Desde
dia 27 a linha da frente emDokuchaievsk,
controlada pela72ªBrigada
especial aerotransportada da guarda das FAU, vive uma certa acalmia. Embora os grupos
russo-terroristas usam os franco-atiradores, os seus grupos de sabotagem tentam
penetrar na retaguarda ucraniana, à procura dos pontos mais acessíveis das suas
defesas.
A
fotógrafa e voluntária ucraniana Olena
Bilozerska, próxima da ala militar do “Setor da Direita” conta como é viver a vida quotidiana na linha da frente...
Claro,
na vida quotidiana, usamos a loiça diferente :)
A
vida diária, de propósito, gradualmente fica melhor. Eu recebi a luz e até
mesmo a minha própria tomada elétrica e a minha própria extensão! Não se riam,
vocês sabem quantos dispositivos electrónicos eu tenho na linha da frente que
precisam de serem carregados? Seis. Este é um recorde absoluto na nossa
unidade.
Aquecimento,
não há, como não havia, mas a rua está se aquecendo, assim, em breve, o
aquecimento já não será muito necessário.
Dois
últimos dias tivemos problemas com alimentos. Os nossos acabaram e nós fomos alimentados
pelo pessoal das FAU. Ou seja, na base temos muita comida, mas não temos o
transporte próprio e nem sempre podemos ir à onde precisamos. Hoje trouxeram a comida
da base, teremos um banquete :)
Ontem
à noite, a propósito, tivemos uma pequena guerra. O adversário alvejou as nossas
posições com uma dúzia de mísseis antitanque, usava os morteiros AGS,
metralhadoras pesadas e lança-minas. Os nossos, claro, respondiam com tudo, por
isso está tudo bem.
Bem,
parece que são todas as nossas novidades. Vou embora, senão os meus queridos
malandros vão comer tudo sem mim :)
Viver
sem a electricidade e sem o aquecimento não é tão difícil como pode parecer. Ainda
mais, porque alguns dos nossos já tem tudo isso, então há uma esperança de que
em breve tudo isso estará ao meu alcance.
Difícil
é outra coisa: perceber que a zona industrial de Avdiivka é o inferno e não
estar lá.
Anteontem
telefonei ao Yuri Skrebets, famoso neurocirurgião e chefe médico da do posto “Mechka”.
Todas as suas férias ele gasta na linha da frente como um simples paramédico
com nome de guerra Yuzyk. Yuri disse: “Temos aqui o Estalinegrado. Diariamente 15-17
feridos. Combates de armas ligeiras numa distância de 50 metros. Eu posso
vê-los, eles me podem ver – não é à toa que cá cheguei”. Foi antes de ontem. Ontem
Yuri já estava no hospital – retirava os feridos e perto da ambulância caiu o
morteiro de 120 mm. A contusão forte. Pelo menos, assim me disseram os
voluntários da unidade Hospitallers.
Yuri
Skrebets é um herói.
Na
nossa base tudo é muito tranquilo. No período noturno, nos últimos três ou
quatro dias alguns morteiros vão caindo e é tudo, todo o resto acontece muito
raramente. Os feridos são poucos, são principalmente “surpresas”, os sérios, graças
à Deus, não temos.
Eu
acho que agora é assim, em todos os lugares onde deste ou daquele motivo existem
as “zonas cinzentas”. Temos uma “zona cinzenta” bastante pequena, mas ainda
está lá. O nosso comandante entende que todos nós agora pensamos sobre a zona industrial,
e diz que alguém tem que estar aqui.
Consolo-me
com o pensamento de que é possível visitar “Estalinegrado” por um ou dois dias
e voltar de lá ferida, por não sei quantos dias ou até para sempre. Pois a
guerra está em curso. E alguém tem que estar aqui. E até o final da guerra alguém
tem que estar em lados diversos. Todas as noites, em todas as posições frias,
em todos os postos de observação – alguém tem que lá ficar. Alguém tem que ir
até a pequena zona neutra. A guerra em 90% é composta por isso.
Não
estamos aqui...
Dmytro Yarosh e a inscrição na parede à verde: "não estamos aqui"...
No
dia 17 de março o deputado e chefe do Exército Voluntário da Ucrânia (UDA),
Dmytro Yarosh e o comandante do 8º Batalhão do UDA “Aratta”, Andriy “Cherven” Gergert,
visitaram as forças ucranianas na vila de Shyrokyne.
Dmytro Yarosh [que deixou a liderança do “Setor da Direita”] disse na conversa
com os voluntários ucranianos que ficou encantado com o espírito de luta dos
nossos. Yarosh frisou que a vitória será ucraniana, mas que essa não será nem
rápida, nem fácil, que esta guerra ainda está para durar.
Voluntários ucranianos com Dmytro Yarosh em Shyrokyne
Ver
mais fotos da vila de Shyrokyne após esta for visitada pelo “mundo russo”:
A
páginaMegaangola.com,
criadana Ucrâniapelos estudantes angolanos residentes na cidade de Vinnitsya, firmou recentemente a
sua primeira parceria estratégica
com arádio Ucrangola, fundada pelos estudantes angolanos de Dnipropetrovsk.
Deste
jeito, se uniram dois núcleos de estudantes angolanos da Ucrânia: o núcleo mais
“médico” do oeste e o núcleo dos “engenheiros” do leste, falando de um modo descontraído
e generalizando no bom sentido.
O CEO da MegaAngola prometeuaos
seguidores das iniciativas “as boas
surpresas ao
respeito do crescimento das ambas”e informou também que já é possível ouvir a rádio Ucrangola à partir do site. Pois as empresas possuem os objectivos
semelhantes,trazer a
informação e o entretenimento ao seu público.
Os
ouvintes podem seguir os programas da
rádio Ucrangola
no Facebook ou on-line em rádio Ucrangola,
contactando a estação pelo telefone +380938983531
Bónus
O
estudante e músico angolano residente na Ucrânia, Oseias Gime, também conhecido como Mister G, se
apresentou recentemente no
Festival da Cultura
Internacional em Vinnitsya, onde foi bastante
aplaudido ao cantar o seu novo hitchamado “Homem Fiel”. Mas antes disso, o
músico deu alguns toques do clássico ucraniano “Stozhary”, apresentado pela
primeira vez 35 anos atrás pelo grande cantor ucraniano Nazariy Yaremchuk.
A
Internet ucraniana adorou a
seção
fotográfica da paramédica ucraniana de origem chechena, Amina Okueva,
que mereceu a mais ampla divulgação na blogosfera da Ucrânia. Moradora de
Odessa e ativista da revolução da dignidade, Amina é voluntária na Operação
Antiterrorista (OAT).
Como
diz a própria Amina na sua página de Facebook:
“na realidade não esperava que as imagens vão cair no gosto dos internautas,
não me sinto muito à vontade naquelas
vestes. Mas estou contente por vocês gostaram, amigos e seguidores.) Numa outra
oportunidade tentaremos fazer mais algo interessante, no mesmo estilo.)”
Amina
também agradece a fotógrafa Alexandra
Lisitskaja e recorda que no texto do artigo mais uma vez erradamente foi
chamada de franco-atiradora.
Amina e a sua medalha popular (não oficial) "Herói da Ucrânia"
A
exposição fotográfica “As mulheres na polícia ucraniana”
O
fotógrafo americano Misha Friedman apresentou em Kyiv o seu trabalho dedicado às
mulheres na nova polícia da Ucrânia. A exibição foi aberta na capital ucraniana
na sexta-feira passada, como parte da DocudaysUA,
o festival internacional de cinema dedicado aos direitos humanos.
Misha
Friedman: “No país onde machismo existe, onde a
violência doméstica é alta, ter as mulheres em uniforme, ter as mulheres que
patrulham as ruas ... você sabe que eu vivo em um estado [Nova Iorque nos EUA]
onde a sua presença é significativa, eu sei que se uma reforma for bem-sucedida,
as mulheres estarão no seu centro”.
De
acordo com as estatísticas, o número das mulheres na nova polícia ucraniana
ronda 30 por cento. Todos os grupos de patrulha são mistos, compostos por um
homem e uma mulher. A oficial da patrulha Oksana Kapytanska conta que os seus
colegas homens tratam ela como igual, sem esquecer que ela é uma mulher.
Os
ativistas da Diáspora ucraniana em Portugal lançaram na Internet em forma da
página Web e na rede Facebook o Centro Ucraniano de Imprensa que pretende divulgar
as notícias e organizar os eventos, dedicados à atualidade da Ucrânia em
português.
O
objectivo do projeto é fornecer as informações oportunas e precisas sobre os
acontecimentos na Ucrânia ao público mais amplo em português.
O
conteúdo do projeto: semanalmente é preparado o digest de principais notícias
ucranianas em português que é oferecido aos jornalistas, especialistas em
diversas áreas sociopolíticas, deputados da AR e pessoas interessadas em
atualidade ucraniana e internacional, provenientes de Portugal, Brasil, Angola,
Moçambique e outros países lusófonos.
De
momento no projeto trabalha uma equipa de 6 tradutores e 2 editores do Porto e
Lisboa, bem como os seus parceiros do “Ukraine Crisis Media Center” de Kyiv.
As
páginas do projeto: http://uacrisis.org/pt
, todos os interessados também são convidamos à seguir e compartilhar a página
do Centro na Facebook.
O
centro será grato pelas vossas sugestões, críticas e contribuições!
Os
ucranianos de Portugal protestam contra o ex-embaixador da Ucrânia
A
comunidade ucraniana residente em Portugal ficou bastante preocupada com a
presença do ex-embaixador da Ucrânia Sr. Okexandr Nikonenko, apoiante fervoroso
do regime corrupto do Viktor Yanukovych em particular e da política pró-russa
em geral, como um dos palestrantes no III Seminário Internacional de Segurança
Transatlântica que terá lugar no dia 12 de Abril de 2016 no Instituto de Defesa
Nacional em Lisboa.
Foi
por iniciativa da comunidade ucraniana em Portugal, que sr. Nikonenko foi convidado pelo governo ucraniano à regressar à Ucrânia e não o representar
mais o país ao nível internacional porque não defendia os interesses ucranianos.
Achamos
também, que na atual situação de assim chamada “guerra híbrida” que Federação Russa mantém contra Ucrânia, a representação da posição ucraniana deve ser
feita pela embaixadora actual, a Sra. Inna Ohnivec que
representa o governo legítimo e não pelo ex-embaixador que perdeu o nosso voto
de confiança. Solicitamos aos organizadores do evento substituir a participação
do Sr. Nikonenko pela Senhora embaixadora da Ucrânia.
Na
nossa opinião, desta forma V. Excias ajudariam na não divulgação da propaganda
do governo russo ao nível internacional que já originou diversos conflitos, entre os quais a guerra na Ucrânia.
Com
os melhores cumprimentos,
Presidente
da Associação dos ucranianos em Portugal, www.spilka.pt
A
comunidade voluntária internacionalInformNapalmapresenta um artigo da autoria do
Vyacheslav Gusarov, especialista de segurança da informação do grupoResistência
Informativa. A InforNapalm criou a infografia para visualizar os dados do
artigo.
A
década de 1990 caracterizou-se pela desintegração da ex-Jugoslávia, onde no
verão de 1992 apareceram os primeiros “voluntários” russos, formados na guerra
na Transnístria (Moldova). Vieram, alegadamente, para defender os eslavos
locais.
Entre
eles figurava Igor “Strelkov” Girkin, hoje amplamente conhecido pelo seu papel
na invasão da Ucrânia. Os meios de comunicação russos (com lágrimas nos olhos)
apresentavam estes “voluntários” como arquétipo do “patriotismo russo”.
No
entanto, podemos questionar: será possível na Rússia pós-soviética sair do país
com os equipamentos de combate, e até mesmo tomar parte nas hostilidades?
O
escritor russo Mikhail Polikarpov assegura na biografia do Igor Girkin que
várias centenas de “voluntários russos” operaram continuamente na Bósnia, em
1992-1995, usando a tática de grupos de reconhecimento e sabotagem. A base dos “voluntários”
eram funcionários de empresa de segurança “Rubikon” do São Petersburgo.
Então
seria lógico perguntar: será que todos eles se infiltraram na ex-Jugoslávia sob
o disfarce de turistas russos? É claro, neste caso, nada seria feito sem a
participação da SVR-FSB. Imediatamente após o colapso da União Soviética, as
autoridades de segurança estatal criaram uma unidade especial e secreta não oficial,
composta pelos profissionais militares, que foi utilizado nos diversos locais
quentes da antiga União Soviética e no exterior.
Sob
o pretexto da protecção dos interesses da Rússia, os militares da unidade
especial eram usados nas diversas áreas de conflitos – Transnístria, Alto
Karabakh, Geórgia, Crimeia.
Com
o tempo, surgiu a necessidade de criar a base legal que legalizaria as
atividades de grupos armados ilegais no interesse do estado russo.
A
ilusão legal e regulamentar
A
informatização global é uma dor de cabeça para as operações especiais russas,
frequentemente os materiais indesejáveis apareciam em fontes abertas. Havia
uma necessidade da criação da plataforma legal, à semelhança dos países
civilizados.
Uma
das primeiras tentativas foi a alteração da lei russa “Sobre o armamento”
(2008), que permitiu às estruturas estrangeiras das corporações russas como “Transneft”,
“Lukoil” ou “Gazprom” usar as armas de fogo para garantir a segurança dos
locais no estrangeiro. Sob a capa desta alteração, foram criadas as primeiras
formações armadas no exterior.
Isso
não pareceu ser suficiente, por isso, a partir de 2011, os meios de comunicação
russos começaram a discutir ativamente o estabelecimento de um instrumento
militar de influência governamental russa. Em seguida, na imprensa apareceram
os artigos que defendiam a necessidade de formar “destacamentos voluntários de
reservistas do FSB, do Serviço de Inteligência Externa e das Forças Armadas da
federação russa”.
Os
representantes do partido de Putin, “Rússia Unida” apresentaram à Duma Estatal
(câmara baixa do parlamento russo) o projeto-lei № 574.772-5 “Sobre às
alterações aos determinados actos legislativos da federação russa na questão de
criação da reserva humana de mobilização”.
A
lei foi aprovada e entrou em vigor em 1 de janeiro de 2013 e muitas das questões
específicas foram dissimuladas sob as formulações pouco claras:
A
Lei № 288-FZ (2012), determina a ordem de serviço nos serviços especiais da
federação russa via “permanência na reserva”, criada pelo presidente russo. A
permanência na reserva é definida quer por um estatuto especial, quer por “outros
actos jurídicos reguladores da federação russa”. Além disso, os reservistas
podem receber formação em “instituições profissionais especiais”, que hoje
podem ser as empresas privadas militares russas (que possuem o direito de formar
e treinar especialistas do determinado perfil militar).
Em
2013, o deputado da Duma, Aleksandr Mitrofanov apresentou o projecto de lei № 62015-6
“Sobre a regulação estatal da criação e das atividades das empresas militares
privadas”. A lei previa permitir às EMP o seguinte:
Possuir em seu uso os itens militares;
Se envolver em actividades empresariais
e geradoras de rendimentos;
Prestar outros serviços militares.
Para
a referência: no art. 27 da Lei “A autoridade do Governo da federação russa”,
se diz que as autoridades federais controlam totalmente as atividades das EMP e
“exercem outras competências em matéria de empresas militares privadas”. A lei
não especifica o conceito de “prestação de outros serviços militares” (Art. 18,
p. 2).
Um
ano antes, em 2012, o deputado Mitrofanov recebeu a bênção do então
primeiro-ministro Putin para a criação daquela lei. Na altura Putin chamou o
sistema de empresas privadas militares na Rússia de “ferramenta para a
implementação dos interesses nacionais sem a participação direta do Estado”.
Bem, esta é a definição exacta das actividades das EMP russas.
Em
outubro de 2014, outro deputado da Duma estatal, Gennadiy Nosovko apresentou um
outro projecto de lei “Sobre as empresas militares privadas”. De momento ambos
os projectos estão em processo de revisão.
Gennadiy
Nosovko é bastante explicito no seu anteprojeto:
«Essas
empresas estarão sob o controlo especial e escrutínio do FSB, e, naturalmente,
as suas actividades serão completamente transparentes para o Estado. Todas as
atividades das EMP se planeiam para serem realizadas somente com a aprovação
das autoridades, e no exterior – com o consentimento dos respectivos governos».
«Hoje,
a república popular da Luhansk e república popular de Donetsk possuem os seus
próprios governos. Na minha opinião, o poder da lnr e da dnr poderia autorizar
as atividades de nossas EMP nos territórios das repúblicas. [...] Alguém deve
proteger os moradores de Donbas e a Rússia agora não tem a base legal para
intervir e ajudá-los. Há voluntários, mas na existência das empresas militares de
segurança a escala da ajuda poderia ser muito maior».
«Isso
permitirá ao estado se distanciar dos conflitos militares mencionados, à fim de
evitar a responsabilidade pelas implicações políticas e pelos crimes inevitáveis
durante a guerra, cometidos pelas EMP, agindo no interesse da Rússia».
Empresas
privadas militares da Rússia
Cerca
de dez empresas privadas militares foram criadas na Rússia ao longo dos últimos
anos. Na zona de OAT foram detetados diversos terroristas que passaram o treino
especial nas EPM russas. As mais conhecidas entre elas:
“RSB-Group”
– se considera como empresa privada de consultoria militar. Um detalhe
importante: a empresa oficialmente opera em áreas com situação política
instável em coordenação com os governos legítimos de outros países. As
atividades militares ilegais em Donetsk e Luhansk, na sua visão, se encaixam
nesta formula, uma vez que os líderes separatistas são reconhecidos, de facto,
pela Rússia como representantes dos respetivos “governos”;
“Anti-Terror”
– grupo de empresas que conta com um centro de formação, unidade de desminagem
e dá cobertura à algumas organizações formadas por ex-oficiais das forças
especiais russas. A organização é especializada em formação e treino para a
realização das diversas tarefas especiais nas áreas com alto risco militar. A
empresa conta com o apoio direto do FSB que lhe permitiu ganhar os contratos no
Iraque;
“MAP”
– empresa militar privada que fornece uma gama completa de “serviços de
segurança'” nas áreas com altas atividades terroristas ou em situação política
instável. Está envolvida na formação, consultoria, inteligência, as vendas de
bens militares, etc. Na prática, “MAP” enviava ilegalmente os seus funcionários
à zona de OAT, alegadamente para garantir a entrega da “ajuda humanitária” nos
territórios ocupados pela “dnr”;
“Moran
Security Group” – grupo de empresas de perfil militar, dedicado a protecção de
cargas marítimas e terrestres. Tem um centro de treino naval em São
Petersburgo;
“Centro
R(edut)”, também conhecida como “Tiger Top-rent security” e “Redut-Antiterror” –
organização militar privada, cujos membros participaram nas hostilidades na
ex-Jugoslávia, Cáucaso, Iraque e Afeganistão. A empresa treina os
franco-atiradores (e anti franco-atiradores), infantaria, sapadores,
engenheiros de rádio, membros das unidades de reacção rápida em ambiente
urbano, etc.
É
provável que as atividades das EMP enumeradas são, de alguma forma, ligadas à
guerra na Ucrânia, em forma de recrutamento, formação de terroristas ou prestação
do apoio. No entanto, os membros das EMP pertencentes às “ATK-group”, “Slavonic
Corps Limited”, “Vizantiya”, foram vistos na área da OAT, bem como na Síria.
Além
disso, na Rússia funcionam as EPM com a “reputação cinzenta”, que podem ser
classificadas de grupos terroristas.
Por
exemplo, “Empresa militar privada Vagner” (nome anterior “Corpo Eslavo”)
apresenta-se como uma estrutura militarizada fechada; o seu campo de treino
está localizado na região de Krasnodar na Rússia, no centro de formação da 10ª
Brigada de Forças Especiais da Direcção de Inteligência Principal do
Estado-Maior Geral da federação russa. Com elevada probabilidade, podemos supor
que observamos aqui o mencionado acima mecanismo da criação de unidades
voluntárias de reservistas do GRU russo.
Empresa
apresenta a organização semelhante às forças especiais: chegada, entrevista,
testes, quarentena, treino especial intensivo, exame e envio em uma missão. A
principal prioridade é sigilo absoluto. De acordo com fontes fechadas, a
principal tarefa da “EMP Vagner” é preparação e envio dos combatentes russos à guerra
na Síria. Esta versão é confirmada pelos dados publicados na imprensa
russa.
Obviamente,
estes homens são a espinha dorsal da infantaria russa que sob o disfarce de “voluntariado”
combatem na Síria ao lado do al-Assad. Sabe-se que os destacamentos de “voluntários”
são enviados para a Síria do aeródromo militar russo Primorsko-Akhtarsky, que
está localizado à 200 km do centro da formação da “EMP Vagner”.
De
acordo com informações confidenciais, a “EMP Vagner” já perdeu na Síria algumas
centenas de seus combatentes. Esta informação é parcialmente confirmada pelos
dados OSINT: 10 mortos chegaram à cidade de Sebastopol da Síria em 24/09/2015;
26 corpos de fuzileiros navais da 810ª Brigada especial chegaram à Sebastopol
em 20/10/2015; 1 caixão com um soldado morto na Síria chegou à Sebastopol em
27/10/2015, etc.
“E.N.O.T.
Corp” é mais uma “estrutura sombra” russa. Ao contrário da anterior, a empresa
possui uma página online onde coloca uma breve descrição de suas tarefas:
educação militar-patriótica e recolha de ajuda para “novorossia”. No entanto,
existem os dados que indicam o envolvimento do “E.N.O.T. Corp” nas operações
militares na área da OAT, operações de aniquilamento da “milícia em Antratsyt”,
combates ao lado dos terroristas e acompanhamento dos “comboios humanitários”.
O famoso líder dos separatistas, o cidadão russo A. Borodai, ligado ao FSB
russo está envolvido nas actividades desta EMP.
A
empresa possui um arsenal de armas, a possibilidade de treino em tiro,
desminagem, reconhecimento e planeamento de batalha. É provável que o
componente “militar patriótico” e “humanitário” é apenas um elemento de
ocultação dos seus principais objectivos – as operações especiais de fornecimento
do armamento e do material militar aos terroristas de Luhansk e participação em
combates contra as forças ucranianas.
De
acordo com fontes confidenciais, os curadores da “E.N.O.T. Corp” recrutam os
terroristas do Donbas para participação nas operações na Síria. Há informações
de que entre 700 à 1.000 terroristas já deixaram as regiões ocupadas da
Ucrânia. Como motivação lhes é prometida a cidadania russa, a anulação dos
registos criminais e os salários na ordem de 90.000 – 250.000 rublos (1.343 – 3.731
USD). Além disso, aos terroristas recomendam “defender a Rússia” não só na
Síria, mas também no Tajiquistão e no Alto Karabakh, onde a situação é
complicada e pode ser escalada à qualquer momento.
Os
cossacos como uma organização pública militar russa
A
função histórica dos cossacos da protecção das fronteiras do império russo
degenerou ao longo do século passado, e este grupo social se transformou em um
grupo de mercenários. As unidades de cossacos russos são amplamente utilizadas
pela liderança russa para desestabilizar situação nos estados vizinhos da
Rússia.
Esta
prática teve lugar na Chechénia, na Abecásia, na Ossétia do Sul, na
Transnístria, na Crimeia, no Donbas e na ex-Jugoslávia. Recentemente, os
cossacos de Krasnodar participaram na anexação da Crimeia em 2014, e os grupos
armados da região de Rostov vieram ilegalmente à Ucrânia para “proteger o mundo
russo”.
Os cossacos terroristas russos algures na Ucrânia, 2014-2015
Como
no caso anterior, uma pergunta lógica surge: como podemos explicar o surgimento
de unidades paramilitares de cossacos no território do adversário e com as
tarefas de combate? O funcionamento das comunidades cossacos da Rússia está sob
o controlo do governo russo através do Conselho para os Assuntos cossacos
afecto ao presidente da federação russa.
Por
exemplo, de acordo com a lei “Sobre o serviço estatal dos cossacos da Rússia”,
as unidades de cossacos podem ser envolvidas em:
Medidas para a prevenção e eliminação de
situações de emergência de desastres naturais, defesa civil e territorial;
Protecção da ordem pública, protecção
das fronteiras, a luta contra o terrorismo;
Várias atividades, realizadas em
conjunto com as autoridades executivas federais.
As
tropas cossacas são oficialmente autorizadas se dedicar não apenas à história e
tradições, mas também ter as atividades militares e treino de combate. Na
realidade, algumas cidades russas delegaram aos cossacos a esfera de segurança pública
que permite que eles possuem o seu próprio arsenal de armas. Além
disso, os cossacos russos são “domesticados” pelos subsídios do Estado. Esta
situação permite usar estes esquadrões em atividades pseudo-patrioticas de
acordo com os planos do Kremlin.
***
Assim,
as guerras na Donbas e na Síria demonstram a participação das organizações
militares privadas russas nesses conflitos. Com ajuda das EMP, o Kremlin
realmente criou uma alavanca clandestina de influência militar sobre a vida
político-social dos outros países.
No dia 25 de março o
Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), comemora o seu dia profissional. Para
assinalar o dia, SBU apresentou a sua nova página e produzia um vídeo para “felicitar”
os traidores que após a ocupação da Crimeia traíram o seu juramento, passando
servir o FSB russo.
A nova página do SBU
funciona no seguinte endereço: http://www.ssu.gov.ua
A página anterior foi criada mais de 10 anos atrás, é tecnicamente e moralmente
obsoleta (essa pagina estará em funcionamento por mais algum tempo: http://www.sbu.gov.ua).
O novo sítio possui o novo design, integração com as redes sociais, acesso
fácil às fotografias, arquivo de vídeo e um motor de busca potente. Algumas
utilidades serão acrescidas oportunamente; de momento, são corrigidos os
possíveis erros e falhas no seu funcionamento.
Não é segredo que durante
longo período SBU não estava próximo ao cidadão da Ucrânia, vivendo a sua
própria vida, ganhando o dinheiro de forma mais ou menos obscura, servindo o
regime do Viktor Yanukovych.
SBU e a sociedade civil
Neste momento na
Ucrânia funciona o Conselho Comunitário da Renovação do SBU, onde os voluntários
e ativistas sociais trabalham em conjunto com a liderança de secreta para
reformular o serviço (a
síntese do último encontro). A sociedade civil ucraniana quer que SBU faça
limpeza dos seus quadros, livrando-se dos membros corruptos e dos agentes
infiltrados, desejando contribuir ao processo.
SBU na defesa da
Ucrânia
O grupo "Alfa" do SBU em treinos
Dezenas de oficiais do
SBU, os membros do Centro das Operações
Especiais “Alfa”,
da contra-inteligência e dos diversos outros departamentos, pelo segundo ano
consecutivo defendem Ucrânia no decorrer da guerra russo-ucraniana,
oficialmente conhecida como Operação Anti-terrorista (OAT). Eles já conduziram
diversas operações de sucesso, sobre muitas das quais hoje ainda não é possível
falar publicamente, para não comprometer a segurança nacional da Ucrânia.
Numa das paredes do
aeroporto de Donetsk que contém a lista das unidades que participaram na sua
defesa, no fim da lista, podemos ler: CSO “A”-Grom-Nikolaev (Mykolaiv). A
inscrição foi deixada pelo major Roman, conta o blogueiro ucraniano Roman Sinicyn:
Major Roma(n) passou duas
rotações no aeroporto de Donetsk, no seu tempo livre (!), em segredo, quer da
família, quer das chefias. Pedia as férias e viajava até a vila de Pisky, de lá,
já na companhia dos pára-quedistas ia até o aeroporto. Como voluntário, sem
nenhum estatuto oficial e com armamento capturado ao inimigo.
Major Roman do "Alfa" do SBU na OAT
Um dia, a sua cara
apareceu na reportagem dos jornalistas ucranianos, ele foi reconhecido e
chamado à capital ucraniana para ser reprimido. Felizmente, o senso comum
ganhou e em vez de repreensão, Roman recebeu a ordem militar “Bohdan Khmelnytskiy”
do 3º grau.
O grupo "Alfa" do SBU na linha da frente
Major Roman sofreu
diversas contusões, mas continua a chefiar uma das unidades especiais de “Alfa” do SBU na zona de OAT.
Felicitamos o major Roman com
o dia do SBU!
As felicitações aos traidores...
Para recordar o 2º
aniversário da anexação da Crimeia, SBU produziu o vídeo desmotivacional “Lembramo-nos
dos traidores”, onde reuniu as imagens fotográficas e de vídeo dos antigos funcionários
da secreta ucraniana que após a anexação da Crimeia passaram à servir o FSB
russo. O vídeo foi publicado na Internet no dia 24 de março, nas vésperas do
Dia do SBU.
Os traidores do SBU
“25 de março é um
feriado profissional dos funcionários do Serviço de Segurança da Ucrânia, que, dedicadamente
resistem à agressão da federação russa. Mas há funcionários, que na hora crucial
para o país, traíram o juramento e se passaram para o lado do inimigo. [...] Esta
é apenas uma pequena parte dos traidores, mas lembramo-nos de todos. No final,
ainda gostaríamos de felicitar todos os ex-funcionários da SBU, que estão ao
serviço do FSB. Parabéns pelo 16 de março – o dia do traidor”, – se diz na
legenda do vídeo (16/3/2014 é a data de ocupação da Crimeia pela Rússia),
informa a Rádio Liberdade.
A vida dos traidores
Na primavera de 2014 o
SBU perdeu cerca de 90% dos seus efetivos da Crimeia: dos cerca de 2.300
funcionários, apenas 215 se mudaram para Ucrânia continental, os restantes ou
se passaram para FSB ou deixaram o serviço.
Por sua vez, sabe-se
que o próprio FSB expulsou os 13 “integrais” (assim a secreta russa chama, de
forma não oficial, os ex-funcionários do SBU), outros 17 foram movidos e
colocados nas diversas regiões russas fora da Crimeia. Por vezes colocados nos
postos de menor importância, embora à todos os traidores foi prometida a
permanência na península e manutenção das suas regalias e postos de trabalho.
Desde 2014 Ucrânia não
julgou nenhum dos seus ex-funcionários da secreta por alta traição, uma das
razões é a dificuldade de sua detenção e apresentação nos tribunais ucranianos.
“A regra do que os traidores
não são respeitados em lugar nenhum foi confirmada na Crimeia. Os traidores da
Crimeia não foram respeitados no FSB desde o seu primeiro dia. E até agora, lá continua
a limpeza dos indesejados. Foram lhes criadas as condições de trabalho
intoleráveis, eles estão sob a pressão psicológica das chefias, eles são
punidos por menores infrações, tendo em conta de que os operativos “puros” do FSB
são intocáveis. Assim, os traidores gradualmente são expulsos: são transferidos
aos serviços longe da Crimeia, ou são demitidos, temendo que eles podem trair
novamente, como fizeram em 2014”, – informam as fontes ucranianas.