Fernando
Marques Lusvarghi, diretor jurídico da Unick Forex escapou de ser preso no dia 17/10/2019
durante a ‘Operação Lamanai’ da Polícia Federal (PF), acusado de participação
ativa no esquema Ponzi que lesou financeiramente até um milhão de brasileiros.
Além
disso, em 2014, Fernando Lusvarghi subsidiou a ida de seu irmão, Rafael
Marques Lusvarghi, para Ucrânia, onde entre 2014 e 2015 este participou nas
actividades terroristas dos grupos armados ilegais, apoiados pela Rússia.
Rafael Lusvarghi detido pela sociedade civil, Kyiv, maio de 2018 |
De
acordo com uma entrevista de Rafael ao site Operacional, naquela época Fernando
Lusvarghi deu lhe US$ 1000 (cerca de R$ 4 mil nos dias de hoje) para o custeio
da passagem e mais US$ 200 para ele ‘se virasse’ até chegar ao “batalhão”,
escreve Portal
do Bitcoin.
Fernando
Lusvarghi procurado pela PF na operação da Unick
Fernando
Lusvarghi [neste momento foragido da justiça brasileira e procurado pela PF],
junto com o presidente da Unick, Leidimar Lopes, o diretor de marketing, Danter
Silva, e mais sete pessoas ligadas à cúpula da empresa, devem permanecer presos
até uma decisão da Justiça.
Do
alto escalão da Unick, Fernando Lusvarghi era o único sem passagem anterior por
outros golpes financeiros. Ainda assim, tinha um papel fundamental na empresa
de dar um embelezamento jurídico durante conversa com os investidores.
Formado
em direito em 2008 no Centro Universitário Padre Anchieta, Jundiaí, SP,
Lusvarghi também é dono da S.A. Capital, uma empresa que supostamente servia
para garantir investimentos dos clientes da Unick, mas sem possuir património
suficiente.
A
operação na Unick
Durante
a mega-operação “Lamanai” contra a Unick Forex (com sede em São Leopoldo, Rio
Grande do Sul), a PF encontrou e apreendeu 1.500 bitcoin e milhões de reais.
Carros e imóveis também entraram na conta. No entanto, de acordo com as
declarações do delegado Aldronei Rodrigues e do superintendente do RS, Alexandre
Isbarrola, a “Unick não tem património, nem para garantir uma ínfima parte do
pagamento aos clientes”.
A
Unick operava um esquema de pirâmide financeira que lesou, conforme a apuração
da polícia, cerca de um milhão de clientes no Brasil inteiro. O valor
arrecadado não está claro ainda, mas segundo o delegado, a empresa comentava
dois números: R$ 2,4 biliões e R$ 9 biliões (fonte).
Segundo
informações do GaúchaZH, duzentos agentes policiais estão nas ruas para cumprir
10 mandados de prisão e 65 ordens de busca e apreensão. A operação ocorre em
Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo, Caxias do Sul, Curitiba, Brasília, Palmas e
Bragança Paulista. Nove pessoas já haviam sido presas, mas os nomes ainda não
foram divulgados.
Em
paralelo, a Polícia Federal também cumpre medidas judiciais cautelares para
sequestro de bens, bloqueio de dinheiro em contas bancárias e apreensão de
veículos.
De
acordo com a reportagem, a PF afirmou que a empresa chegou a captar R$ 40
milhões por dia. Em entrevista à Rádio Gaúcha, superintendente da Polícia
Federal do RS, Alexandre Isbarrola, disse que a Unick chegou a movimentar R$ 9
biliões.
“Ela
operava em aproximadamente 14 países. É uma organização criminosa muito bem
estruturada e de grande porte”, disse.
A
Unick Forex dizia operar no mercado Forex e de criptomoedas. Através de suas
operações, a empresa prometia retornos de até 1,5% ao dia.
Em
março de 2018, a empresa sofreu a primeira retaliação por parte da CVM, que a
proibiu de ofertar investimentos no Brasil. A empresa continuou a operar
normalmente mas, em 2019, tentou mudar o foco do esquema para despistar as
autoridades.
Com
a troca de nome de Unick Forex para Unick Academy, a empresa começou a focar
numa espécie de venda de pacotes educativos, que não passava de fachada para
que o esquema de pirâmide financeira continuasse.
Os
investidores, por sua vez, começaram a ter problemas em junho deste ano, quando
os saques começaram a atrasar. Com novas desculpas a cada semana e informações
desencontradas, a Unick tentava ganhar tempo e enrolar os clientes.
Nos
meses seguintes, a empresa acumulou milhares de reclamações no “Reclame aqui”
além de dezenas de processos judiciais por todo o Brasil.
Para
amenizar os problemas, a Unick contratou o escritório Nelson Wilians &
Advogados Associados para propor acordo com os clientes. O acordo, no entanto,
propõe restituição de apenas 20% do investido (fonte).
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