segunda-feira, outubro 01, 2018

O marvado do Poroshenko e a guerra fraternal russo-ucraniana

O painel da TV estatal russa Rossija-1 discute em direto a "divisão eventual da Ucrânia"
Em setembro de 2014, o politólogo russo Valery Solovei descreveu os resultados conseguidos pelo Kremlin na Ucrânia. E traçou três cenários das relações futuras ao médio-curto prazo: otimista, realista e pessimista.

Vamos citar:

«1. A opção mais favorável para a Rússia é o profundo declínio socioeconómico e político da Ucrânia, em consequência do qual a sua parte oriental, sem o esforço da guerra e com o consentimento do Ocidente entrará sob o protetorado, de facto, da Rússia. E enquanto algumas das elites russas consideram essa ideia de wishful thinking [pensamento positivo], ela se tornou o leitmotiv de uma nova estratégia de mídia: a Ucrânia, dizem eles, entrará em colapso sob o peso de dificuldades, erros e ações suicidas.
2. Pior, mas bastante aceitável é considerado um acordo estratégico, sob o qual a legalização internacional do novo status da Crimeia e do corredor terrestre [entre Rússia continental e Crimeia] será trocado pela entrega [russa] do Donbas. Dizem que agora isso não pode ser feito, mas em três ou quatro anos, por que não? Acredita-se que com Poroshenko “é possível lidar e negociar”.
3. É altamente indesejável e improvável, mas não seja excluída a opção de retomar os combates convencionais em larga escala. Se pode escolher essa opção caso Ocidente não apreciar devidamente o “comportamento pacífico da Rússia” e não abolir o regime de sanções».
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Mais uma vez, era a situação, vista em 22 de setembro de 2014. O que aconteceu desde aí de facto? Que tal repetir sobre “Poroshenko com qual se pode lidar e negociar”?

Na realidade veio o quarto cenário – mais que pessimista²:

O Ocidente não apreciou o “comportamento pacífico da Rússia” e não aboliu o regime de sanções. Além disso, o Ocidente introduziu as novas, até que hoje as sanções de 2014 pareçam ridículas [no dia 29/09/2018, o Secretário do Estado do Interior dos EUA, Ryan Zinke, disse que os Estados Unidos não descartam a hipótese “se for necessário”, de usar a marinha, para “bloquear o fornecimento de energia russa ao Médio Oriente, levando assim a Rússia fora do mercado energético]. A Rússia optou por um agravamento militar no início de 2015, apesar da extrema indesejabilidade de tais ações. Conseguiu um resultado extremamente importante – realizou em Moscovo a exposição de objetos saqueados na cidade ucraniana de Debaltseve. O tema da troca da Crimeia pelo Donbas causa o riso até nos galinheiros do galo-alfa Igor “Strelkov” Girkin, e a frase “corredor terrestre à Crimeia” é simplesmente esquecida a abandonada por todos.

A única esperança do Kremlin atualmente é a vitória nas eleições presidenciais na Ucrânia de qualquer um, menos o Presidente Petró Poroshenko. É a sua esperança final.

Essa é a diferença real entre o plano pessimista e a realidade, é a razão pela qual votaremos em Poroshenko. A última esperança do Kremlin “qualquer um, menos Poroshenko” é a razão principal por que apoiaremos Presidente e pedimos os votos para ele.

@Svitlana Samborska & Ucrânia em África


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O presidente Petró Poroshenko em conversa com Fareed Zakaria (GPS – CNN):

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