O
terrorista e mercenário russo Victor
Ageev capturado na Ucrânia em combate em julho de 2017, será julgado em
breve na província de Luhansk. As autoridades russas “se esqueceram” do seu cidadão
e aconselharam à família contar com advogado oficioso, escreve o jornal russo Novaya
Gazeta.
Os
materiais do caso criminal já foram entregues ao Tribunal Distrital de Novoaydarivsk,
explicou a porta-voz do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), Olena Gitlianska.
O julgamento de Victor Ageev pode começar nas próximas semanas.
A
investigação acusa o russo capturado de criar uma organização terrorista (1ª parte
do artigo 258-3 do Código Penal da Ucrânia) e manusear ilegalmente as armas (1ª
parte do artigo 263 do CPU). Em ambos os casos a pena vai até 15 anos de prisão
efetiva.
Juntamente
com Ageeev serão julgados dois separatistas locais, residentes em Severodonetsk
e Alchevsk. A acusação nota que militar do exército russo, em março de 2017 Ageev
“se juntou aos grupos terroristas, onde serviu como operador de metralhadora de
um pelotão especial de reconhecimento”. O próprio Ageev afirma que não se
envolveu em atividades terroristas, mas confirma que serviu na dita “lnr” como um
militar russo sob contrato.
A
defesa do terrorista russo no decorrer do seu julgamento estará ao cargo de um advogado
ucraniano oficioso, as autoridades da federação russa recusaram-se alocar os
meios financeiros para a defesa paga do Ageev. A mãe do terrorista foi
informada sobre essa decisão pelo consulado-geral russo em Kharkiv. “Por enquanto
a opção é essa: um advogado oficioso. Como me disseram os meus diplomatas, que
falaram com ele, é especialista nada mau, embora não é o nosso” (Sic!), a mãe
do Ageev conta o teor da sua conversa com o vice-cônsul russo em Kharkiv,
Andrei Alenkin.
O
Cônsul russo prometeu seguir o caso do Ageev e deu o seu número de telefone à
mãe do terrorista. “Ele disse para ligar ao qualquer momento”, conta Svetlana Ageeva
e acrescenta que, ao marcar o número, ouviu o “gambigueiro e ranger” no
receptor. O “telefone” que Cônsul deixou era um número de fax (Sic!). Acontece
que também ninguém atende os números (listados no site oficial) do consulado
russo em Kharkiv.
Em
julho de 2017, juntamente com jornalista russo Pavel Kanygin, a mãe do
terrorista Svetlana Ageeva recebeu a permissão da Ucrânia de visitar o seu
filho na prisão de Starobelsk. Mais tarde, ela se encontrou com os Cônsules
russos em Kyiv, pediu-lhes para ajudar com os serviços de um advogado pago.
Como assegurou o Cônsul Ivan Zavorin, os diplomatas russos iriam levantar essa
questão junto às autoridades de Moscovo.
Um
mês depois, em 31 de agosto, sem receber a resposta, Svetlana Ageeva enviou uma
carta à Tatyana Moskalkova, a Provedora de Justiça da Rússia, que também
prometeu se envolver no caso do russo capturado. “Isso é muito importante, e se
surgir algum pedido, estou pronta para visitar o nosso cidadão”, disse o
Provedora na sua declaração de 25 de agosto de 2017. Ageeva pediu a Moskalkov
que visitasse o terrorista detido em Starobelsk e esclarecesse a situação da procura
do advogado; dois meses depois, a Provedora de Justiça não reagiu à este pedido.
Blogueiro: como costuma
dizer o jornalista russo Arkady Babchenko
(ele próprio veterano russo da 1ª e 2ª guerras na Chechénia): “se lembre filho,
a pátria irá te trair sempre!”
Bónus
Volodymyr
Zhemchugov, um ucraniano de origem russa, natural de Luhansk, ex-mineiro,
empresário, desde início da guerra russo-ucraniana pertencia à resistência
ucraniana na região de Luhansk, num acidente perdeu ambas as mãos e
parcialmente a visão, passou quase um ano no cativeiro terrorista. Após saber
do caso Victor Ageev, Volodymyr decidiu falar à mãe do mercenário russo: “Você
pode ficar tranquila, onde está o seu filho, na cadeia ucraniana, ele está
seguro”.
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