terça-feira, abril 17, 2018

“Revolução de veludo” em curso na Arménia

A oposição política da Arménia anunciou o início da “revolução de veludo”, protestando contra a nomeação do Serj Sargsyan como o Primeiro-ministro do país. Até agora o poder político faz tudo para evitar a violência e vítimas entre os manifestantes.
O conflito, explicado de forma simples, se deve ao facto, de que o atual 3º presidente da Arménia, Sargsyan serviu dois mandatos como presidente e não querendo deixar o poder, iniciou a reforma constitucional que transformará o país da república semi-presidencial à república parlamentar, onde o poder presidencial é meramente nominal e todo o poder real estará nas mãos do Primeiro-ministro. Desta forma, Sargsyan poderá ocupar o poder sem nenhum limite de mandatos, basta para isso, manter o controlo sobre a maioria parlamentar.

A oposição não concorda com a ideia e considera que o país está se transformar numa ditadura. Neste momento, o partido do presidente, Partido Republicano da Arménia, de cariz conservadora, ocupa no parlamento 70 lugares entre 131 deputados.
Cidade de Yerevan, junho de 2015
Os últimos protestos em larga escala decorreram na Arménia em junho de 2015, quando os arménios, principalmente os moradores na capital Yerevan, protestam contra o aumento das tarifas de electricidade. Na altura, a polícia usou os canhões de água e detenções em massa dos ativistas. Em resposta, os manifestantes cortaram as principais avenidas de Yerevan, gritando aos slogans contra a corrupção e contra a presença militar russa no país.

Sabe-se que hoje os manifestantes usaram a mesma tática, deitando-se, em massa nas estradas principais da capital, forçando a paragem de trânsito e bloqueio dos edifícios governamentais, nomeadamente o edifício do parlamento nacional.


É de recordar que em 27 de outubro de 1999 o parlamento da Arménia foi invadido por um grupo de militantes armados com espingardas de assalto do tipo AK. Eles abriram fogo contra os membros do governo do país, matando o primeiro-ministro, chefe do parlamento, dois dos vice-primeiros-ministros, um ministro e três deputados. No total, morreram 8 pessoas.

Os atacantes foram liderados pelo ex-jornalista e ativista social Nairi Hunanyan, que justificou a sua ação pelo desejo de “salvar Arménia do desaparecimento”. Ele e mais 4 atacantes foram condenados às 8 penas de prisão perpétua, mais uma pessoa recebeu a pena de 14 anos. Ninguém sabe os reais motivos ou os mandantes do crime, os rumores apontavam como o real mandante o 2º presidente arménio, na altura em funções, Robert Kocharyan, que, dessa maneira, alegadamente, se livrou dos seus adversários políticos...


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