As
diversas fotos militares foram proibidas na União Soviética, recebendo a classificação
de “segredo absoluto”. A censura soviética tinha decidido que os cidadãos não
podiam e não deviam ver as imagens que abalariam a sua confiança na ideologia
comunista soviética.
Parada
conjunta nazi-soviética em Brest
A
parada militar conjunta nazi-soviética decorreu na cidade de Brest em 22 de
setembro de 1939 e foi pensada pare celebrar a divisão e desmembramento da
Polónia entre Alemanha nazi e União Soviética, além da criação de uma nova fronteira
comum.
Mesmo
que alguns historiadores chamam a parada conjunta de “desfile solene”, isso não
muda a realidade dos fa(t)os. O coluna militar do Wehrmacht entrou na cidade, foi
recebida, de forma solene (com música e continências) pelos oficiais soviéticos.
As orquestras tocavam as marchas militares. Realmente foi uma parada.
A
coluna do Wehrmacht é saudada pelos oficiais nazis e soviéticos:
Os
oficiais nazis e soviéticos apertam as mãos — a foto nunca foi publicada na
URSS.
Os
oficiais soviéticos e nazis convivem num ambiente informal, contam piadas, se
riem, trocam de cigarros:
Os
oficiais soviéticos e nazis discutem o novo mapa da Europa. As fotos provam que
Alemanha nazi e URSS comunista começaram a II G.M. como aliados. Nada disso foi mostrado na URSS. A propaganda soviética criou o mito de que
a URSS pacífica sofreu o “ataque pérfido” em 22 de junho de 1941. Ocultando os
mesmos ataques realmente pérfidos da própria União Soviética contra Finlândia e
Polónia em 1939.
«Talvisota»
A
guerra soviético-finlandesa ou a “Talvisota” se tornou a parte da II G.M. Durante
toda a década de 1930 URSS pressionava Finlândia à “mudar a fronteira” e
colocar as bases militares soviéticas no país. Após recebem o firme não, nas negociações
falhadas em Moscovo, em 3 de novembro de 1939, na URSS começou uma forte
campanha propagandista anti-finalandesa — os finlandeses eram chamados de “finlandeses
brancos”, “brancos não acabados”, em alusão às forças monárquicas da
guerra civil russa de 1918-1924.
No
dia 25 de novembro de 1939, URSS atacou a Finlândia, a aviação soviética usava
as bombas incendiárias contra os bairros claramente residenciais das cidades
finlandesas. A foto proibida na URSS mostra o centro de Helsínquia após o
ataque indiscriminado da aviação soviética:
A
propaganda soviética usava o termo absolutamente absurdo de “finlandeses
brancos” que alegadamente estavam “oprimindo
o povo finlandês”. Absurdo supremo residia no facto de que o movimento “branco”
(monárquico) russo na Rússia e depois na emigração, defendia indivisibilidade
do império e estava firmemente contra a independência da Finlândia, conseguido
pelo país na sequência do golpe comunista de 1917.
Finlândia
foi defendida pelo seu povo — o mesmo que vieram “libertar” os bolcheviques. A foto,
proibida na URSS, mostra um autocarro/ônibus civil que leva até a linha da
frente os voluntários finlandeses que pegaram em armas:
A
foto mostra uma viatura civil, pintada de branco, que era usada para levar à
linha da frente todo o tipo de mantimentos que os finlandeses mandavam ao seu
exército, que resistia ao avanço do Exército Vermelho (RKKA). A foto também foi
proibida na URSS — propaganda comunista dizia que os tais “finlandeses brancos”
dispunham de um enorme exército profissional, treinado pelos “instigadores
ocidentais da guerra” – os bolcheviques não queriam admitir que tiveram 130.000
baixas às mãos dos voluntários finlandeses: operários, camponeses ou caçadores.
A
foto também nunca foi publicada na URSS – os POW´s soviéticos em cativeiro dos “terríveis
finlandeses brancos”. Numa casa aquecida, com comida quente, com cortinas nas
janelas. A propaganda soviética dizia que todos os prisioneiros dos finlandeses
são submetidos a terríveis torturas e privações intoleráveis.
Cidadãos
soviéticos ao serviço dos nazis(tas)
Somente o assim chamado “Exército de Libertação da Rússia” (ROA) do general Andrey Vlasov foi
composto por cerca de 130.000 combatentes, que participavam nos combates contra
RKKA e contra os insurgentes comunistas.
Mas
além de ROA, serviam no Wehrmacht várias outras unidades militares formadas por
cidadãos soviéticos. Por exemplo, o 5º Regimento de Wehrmacht dos Cossacos de
Don. A foto mostra o seu comandante, ex-major do RKKA, Ivan Kononov e o seu
ajudante-de-campo:
Os
cossacos russos do Wehrmacht – armados com a pistola-automática PPSh soviética,
provavelmente capturada aos soldados do RKKA mortos.
Os
cossacos russos do Wehrmacht à ler a revista propagandista nazi(sta) “Signal”, publicada
em vários idiomas, desde 1942 também em russo.
Os
cossacos russos do Wehrmacht na repressão da revolta de Varsóvia. O RKKA, à
mando do Estaline, não auxiliou os polacos/poloneses a combater os nazis(tas)
em Varsóvia – as forças soviéticas estacionaram e esperaram que os nazis(tas)
acabem com as forças militares polacas. Já os cossacos russos ao serviço dos
nazis(tas) ajudaram ativamente aos alemães a esmagar a revolta antinazi(sta) polaca/polonesa.
Uma
foto terrível – um cossaco russo ao serviço dos nazis(tas) mata com a sua
espada cossaca um cidadão soviético cativo. Toda a ação decorreu na Ucrânia
ocupada e foi registada pelo oficial húngaro. Na URSS, essas fotos terríveis
nunca foram publicadas (ler mais sobre os cossacos
russos do Wehrmacht).
Os cossacos russos do Wehrmacht exibem a sua arte de matar (+18) |
A
foto à esquerda (até hoje pouco conhecida na Rússia) mostra Sergei Mikhalkov (sentado, com o seu irmão Mikhail de pé) – o poeta-mor do
regime comunista e autor do hino soviético – um dos instigadores da histeria
anti-espiões na literatura soviética da década de 1930 e lambe-botas de Estaline.
A foto da direita mostra o seu irmão, Mikhail Mikhalkov, em fardamento real do
oficial das SS em 1941. Mikhail Mikhalkov, que serviu no esquadrão especial de SMERSH/NKVD,
foi capturado pelos nazis, se apresentou como um alemão étnico, recebendo a
posição de oficial numa das divisões de blindados das SS.
Novamente preso
em 1944, mas, desta vez, pelos soviéticos, entregou ao RKKA as disposições alemãs, informou
que era um oficial do NKVD e irmão de Sergei Mikhalkov, após disso foi levado ao
Moscovo, onde funcionou como um agente provocador na cadeia de NKVD de
Lubyanka. Sob o disfarce de um prisioneiro, Mikhail Mikhalkov forjava as relações
amigáveis com outros prisioneiros, obtinha-lhes as informações valiosas, que
depois passava ao NKVD.
Após
a morte do Estaline, Mikhail Mikhalkov começou ser publicado na imprensa
soviética, atuou como propagandista de temas militares que exortavam o patriotismo soviético, pelo que
recebeu numerosos certificados de honra, diplomas e prémios dos concursos soviéticos
da canção.
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