sexta-feira, setembro 22, 2017

Monumento do Kalashnikov – o serralheiro do Hugo Schmeisser

A imagem meramente ilustrativa...
No recém-inaugurado em Moscovo monumento do Mikhail Kalashnikov, foi gravado o esquema da espingarda automática alemã MKb.42, usada pelo Wehrmacht no decorrer da II Guerra Mundial.
Neste momento a blogosfera cirílica debate a questão: essa revelação foi feita de propósito, para mostrar quem é o verdadeiro criador do AK-47 ou foi algum habitual erro técnico, ao estilo “queriam de melhor maneira e ficou como sempre”...

StG-44 ou MKb.42?

Em 1942 duas espingardas automáticas participaram no concurso de fornecimento de uma nova arma ao Wehrmacht: MKb.42(H) fabricado pela empresa C. G. Haenel (produto do Hugo Schmeisser) e MKb.42(W) da empresa Walter. MKb significa machinecarbine ou seja carabina automática. Após os testes na linha de frente no inverno de 1942-43 em Estalinegrado, os militares alemães queriam uma arma produzida pelo Schmeisser, mas com o sistema de gatilho de Walter. Assim foi feito.
StG-44: no total foram produzidas 425.000 unidades
(menos de 2% de todas as armas ligeiras produzidas no 3º Reich)
No entanto, Hitler estava convencidíssimo de que a nova carabina que usaria um outro cartucho será prejudicial ao Wehrmacht, pois ficariam, por usar, os bilhões de cartuchos 7,92 x 57. Por isso, para enganar Hitler, a nova arma foi lançada em série sob o índice MP-43, o que significa maschinenpistole, a máquina-pistola, isto é, a metralhadora. Em 1944, já com algumas mudanças estéticas, a arma foi produzida em série com o índice MP-44. E no verão do mesmo ano, para propósitos de propaganda, arma simplesmente recebeu o nome de Sturmgewehr StG-44.

StG-44 na URSS
Em agosto de 1945, o Exército Vermelho montou 50 unidades de StG-44, usando as peças de stock por si capturado, para inspecionar o design da arma. As autoridades armeiras soviéticas também estavam na posse de 10.785 folhas de desenhos técnicos, confiscados pelos soviéticos para a pesquisa. Em outubro de 1945, Hugo Schmeisser foi praticamente forçado à se mudar para a URSS, onde foi instruído para continuar o desenvolvimento de novas armas, incluindo o AK-47.


O AK-47 soviético combinou e usou o melhor de ambas as armas alemãs, do MKb.42(W) – o sistema de circuito de descarga de gás, do MKb.42(H) – o layout geral, algumas peças-chave e todo o sistema de estampagem de metal. O produto final era “limado” pelos engenheiros alemães na cidade de Izhevsk, usando as máquinas e equipamentos industriais retirados, em forma de contribuição, pela URSS na Alemanha em 1945-46.

Blogueiro

Na imagem e foto em baixo podemos a pistola-metralhadora soviética AK-SMG 42, uma pistola automática, com um obturador semilivre, alegadamente criada pelo Kalashnikov em 1942.
Eis como a historiografia oficial soviética / russa descreve a história da criação de arma: Permanecendo no hospital após o ferimento, ao 1º sargento Kalashnikov nasceu a ideia de criar o seu próprio modelo de arma automática. Ele começou a fazer esboços e desenhos, comparando e analisando suas próprias impressões sobre os combates [a sua especialidade militar no RKKA era operador de blindados], as opiniões dos camaradas de armas, os conteúdos dos livros da biblioteca do hospital [Sic!]. Também foram úteis os conselhos de um tenente fuzileiro naval, que antes da II G.M. trabalhou em algum [Sic!] instituto de pesquisa científica, que conhecia bem os sistemas de armas de pequena porte e a história de sua criação [fonte].
E qual foi avaliação dos engenheiros armeiros soviéticos dessa mesma arma, praticamente um protótipo de AK-47?
A pistola-metralhadora Kalashnikov é mais complicada e mais cara no seu fabrico do que a PPSh-41 e PPS, e requer o uso de operações de fresagem, lentas e [do material] muito escasso. Portanto, apesar de muitas partes positivas (peso leve, comprimento curto, capacidade de fazer o tiro único, combinação bem sucedida do sistema de mudança do regime de fogo e de segurança, uma vareta compacta, etc.), atualmente na sua forma não representa interesse para indústria [idem].

Até que em dezembro de 1946 na URSS começa trabalhar Hugo Schmeisser.

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