domingo, setembro 25, 2016

A nova polícia nacional da Ucrânia: a primeira morte dos agentes

No dia 25 de setembro de 2016, dois agentes da nova polícia nacional da Ucrânia, Olha Makarenko e Artem Kutushev, abordaram na cidade de Dnipro um cidadão para a verificação dos seus documentos. Seguiu-se o tiroteio. Infelizmente, ambos os agentes morreram, conseguindo, nos últimos momentos da sua vida ferir o bandido. Este já foi detido.
Dois agentes da nova polícia da patrulha da Ucrânia estavam em missão de patrulhamento, quando abordaram uma viatura, cujo condutor cometeu uma violação do código da estrada. Foi lhe pedida a identificação pessoal à fim de verificar o seu histórico na base de dados da polícia. Inserindo os dados pessoais no sistema, os patrulheiros perceberam que o cidadão abordado é Aleksandr Pugachev (1983), natural da Rússia, ex-voluntário da companhia de polícia “Tornado”, procurado pela justiça ucraniana pelo(s) crime(s) cometido(s) em 2013. O bandido também se apercebeu que foi descoberto e exigiu ao Artem Kutushev que lhe sejam devolvidos os documentos de identificação e entregue a sua arma pessoal. Quando Artem recusou a exigência, o bandido disparou à queima-roupa, matando Artem, de seguida disparando contra a sua parceira. Infelizmente, Olha, transportada de emergência para hospital não resistiu aos ferimentos e também morreu. A reconstituição do sucedido foi feita pelo chefe da polícia de patrulha da cidade de Dnipro, Volodymyr Bohonis.
A tente da polícia, Olha Makarenko, fez tudo o que podia antes da sua morte. Ela abriu o fogo, disparando e ferindo o atacante na barriga. Olha não conseguiu disparar mais, ele respondeu à queima-roupa... Fisicamente forte, o assassino não foi parado com a única bala. Mas tive que se dirigir ao hospital militar “Mechnikov”, usando um documento de identificação falso. Graças à essa circunstância foi detido no hospital. As fotos das suas duas cicatrizes muito particulares não deixam duvidas, Pugachov é assassino dos dois patrulheiros. Agentes que vieram à polícia nacional muito recentemente, vindos da sociedade civil ucraniana. A verificação simples e rotineira de documentos foi o primeiro e último combate das suas vidas.
Devido ao facto de que os polícias pararam a viatura do agressor, ele atacou os patrulheiros e não conseguiu ir adiante pelo caminho do crime. Eles tentaram deter um criminoso perigoso procurado por suspeitas de cometer uma série de crimes graves. Olha e Artur salvaram as vidas de civis. Morreram, até o fim leias ao seu juramento de servir o povo da Ucrânia.
Olha Makarenko e Artem Kutushev morreram porque o procurado pela justiça sabia, ou talvez se aprecebeu naquele momento, que a nova polícia não aceita “resolver a questão” por um punhado de notas, bem ao estilo habitual da milícia ucraniana do antigo regime, antes da reforma do Ministério do Interior. Os patrulheiros erraram, eles cometeram diversos erros que custaram as suas vidas. Olha deveria abrir o fogo e abater o atacante, imediatamente após verificar que este estava armado e ameaçava o seu parceiro. A patrulheira ucraniana não estava psicologicamente preparada para disparar contra o cidadão para o matar. Os dois pagaram o mais alto preço pela sua indecisão, mas apesar de tudo, eles morreram pela Ucrânia e pelos seus cidadãos.


Espera-se que o caso servirá de modelo para que outros patrulheiros saibam como se comportar nos casos semelhantes. O seu sacrifício é uma verdadeira proeza cívica, eles merecem todo o respeito e a memória dos ucranianos.  

Olha era a mãe de dois filhos; a filha do Artem Kutushev fez três anos hoje, mas estas crianças nunca mais vão ver os seus pais..., escreve o jornalista ucraniano Yuriy Butusov.

Não é segredo que a nova polícia nacional da Ucrânia, criada e idealizada pela equipa dos reformadores georgianos não agrada muita gente. Na Internet podem ser vistos dezenas de vídeos, onde a nova polícia é provocada maldosamente e descaradamente para que os agentes reagem, criando os proveitos políticos ou pessoais para os autores das provocações. Mas gente que veio à polícia da sociedade civil e não foi recrutada entre os membros da antiga polícia de trânsito ou, pior ainda, das unidades antimotim (como o famigerado “Berkut”), na maioria dos casos não se deixe à provocar. E realmente, os polícias vindos do antigo ministério do Interior não iriam morrer, apenas aceitariam algum suborno e deixariam o vilão seguir o seu caminho.
   
Muito infelizmente, eles não estavam prontos. E eles, infelizmente, não serão os últimos polícias ucranianos que morrerão na linha do dever. E nem importa a proveniência exacta do seu assassino. Num país em guerra há e haverá muita gente com as armas nas mãos e sem problemas morais de premir o gatilho. E a nova polícia apenas deve tirar as devidas ilações e estar pronta para essa nova realidade ucraniana. Gosta-se ou não.

O assassino detido
Aleksandr Pugachev, natural da Rússia e ex-voluntário do “Tornado”, procurado pela polícia ucraniana, foi detido no hospital com uma perfuração na barriga. Pugachov tentou receber a assistência médica usando a identidade falsa com o apelido de “Mykhaylenko”. Nas fotos tiradas pela câmara individual do patrulheiro é possível ver as duas cicatrizes muito caraterísticas do agressor. As mesmas são bem visíveis no seu corpo estendido na maca do hospital militar “Mechnikov”.
De momento o agressor se encontra sob a custódia da polícia no hospital, a peritagem irá estabelecer, ao certo, qual a arma fez o disparo que atingiu o assassino dos polícias (UPD: a peritagem inicial mostra que disparou Artem Kutushev e não Olha). Na sua posse, Pugachov tinha o documento que lhe conferia o estatuto de combatente da Operação Antiterrorista. Embora o documento é datado de 5 de novembro de 2015, e o mandato da sua busca e captura foi emitido em 2 de outubro de 2015, a sua passagem para a ilegalidade é datada de 3 de setembro do mesmo ano. Como tal, será verificada a autenticidade do próprio documento e a possível ilegalidade daqueles que emitiram a identificação (fonte).

O herói popular
Uma das testemunhas da tragédia, o condutor do mini-bus urbano, sediado habitualmente na estação dos autocarros de Dnipro (e que aparentemente serve a emigração laboral ucraniana na Espanha), tentou impedir a fuga do assassino, bloqueando a saída da sua viatura. Pugachov disparou 8 vezes (!) contra o condutor, uma das balas por incrível sorte não fez mais vítimas mortais.

Mesmo assim, o condutor, obrigado à recuar, não fugiu, continuando perseguir o assassino pelas ruas da cidade de Dnipro!
Qualquer um que seja, homem, obrigado por não teres medo, os seus filhos, netos e bisnetos ficam felizes que têm [ao seu lado] uma pessoa como você! E daí, nos também estamos orgulhosos de você. #HeróidoDia) Que Deus lhe conceda a felicidade.
Talvez isso soa algo patético. Mas nessas pessoas é que se aguenta o país, escrevem as redes sociais ucranianas.

Sem comentários: