Deteriorou-se
significativamente o quadro dos Direitos
humanos na península da Crimeia, anexada em março de 2014 pela Rússia. O
alerta consta de um relatório com a chancela das Nações Unidas. O documento,
conhecido esta segunda-feira (25/09/2017), acusa responsáveis russos de múltiplas
e graves violações.
por:
Carlos Santos Neves – RTP
(Portugal)
“Foram
cometidas múltiplas e graves violações do direito à integridade física e mental
por agentes de Estado da Federação Russa na Crimeia desde 2014”, aponta
relatório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.
O
Kremlin de Vladimir Putin avançou há três anos com a anexação da península
ucraniana da Crimeia, o que levou o Ocidente a impor sanções a Moscovo.
O
documento sublinha que “a ausência de inquéritos” a tais situações “sugere
que os autores beneficiaram e continuam a gozar de impunidade”.
“Foram
documentadas graves violações dos Direitos Humanos, tais como detenções
arbitrárias, desaparecimentos forçados, casos de maus-tratos e tortura e pelo
menos uma execução extrajudiciária”, designa-se no texto.
Estima
assim este relatório que “a situação dos Direitos Humanos na Crimeia” se
degradou “consideravelmente após o início da ocupação pela Federação da
Rússia”.
“Um
novo quadro jurídico”
O cineasta ucraniano Oleg Sentsov, condenado aos 20 anos e com a cidadania russa imposta |
“Impor
a cidadania aos habitantes de um território ocupado pode ser comparado a obrigá-los
a jurar fidelidade a um poder que possam considerar como hostil, o que é
proibido pela Convenção de Genebra IV”, adverte o alto comissário Zeid Ra’ad Al
Hussein, citado num comunicado do órgão que chefia.
O
alto comissário da ONU para os Direitos Humanos reclama justiça para as vítimas
de abusos na Crimeia, falando mesmo de uma “necessidade urgente”.
As
leis russas, estima-se no relatório do Alto Comissariado, foram aplicadas à
Crimeia “em violação do direito internacional humanitário” e, “em vários casos,
foram aplicadas arbitrariamente”.
Ler
o documento em
inglês
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