sexta-feira, outubro 31, 2025

Por que financiar Ucrânia é uma oportunidade gigante da Europa

As guerras são travadas no campo de batalha, mas também são testes de força financeira. Em conflitos prolongados, a capacidade e a vontade de mobilizar recursos e encontrar novas formas de arrecadar dinheiro são cruciais para determinar quem vence: às vezes, são o fator decisivo. 

Essa verdade está prestes a se tornar muito real para a Europa. Ucrânia enfrenta uma grave crise financeira. A menos que algo mude, ficará sem dinheiro no final de fevereiro. Esse precipício está se aproximando rapidamente, agora que o presidente Donald Trump cortou o apoio financeiro dos Estados Unidos à Ucrânia, as esperanças de um cessar-fogo diminuem e drones russos destroem a rede elétrica ucraniana numa tentativa de quebrar a sua resistência. 

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A lista de traidores, sabotadores, agentes e colaboradores russos condenados

371 traidores condenadas na Ucrânia por colaboracionismo e traição aguardam a deportação para a rússia, condicionada à libertação recíproca de ucranianos, civis e militares, que se encontram nas prisões ou nas masmorras ilegais russas. 

Seus perfis podem ser encontrados no site do projeto estatal «Quero Voltar aos Meus». Todos os traidores apelaram formalmente às autoridades russas para que os recebam de volta, mas rússia prefere acolher apenas alguns «escolhidos». Como resultado, pessoas como Hlib (Gleb) Manakov, que procurava/coletava as informações sobre o posicionamento de tropas ucranianas em Lysychansk, aguardam há mais de um ano e meio até que Moscovo/ou tome decisão do seu caso. 

Vale lembrar que as autoridades russas já foram informadas há muito tempo do desejo de cada um dos traidores ucranianos mencionados de retornar à rússia (todos apresentaram um pedido formal nesse sentido). Mas a rússia já os utilizou uma vez e agora se recusa a recebê-los, criando uma narrativa falsa de «repressões na Ucrânia». Mesmo tendo recebido sentenças justas e legais, todos os traidores poderiam ter sido trocados há muito tempo por ucranianos, muitas vezes presos ilegalmente na rússia ou nos territórios ocupados. Eles são um lembrete vivo para todos aqueles que desejam de cooperar com os serviços de inteligência russos. Ao serem capturados, a rússia imediatamente se esquece de seus agentes. 

O projeto estatal «Quero Voltar aos Meus» está sendo implementado pela Sede de Coordenação para o Tratamento de Prisioneiros de Guerra com o apoio da Diretoria Principal de Inteligência do Ministério da Defesa (GUR MOU), do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) e da Secretaria do Comissário de Direitos Humanos do Parlamento Ucraniano. 

O principal objetivo do projeto é divulgar informações sobre agentes russos condenados, traidores e colaboradores que colaboraram ou auxiliaram as forças de ocupação russas na guerra ilegal russa contra Ucrânia. 

«Quero Voltar aos Meus» também ajuda às pessoas que vivem na Ucrânia, mas que não se sentem bem no país, que se identificam como russos (independentemente da sua origam étnica) e que desejam emigrar para a rússia, realizando assim o sonho de longa data de se mudar diretamente para a federação russa. Para isso, basta enviar um pedido de saída definitiva da Ucrânia, pelo site hochuksvoim.com preenchendo um formulário específico. A recolha/coleta de solicitações é coordenada por representantes do Secretariado do Comissário para os Direitos Humanos do Parlamento (Rada Suprema) da Ucrânia. 

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quinta-feira, outubro 30, 2025

As perdas de helicópteros russos na sua guerra colonial contra Ucrânia

Ka-52 russo aparentemente abatido pelo friendly fire no dia 27 de Outubro de 2025

Desde o início da invasão russa de grande escala da Ucrânia, as forças russas de ocupação perderam entre 166 à 346 helicópteros, contando com os aparelhos destruídos, danificados ou capturados. 

De acordo com os dados do Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia, os russos perderam até 346 aparelhos, entre destruídos, danificados ou capturados. De acordo com os dados verificados pelas fotos e/ou vídeo, os ocupantes russos perderam 166 helicópteros, dos quais 132 foram destruídos, 32 danificados e 2 capturados.

Perdas russas gerias, desde início da guerra e até o fim de setembro de 2025

De acordo com informações verificadas, o maior número de helicópteros russos perdidos foram Ka-52 – 65 aeronaves, seguida pelo Mi-8 com 54 e pelo Mi-28 com 18. Em muitos dos casos, os pilotos dos helicópteros não sobreviveram para contar a sua própria estória.

Só em setembro de 2025, os ocupantes russos perderam cinco helicópteros de combate e, o último dos quais, um outro Ka-52, devido ao friendly-fire, ou seja o fogo amigo.

Em geral, de acordo com os dados da publicação russa The Insider, desde 24.02.2025 até hoje, a força antiaérea russa foi responsável pela abate dos 17 aparelhos próprios, entre eles 12 aviões e 5 helicópteros:


quarta-feira, outubro 29, 2025

Os carrascos das unidades de extermínio do exército russo

A prática de «zerar» — o eufemismo russo para as execuções extrajudiciais — tornou-se há muito o «cartão de visita» do exército russo. Os assassinatos, liquidações e tortura severa dos colegas e camaradas são práticas absolutamente comuns e constantes entre os ocupantes russos. 

Jornalistas russos de investigação efetuaram uma das primeiras tentativas de sistematizar uma enorme massa de informações sobre as práticas de «zerar», mais precisamente sobre os «zeradores» — lançaram um projeto especial sobre carrascos do exército russo. Apresentamos uma base de dados daqueles que dão ordens para matar ou levar à morte e aqueles que executam essas ordens criminosas: https://verstka.media/obnuliteli 

Até o momento, foi possível identificar os primeiros cem oficiais assassinos. São homens comuns, a maioria com um pouco mais de 40 anos, têm famílias e filhos. No entanto, os detalhes da tortura e do extermínio dos seus próprios subordinados às vezes até podem arrepiar. Leia, o texto em russo: AQUI 

101 carrascos é apenas uma gota no oceano do crime russo. De acordo com a Procuradoria/Promotoria militar russa, nos últimos em 3,5 anos, aquela entidade recebeu mais de 12.000 denúncias relacionadas à violência extrema, praticada no exército russo. Naturalmente, na maioria dos casos, ninguém sequer pensa em investigá-las e descobrir alguma coisa – o que aconteceu na linha de frente / na front, permanece enterrado alí mesmo. Mas os parentes dos militares russos «zerados» continuam a inundar as autoridades com as suas lamentações, produzindo os apelos públicos, gravando os vídeos, dirigidos ao seu líder supremo, putin, contribuíndo apenas para criar os «quadro de honra» dos carrascos. 

Lembremos que o sistema russo não apenas protege assassinos sádicos, mas também os incentiva com prêmios e honras militares. Enquanto os militares russos ou mercenários estrangeiros, ao serviço da rússia, caminham rumo à uma morte certa, por motivos fúteis e irrealistas, as chefias russas estão lucrando com as vidas alheias, dançando, literalmente, sobre os seus ossos. Uns são mortos, para que outros lucrarem. 

Blogueiro: o atual exército russo não precisou de inventar nada, usando, de uma forma modificada, as práticas soviéticas da II G.M. Na altura, junto ao Exército Vermelho (RKKA) existiam zagradootriady (literalmente as unidades da barragem), compostas pelo pessoal do NKVD, que tinha as ordens expressas de abrir o fogo contra os soldados e oficiais do RKKA, que ousarem abandonar as suas posições ou tentarem se render ao inimigo. As execuções mais «individuzlizados» de soldados e oficiais do RKKA, geralmente, sob acusação de «covardia», «derrotismo» ou de «sabotagem», também eram executadas pelo pessoal do NKVD-MGB ou de SMERSH. 

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terça-feira, outubro 28, 2025

Três ucranianas morreram na região de Kyiv, vítimas do terror aéreo russo

Mais três caixões de uma família ucraniana morta pela rússia. Desta vez, foi na região de Kyiv, em resultado de ataque de drones russos morreu a mãe, sua filha de 6 meses e sua sobrinha de 12 anos...

Conforme relatado pela publicação local, Pogrebsky Visnyk, em 24 de outubro, na região de Kyiv se despediram da família ucraniana que foi morta por um drone russo na manhã de 22 de outubro na vila de Pogreby, no distrito de Brovary. As três ucranianas de três gerações distintas, morreram dentro da sua própria casa que foi atingida por um drone russo. 

Antonina Zaychenko, sua filha Adelina e sua sobrinha Anastasia, vieram de Kyiv para a casa dos sogros em Pogreby. Mais tarde, o vizinho explicou: eles acreditavam que era mais seguro na aldeia, pois não precisariam de se esconder num abrigo antiaéreo para se proteger. 

Os pais idosos sobreviveram porque estavam em outro quarto/cômodo. Antonina e duas meninas estavam no quarto, que foi atingido pelo drone «Shahed». Foi um impacto direto, a casa pegou fogo instantaneamente, informa a TV ucraniana 24tv.ua

Desta vez a rússia matou:

  • Antonina Zaichenko (nascida em 1987, de 38 anos);
  • sua filha Adelina Nehoda, de 6 meses;
  • sua sobrinha Anastasia Nehoda, uma estudante de 12 anos do Liceu Pogrebsky.

Sinceras condolências à família e amigos...

Fotos: Viktor Kruk

Naturalmente, Ucrânia respondeu militarmente, destruindo uma base petrolífera russa na área de Starobelsk, na região ocupada de Luhansk. Uma operação das SSO da Ucrânia.

Via TG canal @kazansky2017

«G», a proibida e «burguesa» letra do alfabeto ucraniano

O alfabeto ucraniano possuia um elemento «nacionalista-burguês» – a letra «ґ», que foi eliminada do alfabeto em 5 de setembro de 1933. Foi no auge das repressões estalinistas que uma nova grafia foi aprovada na Ucrânia, sob instruções de Moscovo/ou. Essa grafia substituiu a chamada «skrypnykivka» – a grafia em vigor desde 1928.

Assim, as autoridades soviéticas eliminavam as diferenças linguísticas entre o idioma ucraniano e o russo, recorda o Instituto Ucraniano da Memória Nacional.

A letra «ґ», que denotava um [g] forte, voltou a ser usada oficialmente apenas em 1990. Mas durante todo esse tempo foi usada de forma facultativa – pelos linguístas, por algumas publicações, na Diáspora, em palavras específicas como: ґанок (quintal/pórtico), ґрунт (solo), ґатунок (grau/tipo), ґудзик (botão), ґава (corvo/a), em palavras do origem estrangeira e em nomes próprios e georgáficos, etc.

O alfabeto ucraniano também é uma luta, ainda que por sua própria identidade. Mesmo uma letra, um som «nacionalista-burguês» pode ser um sinal de resistência ao colonizador.

Hoje, é importante lembrar: língua ucraniana não precisa de ser igual ou melhor de nenhuma outra. Ela contém a experiência, maneira de pensar, o caráter muito próprios do povo ucraniano.

Portanto, é precisa valorizar e usar qualquer coisa especial – mesmo que seja apenas uma letra, porque ela torna os ucranianos quem eles são.

Convidamos todos a participar do Ditado Radiofônico da Unidade Nacional – vamos escrevê-lo juntos para sentir novamente como a língua une, apesar da distância, apesar da guerra e da letra «ґ», outrora banida pelo regime colonial soviético.

domingo, outubro 26, 2025

Porque é que Ucrânia está a ganhar a guerra

A rússia não conseguiu atingir o seu principal objectivo: a destruição da nação ucraniana, desmembramento do Estado ucraniano, morte, colocação nos campos de concentração e expulsão física de sentenas de milhares de ucranianos, a russificação forçada dos restantes.

por: historiador Yuval Harari, Financial Times, 27/10/2025; a tradução portuguesa da Helana Santos da Cunha

Faça click para ler original, disponível somente aos assinantes da FT

«Ao contrário da narrativa propagada pela propaganda russa, a Ucrânia até agora tem estado a ganhar a guerra. Quando o conflito começou em 2014, a Ucrânia parecia completamente indefesa face à agressão russa, e os russos conquistaram facilmente a Crimeia e outras partes do leste da Ucrânia. A guerra entrou numa fase mais intensa a 24 de fevereiro de 2022, quando a Rússia lançou um ataque total, com o objectivo de subjugar toda a Ucrânia e terminar a sua existência como nação independente.

Na altura, a liderança russa e muitos observadores em todo o mundo esperavam que a rússia conquistasse Kyiv e derrotasse o exército ucraniano de forma decisiva em poucos dias. Até os apoiantes ocidentais da Ucrânia estavam tão inseguros quanto às hipóteses de resistência da Ucrânia que se ofereceram para retirar o Presidente Zelenskyy e a sua equipa e ajudá-los a estabelecer um governo no exílio.

Mas Zelenskyy optou por ficar em Kyiv e lutar, dizendo aos americanos: «Preciso de munições, não de boleia».

As forças ucranianas, em desvantagem de armas, espantaram o mundo ao repelir o ataque russo a Kyiv. Depois exército ucraniano contra-atacou no final do verão de 2022, teve duas grandes vitórias nas regiões de Kharkiv e Kherson e libertou grande parte do território conquistado pelos russos na primeira fase da invasão.

Desde então, apesar dos ganhos limitados de ambos os lados, a linha da frente não se moveu muito. Os russos tentam criar a impressão de que estão a avançar implacavelmente, mas de facto, desde a primavera de 2022, não conseguiram conquistar nenhum alvo de grande importância estratégica, como as cidades de Kyiv, Kharkiv ou Kherson.

A situação faz lembrar a frente ocidental na Primeira Guerra Mundial, quando generais implacáveis sacrificaram dezenas de milhares de soldados para conquistar alguns quilómetros de ruínas e lama. Os jornais patrióticos ocultavam frequentemente a magnitude de tais loucuras publicando mapas que pretendiam mostrar grandes avanços. Mas o dado mais importante nestes mapas era a escala. Como observou o historiador Toby Thacker, os jornais da Primeira Guerra Mundial usavam frequentemente uma escala deliberadamente grande, «o que fazia com que os “avanços” parecessem superficialmente impressionantes, mas qualquer leitor astuto poderia ter percebido que... eram insignificantes.

Para a Ucrânia, faz todo o sentido militar realizar retiradas tácticas e preservar as suas forças e as vidas dos seus soldados, ao mesmo tempo que deixa os russos esgotarem-se em ataques custosos por ganhos insignificantes. A verdade é que a Ucrânia conseguiu lutar contra a rússia até à imobilização.

Em 2025, o elo mais fraco das defesas da Ucrânia ainda reside na mente dos seus amigos ocidentais. Como a rússia falhou em obter superioridade aérea e naval ou em romper as defesas ucranianas em terra, a estratégia russa procura flanquear a posição ucraniana, atacando a vontade dos americanos e dos europeus.

Ao disseminar a propaganda de que a vitória russa é inevitável, os russos esperam que os americanos e os europeus desanimem, retirem o seu apoio à Ucrânia e a obriguem a render-se. Sucumbir a esta propaganda será um desastre não só para a Ucrânia, mas também para os países da NATO, que perderiam grande parte da sua credibilidade, bem como a sua melhor defesa contra as crescentes ameaças russas.

À medida que a Rússia continua a expandir o seu exército e a sua economia de guerra, a Europa esforça-se por se rearmar, mas, entretanto, a maior e mais experiente força de combate entre o exército russo e Varsóvia, Berlim ou Paris é o exército ucraniano.

É impossível prever como a guerra se irá desenvolver, visto depender de decisões futuras. Mas, num aspecto crucial, a vitória ucraniana é já decisiva e irreversível. A guerra é a continuação da política por outros meios. A guerra não é ganha pelo lado que conquista mais terras, destrói mais cidades ou mata mais pessoas. A guerra é ganha pelo lado que atinge os seus objectivos políticos. na Ucrânia, já é claro que putin falhou em atingir o seu principal objectivo de guerra — a destruição da nação ucraniana.

Em muitos dos seus discursos e ensaios, putin defendeu que a Ucrânia nunca foi uma verdadeira nação. Segundo putin, a Ucrânia é uma entidade falsa, incentivada pelas potências estrangeiras como um estratagema para enfraquecer a rússia. putin lançou a guerra para provar ao mundo que a nação ucraniana não existe, que os ucranianos são, na verdade, russos e que, dada a mínima chance, os ucranianos seriam alegremente absorvidos pela mãe rússia.

Ninguém sabe quantas mais pessoas irão morret por causa das ilusões e ambições de putin, mas uma coisa que ficou bem clara para o mundo inteiro é que a Ucrânia é uma nação muito real e que milhões de ucranianos estão dispostos a lutar com unhas e dentes para se manterem independentes da rússia.

As nações não são feitas de torrões de terra ou de gotas de sangue. São feitas de histórias, imagens e memórias na mente das pessoas. Não importa como a guerra se desenrole nos próximos meses, a memória da invasão russa, das atrocidades russas e dos sacrifícios ucranianos continuará a sustentar o patriotismo ucraniano nas gerações vindouras».

sábado, outubro 25, 2025

As táticas da «guerra sexual» usadas pelas espiãs chinesas e russas

Espiã russa Maria Butina julgada nos EUA em 2018

As espiãs da China e da rússia estão usando cada vez mais táticas que os especialistas chamam de «guerra sexual». Trata-se de uma campanha secreta que envolve sedução e relacionamentos românticos de longo prazo com o objetivo de penetrar na indústria de tecnologia americana, escreve The Economic Times. 

A publicação observa que agências de inteligência chinesas e russas enviam agentes femininas para atacar engenheiros, executivos e pesquisadores no Vale do Silício. Elas estabelecem relacionamentos românticos, casam-se com seus alvos e até têm filhos. 

Tudo isso faz parte de uma estratégia de espionagem de longo prazo que lhes permite penetrar profundamente na vida pessoal de seus alvos e obter acesso a informações confidenciais. 

Essas operações são coordenadas pelos serviços de inteligência da China e da rússia, que utilizam mulheres especialmente treinadas que podem manipular emoções, construir confiança e extrair gradualmente informações secretas ao longo de muitos anos. 

Julgamento da Maria Butina que oferecia sexo à troca de informações

A tática, que tem suas raízes na espionagem da Guerra Fria, evoluiu para uma forma sofisticada de trabalho secreto, adaptada ao ambiente tecnológico mais competitivo do mundo: o Vale do Silício. 

De acordo com atuais e ex-oficiais de contrainteligência dos EUA citados pelo The Times, a abordagem combina romance, sedução e manipulação psicológica. 

«Conhecer, casar, ter filhos e, em seguida, conduzir uma operação de inteligência para a vida toda é algo muito desagradável de se pensar, mas é muito comum», disse um ex-oficial de inteligência dos EUA ao jornal. 

James Mulvenon, diretor de inteligência da Pamir Consulting e veterano em investigações de contrainteligência, disse ter visto pessoalmente o aumento dessa atividade. «Recebo muitas solicitações sofisticadas no LinkedIn do mesmo tipo de jovens chinesas atraentes», disse ele. «Parece que a situação realmente aumentou recentemente». 

Malvenon relatou um incidente em uma conferência de negócios na Virgínia, onde duas chinesas bem preparadas tentaram participar de um evento sobre riscos de investimento na China, mas foram recusadas. «É um fenômeno real», disse ele. «E vou te dizer uma coisa: é estranho». 

Um caso envolveu uma sedutora mulher russa que se casou com um engenheiro aeroespacial americano enquanto trabalhava em projetos de defesa. Depois de estudar em uma academia de modelos e fazer cursos na chamada «escola russa de soft power», ela ressurgiu alguns anos depois como especialista em criptomoedas em círculos ligados ao programa espacial militar dos EUA. Seu marido, segundo relatos, desconhecia sua verdadeira origem. 

Ler mais em inglês ou ucraniano

Uma «vaquinha» checa arrecada fundos para presente ao putin

12.500.000 coroas checas (514.000 Euros) foram arrecadadas como parte da iniciativa popular checa «Presente para putin» (Dárek pro putina) para a compra de um míssil ucraniano «Flamigo».

Míssil «Flamingo», faça click para ver e ler mais

A iniciativa anunciou a notícia em sua página oficial. Os fundos foram arrecadados em menos de 48 horas.

Querida Chéquia, agradecemos o seu apoio!

sexta-feira, outubro 24, 2025

Os mercenários do Cazaquistão mortos na guerra neocolonial russa na Ucrânia

Cidadãos do Cazaquistão continuam a morrer na guerra de agressão neocolonial russa contra Ucrânia. O projeto ucraniano «Quero Viver» publica a lista de nomes dos 270 cazaques, mortos ou desaparecidos, ao serviço do exército russo na Ucrânia. 

Anteriormente «Quero Viver» já publicou as listas de mercenários cazaques que lutaram ao lado da rússia – Lista 1 e Lista 2. Vale ressaltar que a lista atual não é completa, nem exaustiva – o número real de mortos e desaparecidos é provavelmente muito maior.

O mais jovem dos mortos foi Andrey Bogomolov, nascido em 2005; ele tinha 19 anos na época de sua morte. O mais velho era Aleksandr Yalfimov, um mercenário de 64 anos, que serviu no 254º Regimento de Fuzileiros Motorizados.

O Kremlin continua recrutando cidadãos cazaques para lutar na guerra, o recrutamento ilegal decorre quer dentro do país, quer entre os cazaques que vivem na rússia. No Cazaquistão, recrutadores russos operam por meio de anúncios online diretos e agências de emprego fictícias que oferecem «empregos bem remunerados na rússia». Na rússia, são procurados geralmente nas prisões, entre os trabalhadores migrantes e indivíduos que recentemente receberam a cidadania russa. 

De acordo com nossas informações, a rússia está gradualmente abandonando o recrutamento em países mais distantes, preferindo recrutar pessoas em estados vizinhos onde a barreira linguística é menor. Isso significa que as autoridades da República do Cazaquistão e a sociedade cazaque devem fazer mais para combater as redes de recrutamento russas. Caso contrário, a rússia continuará a enviar cidadãos cazaques para a morte. 

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Blogueiro: em termos de comparação, cerca de 22.000 soldados e oficiais naturais do Cazaquistão participaram da guerra colonial soviética do Afeganistão, que durou 10 anos, de 1979 à 1989. Os 947 deles foram mortos, outros 1.770 ficaram gravemente feridos, 19 militares são tidos como desaparecidos em combate...

A vida e morte do poeta ucraniano num cartoon animado de Lego

A vida do poeta e ativista de direitos humanos ucraniano Vasyl Stus, que morreu no GULAG soviético em 1985, contada num cartoon animado de Lego, pelo realizador ucraniano Oles Vorona de apenas 14 anos. 

A animação de 5 minutos em inglês conta a vida e a morte de Vasyl Stus, que Oles Vorona, um estudante de 14 anos de Lviv, criou sozinho a partir de bonecos e peças de Lego.

Original não apenas em termos de forma. Um conteúdo tão sincero e significativo, criado por crianças ucranianas em tempos de guerra, é mais valioso do que ouro e mais eficaz do que um Ministério da Cultura adulto inteiro.

Hoje, as crianças ucranianas contam e mostram ao mundo quem são os ucranianos e «onde estão os seus Prêmios Nobel». Elas fazem com ousadia e talento o que país tinha feito de forma bastante fraca nos 30 anos anteriores, escreve a blogueira ucraniana Tetiana Popovych. 

Como diz o próprio Oles: «levei 4 meses e mais de 4.000 frames para terminar o trabalho. Agora — você está aqui».

quinta-feira, outubro 23, 2025

SBU destruiu duas aeronaves leves russas recém-apresentadas

As forças especiais do Centro de Operações Especiais «A» do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) mais uma vez destruíram, com sucesso, alvos russos nos territórios ucranianos temporariamente ocupados (TOT).

Poucos dias depois de os ocupantes russos apresentarem as duas aeronaves leves, que eram preparadas para abater drones ucranianos de longo alcance, as duas aeronaves foram destruídas por drones ucranianos do CSO «A» da secreta civil ucraniana SBU.

A operação foi desenhada para limpar o caminho de drones ucranianos de longo alcance, garantindo um fluxo ininterrupto de «mil cortes» na retaguarda russa. SBU continua a aniquilar os ocupantes russos com todos os meios disponíveis. Eles sofrerão uma retribuição justa por cada crime cometido contra Ucrânia e os ucranianos!

quarta-feira, outubro 22, 2025

Os crimes de guerra russos em Kyiv e Kharkiv

Os ocupantes russos passaram a noite inteira à atingir, mais uma vez, os bairros civis e unidades termelétricas, que não têm nenhuma função militar, mas apenas fornecem aquecimento aos prédios residenciais. Dois civis foram mortos em Kyiv. 


Os objetivos dos ocupantes russos continuam os mesmos: fazer os civis sofrerem. Atingir os mais vulneráveis. Fazer os ucranianos à congelarem nos seus apartamentos. Tudo isso, para que em teoria, os ucranianos, cansados da guerra, exigirem, ao seu governo, a rendição incondicional, a capitulação nos termos russos.

Casa particular atingida na região de Kyiv

Na região de Kyiv, os drones russos mataram uma jovem mãe com dois filhos menores.

Em Kharkiv, as ocupantes russos atacaram uma rua movimentada em frente a um jardim de infância particular. Todas as 48 crianças saíram ilesas, pois foram colocadas num abrigo anti-aéreo. 

 

Major-general Olexander Volobuyev, ex-comandante do Serviço de Emergências na região de Kharkiv


São os «feitos» já habituais do exército russo.

Por outro lado, algo de bombástico está acontecendo na cidade russa de Kopeysk, na região de Chelyabinsk. Explosões fortíssimas estão abalando a cidade. Drones, e talvez os mísseis ucranianos teriam atingido uma fábrica local de produtos plásticos. As autoridades russos admitem a explosão e um trabalhador morto, mas como é habitual, dizem que a culpa é de «violação das regras de segurança». A julgar pelo poder da explosão, a fábrica foi atingida pelos mísseis, ou antão, houve uma explosão interna.


A distância até a Ucrânia é de cerca de 1.800 km em linha reta.

Ver mais no TG canal: @kazansky2017

Blogueiro: mais uma vez, Ucrânia atinge os alvos militares e para-militares, e rússia «se vinga», atingindo os alvos puramente civis. Ucrânia, prossegue a sua tática de «mil cortes», rússia, insiste em copiar as táticas do 3º Reich, empregues na II G.M., atingindo os alvos civis, pretendendo, gerar descontentamento entre os ucranianos, e desta feita, tentar forçar Ucrânia à capitulação.

terça-feira, outubro 21, 2025

“Morrer por Danzig?”, “Morrer pela Ucrânia?”

Ali, na coluna esquerda, está o artigo lendário, cujo título se tornou o slogan: “Por que morrer por Danzig?” Danzig era então chamada de atual cidade de Gdańsk, Danzig – ou Gdańsk – Hitler exigiu e prometeu que, assim que a cidade livre se tornasse a Danzig alemã, nunca mais haveria outra guerra e todos viveriam em paz. 

por: Yuriy Hudymenko, o título é de responsabilidade do nosso blogue

É verdade que, antes disso, Hitler também havia falado sobre a Renânia, a Áustria, os Sudetos e, depois, a Checoslováquia, então nem todos acreditaram nele. Mas muitos simplesmente queriam acreditar. Não que acreditassem em Hitler – acreditariam que tudo que os acalmaria de alguma forma, que não haveria guerra, que tudo voltaria ao normal e nada de terrível aconteceria.

Mas aconteceu.

O artigo do neossocialista, anfifascista e pacifista francês Marcel Déat foi publicado em 4 de maio de 1939 no jornal parisiense L'Œuvre. Faltavam menos de quatro meses para o início da Segunda Guerra Mundial. Os franceses tiveram que morrer não por Danzig, mas pela França.

O autor do artigo, Marcel Déat, de neossocialista, rapidamente se tornou um verdadeiro nazi(sta), juntando-se ao governo colaboracionista da França ocupada pelos alemães. Depois, fugiu, escondeu-se pelo resto da vida na Itália e foi enterrado em um túmulo sem nome na lápide. A sua frase continua famosa no Ocidente.

Só que as conclusões não foram tiradas.

Ucrânia elimina os operativos do spetsnaz russo da GRU e FSB

O projeto ucraniano «Quero Viver» publica a lista dos membros das forças especiais russas, dos Centros de Treino/amento Especial de «Kubinka» e «Senezh», liquidados na Ucrânia, assim como de diversos outros membros das forças especiais e unidades do GRU.

Faça click para ver a lista completa

Há alguns dias, foi lançado um documentário sobre a aniquilação de um grupo sabotador (DRG) do Centro de Treinamento Especial de «Senezh», que tentava penetrar na região ucraniana de Chernihiv. O grupo foi liquidado por militares ucranianos do 54º Batalhão de Reconhecimento Separado das FAU e do 105º Destacamento de Guarda-fronteira «Volodymyr, o Grande». Seis oficiais de «Senezh» foram mortos, tendo seus corpos, armas e equipamentos apreendidos. 

Os Centros de Treino/amento Especial de «Senezh» e «Kubinka» são unidades-chave das Forças de Operações Especiais russas, reportando-se diretamente ao Estado-Maior. Seu pessoal passa por rigorosa seleção e treino/amento de acordo com os padrões ocidentais e é designado para realizar as missões mais complexas e arriscadas no exterior. Essas unidades estiveram na vanguarda da formação das Forças de Operações Especiais russas (SOF) e são consideradas a «elite da elite» entre as forças de segurança.

As perdas destes operativos são particularmente dolorosas para a rússia. Cada um deles não é um soldado comum, mas um especialista que passou por anos de treino/amento. Treino do oficial leva anos e requer recursos significativos. A eliminação de grupos inteiros destes operativos representa perdas não apenas táticas, mas também estratégicas – um enfraquecimento do efetivo principal dos serviços especiais russos e uma redução em sua capacidade de conduzir operações complexas fora da rússia.

No entanto, essas estão longe de ser as únicas perdas de unidades de elite russas na Ucrânia. São conhecidos os nomes de pelo menos 58 operativos das SOF, GRU e FSB mortos na Ucrânia. Além disso, foram identificados os nomes de mais de dois mil militares das brigadas de forças especiais da Diretoria Principal do Estado-Maior General das Forças Armadas russas; uma lista desses militares será publicada separadamente. 

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«Ritual de sangue» dos recrutas de «Senezh»

Um dos rituais mais macabros, praticados pelo agrupamento «Senezh», é assim chamado de «ritual de sangue». Isso ocorre quando, após a formatura, os operativos russos entram no território da Ucrânia como parte de DRG e precisam voltar com o corpo de um soldado ucraniano morto. Se não conseguem «trazer» um soldado, eles matam um civil.

Uma dessas vítimas civis do DRG russo conhecidas na fronteira da região de Chernihiv foi um morador de Kostobobrov, Viktor Tupytsia. Seu carro foi metralhado pelos russos na estrada entre as aldeias de Hremyachka e Leonivka em 10 de janeiro de 2024, informa TV Suspilne.

domingo, outubro 19, 2025

rússia que ocupou na Ucrânia 1⅓ de Portugal e 3,7 Bélgicas

A revista alemã Katapult publicou um comparativo do território da Ucrânia, ocupado pela rússia, face à outros países. Apesar de os ocupantes russos ocuparem na Ucrânia cerca de 312 «palestinas», pouca esquerda europeia se preocupa com Ucrânia e com ucranianos/as. 

A revista alemã desenhou um mapa árido: a área da Ucrânia sob ocupação russa sobreposta a outros países. Coloque-o na França — abrange quase toda a Normandia e parte da Ilha de França (outros dizem que é Rhônes-Alpes (Lyon) e Bourgogne). Na Polónia/Polônia — cerca de metade da Mazóvia. Na Alemanha — todo o Brandemburgo e Berlim. 

A questão é simples e brutal: quando você vê a escala em um mapa familiar, finalmente sente contra o que a Ucrânia está lutando. Uma visualização básica que «atinge mais forte do que mil notícias». 

Bónus 

«A guerra da rússia contra Ucrânia. A guerra da Rússia contra o mundo» 

Esta manhã começou com boas notícias: nenhum centro regional da Ucrânia está ocupado pelos russos. Ótimas notícias, considerando os últimos oito dias. 

por: Evgenia Lopata, em março de 2022

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Dentro do 2º serviço do FSB, a versão russa da Gestapo

Por muitos anos, o Serviço russo para a Proteção da Ordem Constitucional e a Luta contra o Terrorismo (SZKSBТ), também conhecido como 2º Serviço do FSB, funcionou efetivamente como a versão russa da Gestapo — uma força policial secreta responsável pela repressão e pelo terror internos.

Foram agentes desse mesmo serviço que envenenaram político Alexei Navalny, escritor russo Dmitry Bykov e político e ativista Vladimir Kara-Murza. Agentes do Segundo Serviço também foram responsáveis ​​por rastrear Boris Nemtsov nas últimas semanas antes de seu assassinato. Além disso, eles estão por trás dos assassinatos do analista político Nikita Isaev, do jornalista Timur Kuashev e do ativista Ruslan Magomedragimov. Em uma entrevista exclusiva ao The Insider, o ex-oficial do Segundo Serviço do FSB, Alexander Fedotov, revela internamente como o serviço opera. Fedotov oferece uma visão detalhada de como os envenenadores de Navalny ascenderam na hierarquia e explica como o FSB continua a construir um sistema que mantém vigilância total sobre figuras da oposição e ativistas, estejam esses inimigos do regime dentro ou fora da rússia.

“Trabalhei no mesmo andar que Girkin”

A estrutura do Segundo Serviço é a seguinte: no topo está o General do Exército Alexei Semyonovich Sedov, com um primeiro-adjunto com a patente de coronel-general. Abaixo deles, estão quatro diretorias principais: a Diretoria de Proteção da Ordem Constitucional (UZKS), a Diretoria Operacional-Investigativa (ORU), a Diretoria Organizacional-Operacional (OOU) e a Diretoria de Combate ao Terrorismo (UBT). 

A torre «Priboy», literalmente preia-mar, a sede do 2º serviço do FSB em Moscovo

Eu, por exemplo, trabalhava no vigésimo andar. Entre as figuras conhecidas por perto o Sr. Igor Girkin («Strelkov»). Ele trabalhava no departamento que tratava de questões chechenas e extremismo islâmico. Seu escritório ficava a uma ou duas portas de distância do meu. Frequentemente nos cruzávamos nos corredores. Ele era uma pessoa peculiar — no seu escritório, um sabre cossaco estava pendurado na parede. 

“Na Donbas, Girkin agiu em coordenação com o FSB”

Cerca de seis meses antes dos eventos na Crimeia, Igor Girkin («Strelkov») deixou o FSB. Naquela época, ele trabalhava com o empresário [o oligarca ortodoxo] Konstantin Malofeev. Girkin é um homem a quem se pode delegar uma tarefa, e ele fará tudo o que estiver ao seu alcance para realizá-la. É claro que, na Crimeia e, posteriormente, em Donbas, Girkin cooperou com o FSB. Acho que isso facilitou a coordenação com a liderança local, representada por [general Alexander] Tatko. 

Coronel do FSB Igor «Strelkov» Girkin, atualmente um prisioneiro

[O operacional do FSB, Igor Girkin e seu grupo iniciaram a intervenção militar clandestina, a chamada «guerra híbrida» no leste da Ucrânia em 2014. Mais tarde, cidadão russo Girkin, usando o nom de guerre Strelkov, se torna o primeiro «ministro da defesa» da dita «dnr». É responsável direto do abate do Boeing-777 do voo MH-17 sob os céus da Ucrânia. Atualmente está cumprir a pena numa cadeia russa, por criticar o regime russo à direita, exigindo atacar e aniquilar Ucrânia de uma forma mais brutal, mais impiedosa e muito mais eficiente.]

“Até Sobchak estava sob vigilância”

Os protestos da Praça Bolotnaya [em 2011-2012] não assustaram exatamente as autoridades [russas]. Foram mais uma surpresa — com a quantidade de pessoas dispostas a ir às ruas e expressar abertamente sua discordância. Foi inesperado. Alguns policiais simpatizaram com os manifestantes. Eu estava entre eles. 

Dentro do Serviço, ocorreu uma reorganização. Em vez de seis departamentos, foram criados treze. As pessoas foram divididas em áreas de responsabilidade mais estreitas para que cada uma pudesse se concentrar mais profundamente em suas tarefas específicas. A vigilância de figuras da oposição se expandiu após os protestos — um círculo mais amplo de pessoas foi colocado sob controle operacional. O objetivo era identificar aqueles capazes de organizar grandes aglomerações rapidamente. 

O futuro todo-o-poderoso putin, no papel do assessor do mayor de São Petersburgo, 1990xx

A vigilância teve como alvo todos os envolvidos em atividades da oposição, sem exceção. Todos foram vigiados. Até Ksenia Sobchak [jornalista, socialité e alegada afilhada do Putin, que no início da sua carreira era um assessor / moço de recados do seu pai, o político liberal imperialista e mayor de São Petersburgo, Anatoly Sobchak] estava sob observação — posso afirmar isso com certeza porque recebi pessoalmente relatos sobre ela. 

Putin no papel do moço de recados, carragando a pasta do Sobchak

Pessoalmente, não considero Ksenia Sobchak uma figura da oposição em princípio — não se pode esperar que laranjas cresçam de álamos. Ela era monitorada em termos de seus movimentos: se ela comprasse uma passagem — de comboio/trem ou avião —, isso se tornava imediatamente conhecido. É altamente provável que seus telefones estivessem sob escuta/grampeados. Mas duvido seriamente que ela tivesse agentes de segurança a seguindo 24 horas por dia, 7 dias por semana. O caso de Sobchak é especial: ela tem conexões diretas com as autoridades e não é uma figura de oposição de base. Portanto, os materiais coletados sobre ela eram «arquivados» mais do que utilizados ativamente. 

“Os envenenamentos de Navalny e outros foram coordenados com Putin”

O FSB prefere eliminar figuras da oposição de maneiras que pareçam morte natural. Ser atingido na cabeça com um tijolo em um beco — mesmo assim é uma morte violenta. Os golpes deixam marcas visíveis. O veneno, no entanto, muitas vezes é impossível de detectar. 

Envenenamentos são de responsabilidade do Segundo — o departamento da “oposição” do UZKS, que opera em conjunto com o [Instituto de Pesquisa Científica] NII2. Organizar um envenenamento requer entender como uma toxina interage com o corpo humano e o ambiente (evapora mais rápido em ambientes externos), onde aplicá-la (em uma bebida, na pele, nas roupas), qual dose usar e como calculá-la. Os próprios agentes operativos não têm esse conhecimento, então especialistas das unidades relevantes são chamados. 

As decisões sobre envenenamentos são cem por cento coordenadas com Putin, porque tais ações inevitavelmente atraem a atenção internacional. Nada disso é realizado sem a sua aprovação. Há dois vetores possíveis. O primeiro: a decisão é tomada pessoalmente por Putin e é transmitida. O segundo: uma iniciativa vem de baixo como uma recomendação — «se isso não for feito agora, os movimentos de protesto podem crescer no futuro ou problemas políticos podem surgir no cenário internacional». Em ambos os casos, a palavra final pertence a Putin. Ele dá a ordem ou concede a aprovação. O método e o momento, no entanto, são deixados para os executores. 

“A anexação da Crimeia foi conduzida pelo General Tatko do FSB, do Segundo Serviço” 

Quando os protestos populares começaram em Kyiv, no final de 2013, oficiais do Segundo Serviço do FSB foram enviados para lá. Um papel fundamental foi desempenhado pelo então Tenente-General Alexander Evgenyevich Tatko, Primeiro Vice-Chefe do Serviço. Em termos de autoridade, Tatko estava acima de Alexei Zhalo, Vice-Chefe do Serviço e Chefe da UZKS. Até onde eu sei, ninguém estava acima de Tatko lá. Na prática, era ele quem dirigia todos esses processos.

General Alexander Tatko, 1º vice-chefe do 2º Serviço do FSB

Inicialmente, a tarefa era ajudar Viktor Yanukovych a permanecer no poder e lidar com o Maydan — em particular, envolvendo militantes [pró-russos] da «Oplot» de Kharkiv. Recomendações foram feitas sobre como agir. Mas Yanukovych revelou-se um homem covarde — às vezes, dava ordens para dispersar os manifestantes, apenas para imediatamente chamar as unidades especiais de volta. No final, ele não conseguiu manter o controlo/e. 

Quando ficou claro que Yanukovych não resistiria, a decisão foi tomada em relação à Crimeia. A partir de novembro de 2013, Tatko fez três longas viagens para lá — cada uma com duração de cerca de um mês, com breves retornos à rússia (por exemplo, durante os feriados de Ano Novo). Após a última viagem, um «referendo» foi realizado e ele retornou definitivamente ao Moscovo/ou.

sábado, outubro 18, 2025

Aniquilação dos depósitos petrolíferos na Crimeia ocupada

Imagem fotográfica e de satélite do depósito de petróleo em Feodosia, na Crimeia ocupada. A base já foi atingida antes. Ucrânia continua, com sucesso, a sua estratégia de «mil cortes», dirigida à indústria petrolífera russa.

  • OO - reservatórios que foram queimados antes do ataque de 13 de outubro
  • OO - reservatórios que foram queimados durante o ataque de 13 de outubro.

No total, 22 dos 33 reservstórios foram queimados completamente ou seja, cerca de 73% das capacidades daquela base petrolífera. 


Também há vestígios de danos em alguns outros reservatórios; talvez eles não tenham explodido porque já haviam sido danificados antes. Bem, há danos incompreensíveis à infraestrutura da base, mas levando em consideração a destruição completa de 2/3 dos tanques da base, podemos dizer que a base está em apuros. 


Outro depósito de petróleo foi atingido na Crimeia ocupada. Desta vez, está ardendo em Gvardeyskoye, muito possivelmente se trata de depósito petrolífero situado no espaço do aeródromo militar local.


sexta-feira, outubro 17, 2025

A face neofascista do «mundo russo» revelada num comboio da Suíça

A Internet cirílica está divulgando e discutindo o vídeo em que um sujeito russo, Aleksandrs Vabiks (42), muito agressivo, provoca, insulta, ameaça e no fim tenta agredir a família ucraniano-helvética, unicamente por que o casal se comunicava em ucraniano. 
A história é resumidamente é a seguinte: um russo (como ele se auto-apresentou) ameaçou matar passageiros de quem ouviu falar ucraniano. Disse publicamente que sozinho «quebraria» o homem que viajava com a sua esposa ucraniana. Depois prometeu chamar seus «amigos» e que estes «apanhariam» a família ucraniana na estação. Mas a realidade foi diferente. Dez minutos depois, o agressor estava apresantando uma queixa, para a polícia suíça, dizendo que havia sido espancado pelo marido da ucraniana, escreve o blogueiro belaruso Dzmitry Hurnievic.

A história completa. A esposa é ucraniana Olena Dudnik, seu marido Gabriel Sharov, um belaruso com cidadania suíça e seu filho de apenas 1 ano e 10 meses estavam viajando de comboio/trem de Interlaken à Spiez na Suíça. Um homem estava sentado ao seu lado e ficou chocado ouvindo a língua ucraniana. Ele se tornou agressivo, gritou que era russo e que «os russos vão matar vocês todos». Insultou, ameaçou, provocou. Tentaram acalmá-lo, mas ele não reagiu. O trataram por «você», e ele continuou a ameaçar. Gritou que era suíço (mas confundiu as palavras e disse que era «porteiro») e que os refugiados ucranianos eram pagos por seus impostos. A propósito, mais tarde descobriu-se que na realidade o agressor era um russo nascido da Letônia. 

A história terminou quando o «russo», aparentemente sentindo que havia chegado o momento de atacar, levantou-se e arrancou o telefone da mão da senhora ucraniana. O marido empurrou o russo para longe. Mas os russos, como se sabe, não desistem, e o agressor decidiu atacar o marido, fisicamente. Mas tudo aconteceu ao contrário. O belaruso, se defendendo, deu uns murros no agressor russo. Até que polícia helvética chegou. 

O russo tentou se esconder no comboio/trem, mas o arrastaram para fora. O que faz aquele que ia causar «derramamento de sangue» alguns minutos atrás? Ele comeu um «pedaço de merda». Apresentou a queixa à polícia, dizendo que foi vítima. Mas antes disso, tentou chantagear o casal, exigindo-lhes o pagamento de 10.000 francos «pelos danos sofridos», prometendo, que recebendo este valor, não iria apresentar a queixa. O belaruso, como antes, simplesmente permaneceu em silêncio e não reagiu. 

Na Internet os diversos «guerreiros de sofá» criticam o belaruso, dzem que ele era um corno, que presenciou alguém insultando a esposa e não fez nada. Gabriel, como cidadão suíço, conhece as leis do seu país. Se tivesse atacado o passageiro agressivo fisicamente, simplesmente após ouvir as os insultos e palavras muito desagradáveis ​​do pirralho do outro lado, perderia a razão. A polícia e o tribunal teriam bases para aceitar a queixa contra ele. Além disso, lutar na presença de uma criança é a coisa para evitar... Gabriel tentou acalmar a situação até o fim. Quando nada funcionou e o seu espaço físico foi violado, ele deu as tapas devidas (a criança já estava do outro lado da carruagem). Gabriel fez tudo dentro da lei. Afinal, sua esposa e seu filho estavam em perigo, e ele tinha o direito à legítima defesa. Ele sabia que seria fácil de provar o sucedido, já que havia uma gravação de vídeo de uma câmera CCTV no vagão. Contenção, coragem, sabedoria e força. Um gatinho!

Por sua vez, o Serviço de Segurança do Estado da Letônia (VDD) abriu um processo criminal contra o cidadão letão Aleksandrs Vabiks, que atacou verbalmente a família ucraniana no comboio/trem na Suíça. O caso se deu em 13 de outubro de 2025.

O processo foi aberto com base no Artigo 78, parágrafo 3, do Código Penal da Letónia, nomeadamente por «cometer atos que visam incitar a inimizade nacional e étnica e o ódio contra ucranianos, se isso estiver associado a violência e ameaças».

Também existem notícias, que Vabiks, na realidade um símples cozinheiro no aeroporto de Berna (residindo na Suíça com a residência do tipo «B») já foi demitido do seu emprego.

A imprensa/mídia letã encontrou Vabiks no registro de inadimplentes com pensão alimentícia. Ele foi identificado por conhecidos e várias pessoas nas redes sociais, que disseram que ele também os havia atacado após ouvir falar em ucraniano. O agressor tem histórico de agressões às mulheres ucranianas com filhos, ou seja, os alvos mais vulneráveis, informa The Insider.

Mais um caso prático em que um representante do chamado «mundo russo» mostra o comportamento bizarro e a cara feia do neofascismo russo, sem nenhuma razão, para esta postura não civilizada e criminosa numa Europa, que começa, lentamente, perceber o perigo russo.

«Electro-Nova»: os pioneiros da música electrónica ucraniana

Os pioneiros da música electrónica ucraniana «Electro-Nova», foi a primeira banda musical da Diáspora ucraniana, nos EUA, a gravar canções e melodias ucranianas no gênero da música eletrônica. 

No início da década de 1970, grupos musicais ucranianos na América do Norte já criavam suas músicas em diversos estilos musicais, do rock ao jazz. Nos meados dos anos 1970, canções e melodias ucranianas, graças ao grupo «Electro-Nova», soaram pela primeira vez no, então, novo estilo, da música eletrônica. 

Participantes do projeto: 

  • Marko Sydorak – sintetizador, clavinete, órgão
  • Myroslav Mahmet – violão e guitarra
  • Marcelo Milan – guitarra solo
  • Gary Nagel, Calvin Curtis – bateria e percussão
  • Eugene Kotlarchuk, George Kuzyna, Vala Nalyvajko – vocal 

O projeto «Electro-Nova» foi organizado por Marko Sydorak, descendente de emigrantes ucranianos, especialista em música eletrônica, que profissionalmente criava acompanhamento musical e efeitos especiais para comerciais de rádio e televisão. 

Marko Sydorak começou a implementar a ideia de gravar música ucraniana usando sintetizadores musicais e tecnologia computacional no verão de 1974. Ele convidou Myroslav Makhmet, músico talentoso e também descendente de emigrantes ucranianos, e os americanos Marcelo Milan, Gary Nagel e Calvin Curtis para participar do projeto. Yevhen Kotlyarchuk, Heorhiy Kuzyna e Valya Nalyvayko participaram na execução das partes vocais. 

As gravações começaram em dezembro de 1974. Durante nove meses, principalmente à noite, os músicos trabalharam no estúdio. As gravações foram concluídas em agosto de 1975 e, no final do ano, foi lançado o álbum «Ukrainian», que, com sua sonoridade original, se destacou entre outros álbuns ucranianos lançados na época no mercado norte-americano. O design da capa também é interessante, com a imagem de um pysanka ucraniano (ovo de Páscoa) no painel de um sintetizador musical, que ilustra originalmente o tema do álbum. 

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