No
dia 14 de dezembro o Tribunal Distrital de Amesterdão decidiu que a coleção de
ouro cita, não voltará aos museus da Crimeia ocupada e será devolvido à Ucrânia,
logo que terminará o prazo de três meses, consagrado na lei para o recurso
judicial.
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Brincos com figuras humanas |
Tudo
começou em fevereiro de 2014, quando o museu holandês Allard Pierson recebeu uma
coleção de ouro cita, chamada “Goud en geheimen van de Zwarte Zee” (Ouro e segredos do Mar
Negro), formada pelas obras pertencentes aos museus da Ucrânia continental
e da Crimeia. Após a anexação da Crimeia pela Rússia e fim de exposição em
agosto de 2014, e perante a reclamação da Ucrânia e das autoridades de ocupação
russas, o museu holandês “congelou” a exposição na sua posse, passando a resolução
do diferendo ao sistema judicial da Holanda.
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Recipiente para o incenso com duas caras, ano 1508 A.C. |
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Recipiente em forma de carneiro |
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A deusa com pés em forma de serpentes |
Os
interesses da Ucrânia foram defendidos pelo escritório de advocacia “Bergh Stoop
& Sanders NV”, que ganhou pelo seu serviço a módica quantia de 6 milhões de
€, outros 110.000 € Ucrânia pagará à
Holanda pelo armazenamento e inventário da coleção.
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O grife de bronze |
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A caçarola de bronze |
É
de notar que as peças mais valiosas, incluindo a Peitoral Cita, do século IV, pertencentes
aos museus da Ucrânia continental foram devolvidas à Ucrânia logo após o fim da
exposição.
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A famosa Peitoral Cita, uma das peças mais valiosas de toda a coleção |
Entre
os museus da Crimeia, o museu-reserva “Chersonese da Távria” contribuiu à exposição
com 28 peças. A peça mais valiosa é um decreto (em forma de três fragmentos da placa
de mármore) em honra do historiador Sirisc de Chersones,
datado da 2ª metade do século III A. C. A placa é a única prova documental da
própria existência do historiador, considerado o primeiro historiador profissional
que viveu no atual território da Ucrânia. O Museu de Simferopol enviou à
Holanda 132 peças, museu de Kerch – 190 e de Bakhchysarai – 215, entre
elas o fecho de ouro, conhecido como o “no do Héracles”.
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O decreto em forma de placa de mármore |
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O fecho de ouro “no do Heracles” |
Dado
que os Países Baixos (e todos os outros países da União Europeia) não
reconhecem a ocupação e anexação da Crimeia para a Rússia, o Tribunal Distrital
de Amesterdão decidiu que o ouro cita dos museus da Crimeia pertence à Ucrânia
e será devolvido ao país, escreve a página ucraniana Korrespondent.net
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Recipiente de cerâmica, reino do Bósforo |
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Os tesouros do sudeste da Crimeia, ano 1000 D.C. |
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A reconstrução do traje feminino |
O
Ministério da Cultura da Rússia acusou o tribunal de “violar os princípios de
intercâmbio internacional entre museus e o direito do povo da Crimeia (Sic!) de ter acesso a sua própria
herança cultural”. Os museus da Crimeia prometeram recorrer da decisão do
tribunal.
É
de notar que a diretora dos Museus do Kremlin, Elena Gagarina, apoiou a decisão
de devolver o ouro à Ucrânia: “Todo o espólio de museu é a propriedade do
Estado, não é a propriedade de um determinado museu ou de uma outra instituição
cultural. Neste caso, quando os objetos foram retirados do território da
Ucrânia, eles eram a propriedade da Ucrânia como o Estado, esta decisão
parece-me bastante razoável”, – disse Gagarina, citada pela página Meduza.
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