O
escândalo de doping estatal russo, desenvolvido num esquema apoiado pelo FSB,
não começou e não acabou no Rio-2016. Nas últimas semanas, Rússia perdeu,
retroativamente, várias medalhas dos JO-2008 de Beijing e viu a sua equipa
paraolímpica à ser excluída dos Jogos Paraolímpicos na Correia do Sul em 2018.
Na
sequência do escândalo do doping estatal, o COI colocou em prática as medidas
especiais, nomeadamente as reanálises das amostras armazenadas dos JO de Pequim
2008 e Londres 2012. De acordo com a publicação russa R-sport, de
1243 amostras russas 98 foram positivas: 60 recolhidas em Beijing e 38 em
Londres.
No
dia 19 de agosto de 2016 a Rússia perdeu a medalha de prata da estafeta
feminina 4x400 dos JO-2008 por causa da análise positiva de doping da atleta
russa Anastasia Kapachinskaya
(36). “A repetição de análise das amostras da Kapachinskaya deu o resultado positivo às
substâncias proibidas de [esteróide anabolizante sintético] estanozolol e turinabol”, – informou o COI.
Alem
da Kapachinskaya, COI desqualificou Alexander Pogorelov (36), atleta do decatlo,
que nos JO-2008 em Beijing qualificou-se em 4º lugar. A reanálise de amostras
de Pogorelov resultou em um teste positivo do uso de substância proibida de dehydrochlormethyltestosterone
(turinabol). O mesmo turinabol foi descoberto na análise do Ivan Yushkov (35), competindo
no arremesso de peso e classificado em Beijing no 10º lugar.
Em
resultado, Kapachinskaya, Pogorelov e Yushkov foram desqualificados, os seus
resultados e os lugares obtidos foram anulados e eles devem devolver, ao Comité
Olímpico Internacional (COI),
de forma urgente, as suas medalhas, os pinos medalhistas e as diplomas emitidos.
O informe oficial do COI também diz: “esta decisão entrou em vigor
imediatamente; o Comité Olímpico russo deve assegurar a plena aplicação da
presente decisão”.
Mas o trabalho do COI
não parou por ai, e já no dia 31 de agosto, mas desportistas russos foram desqualificados
devido ao uso de doping no esquema de inspiração estatal.
A
halterofilista russa (levantamento de pesos até 75 kg) Nadezda Evstyukhina (28),
foi desqualificada dos JO-2008 e perdeu a sua medalha de bronze. Evstyukhina se
dopava com turinabol e EPO. Uma outra halterofilista russa (levantamento de
pesos até 58 kg), Marina Shainova (30), foi desqualificado do JO-2008, perdendo
o 2º lugar e a sua medalha de prata. A reanálise de amostras de Shainova resultou
em um teste positivo para as substâncias proibidas de estanozolol e turinabol.
No mesmo grupo foi desqualificada Tatyana Firova (33) que competia no atletismo
em corridas de 400 m e na estafeta feminina de 4x400 m. Em Beijing 2008, ela ficou
no sexto lugar individual e em segundo lugar em equipa. A reanálise de amostras
de Firova resultou em um teste positivo para substâncias proibidas de turinabol
e metabolito de 1-testosterona, 1-androstenediona ou 1-androstenediol.
Os
paraolímpicos russos banidos dos JPO-2018
A
decisão do Comité Paraolímpico Internacional (CPI) e do Tribunal de Arbitragem
do Desporto (CAS) sobre a suspensão do Comité Paraolímpico Russo (RCC) das
competições internacionais, desde 7 de agosto de 2016, e a sua consequente não admissão
às competições paraolímpicas se estende aos JPO de Inverno na Coreia do Sul,
que serão realizados em 2018.
Recordamos
que no último dia 7 de agosto CPI suspendeu a filiação do Comité russo, o que
levou a não admissão de atletas russos às competições Paraolímpicos no Rio de
Janeiro. No dia 23 de agosto o CAS confirmou a decisão do CPO, tomada na
sequência dos resultados da investigação do esquema do doping estatal russo,
tornado público no relatório de uma comissão independente da Agência Mundial
Antidoping (WADA) sob a direção de juiz canadense Richard McLaren.
De
momento, os atletas paraolímpicos russos, apelam, em carta
pública ao “Centro de Formação Desportiva das Selecções da Rússia” para que
este, “o mais rapidamente possível responda às alegações contra o Centro”, o
que, na sua opinião poderá “abrir a possibilidade de participação de nossos
atletas nos próximos Jogos Paraolímpicos”.
Anteriormente,
o Comité Paraolímpico Internacional (CPI), tinha explicado os motivos da
suspensão do Comité Paraolímpico russo.
O
Centro de Formação Desportiva das Selecções da Rússia, juntamente com o FSB dava
a cobertura aos paraolímpicos russos que usavam as drogas ilícitas nos JO de
Sochi. Através de um orifício na parede no laboratório antidoping em Sochi, os
agentes do FSB recebiam os testes de urina suspeitos, depois “os agentes os
abriam ilegalmente” e “destruíam as amostras "sujas"”. Após a
destruição das amostras “sujas”, estas eram substituídas pela urina purificada
(!) com cloreto de sódio. De seguida, os frascos eram tapados e devolvidos através
do mesmo orifício na parede. Desta maneira, os 35 atletas paraolímpicos russos escaparam
da punição e de desclassificação.
O
pugilista russo é afastado do boxe por tempo indeterminado
O
Conselho Mundial
de Boxe (WBC) tomou a decisão de afastar o pugilista profissional russo,
Aleksandr Povetkin (na foto em cima, estendido no chão), de todas as competições, por um tempo indeterminado, pelo
uso de substância proibida – o meldónio.
Desta
maneira, Povetkin também perdeu o título do desafiante obrigatório no combate
pelo título mundial. O americano Deontay Wilder pode escolher livremente o
adversário na luta pelo cinturão WBC. Em maio de 2016, alguns dias antes de
combate com Wilder, tornou-se público que o teste do pugilista russo ao doping
foi positivo. O combate foi cancelado, o WBC decidiu realizar a sua própria
investigação que culminou com a conclusão do que o atleta russo é culpado em
uso da substância proibida (ntv.ru).
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