Na
troca de prisioneiros entre Ucrânia e as organizações terroristas, decorrida no
dia 17 de setembro de 2016, a parte ucraniana conseguiu a libertação de dois cidadãos
seus: voluntário Volodymyr Zhemchugov e funcionário da ONU (!) em pleno
estatuto de imunidade diplomática (!), Yuri Suprun.
A
troca foi confirmada pelo Presidente da Ucrânia, Petró Poroshenko,
no seu perfil do Facebook: «Volodymyr Zhemchugov e Yuri Suprun [foram] liberados
do cativeiro! Eles receberão a assistência médica necessária. Vamos continuar a
lutar pela libertação de todos os ucranianos», – diz o presidente ucraniano.
Ainda
hoje, Volodymyr e Yuri estarão em Kyie. O Presidente Poroshenko deu ordens de enviar
um meio aéreo para a evacuação médica dos reféns liberados. Yuri Suprun e Volodymyr
Zhemchugova receberão o tratamento completo e a reabilitação, Volodymyr receberá
as próteses.
Volodymyr
Zhemchugov é natural da região de Luhansk, voluntário e não um militar. Caiu no
cativeiro dos terroristas da dita “lnr” em 28 de setembro de 2015, após
acidentalmente pisar um engenho explosivo improvisado. Naquela explosão ele
perdeu ambas as mãos, uma parte da visão, uma parte do estômago (atingido no
estômago e nas pernas pelos estilhaços). Ele respira através de uma narina. Mas
apesar disso tudo, Volodymyr passou no cativeiro terrorista praticamente um
ano, por diversas vezes estes lhe negavam a libertação. Ora os terroristas afirmavam
que não sabem onde Volodymyr Zhemchugov está, ora dizendo que ele não quer
voltar à Ucrânia, ora exigindo em troca da sua libertação uma quantidade
desproporcional dos comparsas.
Yuri Suprun já está livre |
Por
sua vez, o funcionário em pleno direito da Missão da ONU em Donetsk, ucraniano
Yuriy Suprun foi raptado pelos terroristas em abril de 2016, acusado de “espionagem”.
Algumas horas antes da sua libertação, na noite de 16 para 17 de setembro, Yuriy
Suprun foi “julgado” em Donetsk, num “processo” sem advogados, testemunhas,
imprensa ou ONU, acusado de ser espião e “condenado” aos 18 anos de cadeia. No
entender, não linear, dos terroristas, eles não entregaram à Ucrânia um refém,
mas lhe “concederam a perdão”.
Volodymyr e Olena Zhemchugov antes da chegada do "mundo russo" no Donbas |
Volodymyr
Zhemchugov e a sua esposa Olena, durante últimos anos viviam e trabalhavam na
Geórgia. Quando começou a guerra russo-ucraniana, Volodymyr veio à cidade de Khrustalniy
(ex-Krasniy Luch, sob ocupação terrorista) para evacuar a sua mãe. Após a levar
para Kyiv, voltou aos territórios ocupados para buscar os haveres da família. A
explosão fatídica se deu no dia 28 de setembro de 2015, mais tarde, os
terroristas da “lnr” colocaram no YouTube o vídeo onde Zhemchugov “confessava” ser
um “sabotador” ucraniano. Não é precisa explicar que os terroristas das ditas “lnr”
e “dnr” usam habitualmente a tortura e outros tipos de coerção para conseguir
este tipo de “confissões” estalinistas.
Em
25 de dezembro de 2015 os terroristas moveram contra Zhemchugov a “acusação
criminal”, para, novamente, segundo a sua lógica não linear, o retirar da lista
dos reféns e prisioneiros, que devem ser trocados ao abrigo dos acordos de “Minsk-2”
(censor.net.ua).
Yuri
Suprun é funcionário das Nações Unidas, raptado pelos terroristas em abril de
2016, acusado de “espionagem”. Ex-funiconário da secreta ucraniana SBU, ele
trabalhou durante anos nas estruturas da OSCE e da ONU. Em Donetsk, ele foi
reconhecido por algum dos canalhas que traíram o seu juramento, ex-colegas da
secreta ucraniana, que passaram para o lados dos terroristas e do “mundo russo”.
Yuri Suprun já no território da Ucrânia |
Ucrânia
esperava que a liderança da ONU mostrasse uma posição clara, pública e inequívoca
sobre a inadmissibilidade da detenção ilegal dos seus funcionários. Infelizmente,
Sr. Ban Ki-moon nunca (!) emitiu nenhuma declaração pública sobre este assunto.
Estimulados
pelo silêncio da ONU, das organizações internacionais e da cumplicidade russa, os
terroristas ignoravam abertamente a imunidade diplomática especial que Yuri Suprun
teve como funcionário de uma organização humanitária internacional, levando o
para as “seções de julgamento”, chantageando com o fuzilamento. É escusado
explicar que nos “tribunais” terroristas estavam ausentes os jornalistas,
diplomatas, representantes de missões humanitárias internacionais. Protestando
contra a farsa, Yuri Suprun anunciou a greve de fome, no fim, o “tribunal circense”
o condenou pela “espionagem à favor da Ucrânia”, “amnistiou” e entregou à
Ucrânia algumas horas mais tarde.
Como
escreve na sua página do Facebook um outro refém ucraniano dos terroristas
russos, Gennadii
Afanasiev: “Negociar com os terroristas? Os perdoar? Ou pedir lhes desculpas?”
Por
sua vez, a vice-chefe do Parlamento da Ucrânia, Iryna
Gerashchenko, informou que segundo os dados da secreta ucraniana SBU, no
cativeiro nos terroristas nos territórios ocupados ainda se encontram 115
cidadãos da Ucrânia, cerca de metade deles militares. Além disso, segundo ela, outras
498 pessoas são considerados desaparecidas e 20 cidadãos ucranianos se
encontram, em violação do direito internacional, nas cadeias da Rússia (radiosvoboda.org). Sabe-se também que nesta troca, Ucrânia entregou aos terroristas 4 pessoas: 3 militares russos (informação por confirmar) e uma mulher separatista.
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