Desde
dia 27 a linha da frente em Dokuchaievsk,
controlada pela 72ª Brigada
especial aerotransportada da guarda das FAU, vive uma certa acalmia. Embora os grupos
russo-terroristas usam os franco-atiradores, os seus grupos de sabotagem tentam
penetrar na retaguarda ucraniana, à procura dos pontos mais acessíveis das suas
defesas.
A
fotógrafa e voluntária ucraniana Olena
Bilozerska, próxima da ala militar do “Setor da Direita” conta como é viver a vida quotidiana na linha da frente...
Claro,
na vida quotidiana, usamos a loiça diferente :)
A
vida diária, de propósito, gradualmente fica melhor. Eu recebi a luz e até
mesmo a minha própria tomada elétrica e a minha própria extensão! Não se riam,
vocês sabem quantos dispositivos electrónicos eu tenho na linha da frente que
precisam de serem carregados? Seis. Este é um recorde absoluto na nossa
unidade.
Aquecimento,
não há, como não havia, mas a rua está se aquecendo, assim, em breve, o
aquecimento já não será muito necessário.
Dois
últimos dias tivemos problemas com alimentos. Os nossos acabaram e nós fomos alimentados
pelo pessoal das FAU. Ou seja, na base temos muita comida, mas não temos o
transporte próprio e nem sempre podemos ir à onde precisamos. Hoje trouxeram a comida
da base, teremos um banquete :)
Ontem
à noite, a propósito, tivemos uma pequena guerra. O adversário alvejou as nossas
posições com uma dúzia de mísseis antitanque, usava os morteiros AGS,
metralhadoras pesadas e lança-minas. Os nossos, claro, respondiam com tudo, por
isso está tudo bem.
Bem,
parece que são todas as nossas novidades. Vou embora, senão os meus queridos
malandros vão comer tudo sem mim :)
Viver
sem a electricidade e sem o aquecimento não é tão difícil como pode parecer. Ainda
mais, porque alguns dos nossos já tem tudo isso, então há uma esperança de que
em breve tudo isso estará ao meu alcance.
Difícil
é outra coisa: perceber que a zona industrial de Avdiivka é o inferno e não
estar lá.
Anteontem
telefonei ao Yuri Skrebets, famoso neurocirurgião e chefe médico da do posto “Mechka”.
Todas as suas férias ele gasta na linha da frente como um simples paramédico
com nome de guerra Yuzyk. Yuri disse: “Temos aqui o Estalinegrado. Diariamente 15-17
feridos. Combates de armas ligeiras numa distância de 50 metros. Eu posso
vê-los, eles me podem ver – não é à toa que cá cheguei”. Foi antes de ontem. Ontem
Yuri já estava no hospital – retirava os feridos e perto da ambulância caiu o
morteiro de 120 mm. A contusão forte. Pelo menos, assim me disseram os
voluntários da unidade Hospitallers.
Yuri
Skrebets é um herói.
Na
nossa base tudo é muito tranquilo. No período noturno, nos últimos três ou
quatro dias alguns morteiros vão caindo e é tudo, todo o resto acontece muito
raramente. Os feridos são poucos, são principalmente “surpresas”, os sérios, graças
à Deus, não temos.
Eu
acho que agora é assim, em todos os lugares onde deste ou daquele motivo existem
as “zonas cinzentas”. Temos uma “zona cinzenta” bastante pequena, mas ainda
está lá. O nosso comandante entende que todos nós agora pensamos sobre a zona industrial,
e diz que alguém tem que estar aqui.
Consolo-me
com o pensamento de que é possível visitar “Estalinegrado” por um ou dois dias
e voltar de lá ferida, por não sei quantos dias ou até para sempre. Pois a
guerra está em curso. E alguém tem que estar aqui. E até o final da guerra alguém
tem que estar em lados diversos. Todas as noites, em todas as posições frias,
em todos os postos de observação – alguém tem que lá ficar. Alguém tem que ir
até a pequena zona neutra. A guerra em 90% é composta por isso.
Não
estamos aqui...
Dmytro Yarosh e a inscrição na parede à verde: "não estamos aqui"... |
No
dia 17 de março o deputado e chefe do Exército Voluntário da Ucrânia (UDA),
Dmytro Yarosh e o comandante do 8º Batalhão do UDA “Aratta”, Andriy “Cherven” Gergert,
visitaram as forças ucranianas na vila de Shyrokyne.
Dmytro Yarosh [que deixou a liderança do “Setor da Direita”] disse na conversa
com os voluntários ucranianos que ficou encantado com o espírito de luta dos
nossos. Yarosh frisou que a vitória será ucraniana, mas que essa não será nem
rápida, nem fácil, que esta guerra ainda está para durar.
Voluntários ucranianos com Dmytro Yarosh em Shyrokyne |
Ver
mais fotos da vila de Shyrokyne após esta for visitada pelo “mundo russo”:
1 comentário:
Isto e asqueroso e revoltante! Terroristas armam e usam crianças:
http://vk.com/id72714390
http://vk.com/danyaguf
Por favor, ajude a denunciar você tb! Leve este caso as autoridades do seu pais. obviamente se trata de um abuso!
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