A
blogueira russa bloha-v-svitere
conta como a sua filha Alexandra, aluna da 4ª classe da escola pública russa, recebeu uma TPC (de língua russa) inusitada: escrever a carta imaginária ao pai
que esteja algures na linha da frente. “Muito recentemente você estava connosco,
mas agora [esta] na [linha da] frente...”, assim começa a carta.
Muito
recentemente, o jornal digital português Observador
publicou um vídeo, em que no sul da Ucrânia, as crianças e adolescentes estavam
à escavar as trincheiras. Com receio de um ataque russo e de que a região se
torne vulnerável, os jovens ajudavam aos adultos na preparação para a guerra.
A
reação do público liberal português esteve entre: “Ensinar crianças a
"preparar" guerra? Como é possível???” e “Mobilização ideológica...”
No
entanto, quer a guerra russo-ucraniana que mata os ucranianos diariamente desde
a primavera de 2014, quer o mais recente ataque da marinha/FSB russos contra os
navios ucranianos no Mar
Azov mostram uma única coisa. Em qualquer das situações Ucrânia pode contar
com as suas próprias forças, esperando apoio do Canada, dos EUA e dos países da
Europa Central. Toda Europa Ocidental, na melhor das hipóteses mostra uma “grande
preocupação”, mesmo capaz de até solicitar as “provas” que comprovem que Ucrânia
realmente foi atacada.
Centro de Helsínquia após os bombardeamentos soviéticos em 1939 |
Ao
menos em 1939 a Liga das Nações não pediu à Finlândia as provas do ataque
soviético, assim como não foram pedidas, no mesmo 1939, as provas à Polónia do
que o país realmente foi invadido pelo 3º Reich e depois pela União Soviética.
Ou
seja, quando um pai russo (não necessariamente o pai da menina Alexandra), invade
ilegalmente Ucrânia, só as trincheiras cavadas e as Forças Armadas da Ucrânia
(FAU) ficam entre forças russo-terroristas e as crianças ucranianas. Os
liberais europeus continuam nos seus sofás à ficarem “muito preocupados”,
exortando a resolução pacífica da “briga” entre “os povos irmãos”...
A
menina russa Alexandra, entre os choros, acabou por conseguir compor a carta
imaginária ao pai:
Ver a história original |
Olá
querido pai! Escreve-lhe a filha Sasha. Muito recentemente você estava em casa.
Eu lembro como nós brincamos e passeamos. E agora você está na [linha da] frente.
Estamos muito preocupados com você. Acima de tudo, quero que você volte sã e
salvo. Mãe e eu oramos para que você volte.
Pai,
para que você precisa dessa guerra?!
Melhor
volte para nós! Está tudo bem em casa! Por que você precisa disso?!
Nós
temos comida, estamos bem. Nikita e eu vamos para a escola, mãe vai ao trabalho
e educa-nos. Eu odeio aquelas pessoas que começaram a guerra!
Eu
quero que todos sempre vivam em paz e estejam por perto, e que não haja a guerra...
Com
amor, sua filha Sasha, mãe e meu irmão mais velho Nikita!
Folha
titular do livro escolar, o livro corresponde ao padrão educacional estatal da
federação russa, foi publicado em 2015:
Imagem
do exercício escolar:
A
mãe da menina Alexandra (Sasha), a blogueira bloha-v-svitere, queria responder
de uma forma sarcástica, mas a menina que estuda apenas na 4ª classe não deixa,
por medo (!) da professora:
POW´s soviéticos no cativeiro finlandês |
“Pai/papai!.. esperamos que você já tenha cruzado a
linha de frente e estejas bem alimentado e quentinho no acampamento do maldito
inimigo!..”
A carta imaginária ao pai na linha da frente do cartoonista russo Alyosha Stupin: "Tio Sergey trouxe a lenha. Mãe foi com ele ao cinema por dois dias. Me deram ao menos os sortvetes"... |
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