terça-feira, julho 03, 2018

Arménia processará os responsáveis pela supressão do “Maydan” de 2008

Arménia lançou a investigação formal dos acontecimentos de 1 de Março de 2008, quando a oposição arménia, protestando contra a falsificação das eleições presidenciais ao favor do Serj Sargsyan saiu à rua e foi alvo da repressão, por parte do exército, com uso de armas de fogo (morreram pelo menos 7 e foram feridos até 230 manifestantes).

O regime arménio fez do exército nacional cúmplice em crimes contra a nação, e é natural que os crimes e os seus responsáveis não foram nem esquecidos, nem perdoados. Arménia já colocou na lista dos procurados o ex-ministro da Defesa Mikael Harutyunyan, o 2º presidente da Arménia independente, Robert Kocharian recebeu uma intimação oficial para depor na qualidade do presidente em funções durante os acontecimentos do março de 2008.

Harutyunyan está na Rússia e luta contra a sua possível extradição para a Arménia. Kocharyan também está fora do país. Aparentemente, muito em breve ele também será colocado na lista de fugitivos mais procurados pela justiça arménia.

Como escreve o blogueiro militarista russo, el-murid, de uma certa forma, os eventos arménios podem ser projetados à Rússia. Presidente russo e o seu círculo mais próximo tem reticências graves de entrega do poder à qualquer candidato ou força que não lhes garante a proteção absolutamente “blindada” por vários “acontecimentos” que se deram na Rússia nas últimas duas décadas. Desde o assassinato do general Lev Rokhlin, os ataques [alegadamente] terroristas de Moscovo, Volgodonsk, Buynaksk e Ryazan [atribuídos à alegada resistência chechena, mas que ajudaram, sobremaneira, na eleição presidencial do Putin em maio de 2000]. Além disso na Rússia se deu uma longa cadeia de assassinatos políticos e ataques supostamente terroristas, cujas circunstâncias não “batem certo” com as versões oficiais. Demasiadamente sangue e mortes se arrastam atrás dos [responsáveis políticos] atuais para que estes arrisquem sair da berlinda. Os eventos na Arménia confirmam: basta à chegada ao poder de alguém sem o passado criminoso, tão logo nasce a necessidade de começar à lidar com os crimes dos governantes em funções. Portanto, para Putin e para os seus próximos a reforma/aposentadoria significará o início de um processo criminal imediato pelas ações que cometeram ao longo dos anos. A existência do Estado-máfia (Mafia State) é demasiadamente cara, por isso, no final, as contas terão que ser apresentadas aos seus cabecilhas.

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