O
fabricante ucraniano de aviões, EE Antonov, assinou, com a Aerospace Industry Corporation of China (AICC), o acordo de cooperação
para a produção na China dos maiores aviões do mundo, An-225 “Mriya”, informa a holding UkrOboronProm.
An-225 "Mriya" |
As
partes apostam na cooperação de longo prazo, dividido em duas partes. A
primeira etapa prevê a construção na Ucrânia do aparelho modernizado do An-225 “Mriya”
e o seu fornecimento à AICC. Na segunda etapa, as duas empresas irão criar a
linha de montagem e fabricação do An-225 na China em série, como um produto
licenciado pela “Antonov”. Ambas as etapas irão se realizar segundo as
clausulas de dois contratos separados.
Drone de ataque Antonov BK-1 "Horlytsya" |
É
de recordar que em 2015 o Conselho de Ministros da Ucrânia integrou a empresa “Antonov”
na holding estatal UkrOboronProm. Desde ai, a empresa realizou o programa de substituição
dos componentes de russos na produção dos seus aparelhos, aprofundou a
cooperação com os parceiros ocidentais, desenvolveu um novo An-132 (Cline),
começou o desenvolvimento do sector nacional da aviação não tripulada, recebeu várias
encomendas do Ministério da Defesa da Ucrânia.
An-124-100 "Ruslan" |
De
acordo com a televisão chinesa CCTV, as negociações entre Ucrânia e China começaram
em maio de 2016. “Após a assinatura do contrato com a empresa ucraniana, China
ganhará acesso às tecnologias únicas no campo da aviação”, – dizia a reportagem
o canal chinês. Os dados da CCTV apontam a produção do primeiro An-225 em série
na China já em 2019.
An-124-100 "Ruslan" |
An-225
“Mriya” (sonho em ucraniano), foi projetado especificamente para assegurar o sistema de
transporte aéreo ao projeto soviético do vaivém espacial “Buran”. É o maior avião
do mundo em tamanho e com a maior capacidade de carga. O chefe-designer é Victor
Tolmachev. Neste momento, o An-225 existe em um único exemplar operacional, o segundo
aparelho está pronto em 70%.
O corpo do segundo An-225 em construção em Kyiv |
O
desaparecimento da URSS e o fim da corrida espacial entre a União Soviética e
os EUA, abrandou a necessidade dos supercargueiros. A ausência de procura por
parte dos clientes fez com que o segundo “Mriya” nunca foi concluído. O
surgimento do mercado de transporte de cargas súper pesadas ou de dimensões especiais
forneceu a segunda vida aos cargueiros ucranianos An-124 “Ruslan” (Condor) e ao
An-225 “Mriya”, mas neste momento este segmento do mercado passa pelas óbvias dificuldades
de conjuntura económica. O principal perfil de carga transportada pelos
cargueiros supercargueiros AN são os equipamentos de grandes dimensões e/ou peso para
o setor de petróleo e do gás, cargas da indústria aeroespacial, as cargas
militares e de ajuda humanitária à serem entregues directamente nos locais com as
condições deficientes de infra-estrutura.
O corpo do segundo An-225 em construção em Kyiv |
As
razões da decisão chinesa
An-225 "Mriya" |
Dado
que o mercado dos serviços para os supercargueiros é bastante reduzido, não é
de esperar que o novo An-225 será produzido na China em grande número. Ao mesmo
tempo, a China possui as ambições consideráveis na sua indústria aeroespacial e
a compra do “Mriya” segue a lógica clara: adquirir um produto que permitirá
possuir a sua própria frota de supercargueiros para não depender de nenhum dos
actuais operadores deste tipo de serviços.
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