A vida do jovem africano está fora do perigo, os "militantes antifascistas" estão de bom humor e apenas pretendem tirar uma divertida foto de cariz "antinazi"... |
A vida é mais forte do que tudo o resto,
e como tal, existe a vida nos territórios da Ucrânia ocupada, nas ditas “repúblicas
populares”, conhecidas pelas siglas de dnr/rpd e lnr/rpl. No momento em que na
frente da batalha nota-se uma relativa calmaria, e o cidadão médio tem a
memória curta, muitos pensam: “há duas semanas sem combates, então estamos em paz”.
Os moradores de Donetsk contam que os
separatistas se tornaram menos histéricos e menos nervosos. Por exemplo, eles já
não andam à caça dos “corretores de fogo”, que alegadamente estavam espalhar os
“sinalizadores eletrónicos”. Anteriormente todos eram o alvo da suspeição terrorista, mas
principalmente, vocês vão se rir, os ciclistas.
Os alunos das escolas receberam as prendas: t-shirts com símbolos soviéticos e alguns doces... |
Os separatistas não têm nada para fazer,
e por isso telefonam aos ucranianos, que conheceram nos seus cativeiros e perguntam:
– Então, quando é que começa o 3º Maydan?
– Vós venceremos e logo iremos para Kyiv.
Mas vocês dificultam as coisas, que praga.
Este diálogo é real, no último ano
muitos estabeleceram este tipo de contactos, graças à troca dos prisioneiros.
Placa numa loja de Luhansk: "não deixamos os cigarros à noite, não percam o tempo" |
Luhansk: "Materiais de construção e ferramentas não temos. Não temos nada de valor" |
A polícia nas ditas “repúblicas
populares” é bastante parecida com a velha polícia ucraniana, pois é a mesma. Eles não andam atrás dos criminosos reais, e nem tocam nas pessoas em
fardamentos camuflados, para não levar com a bala.
Arte monumental à soviética... |
De tempo-à-tempo nos territórios ocupados
se dão as explosões fortíssimas, parecidas com as explosões dos depósitos de
munições. Matam apenas os russo-terroristas, não afetando os bairros residenciais,
por isso não são alvo de nenhuma divulgação. São obras das unidades insurgentes
ucranianas e da artilharia de longo alcance e de altíssima precisão.
Os separatistas permanentemente contam
as estórias: num determinado sítio atiraram contra eles um pacote explosivo, no outro
abateram a sua patrulha. Por vezes surgem os sentimentos locais de pânico, após
uma ação ucraniana na sua retaguarda, os separatistas pensam, que chegou o seu fim, começou
a ofensiva ucraniana. Mas ofensiva não começa e eles rapidamente se acalmam...
"Luhansk é Ucrânia" |
DNR são cabrões - escumalha armada! DNR - feiosos. |
Os patriotas ucranianos espalham pela
cidade os cartazes pró-Ucrânia, deixam as frases antiterroristas nos locais
públicos.
"Ucrânia Unida!" |
Os “intelectuais” da dnr/rpd se dedicam
à dilação. O jornalista de Donetsk, Oleg Podoprikhin, que trabalhou e talvez
continua à trabalhar para o canal televisivo ucraniano “Inter”, colocou no seu FB as fotos dos jornais da
parede, feitas numa escola de Donetsk, dedicados à II G.M., com o símbolo de
papoila, ou seja, um símbolo “ucraniano”. O “jornalista” escreve: “publico especialmente
para o MGB (a secreta dos terroristas) e para o Ministério de Educação”. (E nos dissemos: a guerra
irá terminar um dia, mas não deveremos esquecer os canalhas).
Oferta de alimentos no bazar: os preços em UAH e alguns em UAH e rublos... |
Nas lojas e no bazar há muita mercadoria
russa que é cara e de má qualidade (na sociedade ucraniana existem duas visões
antagónicas sobre esta questão: bloquear a fronteira totalmente e não permitir a
penetração dos fornecimentos ou continuar o comércio com os territórios
ocupados. Ambas apresentam argumentos válidos e ambas possivelmente são
válidas, dependendo do futuro real dos territórios ocupados).
Vodka barata: a arma de eleição dos ocupantes |
Todos os moradores das “repúblicas
populares” são salvos apenas pela Ucrânia, para onde eles viajam para comprar a
comida boa e mais barata, para comprar os medicamentos, receber as pensões, usar
os ATM, fazer os exames nas universidades e resolver outras situações que não
conseguem tratar nas “repúblicas imaginárias”. Ninguém queima os documentos de
identificação ucranianos, pois é a única possibilidade de receber os frutos da
civilização, por vezes é a única maneira de sobreviver, principalmente para os
reformados.
Fila de viaturas para entrar na Ucrânia, arredores de Horlivka |
O emprego formal é muito raro, fora da
colaboração com as estruturas dos ocupantes e sem precisar de correr, de um
lado para outro, com a pistola automática ao pescoço. Mesmo o emprego não
garante o salário, alguns trabalham no esquema “comida pelo trabalho”.
"Ação!!! Na entrega do metal, a oferta é de um cabaz alimentar. PARTICIPA E GANHA!" |
A ajuda humanitária da fundação do Rinat
Akhmetov continua à chegar até Donetsk. A “ajuda humanitária” russa só é vista
nos armazéns, ela não é distribuída às populações.
As cidades de Donetsk e Luhansk recebem
uma certa atenção da administração dos ocupantes, mas as pequenas vilas e
cidades estão desesperadas, entrando na idade de pedra e na auge do apocalipse.
Por exemplo, os pontos de receção e reutilização do metal, pagam a mercadoria entregue em alimentos.
O metal é depois usado nas fábricas que pertencem ao Rinat Akhmetov...
Cabaz alimentar da ajuda humanitária do Rinat Akhmetov |
Embora Akhmetov fechou em Donetsk a sua rede
dos supermercados “Brusnitchka”, muitos outros negócios na região continua nas
suas mãos. As forças russo-terroristas não interferem com o poder dos oligarcas locais, pelo
contrário, os defendem. O poder civil continua nas mãos dos antigos burocratas que foram
colocados nos seus postos pelo regime ucraniano deposto, eles prestam a
vassalagem aos mesmos oligarcas. Os simplórios da dnr/rpd e lnr/rpl morrem no
terreno e rasgam os cús na Internet unicamente para lhes garantir a mão de obra
barata, as matérias-primas e a possibilidade de continuar com os esquemas que no
passado lhes rendiam os biliões.
Os moradores de Donetsk provam com as suas
fotos que a cidade está praticamente deserta, apesar das tentativas dos propagandistas
russo-terroristas de provar que “Donetsk está cheia de vida”. Quem podia foi
embora, muitos para Ucrânia, os restantes tentam não sair às ruas sem uma real
necessidade. Para tentar demostrar a alegada vida “pujante” sob a sua ocupação,
os ocupantes fotografam os mercados, os nós de transporte ou festas com a
entrega gratuita da comida.
A casa de câmbio e casa de penhoras protegidas pela barricada dos sacos de arreia... |
http://pauluskp.com/news/64ee33bdc