A
oposição política da Arménia anunciou o início da “revolução de veludo”,
protestando contra a nomeação do Serj Sargsyan como o Primeiro-ministro
do país. Até agora o poder político faz tudo para evitar a violência e vítimas
entre os manifestantes.
O
conflito, explicado de forma simples, se deve ao facto, de que o atual 3º
presidente da Arménia, Sargsyan serviu dois mandatos como presidente e não
querendo deixar o poder, iniciou a reforma constitucional que transformará o
país da república semi-presidencial à república parlamentar, onde o poder
presidencial é meramente nominal e todo o poder real estará nas mãos do Primeiro-ministro.
Desta forma, Sargsyan poderá ocupar o poder sem nenhum limite de mandatos,
basta para isso, manter o controlo sobre a maioria parlamentar.
A
oposição não concorda com a ideia e considera que o país está se transformar
numa ditadura. Neste momento, o partido do presidente, Partido
Republicano da Arménia, de cariz conservadora, ocupa no parlamento 70 lugares
entre 131 deputados.
Cidade de Yerevan, junho de 2015 |
Sabe-se
que hoje os manifestantes usaram a mesma tática, deitando-se, em massa nas
estradas principais da capital, forçando a paragem de trânsito e bloqueio dos
edifícios governamentais, nomeadamente o edifício do parlamento nacional.
É
de recordar que em 27 de outubro de 1999 o parlamento da Arménia foi invadido
por um grupo de militantes armados com espingardas de assalto do tipo AK. Eles abriram
fogo contra os membros do governo do país, matando o primeiro-ministro, chefe
do parlamento, dois dos vice-primeiros-ministros, um ministro e três deputados. No total,
morreram 8 pessoas.
Os
atacantes foram liderados pelo ex-jornalista e ativista social Nairi Hunanyan,
que justificou a sua ação pelo desejo de “salvar Arménia do desaparecimento”.
Ele e mais 4 atacantes foram condenados às 8 penas de prisão perpétua, mais uma
pessoa recebeu a pena de 14 anos. Ninguém sabe os reais motivos ou os mandantes
do crime, os rumores apontavam como o real mandante o 2º presidente arménio, na
altura em funções, Robert Kocharyan, que, dessa maneira, alegadamente, se
livrou dos seus adversários políticos...
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