $ 12,5 biliões em acordos durante a cimeira Rússia-África de dois dias. Mas resta saber se eles realmente se materializam como investimentos reais. O evento simbolicamente carregado para reforçar a cooperação e o comércio ocorre quando persistem sanções contra a Rússia. O fortalecimento de um bloco comercial Rússia-África é claramente uma maneira de escapar a essas restrições, estruturando mais acordos em rublos russos para melhorar a estabilidade económica.

Ler e/ou ouvir o texto integral em Daily Maverick.

domingo, outubro 27, 2019

Irmão do brasileiro condenado na Ucrânia é foragido da justiça no Brasil

Fernando Marques Lusvarghi, diretor jurídico da Unick Forex escapou de ser preso no dia 17/10/2019 durante a ‘Operação Lamanai’ da Polícia Federal (PF), acusado de participação ativa no esquema Ponzi que lesou financeiramente até um milhão de brasileiros.

Além disso, em 2014, Fernando Lusvarghi subsidiou a ida de seu irmão, Rafael Marques Lusvarghi, para Ucrânia, onde entre 2014 e 2015 este participou nas actividades terroristas dos grupos armados ilegais, apoiados pela Rússia.
Rafael Lusvarghi detido pela sociedade civil, Kyiv, maio de 2018
De acordo com uma entrevista de Rafael ao site Operacional, naquela época Fernando Lusvarghi deu lhe US$ 1000 (cerca de R$ 4 mil nos dias de hoje) para o custeio da passagem e mais US$ 200 para ele ‘se virasse’ até chegar ao “batalhão”, escreve Portal do Bitcoin.  

Fernando Lusvarghi procurado pela PF na operação da Unick

Fernando Lusvarghi [neste momento foragido da justiça brasileira e procurado pela PF], junto com o presidente da Unick, Leidimar Lopes, o diretor de marketing, Danter Silva, e mais sete pessoas ligadas à cúpula da empresa, devem permanecer presos até uma decisão da Justiça.

Do alto escalão da Unick, Fernando Lusvarghi era o único sem passagem anterior por outros golpes financeiros. Ainda assim, tinha um papel fundamental na empresa de dar um embelezamento jurídico durante conversa com os investidores.

Formado em direito em 2008 no Centro Universitário Padre Anchieta, Jundiaí, SP, Lusvarghi também é dono da S.A. Capital, uma empresa que supostamente servia para garantir investimentos dos clientes da Unick, mas sem possuir património suficiente.

A operação na Unick

Durante a mega-operação “Lamanai” contra a Unick Forex (com sede em São Leopoldo, Rio Grande do Sul), a PF encontrou e apreendeu 1.500 bitcoin e milhões de reais. Carros e imóveis também entraram na conta. No entanto, de acordo com as declarações do delegado Aldronei Rodrigues e do superintendente do RS, Alexandre Isbarrola, a “Unick não tem património, nem para garantir uma ínfima parte do pagamento aos clientes”.

A Unick operava um esquema de pirâmide financeira que lesou, conforme a apuração da polícia, cerca de um milhão de clientes no Brasil inteiro. O valor arrecadado não está claro ainda, mas segundo o delegado, a empresa comentava dois números: R$ 2,4 biliões e R$ 9 biliões (fonte).

Segundo informações do GaúchaZH, duzentos agentes policiais estão nas ruas para cumprir 10 mandados de prisão e 65 ordens de busca e apreensão. A operação ocorre em Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo, Caxias do Sul, Curitiba, Brasília, Palmas e Bragança Paulista. Nove pessoas já haviam sido presas, mas os nomes ainda não foram divulgados.

Em paralelo, a Polícia Federal também cumpre medidas judiciais cautelares para sequestro de bens, bloqueio de dinheiro em contas bancárias e apreensão de veículos.

De acordo com a reportagem, a PF afirmou que a empresa chegou a captar R$ 40 milhões por dia. Em entrevista à Rádio Gaúcha, superintendente da Polícia Federal do RS, Alexandre Isbarrola, disse que a Unick chegou a movimentar R$ 9 biliões.

“Ela operava em aproximadamente 14 países. É uma organização criminosa muito bem estruturada e de grande porte”, disse.

Como funcionava a Unick Forex (ler mais)

A Unick Forex dizia operar no mercado Forex e de criptomoedas. Através de suas operações, a empresa prometia retornos de até 1,5% ao dia.

Em março de 2018, a empresa sofreu a primeira retaliação por parte da CVM, que a proibiu de ofertar investimentos no Brasil. A empresa continuou a operar normalmente mas, em 2019, tentou mudar o foco do esquema para despistar as autoridades.

Com a troca de nome de Unick Forex para Unick Academy, a empresa começou a focar numa espécie de venda de pacotes educativos, que não passava de fachada para que o esquema de pirâmide financeira continuasse.

Os investidores, por sua vez, começaram a ter problemas em junho deste ano, quando os saques começaram a atrasar. Com novas desculpas a cada semana e informações desencontradas, a Unick tentava ganhar tempo e enrolar os clientes.

Nos meses seguintes, a empresa acumulou milhares de reclamações no “Reclame aqui” além de dezenas de processos judiciais por todo o Brasil.

Para amenizar os problemas, a Unick contratou o escritório Nelson Wilians & Advogados Associados para propor acordo com os clientes. O acordo, no entanto, propõe restituição de apenas 20% do investido (fonte).

sábado, outubro 26, 2019

«Nord-Ost. 17 anos»: o filme sobre a tomada de reféns em Moscovo

No dia 23 de outubro de 2002 um grupo de militantes chechenos tomou de assalto o teatro em Moscovo e por 3 dias manteve lá 916 reféns. No decorrer do assalto governamental que se seguiu morreram entre 130 à 174 reféns e todos os militantes.

Conta a realizadora russa Katernina Gordeeva, diretora deste filme documental (versão curta):

Paradoxalmente até hoje pouco se sabe sobre este ato. Não se percebe como os militantes chegaram ao centro de Moscovo à 5 km do Kremlin carregados de armas e explosivos. Não se sabe a composição do gás usado no assalto governamental, etc.

«Nord-Ost» foi o primeiro musical russo [à americana] com orçamento de 4 milhões de dólares, avião no palco, 100 atores, uma orquestra ao vivo e uma popularidade acima de média entre os espectadores.

Depois da tomada de reféns tudo mudou. Havia mulheres jihadistas que deixavam pessoas ir à casa de banho, outras – não. Havia moças reféns que se maquilhavam, havia pessoas comiam o sorvete (no teatro existia a máquina do sorvete), uns comiam apenas o pão ou um bocado do chocolate, outros não comiam nada.

Havia pessoas que esperavam a salvação, outros não esperavam nada e achavam que não sairiam de lá vivos. Estes últimos realmente não se salvaram...

No filme é entrevistado o jornalista Marco Franchetti que falou com os líderes dos militantes, Movsar Barayev e “Abu Bakar” [a sua identidade até hoje oficialmente é desconhecida]. Também conta a história do Zaurbeck Talkhigov, o checheno moscovita que veio ao teatro para trocar a si próprio pela libertação dos reféns. Ele participou ativamente nas negociações com os militantes, pois era único, da parte russa, que falava checheno. Nas vésperas do assalto governamental foi detido, acusado de colaborar com os terroristas e passou 8,5 anos na cadeia, onde foi contaminado pelo hepatite e diabete. Foi considerado pela ONG russa “Memorial” como prisioneiro político. Não sabe qual foi a sua culpa e qual foi a razão do tratamento que recebeu das autoridades russas.  

O filme fala com os homens que participaram no assalto governamental. Eles acham que assalto era única opção viável e contam que tinham o antídoto [contra o gás usado no assalto] e as instruções do seu uso.

O assalto governamental começou às 5h00 do dia 26 de outubro de 2002. Às 6h40 a operação acabou. Junto ao teatro estavam estacionadas 30-40 ambulâncias, que podiam salvar no máximo 40 pessoas. Os operativos do grupo «Alfa» contam que tinham 5 antidotes cada um. No momento do assalto no teatro estavam cerca de 800 reféns, significa que para salvar todos, o grupo de assalto deveria contar com mais de 150 elementos. Os operativos da “Alfa” sabiam do uso do gás, mas não estavam preparados como paramédicos. Os paramédicos nada sabiam sobre o uso do gás. Em resultado, os militantes foram abatidos e vários reféns mortos.

17 anos depois. A refém Lília Dudkina estava grávida, em fevereiro de 2003 deu luz à uma filha com encefalopatia tóxica e paralisia cerebral. A menina não é considerada como vítima do terrorismo e não recebe ajuda do estado russo que custa anualmente o equivalente aos cerca de 62.548 dólares americanos...

Ler a versão completa em russo.