quinta-feira, fevereiro 28, 2013

Lenine finalmente goodbye


Neste blogue já escrevemos que Lenine e outros ídolos comunistas não têm pressa de abandonar Ucrânia e as mentes da sua gente (Lenine que não quer goodbye).

Recentemente, o deputado do partido VO Svoboda Ihor Myroshnychenko começou a campanha cívica da desmontagem compulsiva dos monumentos do Lenine no leste da Ucrânia.

Inesperadamente, essa iniciativa foi apoiada pelo presidente do Conselho Municipal da cidade de Sumy, Gennadiy Minaev. Na imprensa e no seu perfil na rede social, o presidente Minaev advoga a ideia de demolição de todos os monumentos do Lenine da cidade e mesmo de toda Ucrânia.

Recentemente, Minaev propôs demolir o monumento do Lenine da Casa da Cultura “Químico”, substituindo o pelo monumento do diretor da fábrica química «Sumykhimprom». Outro monumento do Lenine, no bairro Durovshyna, será fundido e transformado no monumento do fundador da cidade, o coronel cossaco, fidalgo ucraniano Herasym Kondratiev (?—†1701), o seu nome também receberá a atual rua Kirov.

A proposta foi apoiada pelos 43 dos 75 deputados do Conselho Municipal, por isso Gennadiy Minaev prometeu, por enquanto, se abster das ações ativas, pretendendo para isso reunir o consenso de pelo menos 2/3 dos deputados, escreve Vidia.org

quarta-feira, fevereiro 27, 2013

Desamparados: tragédia dos americanos na URSS

No seu livroThe Forsaken: an American Tragedy in Stalin's Russia” (Penguin Press, 2008, 448 p., ISBN 2147483647), o autor britânico Timotheos (Tim) Tzouladis*, expõe a tragédia dos cidadãos americanos que vieram à URSS a procura do “paraíso socialista” e acabaram mortos ou em GULAG.

Em 1931, no auge da Grande Depressão americana, a representação comercial soviética em Nova Iorque, Amtorg (“capa” das operações secretas soviéticas nos EUA), publicou anúncio que oferecia 6.000 vagas na URSS para os especialistas americanos. Mais de 100.000 americanos responderam ao este anúncio. Destes, entre 6.000 à 10.000 se mudaram para URSS.

A esquerda liberal nos EUA acreditava que o capitalismo está a colapsar e este será substituído pelo socialismo. O escritor Bernard Shaw dizia na rádio que o futuro está com URSS. O jornalista da New York Times, Walter Duranty escrevia os artigos de conteúdo semelhante (trabalhou em Moscovo entre 1922 e 1936, negando Holodomor ucraniano). A URSS oferecia trabalho garantido para os adultos, educação gratuita para os seus filhos, medicina gratuita às famílias. Alguns voluntários até receberam os bilhetes pagos para chegar à URSS.

Muitos destes americanos trabalhavam nas fábricas em Detroit ou detinham algum saber-fazer industrial, sendo engenheiros, professores, metalúrgicos, encanadores, mineiros, entre outros. No período entre 1929 e 1936 URSS gastou cerca de 40 milhões de USD na compra de tecnologias industriais americanas, principalmente junto ao industrial Henry Ford.

Cerca de 700-800 americanos trabalhavam na fábrica automóvel de Níjni Novgorod, o mesmo acontecia na fábrica de tratores de Estalinegrado. Depois de americanos partilharem os seus conhecimentos com especialistas soviéticos, eles se tornavam menos valiosos e facilmente substituíveis.
Mas antes disso, as coisas pareciam ir bem. As colónias americanas foram criadas nas cidades de Moscovo, Gorky, Níjni Tagil, Magnitogorsk, em Carélia e na Ucrânia. Em Moscovo, no parque Gorky, os americanos jogavam basebol. Até foi criada uma liga soviética do basebol, ideia apoiada no início pelas autoridades soviéticas. No jornal “Moscow Daily News” (fundado em 1930 pela esquerdista americana Anna Louise Strong), semanalmente eram publicados os relatos de jogos de basebol dos EUA e da URSS. Com início do Grande Terror todos os basebolistas foram presos e o facto de haver basebol na URSS apagado da história oficial soviética.
Os americanos (e outros estrangeiros) que se mudavam para URSS viam os seus passaportes confiscados. Estes documentos por vezes serviam a espionagem soviética, usados pelos agentes do OGPU – NKVD no estrangeiro.

Alguns americanos conseguiram voltar para os EUA, principalmente se agiam rapidamente, protestavam barulhentamente e tinham o dinheiro para comprar o bilhete de regresso. Muitos deles, senão a maioria, chegavam à URSS sem nenhum dinheiro, acreditando nas promessas soviéticas de emprego e alojamento garantido. Quando queriam regressar, descobriam que precisavam entre 60 à 150 dólares, que simplesmente não tinham.
Em 1934, William Christian Bullitt, Jr., o primeiro embaixador dos EUA na URSS escreveu ao Departamento do Estado, contando sobre os americanos mendigos, perguntando como os poderia ajudar. A sua carta foi entregue à Cruz Vermelha, que por sua vez declarou, que não é obrigada ajudar aos americanos voltar à sua pátria.

Em 1937-1938, no pico do Grande Terror, muitos americanos eram presos pelo NKVD à saída da embaixada americana, o regime paranoide considerava as embaixadas estrangeiras como centros de espionagem. Os detidos tinham dois tipos de destino. Uns eram interrogados e executados no período de um mês ou até de algumas semanas. Os mais felizardos eram colocados nos vagões de gado e enviados para as partes longínquas da URSS.

O comunista americano de origem italiana, Thomas Sgovio (1916-1997), autor do livro “Dear America! Why I’m turned against communism” foi mandado de Moscovo ao Magadan, demorando 28 dias na viagem. Sgovio chegou a pesar menos de 50 kg, tatuando o seu próprio nome para ser reconhecido após a morte. Sobreviveu graças ao seu talento de desenhador, ele conseguiu arranjar o trabalho fora da mina de ouro, pintando os pósteres propagandísticos.
Um outro americano, Victor Herman (1915-1985), passou 18 anos no GULAG e no exílio. Ele conseguiu voltar aos EUA, onde escreveu os livros «Coming Out of the Ice» (1979), «The Gray People» (1981) sobre o destino dos 300 operários das fábricas do Henry Ford, enviados para URSS, «Realities: Might and Paradox in Soviet Russia» (1982) e «Six Countries to the United States» (1984). Pugilista e paraquedista, Herman era muitíssimo forte e queria viver. Mas eram as exceções, a maioria dos americanos morreu nos campos de concentração soviéticos. Apenas alguns conseguiram retornar aos EUA na década de 1970. Outros só após o início da Perestroica em 1985.

Mais um facto interessante, durante a II G.M., a URSS fornecia aos EUA ouro extraído em Kolyma pelos prisioneiros. O ministro das finanças dos EUA, Henry Morgenthau, sabia da origem deste ouro, mas preferia ignorar este facto.

O Departamento do Estado considerava estes americanos como esquerdistas e radicais que escolheram o seu próprio destino. George Kennan, diplomata e pensador americano, que trabalhou na embaixada dos EUA na URSS e influenciou sobremaneira a política externa dos EUA, escreveu em 1946 o famoso “Telegrama longo” (Long Telegram), um dos documentos mais citados da Guerra fria. Kennan escreveu nomeadamente que os comunistas americanos recusam a sua origem americana no momento em que pisam o solo soviético.

O já citado William Christian Bullitt, Jr., no início simpatizava ao bolchevismo, considerando que este não difere muito das reformas “New Deal” do presidente Franklin D. Roosevelt. Mas no momento em deixar o seu posto ele foi totalmente dececionado, até tentou reunir algum dinheiro para ajudar aos americanos deixar a URSS, querando participar no seu salvamento de alguma maneira.

Em 1937, Bullitt foi substituído pelo Joseph Edward Davies, incumbido de reatar as relações políticas com Estaline. Entre amizade com Estaline e os seus próprios cidadãos, embaixador escolheu Estaline, em resultado os emigrantes morreram. À título de exemplo, o embaixador da Áustria em Moscovo, no pico do Grande Terror escondeu duas dúzias de austríacos nas caves da sua embaixada. Nenhum embaixador americano fez algo parecido.

Mas os americanos foram perseguidos na URSS não apenas durante o Grande Terror, mas também durante a II G.M., quando os países eram aliados na luta anti nazi. Na cadência do embaixador William Averell Harriman, NKVD prendeu uma família americana que trabalhou na embaixada dos EUA em Moscovo, acusando-a de espionagem. Embaixador escreveu ao Washington, perguntando o que poderia ser feito, recebendo a resposta que a intervenção americana não teria nenhuma perspetiva.

Em 1948, Alexander Dolgun (1926-1986), um funcionário da embaixada dos EUA em Moscovo, foi detido, acusado de “espionagem ao favor dos EUA” e condenado aos 25 anos de GULAG (cumpriu 8). Durante 15 anos foi obrigado a viver na URSS como “cidadão naturalizado soviético”, conseguindo retornar aos EUA onde escreveu o livro “Alexander Dolgun’s story – An American in the Gulag” (Nova Iorque, 1975, ler trecho em russo).

Na entrevista à página Washington ProFile, citada pelo Inosmi.ru, Timotheos Tzouladis disse o seguinte:

Lendo as lembranças das pessoas que passaram pelos campos de concentração e as cartas de pessoas que tentavam saber sobre o destino dos seus familiares presos, sentes a dor, que chega décadas após os acontecimentos descritos, e compaixão por aqueles que passaram por tudo isso. Uma pessoa normal não consegue livrar-se do terror lendo isso.

Os acontecimentos nos campos de concentração nazis são bem conhecidos: nomeadamente porquê foram libertados pelos aliados e tudo foi filmado e fotografado. Em resultado todos sabem sobre as consequências do nazismo. Mas foram preservadas poucas fotografias dos campos de concentração soviéticos, lá eram proibidas as câmaras fotográficas. Provavelmente, as fotografias semelhantes poderiam nos fornecer a compreensão plena sobre o que realmente era estalinismo”.

* Timotheos Tzouladis nasceu na Grécia, cresceu e vive na Grã – Bretanha. Graduado pela Universidade de Oxford. Jornalista televisivo e autor dos filmes documentais. Autor do livro “The Forsaken: from the Great Depression to the Gulags: Hope and Betrayal in Stalin's Russia”.

segunda-feira, fevereiro 25, 2013

Hellboy ucraniano vence a luta de braço


Natural de Volyn, ucraniano Oleh Zhokh (70 kg), ganhou a luta de braço (também conhecida como braço de ferro ou queda de braço) ao desportista da Daguestão, Zelimkhan Zankarkhanov (110 kg). A diferença no peso entre os dois é de 40 kg!

O representante do Daguestão revelou-se um mau perdedor, recusando-se apertar a mão do atleta ucraniano, no decorrer do torneio A1 Russian Open. Um dos braços do Oleh é muito mais desenvolvido que outro, que o faz parecer com a personagem Hellboy, interpretado no cinema pelo ator Ron Perlman.

Ver no YouTube:

Como KGB falsificava a história


Danylo Shumuk
Estudando a história dos movimentos de libertação da Ucrânia, OUN e UPA, os historiadores muitas vezes se baseiam nos depoimentos que não deveriam originar as dúvidas sobre a sua autenticidade. Mas realidade é diferente. As matérias factológicas necessitam de uma verificação detalhada, principalmente as memórias dos combatentes da luta de libertação nacional.

por: Ruslan Zabiliy, diretor do Museu Memorial das vítimas dos regimes da ocupação “Cadeia na Lonckoho” (Lviv)

Em 1974, em Paris, foram publicadas as memórias do Danylo Shumuk, “Za shidnym obriem” (Além do horizonte oriental), que brevemente se tornaram bastante conhecidas e controversas.
capa dos memórias do Danylo Shumuk

Danylo Shumuk nasceu na Volyn em 1914. Foi adepto das ideias comunistas, filiado na juventude comunista (Komsomol) e no Partido Comunista da Ucrânia Ocidental (KPZU). Em 1933, pelas atividades comunistas a 2ª república polaca o condena aos 5 anos e 4 meses de prisão efetiva. Desde a ocupação da Ucrânia Ocidental pela URSS em 1939, faz parte da elite comunista, serve no Exército Vermelho, participa na guerra soviética-nazi, é aprisionado pelos alemães, foge e em 1943 adere ao Exército Insurgente Ucraniano (UPA).

Preso pelo NKVD em 1944, é condenado à pena capital, substituída pelos 20 anos de campos de concentração. Já no GULAG participa na revolta de Norilsk (1953), reabilitado e libertado em 1956. Mas em 1957 é novamente preso pela recusa de colaborar com KGB, resultante em nova pena de 10 anos. Libertado em 1967 e pela 3ª vez preso em 1972 pela escrita das suas memórias e distribuição da “literatura antissoviética”. Em 1987 é finalmente liberado e emigra para Canadá. Volta à Ucrânia em 2002, vive no leste do país, onde morre em 2006. Ao título póstumo é condecorado com a ordem “Pela Coragem do 1º grau”, passou 42 anos da sua vida nas cadeias e campos de concentração soviéticas.

***

Durante a minha estadia em Vilnius (Lituânia), tive a oportunidade de trabalhar nos arquivos do KGB da Lituânia, onde consultei os documentos publicados nas “Obras da Escola superior do KGB”. Na coletânea №43, encontrei o artigo do V. M. Shyschenko, intitulado “Sobre a questão de termos e métodos de decomposição das organizações antissoviéticas emigrantes”. O artigo descreve como KGB usou as memórias do Danylo Shumuk:
coletânea da escola superior do KGB 

Por exemplo, para a publicação no estrangeiro foi enviado, pelo canal controlado, o livro do antigo condenado Danylo Shumuk, que em 1942-1945 era um dos líderes da estrutura dirigente distrital da OUN.

No manuscrito foram colocadas os dados de desinformação sobre a crueldade dos membros do serviço de segurança (SB da OUN), sobre o fanatismo e limitação dos líderes, sobre as carnificinas sangrentas dos seguidores da ONN-R (pró Stepan Bandera) sobre os da OUN-M (pró-coronel Andriy Melnyk).

O livro […] originou as desavenças entre os nacionalistas estrangeiros”.

Ou seja, no dia 15 de janeiro de 1972, durante a detenção, KGB apreendeu as memórias do Danylo Shumuk, estas, eventualmente, foram “trabalhadas” e “redigidas” pelo “Departamento operativo-técnico” (OTO) e enviados para o estrangeiro pelo “canal controlado”. Assim o manuscrito chegou à editora ucraniana Smoloskyp, que se tornou a vítima da ação operativa do KGB.

O KGB tinha criado um engenho explosivo de ação retardada que funciona até os dias de hoje. Funciona nas guerras informativas em redor da memória nacional ucraniana. Quantos engenhos semelhantes são desconhecidos por enquanto?

O problema da discussão atual sobre a memória nacional, crimes do regime comunista, lustração, heróis, criminosos, secretismo e revelação de segredos se prende à questão de sabermos muito pouco e muito superficialmente sobre o nosso passado. A verdade sobre o passado é a única maneira de curar as feridas do totalitarismo.  

Fonte:

domingo, fevereiro 24, 2013

Ucrânia vs paixonetas pelos ídolos


O conselho municipal da cidade de Yenakiieve, onde nasceu o atual presidente Yanukovych, recebeu um presente inesperado, a bandeira vermelha e negra do Exército Insurgente Ucraniano (UPA).

Neste sábado a bandeira do UPA foi colocada em frente do conselho municipal da cidade pelos ativistas do partido VO Svoboda, escreve no seu perfil, uma das ativistas locais do partido, Maja Karlas.

Quando em redor se dão as paixonetas pelos ídolos, em Yenakiieve surge Ucrânia. Glória à Ucrânia!”, cita as palavras da ativista a edição online Pravda.com.ua

sábado, fevereiro 23, 2013

Os crimes do comunismo soviético: “Operação Lentil”

No dia 23 de fevereiro de 1944 começou o hediondo crime estalinista, a deportação geral de chechenos e inguches da sua pátria no Cáucaso para as repúblicas da Ásia Central e para o Cazaquistão. A limpeza étnica soviética, denominada Operação Lentil, durou até 9 de março e atingiu entre 496.000 à 650.000 cidadãos, dos quais até 1957 sobreviveram apenas cerca de 395.000 pessoas. 
Antes, no dia 2 de novembro de 1943 foram deportados os carachais, mais tarde, no dia 8 de março de 1944 foi a vez dos bálcaros. Sensivelmente na mesma época o regime soviético deportou os mesquetinos, em maio de 1944 chegou a vez dos tártaros da Crimeia e outros.
Os vagões semelhantes eram usados para transportar os chechenos e inguches
As deportações resultaram na perda direta de até cerca de 90-100 mil pessoas, ou seja 20% da população geral daquelas pequenas nações. As pessoas morriam do frio, fome, doenças. Eles perderam tudo, mas guardaram no seu coração a fé.
A família ingush Gadziev junto à sua filha falecida, Cazaquistão, 1944
Contam as testemunhas: “Quando todos foram colocados nos vagões de mercadorias, começou o pânico, motivado pelos acontecimentos e pelo desconhecimento do futuro. De repente, um velho gritou:Gente, não tenham medo! Não seremos levados para o lugar onde não existe o Alá”. Depois disso as pessoas se calaram e sossegaram…”, escreve Muhammad Karachai.


Devido à enorme desigualdade de forças, houve pouca resistência. De acordo com dados oficiais soviéticos, 780 pessoas foram mortas durante a operação, 2016 «elementos anti-soviéticos» foram presos, mais de 20 mil armas de fogo, mantidos em casas chechenas desde a guerra civil russa, foram confiscados. Conseguiram escapar às montanhas 6.544 pessoas. Alguns funcionários do NKVD relataram «uma série de faсtos feios da violação da legitimidade revolucionária, execuções arbitrárias das mulheres velhas, enfermos e paralíticos chechenos que ficaram por trás da deportação e não poderiam seguir no reassentamento», mas ninguém foi punido. Pelo contrário, por decreto de 8 de março de 1944, 714 participantes da deportação foram condecorados «pelo desempenho exemplar de atribuições especiais», incluindo as condecorações militares: Ordem de  Suvorov, de Kutuzov e da Bandeira Vermelha. A tragédia mais terrível ocorreu na aldeia de alta montanha de Khaybakh, onde 705 pessoas foram assassinadas. No local de Khaybakh ficaram apenas ruínas. Sua única "culpa" consistia no facto de que em 23 de fevereiro na região caiu uma pesada nevasca e os moradores não conseguiram descer das montanhas e assim interferiram no horário de deportação. O comissário de NKVD do 3º grau Mikhail Gvishiani (mais tarde – o padrinho do casamento do primeiro-ministro soviético Alexei Kosygin) ordenou que as pessoas fossem levadas ao estábulo e queimadas, usando os métodos dos nazis que estes aplicavam na II G.M.

A suposta culpa
Ler os documentos
A decisão de deportar chechenos e ingushes foi justificada pelo Presídio do Soviete Supremo da URSS pelo suposto facto de que “durante a Grande Guerra Patriótica, especialmente durante as ações das tropas fascistas alemãs no Cáucaso, muitos chechenos e ingushes traíram a sua Pátria, passando ao lado dos invasores fascistas, juntaram-se às fileiras de sabotadores e batedores, eram lançados pelos alemães na retaguarda do Exército Vermelho, criando os bandos armados ao pedido dos alemães para lutar contra o poder soviético”.

De acordo com os dados divulgados pelo historiador russo Vasily Filkin, 28,5 mil combatentes chechenos e ingushes lutaram nas fileiras do Exército Vermelho (19,5 mil voluntários e 9.000 militares no activo), de acordo com a informação da Sociedade chechena de veteranos da guerra – eram até 44 mil pessoas. Cerca de 2.300 chechenos e ingushes morreram na frente da batalha.


Por outro lado, durante a II G.M. foram detectadas oito grupos de pára-quedistas alemães, com um total de 77 pessoas, que foram lançados no território da Chechénia, que, de acordo com os dados de NKVD-NKGB, na “sua maioria” eram compostos pelos residentes locais.
Noman Çelebicihan
Décadas antes, em 23 de fevereiro de 1918, na cidade de Sebastopol, na cadeia civil, os marinheiros bolcheviques russos fuzilaram Noman Çelebicihan, o líder dos tártaros da Crimeia, presidente da República Popular da Crimeia (QHC), o primeiro mufti dos muçulmanos da Crimeia, Lituânia, Polônia e Belarus (1885-1918). O seu corpo foi atirado ao Mar Negro. Ele foi o autor do verso «Ant etkenmen!» («Eu jurei!») que se tornou o hino dos tártaros da Crimeia, recorda-nos a blogueira ucraniana Hanna Cherkasska.

quinta-feira, fevereiro 21, 2013

Estaline e as redes sociais


A “Organização russa de vítimas das repressões políticas ilegais” (http://rosagr.natm.ru), criou uma série de pósteres, chamados “Estaline – ele é como…”, onde usando uma linguagem moderna explica à juventude do seu país a magnitude das repressões estalinistas.

Nos pósteres Estaline é comparado com os serviços populares da Web e as redes sociais: “Estaline – ele é como Facebook – exortava partilhar as informações” ou “Estaline – ele é como YouTube – permitia carregar e enviar”.

Cada póster é acompanhado pela informação histórica que ilustra os fatos citados. Os usuários da Internet acolheram o projeto de maneira diversa, uns gostam, outros nem tanto.

Fonte:

quarta-feira, fevereiro 20, 2013

Selos dos Correios clandestinos da Ucrânia


Correios clandestinos da Ucrânia é o nome do serviço de correios do Departamento estrangeiro da Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN) que no período entre 1949 e 1983 editava na Diáspora os selos não oficiais da Ucrânia livre.

O trabalho de criação e edição de selos estava ao cargo do Dr. Lyubomyr Rykhtitskiy, radicado em Chicago. Os selos ucranianos se colavam nas cartas e postais ao lado dos selos oficiais.
poeta Taras Shevchenko

Os primeiros selos surgiram em 1949 em Munique, onde provavelmente eram produzidos. No fim da década de 1950 – início de 1960, os selos eram produzidos em Chicago. Última edição é datada de 1983.

Durante a sua existência ativa os Correios clandestinos da Ucrânia produziram cerca de 3700 tipos de selos, tendo em conta que quase totalidade de selos eram produzidos com e sem “dentes”, o número geral chega aos 7000 tipos. Os Correios também produziam os blocos memoriais de selos, no total foram produzidos mais de 470 blocos. Alguns selos e blocos foram inutilizados com os carimbos especiais. O seu design estava ao cargo dos desenhadores ucranianos famosos.
Roman Shukhevych, 25º aniversário da morte

Em dezembro de 2001, no Museu da luta de libertação nacional dos Cárpatos na cidade de Ivano-Frankivsk foi aberta a mostra “Correios clandestinos da Ucrânia”. Uma parte importante de selos exibidos era dedicada ao funcionamento dos Correios clandestinos da Ucrânia durante a II G.M. Em junho de 2005, na cidade de Kolomya também foram exibidos os selos dos Correios clandestinos da Ucrânia, mais de 200 exemplares foram oferecidas à cidade pelo colecionador ucraniano Ivan Maksymchuk de Chicago.

Selos dos Correios clandestinos da Ucrânia (13):

terça-feira, fevereiro 19, 2013

Ouro cossaco da A. K. Shevchenko


O tríler políticoBequest(“Herança”, ainda não foi publicado em português), da escritora britânica nascida na Ucrânia, Anna Shevchenko, tem todos os ingredientes para se tornar uma ótima escolha de leitura e quem sabe, uma boa produção de Hollywood. Até agora o livro foi traduzido para 12 idiomas (Ein fatales Erbe, Héritage).

por: Laura Raiz, Bequest (texto adotado)

O livro explora a lenda do ouro cossaco perdido, supostamente depositado no Banco da Inglaterra, no século 18 por Hetman Pavlo Polubotok, assegurando o futuro independente para Ucrânia. Andriy Polobutko, um descendente de Hetman Polubotok, tenta reivindicar a herança da família, e instrui Kate, uma advogada inglesa com ascendência ucraniana, para o ajudar com aspetos legais da recuperação do ouro.

Como este súbito afluxo de dinheiro irá influenciar o equilíbrio de poder entre Rússia e Ucrânia recém-independente, e teria consequências graves para o Banco da Inglaterra, a tentativa de recuperação atrai a atenção dos serviços de inteligência e governos russo e britânico. Taras Petrenko, um ucraniano étnico e funcionário do Serviço de Segurança da Rússia (FSB), tem a missão de tentar evitar qualquer reclamação do ouro. Desde a independência da Ucrânia, Taras foi posto a trabalhar nos arquivos, pois as suas lealdades foram vistas com suspeição. Mas agora ele tem a chance de recuperar a sua carreira.

A ação leva-nos à Londres, Rússia, Argentina, Cambridge e Ucrânia, na procura da documentação que poderá ajudar na reivindicação de herança, é vista à partir das perspetivas de Kate e do Taras. A história das anteriores tentativas dos membros da família Polobutko de reivindicar o ouro cossaco (todos frustrados pelos serviços de inteligência russos), se entrelaçam na narrativa. Isso permite mostrar a jovem pungente do século XVIII, Sophia Polobutko e a sua descendente da década de 1960, a estudante Oksana, iludida por uma falsa sensação de segurança da Primavera do Khrushov.

Ambos, Taras e Kate, na sua caminhada, são vítimas da ordem política pós-Guerra Fria, embora com a infelicidade mais evidente do Taras, devido as suas lacunas de educação e abusos sofridos no exército.

Os factos e a ficção são cuidadosamente entrelaçados neste livro: a lenda de ouro dos cossacos foi fundada em uma verdadeira lenda (Ouro do Polubotok), os extratos do diário e as experiências de repressão acadêmica por parte das autoridades são tomadas à partir da experiência familiar da autora.

“Bequest” é um romance intrigante e agradável, lida com o tema central com subtileza surpreendente de caracterização. O enredo, as passagens entre as épocas diferentes, as perspetivas, são habilmente manipulados pela autora. Este romance deve agradar os fãs de John Le Carre and David Downing, interessados na era pós-soviética.

A entrevista de escritora:

segunda-feira, fevereiro 18, 2013

Carga policial em Kyiv


                              deputado Olexander Bryhynets
Hostynny Dvir, o centro comercial histórico, construído em 1809 na baixa da cidade de Kyiv, desde 2011 está no centro de controvérsia, hoje se transformou na batalha campal entre os ativistas que defendem o edifício e a polícia de choque, que age no interesse dos promotores da construção civil.

Em agosto de 2011, o Gabinete dos Ministros da Ucrânia retirou o edifício da lista dos Monumentos da Arquitetura da Ucrânia, sob a proteção estatal. Em abril de 2012, a Câmara municipal de Kyiv autorizou a reconstrução do edifício, para o transformar em complexo comercial e de escritórios com parque de estacionamento incorporado. Os trabalhos da reconstrução começaram logo no dia seguinte, mesmo na falta da documentação exigida por lei.

Desde o dia 26 de maio de 2012 o complexo é defendido pelos ativistas que advogam a devolução o estatuto do Monumento da Arquitetura da Ucrânia ao edifício e são contra a sua transformação no centro comercial. Ativistas abriram uma passagem livre para o pátio interior do complexo e organizam lá as ações culturais e artísticas diárias.

No dia 18 de fevereiro de 2012, a polícia de choque atacou, espancou e deteve os ativistas, incluindo os deputados do parlamento da Ucrânia pela VO Liberdade (VO Svoboda).

Os detidos foram levados para a esquadra da polícia do bairro Pechersk em Kyiv, da onde podem seguir para o tribunal distrital do mesmo bairro, onde aparentemente serão julgados. O vice-chefe do Parlamento ucraniano, Ruslan Koshulynskiy, que veio para visitar os detidos na esquadra, não foi permitido de vê-los. A esquadra está bloqueada pelos ativistas da VO Liberdade que exigem a libertação de seus companheiros e é defendida pela polícia de choque e polícia à civil. Polícia também não permite a entrada das pessoas no edifício, incluindo imprensa e as testemunhas do ataque policial.

O ministro do Interior da Ucrânia, Vitaly Zakharchenko, tinha prometido que ninguém será julgado hoje e que os detidos serão libertados. Mas enquanto isso não aconteceu, os deputados da VO Liberdade ocuparam o gabinete do Ministro do Interior, exigindo a demissão dos oficiais da polícia de choque que permitiram o espancamento das pessoas. Nomeadamente o coronel Alexandrov e tenente-coronel Feshuk. Os deputados exigem a instauração de um inquérito para averiguar as circunstâncias de espancamento e detenção dos deputados do Parlamento ucraniano.

Um dos detidos é deputado da VO Svoboda Andriy Mishenko, polícia lhe disse que “não quer saber do estatuto dele e que ele será detido”, informam os seus colegas.

No total, 37 ativistas foram detidos durante o ataque contra Hostynny Dvir, alguns dos detidos foram feridos pela polícia, informa a TVI.ua

Ver a carga policial no YouTube:


Proletários de todo o mundo, vejam!

O que vos trará o "comunismo" estalinista...

O colecionador ucraniano, Mykola Matusevych, é o novo dono do achado único, a Declaração da Liderança da OUN “Após o fim da II G.M. na Europa” e do panfleto do Exército Insurgente Ucraniano (UPA).

Colecionador de Volyn, Mykola Matusevych explica: “Declaração da OUN, escrita em 1945 e reeditada em 1949 é um artefacto muito raro, alguns exemplares se encontram nos arquivos do NKVD-KGB-SBU, mais alguns em coleções privadas”. Pois, quando NKVD cercava os esconderijos do UPA, usava as granadas para atingir os insurgentes ou estes próprios as usavam para não cair nas mãos do inimigo. Por isso muita documentação era perdida juntamente com a morte dos combatentes.

O panfleto do UPA foi impresso entre 1947 e 1949, é uma espécie da banda desenhada insurgente que conta sobre as peripécias do quotidiano soviético, mostra as diferenças das vivências da elite comunista por um lado e dos camponeses, operários e os intelectuais por outro. No topo da imagem está escrito com as letras garrafais: “Proletários de todo o mundo, vejam!” Os documentos, alegadamente, foram achados no sótão de uma casa particular, escondidos entre os jornais da época soviética.

Fonte:    

domingo, fevereiro 17, 2013

Arquimandrita Klementiy: condenado pela fé


Licenciado em Direito, deputado do parlamento austro-húngaro, jovem aristocrata ucraniano Kazimir Sheptytsky, surpreendeu todo o mundo, quando em 1907 deixou a sua carreira política em Viena e em 1911 se tornou o monge sob o nome de Klementiy (Clemente).

por: Volodymyr Vyatrovych, historiador

As relações entre a Igreja Greco-Católica Ucraniana (UGCC) e a Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN) nunca eram fáceis. Ambas as estruturas viam como o seu objetivo supremo a defesa dos ucranianos e a garantia da sua autorrealização. Mas se a igreja preconizava a via do crescimento espiritual das individualidades, OUN escolheu a luta ativa e a revolta militar.

No tempo de paz estes dois caminhos pareciam mutualmente excludentes, durante a II G.M., a política repressiva nazi e comunista aproximou igreja e OUN. Os arquivos do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), testemunham as tentativas do Metropolita da UGCC Andrey Sheptytsky, resolver o conflito entre dois ramos da OUN: OUN-M e OUN-R, sobre a mediação da igreja entre a resistência ucraniana e polaca em 1942-1944, sobre o auxílio médico e material da igreja ao Exército Insurgente Ucraniano (UPA) ou sobre as atividades de alguns padres da igreja nas fileiras do UPA ou na clandestinidade.

O poder soviético voltou à Ucrânia Ocidental em 1944, as pessoas se recordavam muito bem a experiência da “sovietização” de 1939-1941, que resultou em assassinatos e deportações de centenas de milhares de moradores da região, entre eles vários sacerdotes.

Pressentindo a repetição da tragédia, o Metropolita Sheptytsky enviou à Moscovo a delegação da UGCC, chefiada pelo seu irmão mais novo, Klementiy Sheptytsky. Delegação foi recebida pelo chefe do Conselho dos Cultos religiosos junto do Conselho dos Comissários do Povo, Ivan Polianskiy, que assegurou que poder soviético não planeia as repressões ou perseguições. Em Moscovo, padre Klementiy teve um encontro com representantes do NKVD (entre eles Pavel Sudoplatov), que pediu a UGCC se tornar o mediador entre Moscovo e a resistência ucraniana.

O encontro entre UGCC e os representantes da OUN-UPA se deu no fim de 1945 na Igreja de São Jorge em Lviv. A resistência recusou os contactos com Moscovo, não acreditando na sua sinceridade. As repressões aumentavam do dia para o dia, visando a resistência, cidadão comum e em breve a própria igreja.

Em 11 de abril de 1945 foram presos todos os bispos da UGCC, os padres foram coagidos em “unir-se” à Igreja Ortodoxa Russa (IOR). Klementiy, que após as detenções, de-facto, liderava a igreja, exortou o clero e os fieis a não ceder à pressão do poder soviético. Em março de 1946, estado soviético organiza a reunião magna da UGCC que proclama a “entrada” da igreja ucraniana na IOR. Os padres ficam com a escolha: ceder a tentação do poder soviético ou resistir, arriscando a prisão.    

Claramente, Klementiy Sheptytsky, foi um dos que decidiram resistir, por isso, já em 30 de maio de 1947 a Direção do MGB (Ministério da Segurança Estatal) de Lviv assina a ordem da sua prisão. Padre Klementiy era acusado de atividades antissoviéticas e a colaboração com OUN.
Capa do processo do Klementiy Sheptytsky no MGB

Klementiy Sheptytsky, — escrevia major Bozhko do MGB, — era figura influente na formação do movimento nacionalista e desempenhava o papel importante na luta prática da OUN-UPA contra o poder soviético”. No dia 6 de junho começaram os interrogatórios do sacerdote que tinha 78 anos, que duraram quase meio ano. Durante este tempo, o padre, como “criminoso perigoso” foi transferido da cadeia do MGB em Lviv, para a cadeia homóloga em Kyiv.

Klementiy negava todas as acusações, mas os interrogadores tinham as informações precisas, recebidas de outros padres e monges. Assim foi provado que no mosteiro de Univ existia o esconderijo do UPA (descoberto em 17 de janeiro de 1946), que os monges ajudavam à resistência e o chefe da farmácia do mosteiro, Matkovskiy, sistematicamente fornecia os medicamentos à UPA. Dois monges passaram à clandestinidade e mais um, ainda durante a ocupação nazi, se juntou à UPA, tornou-se o capelão da escola dos oficiais da guerrilha e morreu no combate com tropas soviéticas. O próprio padre Klementiy escondia o médico insurgente, que cuidava dos combatentes feridos.

Padre Klementiy não negava estas acusações, mas os classificava como obrigação cristã e não como atividades políticas. Não revelava nenhuns nomes dos padres vivos ou dos resistentes, limitando-se a confirmar os factos já conhecidos pelo MGB.

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Durante a prisão do arquimandrita Klementiy, no ocidente foi publicado “Apelo da Ucrânia em Luta à toda a emigração ucraniana”. No documento se dizia:   

Revela aos todos os povos, este país, onde é sufocada a religião, oprimida a igreja, ferrada a liberdade de consciência, espezinhada, não só a moralidade cristã, mas também a moralidade universal humana... Conte sobre a destruição das igrejas ucranianas Autocéfala e Greco-católica, os assassinados e deportações de bispos, sacerdotes e fiéis ucranianos. Explique aos estrangeiros que a Igreja Ortodoxa Russa atual não tem nada a ver com uma igreja livre e são agentes dos serviços de segurança.

Além da liderança da resistência ucraniana, este apelo foi apoiado pelo líder da UGCC na clandestinidade, padre Mykola Khmiliovskiy (1880-1963). As duas clandestinidades ucranianas, nacionalista e eclesial, uniram os esforços para levar a verdade sobre situação da Ucrânia ao mundo livre.

No dia 15 de janeiro de 1948 foi terminada a parte investigativa e uma semana depois preparada a sentença acusatória, baseada nos artigos 54-1 e 54-2 do Código Penal – “traição da pátria”. No dia 28 de fevereiro a “reunião especial” do MGB condenou padre Klementiy aos 8 anos da prisão, passados na famigerada prisão de Vladimir.

Alto, magro, com uma longa barba branca, ligeiramente curvado, com o rosto e os olhos amigáveis​​, calmo, — descreve Klementiy Sheptytsky na prisão, um dos seus companheiros de cela, membro da OUN, Ivan Kryvytskyi. — Na conversa em nada é parecido com um monge, mais um homem educado secular... Ele não falava muito, nunca disse as palavras desnecessárias. Respondia ou falava de forma sucinta e clara. Andava apenas com a bengala, até mesmo em cela (prisional)...”

O sacerdote velho, adoentado e enfraquecido, não cumpriu a sentença, no dia 1 de maio de 1951, às 21h00, foi constatada a sua morte. Klementiy Sheptytsky foi sepultado entre outros detidos da cadeia, o local exato da sua campa é desconhecido.

Quarenta anos depois, o mesmo poder soviético que o matou, alguns meses antes do seu próprio fim, reabilitou o sacerdote, reconhecendo a falta de qualquer culpa fornal do Klementiy Sheptytsky. Em 1995 ele foi oficialmente reconhecido pelo estado do Israel como “Justo entre as Nações”, pelo salvamento de judeus durante a II G.M. Em 2001, o Papa João Paulo II, durante a sua visita apostólica à Ucrânia, beatificou Sheptytsky, em conjunto com 27 outras personalidades da Igreja Greco-Católica Ucraniana.

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