terça-feira, fevereiro 12, 2013

Gays ucranianos: que futuro?


No dia 20 de junho de 2011, seis deputados do parlamento ucraniano, em representação dos principais grupos parlamentares, registaram o projeto-Lei № 8711 “Sobre a defesa dos direitos das crianças pelo espaço de informação seguro”. A lei prevê a responsabilização criminal entre 3 à 5 anos da prisão efetiva pela “propaganda da homossexualidade”.

A principal força anti-gay ucraniana é a organização cívica “Amor contra a homossexualidade”, que costuma organizar as ações de rua em Kyiv e algumas outras cidades, usando os slogans como “Homossexualismo = SIDA!”, “Não à Ditadura homossexual!”, “Não se nasce gay, se tornam eles!”, etc.

Organização afirma conseguir 100.000 assinaturas ao favor do projeto-lei, entregando 72.000 aos dois coautores do anteprojeto, deputados do governamental Partido das Regiões.

Ao mesmo tempo, o ministro ucraniano dos negócios estrangeiros, Leonid Kozhara disse recentemente na entrevista ao jornal polaco Gazeta Wyborcza que o governo ucraniano prepara-se para introduzir no Código de Trabalho a norma que proíbe a discriminação dos gays.

O ministro notou que isso é uma das exigências da União Europeia para abolição do regime dos vistos. “Sem a lei, que proíbe a descriminação dos gays, não poderemos progredir sobre a abolição dos vistos. Por isso, penso, que a vontade na questão da integração futura com UE prevalecerá e a lei será adotada”, - disse o ministro, citado pela edição online Glavcom.ua.

Por sua vez, a campanha cívica ucraniana pró-gay, Stop-hate.in.ua (Parar a violência), iniciou a colocação no metro de Kyiv a sua própria propaganda contra o projeto-lei № 8711.

Na página da organização se propõe assinar a petição contra o anteprojeto que já foi duramente criticado pela Human Rights Watch, Amnistia Internacional, representação da ONU na Ucrânia, deputados do Parlamento Europeu, Secretário-geral do Conselho da Europa, União Ucrânia-Helsínquia dos direitos humanos, entre outros. Até agora a petição foi assinada pelas 1057 pessoas.

Tudo indica que mais uma vez o Partido das Regiões usa a tática do “polícia bom e polícia mau”. Por um lado os seus deputados se engajam nas atividades claramente inaceitáveis pela União Europeia, por outro lado, o ministro “para a Europa ver”, Kozhara, faz tudo para agradar a UE. É a política multissetorial à Partido das Regiões.

2 comentários:

Anónimo disse...

Ficara difícil, mais do já esta, para as pretensões européias da ucrania se tais projetos passarem. Isso vai de encontro com a tendência ocidental de conceder direitos aos homossexuais. Na verdade, muitos países da Europa do leste tiveram que adotar leis de proteção contra discriminação aos homossexuais para serem aceitos na ue. Eu tenho alguns amigos russos, ucranianos e beilorussos erradicados no ocidente que se queixam do quanto sao ferozmente perseguidos, muitos na condição mesmos de exilados. A Europa do leste ainda e um antro de preconceito, chauvinismo, intolerância, machismo, homofobia, sexismo e racismo.

Jest nas Wielu disse...

Por um lado sim, Europa Central tem um pouco disso tudo, por outro lado Europa ocidental e o resto do mundo também tem e por vezes em maior quantidade. :-)