A polícia da RDA comunista contempla, através do murro de Berlim, os confrontos entre polícia e os esquerdistas ocidentais |
Os
blogues esquerdistas costumam publicar a estória dos 182 cidadãos da Alemanha
Federal que “fugiram” para RDA. Para provar, que além dos alemães orientais, que fugiam do terror
comunista e do STASI, também havia os alemães ocidentais que queriam escapar do “capitalismo
opressor”.
Em
31 de março de 1988 as autoridades do Berlim Ocidental e da Alemanha Oriental
assinaram um acordo sobre a troca de território, segundo o qual o Berlim
Ocidental comprou, por 76 milhões de marcos alemães, diversos terrenos pertencentes
à RDA, de 96,7 hectares, entre eles o Lenné-Dreieck (Triângulo
Lenné), situado na parte ocidental do Murro de Berlim. A posse do terreno
deveria ocorrer em 1 de julho de 1988, pretendendo as autoridades do Berlim
Ocidental, usar o Triângulo Lenné para construir a estrada circular de Berlim.
Em
26 de maio de 1988, antes da transferência de território, o Triângulo Lenné foi
ocupado pelos diversos esquerdistas do Berlim Ocidental. Eles acamparam no
terreno, alegando a protecção da vida selvagem local. A situação política era favorável
aos esquerdistas: a polícia de Berlim Ocidental não tinha o direito de invadir o
território de RDA, apenas bloqueou o terreno com a cerca metálica, enquanto as
autoridades da RDA não mostraram qualquer interesse no que estava acontecendo. Os
esquerdistas “rebatizaram” o terreno de Lenné-Dreieck em Kubat-Dreieck. Norbert
Kubat foi preso em 1 de maio de 1987 devido a perturbação da ordem pública nas
manifestações do 1º de Maio de 1987, em Kreuzberg. Em 26 de maio de 1987, ele
cometeu suicídio no centro de detenção, após ver recusada a libertação da
prisão preventiva.
Em
1 de julho de 1988 a polícia do Berlim Ocidental escorraçou os numerosos
manifestantes esquerdistas do local. Mas 182 deles, usando as escadas
improvisadas treparam o Muro de Berlim e chegaram ao Berlim Oriental, onde, por
acordo prévio com as autoridades da RDA, os estavam esperando camiões. Os “fugitivos”
foram levados à um centro social em Berlim Oriental, onde comeram o pequeno-almoço
(café da manhã). Posteriormente, após prestarem depoimentos às autoridades
comunistas, e em pequenos grupos, deixaram a RDA através dos postos de controlo
normais e voltaram ao Berlim Ocidental. A sua “fuga” da “opressão capitalista”,
durou, em média, menos de meio-dia.
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