O
cineasta belaruso, radicado na Ucrânia, Leonid Kanfer, passou em 2015 os três dias
da sua vida numa unidade terrorista no leste da Ucrânia, autodenominada “companhia
especial Zoria”, à atuar na região de Luhansk.
Leonid,
acompanhou os seus efetivos, na sua grande maioria de nacionalidade russa, em
diversas situações antes, durante e após os combates com as forças ucranianas,
em diversas localidades nos arredores de Slovianoserbsk.
Dado
que, infelizmente, este filme documental não possui as legendas, embora as
merece, eis as histórias daqueles, à quem a desenfreada propaganda russa empurrou à Ucrânia com intuito de matar os ucranianos, isso é “defender o mundo russo
contra os americanos”...
Os terroristas da Letónia: Valik (Valentim) e Margó (Elina) à saída de Moscovo |
Depois
segue a imagem um blindado queimado (6´55´´), pertencente aos terroristas e
aniquilado pelas forças ucranianas. Os terroristas e separatistas o
transformaram no local de culto. Os dois terroristas, pertencentes ao posto de
controlo na auto-estrada Luhansk-Kharkiv pisaram a sua própria mina (8´45´´).
Um deles morreu, era o seu primeiro dia na linha da frente, os comparsas nem conheciam
o seu nome (Sic!), a presença da aliança apenas indicava que ele era casado...
Outro terrorista foi ferido nas pernas e barriga, mas dizem que irá sobreviver. O chefe da
unidade é conhecido pela alcunha de Mingol (15.08), ele é cidadão russo, após o
ferimento na perna ficou aleijado. O calado terrorista Yura, conhecido como Pchela (Abelha), provém
do Cáucaso, provavelmente é um osseta. Diz que “perseguir os diabos é uma
causa santa” (16.03). Quando é perguntado pelo Leonid porque pensa que os ucranianos são “os diabos”, responde que não pensa (Sic!), apenas sabe. Pelo meio, as filmagens mostram que os terroristas de
Luhansk usam as tácticas do Hamas, se colocando e alvejando as forças
ucranianas à partir dos bairros residenciais.
A
segunda estória é do jovem Andrey (21), natural de Cherepovets, onde deixou a
família e a namorada. Apenas disse à um único amigo que iria combater na Ucrânia.
O jovem Andrey, com o ranho no nariz, mas ainda com a vida... |
Andrey:
– Sim, mas assim, então, os ucranianos
ocupariam o Donbas...
LK: – tu percebes que essa guerra é artificial, se a Rússia não apoiasse, não haveria a guerra?
Andrey: – sim, claro... a Rússia ajuda pelo menos um pouco...
LK: – achas que faz bem? É um outro país, eles [os ucranianos] devem resolver isso sozinhos...
Andrey: – América apoia Ucrânia!
O filme mostra os instrutores profissionais russos à treinarem os separatistas locais e terroristas vindos da Rússia (24´/25´). Em algum momento, à noite, o grupo leva todo o seu armamento e quase todos os homens que restam, cerca de dez, à linha da frente. Valentim partiu a mão numa rixa de rua em Moscovo, talvez isso lhe salvou a vida. Pois, dos que partiram à linha da frente volta apenas a metade. Dos 6 blindados ligeiros, os terroristas conseguiram colocar em funcionamento apenas um.
A
terceira estória é do Victor (terrorista com um facalhão que aparece aos 31´30´´). Vem da
cidade russa de Voronezh, é jurista, veio à Ucrânia porque “gosta, mas é, da
guerra”, está desiludido pelo facto de que poucos comparsas vieram para matar
os ucranianos pela ideia (as razões mais habituais evocadas pelos terroristas: “tenho
que pagar o crédito ao banco”, “fugi das circunstâncias da vida”, etc.)
LK: – se Rússia não [vós] apoiasse e não assegurasse [o vosso funcionamento], vocês aguentariam?
Valentim: – eu..., eu não sei... talvez não... (29´)
Um terrorista tártaro: “essa guerra é a última fronteira da 3ª guerra mundial”.
As posições terroristas vão sendo alvejadas pelas FAU. Mas o chefe Manguço (38´) está convencido do que eles são vítimas do “fogo amigo”, a realidade posterior mostrou que ele estava errado...
Os
terroristas e separatistas voltam de combate, dos dez, apenas cinco se safaram
com a vida (44´), outros foram feridos. Yura Pchela (43´), está com uma
contusão, tem a fuça toda preta e apanhou um estilhaço na mão. O chefe Mingol o
manda para hospital, para ser observado pelo médico, Pchela (foto em baixo) balbucia em resposta: “então
abre a minha mão para ver se tenho lá o estilhaço”.
Horas mais tarde a separatista Yulia recebe a notícia do que o seu namorado Cossaco (separatista local, foto em baixo) foi morto em combate (47´10´´), eles começaram à namorar um mês atrás. Outra separatista local, a Irina, também é informada sobre a morte do namorado Igor, o Soldado.
LK: – por que [razão] morreu o seu marido?
Horas mais tarde a separatista Yulia recebe a notícia do que o seu namorado Cossaco (separatista local, foto em baixo) foi morto em combate (47´10´´), eles começaram à namorar um mês atrás. Outra separatista local, a Irina, também é informada sobre a morte do namorado Igor, o Soldado.
O separatista Cossaco, um dos poucos cidadãos ucranianos, horas antes da sua morte |
Irina
(fumando, já bêbada): – dizer que foi pela pátria não posso, pois essa não existe
como tal...
LK: – achas que essa guerra vale à pena todas estas mortes?
Irina: – acho que não (48´20´´, imagem em baixo)
Irina, a rapariga separatista local |
Naquela
mesma tarde, um outro terrorista conta ao cineasta que todos os restantes terroristas
e separatistas que defendiam as posições alvejadas pelas FAU (na aldeia sem
nenhum morador civil) e que não saíram do cerco, acabaram por morrer. O puto Andrey,
levado às trincheiras de Donbas pela propaganda russa, também. Não se sabe se a
sua família alguma vez receberá o seu corpo ou se este simplesmente apodrecerá numa trincheira
anónima numa vila ucraniana...
Ver o filme no YouTube (49´52)
Blogueiro
O
gamer brasileiro, Rodrigomk2 (Rodrigo
Gomes), escreveu ao nosso blogue para informar que “dia 16 de abril chego
em lughansk como um voluntário novorusso e tanto eu como os outros 8 camaradas
vamos derrubar o facismo”.
Rodrigo, fofo, agradecemos a gentileza da sua informação, os seus dados foram passados aos
órgãos competentes do seu país natal e de acolhimento, assim como aos ucranianos. No entanto, o aconselhamos veemente de
assistir o filme documental que acabamos de apresentar, os dragões e outros brojobs
amigáveis são passatempos muito mais prazerosos do que a participação nas
atividades ilegais que seguramente não acabarão bem. Quem o diga é o jovem
Andrey da cidade russa de Cherepovets...
1 comentário:
Estimado, Anónimo,
obrifado pela sua info, está será usada, pouco provável que Aleksi K. esteja na Ucrânia ocupada, primeiro, não se sabe o seu nome real, segundo, a imagem no seu fb é do terrorista Givi (Nikolay Tolstykh) e nenhuma imagem da Ucrânia, os terroristas, em geral são muito vaidosos, se não pousou com uma RPG ou AK, é como não estivesse no país ;-)
Enviar um comentário