O
grupo de investigação internacional, Belligcat, publicou o seu novo relatório
«A guerra da Rússia na Ucrânia: as medalhas e os números traiçoeiros». O relatório
analisa o aumento substancial do número das medalhas russas, atribuídas pelas
atividades militares, no período entre 2014 e 2016.
Belligcat
nota que não existem os dados oficiais sobre a participação dos militares
russos na guerra contra Ucrânia. No entanto, alguns militares russos publicaram
nas redes sociais as fotografias das suas medalhas, que possuem o número da
série. Estes dados permitiram ao Belligcat detetar o aumento substancial da
entrega das medalhas em 2014-2016, comparando com as quantidades das medalhas
entregues antes de 2014.
No
total, pelos dados de Bellingcat, entre 7 de novembro de 2014 e 18 de fevereiro
de 2016 foram entregues 4.300 medalhas «Pela Distinção Militar». O relatório informa que o maior número das medalhas foi entregue em novembro-dezembro de 2014 (mais de 60 medalhas por dia). Os militares russos recebiam quatro tipos de medalhas: «Pela Coragem», «Pela Distinção Militar», medalha “Suvorov” e medalha “Zhukov”.
“Os
dados disponíveis indicam que mais de dez mil medalhas foram entregues no
período em análise. Assim, podemos concluir que, em 2014 – 2015, milhares de militares
russos participaram em combates e foram condecorados com as medalhas”, – diz o
relatório.
Bellingcat
também explica que nem todos os militares russos envolvidos na guerra contra
Ucrânia foram condecorados pelo estado russo, o que significa que o número
total dos militares russos que participaram nas atividades militares no leste
da Ucrânia é superior às 10.000 pessoas.
Em
abril de 2014 nas regiões ucranianas de Donetsk e Luhansk da Ucrânia começaram
os combates entre as Forças Armadas da Ucrânia e os terroristas russos, em nome
das “repúblicas populares” de Donetsk e Luhansk. Ucrânia, os Estados Unidos, a
NATO e o Conselho da Europa acusaram a Rússia em efetuar a intervenção militar
no conflito – usando as suas tropas regulares em combate contra as forças
ucranianas no lugar das “repúblicas” não reconhecidas. As autoridades russas continuam
negando as evidências, defendendo a tese da “guerra civil na Ucrânia” e
admitindo, apenas ultimamente, a participação na agressão militar dos cidadãos
russos, alegadamente na qualidade de “voluntários” (@Bellingcat.com).
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