terça-feira, março 01, 2016

Shyrokyne: uma vila ucraniana após a visita do “mundo russo”

No último dia 26 de fevereiro, a vila balnear de Shyrokyne, situada no mar Azov, passou definitivamente ao controlo da Ucrânia. Em fevereiro – julho de 2015 a localidade foi o palco de intensos combates entre as forças ucranianas e os terroristas russos, em resultado, entre 60 à 80% das moradias locais ficaram no estado irreparável.
"Os russos não se rendem...", escreveram estes antes da sua fuga
O monumento ao militar soviético falecido em 1943, destruído pelos terroristas russos
e viatura em que morreu o voluntário do regimento "Azov", com nom de guerre "Akela"
A fotografa e voluntária ucraniana, Olena Bilozerska, visitou a localidade e fotografou o estado apocalíptico em que ficou a vila após a visita casual do “mundo russo”.
É tudo que restou de uma viatura...
A aldeia de Pusky [ponto de resistência ucraniana nos arredores de Donetsk] não ficou menos destruída, mas em Pusky vivem as pessoas. Aqui não há nenhuma viva alma, nem mesmo os gatos e cães, apenas cantam os passarinhos.
A escola local, usada como a base dos terroristas russos
O impacto do morteiro de 150 mm
Do asfalto brotam os traseiros das minas de 80 mm e 120 mm, há minas surpresas, não em cada casa, mas são bastantes. As blindagens e as trincheiras reforçadas, deixados pelo inimigo terrorista. Cheira o mar e cheira a guerra.
"Pare, está minado", o cachorrinho entende ucraniano
O cão que roubou a carne e foi perdoado
Numa extremidade da vila, onde estão aquartelados os militares ucranianos, aparecem as mantilhas dos cães vadios. Roubaram 10 kg de carne, mas foram perdoados.
"Se vendem os terrenos, do tamanho de 5x9 metros"
Nesta viatura, usada para o combate, também morreram os voluntários ucranianos...
Ao longo da praia morta estão os empreendimentos turísticos destruídos. As casas nada pobres dos moradores locais – apartamentos e as garagens. Eram. Hoje nem são ruínas, são montes do lixo de construção civil. Diversos brinquedos de crianças, inteiros e partidos, as loiças espalhadas, os livros nos charcos de chuva.   
O militar ucraniano que apanha o armamento espalhado pelos terroristas achou um espelho inteiro
"Morte ao/do (?) "yankee", delírio terrorista no profundo leste ucraniano...
As conservas fabricadas na Rússia...

A saída ao mar é arriscada, a arreia está cheia dos obuses “falhados” que não explodiram. Mesmo assim, arreia é marcada pelas pisadas humanas, as pessoas vagueiam por ai, à procura do algo que pode ser usado como lenha.
Rua da Paz Nr. 15
Rua da Paz Nr. 11
Um piano caro numa casa morta sem mobílias, toquei nele a marcha fúnebre. A destruída loja de roupa. Algumas saías até agora ficam penduradas nos cabides. Numa parede ao lado está escrito com as letras maiúsculas “novorossia”. Num dos murros, quando estavam escrever a palavra “c@ralho” fizeram logo cinco erros e saiu “dnr” ;-)  
Gente, não se deve esquecer, os pensamentos são materiais. Nunca mais implorem pela chegada do “mundo russo”, pois este é assim mesmo, bastante infernal.

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