Apesar
da forte crença dos fás do terrorista brasileiro Rafael
Lusavarghi de que o seu ídolo voltará ao Brasil “em breve”, o caso do “nazi
cossaco” será julgado de novo, provavelmente fora de Kyiv e com grandes probabilidades
de réu novamente ser condenado à uma pena que poderá variar entre 12 à 15 anos
da cadeia efetiva, escreve a página ucraniana Novynarnia.
Todas as fotos do julgamento do dia 12/10/2017 @novynarnia.com |
No
dia 12 de outubro de 2017, o Tribunal do Bairro Pechersk de Kyiv, prorrogou a
prisão preventiva do Lusvarghi em mais 60 dias, que este cumprirá na sela
solitária da cadeia Lukyanivska,
situada na capital ucraniana.
Após
a anulação da condenação do terrorista brasileiro na 1ª instância, decidida
pelo Tribunal de Apelação de Kyiv em 17 de agosto de 2017, a primeira sessão preparatória
do novo julgamento foi marcada para o dia 14 de novembro, devido a ausência do
advogado do Lysvarghi – Velentin Rybin, conhecido pelo seu engajamento no apoio
jurídico aos separatistas locais e terroristas russos, detidos nas cadeias
ucranianas (ler mais Centenas
de mercenários russos sofrem nas cadeias ucranianas).
Medo
mortal do procurador!
Rafael
Lusvarghi tentou o afastamento do procurador Ihor Vovk, representante da
Procuradoria da cidade de Kyiv e do Ministério Público. O terrorista argumentou
que “sente medo quando Dr. Vovk se encontra na sala de julgamento”. O tribunal
recusou o pedido do terrorista.
Após
as consultas com o seu novo advogado, Lusvarghi mudou a tática e já não
reconhece a sua culpa nos crimes que cometeu no leste da Ucrânia e cujas
evidências publicou e divulgou de uma forma excessiva na Internet e na imprensa,
de livre e espontânea vontade, se encontrando em liberdade, ainda nos
territórios ocupados da Ucrânia ou já no Brasil.
A
base legal de repetição de julgamento
A fundamentação legal do Tribunal de Apelação de Kyiv que decidiu repetir o julgamento |
O
Tribunal de Apelação de Kyiv, que anulou a condenação na 1ª instância, fez isso,
considerando que não foram respeitados alguns direitos do réu e não porque a
sua culpa não fosse comprovada.
Explica
o procurador Ihor Vovk: Na [condenação] são mencionadas seis localidades, onde [Lusvarghi
cometia os crimes], um dos locais é o aeroporto de Donetsk (DAP), situado no distrito
de Kyiv(skiy) da província de Donetsk. Existe uma lei ucraniana especial que determina
os tribunais na Ucrânia livre que são responsáveis de julgar os crimes
cometidos nas áreas ocupadas. De acordo com apreciação do Tribunal de Apelação,
os crimes cometidos na área do aeroporto de Donetsk e arredores, devem ser julgados
no tribunal da cidade de Pavlohrad
na província (oblast) de Dnipropetrovsk.
O
tribunal da 1ª instância provou que Lusvarghi cometeu diversos crimes contra
Ucrânia nas localidades de Verhulivka; Pervomayske; Horlivka; Starobesheve;
Debaltseve e nos arredores do DAP. A lei determina que o julgamento deveria
decorrer na jurisdição do último crime conhecido ou do crime mais grave. Caso não
seja possível determinar este local com exatidão, o julgamento decorre na
jurisdição da investigação – no Tribunal do Bairro Pechersk em Kyiv. O Tribunal
de Apelação estabeleceu que o local de pelo menos um crime do Lusvarghi foi
positivamente determinado: rua Elitna № 7, arredores do DAP.
Cadeia Lukyanivska de Kyiv: a casa do Lusvarghi |
Além
disso, o Tribunal de Apelação considerou que o tribunal da 1ª instância explicou
ao Lusvarghi os pressupostos do artigo № 349 do Código do Processo Penal da
Ucrânia de forma «insuficiente [boa] para a sua compreensão». No primeiro julgamento,
em janeiro de 2017, Lusvarghi reconheceu a sua culpa e concordou com a forma
curta de apreciação do caso. O Tribunal de Apelação considera que ele não
compreendeu, de forma clara e cabal, os pressupostos deste artigo.
O
terceiro ponto que ditou a anulação da condenação na 1ª instância é a
consideração do Tribunal de Apelação que ao Lusvarghi não foram explicados os
pressupostos do artigo № 285 do PP da Ucrânia: «anulação da responsabilidade
criminal». Na apreciação do Dr. Vovk este é um artigo sem nenhum cabimento ou aplicação
prática no caso Lusvarghi, acusado de cometimento dos crimes “particularmente
graves”.
Posição
da acusação
Dr. Ihor Vovk |
Como
explica Dr. Vovk, o MP da Ucrânia irá solicitar para além de extensão do prazo
da prisão, o caso seja encaminhado ao Tribunal Especial Civil e Criminal da
Ucrânia e já este tribunal decidirá a jurisdição certa do julgamento. O que
pode ser dito com segurança, é que o caso não será repetido em Kyiv, pois caso
isso acontecer, a defesa novamente poderá recorrer ao Tribunal de Apelação.
Na
opinião do Dr. Vovk, todas as manobras dilatórias são de autoria do advogado do
Lusvarghi, Valentim Rybin. Desta maneira o “advogado dos terroristas” tenta garantir
ao seu cliente a cela solitária na cadeia de Lukyanivska, onde, tudo indica, o terrorista
brasileiro se sente bem, demonstrando uma boa aparência, cara barbeada, etc.
"O cavaleiro brasileiro da novaróssia se recuperou de ferimento e está pronto para as novas façanhas" |
Na
apreciação do procurador ucraniano, caso Lusvarghi não reconhecer a sua culpa,
não haverá motivos para suavizar a sua pena. Como tal, ele deverá ser condenado
à uma pena efetiva entre 12 à 15 anos, dependendo da decisão do tribunal. É importante
frisar que caso o advogado do réu não aparecer ao julgamento, de uma forma deliberada,
a sessão será adiada e o réu receberá um novo advogado oficioso.
A caderneta militar do Lusvarghi, emitida pelos terroristas da dita "dnr" |
Além
dos diversos vídeos na rede YouTube, no decorrer da detenção do Lusvarghi, as
autoridades ucranianas apreenderam a caderneta militar da dita “república popular
de Donetsk”; as condecorações assinadas pelo terrorista russo Igor “Strelkov”
Gurkin pela participação em combates do lado da dita “dnr”; um certificado do
hospital “republicano”, segundo o qual Lusvarghi teve ferimentos de armas de
fogo. Tudo isso confirma a sua participação nas hostilidades militares. São provas
bastante suficientes para provar a sua culpa.
***
Em
25 de janeiro de 2017 Rafael M. Lusvarghi foi condenado aos 13 da cadeia, com
confisco dos seus bens, sob acusação de cometimento os crimes especialmente
graves, previstos na 1ª parte do Art. 258-3 e na 2ª parte do Art. 260 do Código
Penal da Ucrânia: “…participação num grupo ou organização terrorista” (crime sancionado
com as penas entre 8 à 15 anos de cadeia) e “participação nas unidades
militares não previstas na lei” (as penas entre 3 à 8 anos).
Será
que Lusvarghi é um terrorista ou apenas “um soldado”?
Rafael Lusvarghi no leste da Ucrânia com alguns outros terroristas brasileiros |
A posição ucraniana, em considerar este cidadão de
terrorista é absolutamente juridicamente blindada pela legislação brasileira,
nomeadamente, pelo Decreto da Presidência da República do Brasil № 5.938,
de 19 de outubro de 2006 que promulgou o Tratado de Extradição entre a
República Federativa do Brasil e Ucrânia, celebrado em Brasília, em 21 de
outubro de 2003, e que estabelece a seguinte definição do terrorismo: “o
atentado contra pessoas ou bens cometidos mediante o emprego de bombas,
granadas, foguetes, minas, armas de fogo, explosivos ou dispositivos similares”
(artigo № 3, alínea 5, ponto c) III).
2 comentários:
Parabéns à Ucrânia! Mantenha esse verme preso ae, usando saia nas cadeias ucranianas. Otario, esses "soldados de Facebook" só quer aparecer, com suas ideologias babacas... Q apodreça nas celas, e sirva pelo menos de adubo para o solo ucraniano. Ao menos teria feito uma coisa útil.
Como se no Brasil já não tivéssemos tantos problemas, ainda temos esse tipo de gente para nos envergonhar ainda mais.
Pode apodrecer na prisão ucraniana, pois aqui no Brasil é um inútil.
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