Em 1985, o
escritor emigrante russo, Anatoly Gladilin, radicado
na França, escreveu o seu romance-aviso, a distopia chamada «República Socialista Soviética da França». Como é costume,
o texto foi ignorado pelo Ocidente, embora absolutamente em vão...
[nas
vésperas da invasão soviética da França]
... desde a primavera na França começou uma campanha sem precedentes entre os jovens contra o serviço militar
obrigatório. Recrutas rasgavam as convocatórias e se manifestavam sob o lema: “Queremos
viver! Queremos amar! Queremos trabalhar! Não somos a carne para canhão”. A inteligentsia de esquerda se uniu ativamente a essa
campanha pacifista, argumentando que o serviço militar obrigatório é uma
violação da liberdades pessoais e uma violação dos direitos humanos. O livro do jovem escritor Marc Hedler, que sarcasticamente comparou o serviço militar com a limpeza
da merde revelou-se
um sucesso frenético. O livro terminava assim: “É
preciso ir para exército. Por um só dia. Cuspir nas fuças
do sargento e bater com a porta...” Os recrutas
penduravam
nos peitos as fotos do Hedler. “Le Figaro” escreveu que Hedler fez milhões com o seu livro.
[no fim
do livro, a barraca francesa no campo de concentração de GULAG siberiano]
As reclamações choveram de todos os lados: as
normas superestimadas de abate de árvores; a
nutrição inadequada; a cantina não vende
absolutamente nenhuma comida; nas janelas da barraca não há
rede mosquiteira; não recebemos a
correspondência; os guardas são brutos – espancam
os prisioneiros; faltam os medicamentos na enfermaria... [...]
– É melhor morrer do
que viver assim, –
disse o homem magro e franzino nos beliches mais
próximos.
Eu olhei para as características do seu rosto.
– Marc Hedler?
O homem estremeceu.
– Marc Hedler, você se contradiz. Anteriormente você tinha afirmado: “é melhor ser vermelho do que morto”. [...]
– Nós não lutamos por este tipo de socialismo, –
disse Hedler com uma voz monótona.
– Mas
não há outro socialismo. O socialismo é um para todos.
Ler o romance: em russo
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