Em 1803 em Paris nasceu
Prosper Mérimée.
Aos onze anos ele assistiu a parada dos cossacos de Don nos Champs-Élysée, traduzindo
a palavra desconhecida “cossaco” como “vrijbuiter”, pirata das estepes, lendo tudo,
que conseguia encontrar, sobre a história da Sich de Zaporizhia.
por: Hanna Cherkasska
Na obra do Guillaume Levasseur
de Beauplan, Mérimée leu: “O verdadeiro cossaco era tido aquele, que passou
por todos os 13 porohy.
Por isso, – dizia Beauplan, sou cossaco de verdade”. Com tempo, o próprio
Mérimée escreverá para uma fidalga polaca, sua amiga: “Estes dias tomei conhecimento
de um livro recém-publicado que me interessou e divertiu. Me parece bem pensado
e muito bem escrito, mas reparo nele: ele é demasiadamente polaco. Você sabe,
quando à mim, sou Cossaco”. Escritor se considerava como “cossaco no espírito”,
dando a prioridade não aos “fidalgotes”, mas aos “cossacos valentes”.
Livro do de Beauplan publicado em 1660 |
Mérimée era jurista de
formação, acadêmico, senador, conselheiro do Napoleão. Para escrever “Cármen”
escritor aprendeu espanhol e viveu com os ciganos. Estudando os cossacos,
aprendeu ucraniano, polaco e russo para poder pesquisar os arquivos. Em várias
obras suas ele descreve a época dos cossacos, as mais famosas são «Les Cosaques
de l'Ukraine et leurs derniers atamans» (publicada no jornal “Moniteur
Universel”, em 21-23 de junho de 1854), «Bogdan
Chmielnicki» (publicado no “Journal des Savants” em janeiro-julho de 1863, saído
em livro em 1865). No seu drama inacabado “Les debuts de un aventurier” (1853),
no capítulo 6º, uma grande passagem descreve os cossacos de Zaporizhia e os
seus hábitos. Em 1863 Márimée publica mais uma obra dedicada aos cossacos
ucranianos “Les Cosaques d’autrefois”.
Graças às obras do Mérimée,
na França aumentou o interesse pela Ucrânia, principalmente entre os
historiadores, folcloristas, especialistas em literatura. Influenciado pelas
suas obras, em 1869, o Senado francês decidiu incluir o estudo da história
ucraniana nas escolas públicas francesas. É de notar que na mesma época em que a
monarquia russa proibia o uso da palavra “Ucrânia”, França era único país do
mundo onde se estudava a história dos cossacos ucranianos.
Prosper Mérimée era um
bom amigo do Nicolas Gogol, ele traduziu em francês a sua tragicomédia “O Inspector Geral”.
Em 1851 na revista francesa «Revue des deux Mondes» aparece o artigo da crítica
literária «Nicolas Gogol», em que Mérimée avalia muito positivamente a obra do Gogol,
o colocando ao lado do Aristófanes, François Rabelais ou Charles Dickens. Mérimée
também nutria uma grande amizade pela escritora ucraniana Marko Vovchok (Vovtchok),
traduzindo o seu conto A
Cossaca (“Kozatchka” ou “La fille de cosaque”), tragédia de uma jovem
ucraniana livre que se casa por amor com filho de um servo, se transformando ela
própria, na serva dos nobres polacos.
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