A
voluntária ucraniana Amina Okueva
reconheceu facilmente (como parte do procedimento formal), o
assassino que disparou
contra o seu marido, Adam Osmayev. O visado é cidadão russo de origem chechena,
ligado ao mundo do crime e à atual liderança regional da Chechénia.
O
homem que se identificou à Amina e Adam como jornalista do “Le Minde” Alex
Verner, e que possuía o passaporte ucraniano em nome do Oleksandr Dakar, na
realidade é cidadão russo Artur Denisultanov, natural da Chechénia e largamente
conhecido no submundo do crime russo de São Petersburgo sob outros nome e
alcunhas – Kurmakaev,
Krinari, Tishenko, Cebro, “Dingo”. Denisultanov por diversas vezes trocou os documentos e identidades, usando os casamentos de conveniência, fez parte de vários processos e casos criminais na Rússia e na Áustria, por isso imediatamente foi
reconhecido pela imprensa russa. Por exemplo, o artigo da publicação russa Fontanka.ru fornece o retrato
bastante interessante do Denisultanov “Dingo”.
Em
11 de junho de 2008 Denisultanov foi detido pela polícia da Áustria, acusado de
preferir as ameaças de morte ao conhecido emigrante checheno Umar Israilov.
Este ex-guerrilheiro e guarda-costas do Ramzan Kadyrov, estava testemunhar
contra o seu ex-chefe, nomeadamente no que toca o uso de tortura na Chechénia. No
dia 13 de janeiro de 2009 Israilov foi assassinado em Viena. Detido, Denisultanov
confirmou à polícia austríaca que agiu ao mando do atual líder checheno Ramzan
Kadyrov, embora após ser libertado (assassinato foi efetuado por 3 outros
chechenos detidos e julgados na Áustria) e voltar à Rússia, “Dingo”
publicamente “desmentiu” as suas próprias palavras anteriores.
É
de notar que entre 2004 à 2017 os serviços secretos russos efetuaram pelo menos
14 tentativas de assassinato conhecidos contra os emigrantes chechenos, em
resultado dos quais morreram, pelo menos 14 pessoas e dois atentados
fracassaram. Pelo cometimento destes crimes os órgãos da lei e ordem da Turquia (4), Áustria (3), Catar (2)
e Ucrânia (1)
condenaram, julgaram ou detiveram 10 agentes russos.
Graças à coragem da Amina Okieva pela primeira vez na história de todos estes atentados no estrangeiro, o agente foi detido no local do crime. O caso ucraniano
também foi único em que assassino russo foi baleado em resposta. A detenção do
Denisultanov “Dingo” poderá ajudar esclarecer outros crimes dos serviços
secretos russos (ver a cronologia dos atentados russos no estrangeiro).
Até agora foi estabelecido que na Ucrânia Denislutanov “Dingo” se legalizou através de um casamento de conveniência com uma cidadã ucraniana, usando o esquema composto de corrupção que envolvia diversos órgãos do poder. O responsável corrupto que emitiu os documentos
primários para todo o processo posterior, já foi detido e está prestar os
depoimentos aos investigadores ucranianos. Espera-se
que todo o esquema será desvendado e denunciado publicamente, escreve o jornalista ucraniano, Yuriy Butusov.
Estive
alguns minutos com Adam, ele está consciente, entende tudo mas ainda não pode
falar por causa do aparelho de respiração artificial. O seu estado é bastante estável, mas os
primeiros três dias nestes casos são críticos. Por favor, continuem a orar por ele.
O
jejum muçulmano que nos estávamos a seguir naquele dia terrível facilitou a
operação do Adam: os seus órgãos da cavidade abdominal estavam
vazios e não foram danificados, tornando possível injetar
lhe de volta o
seu próprio sangue que fluiu do fígado ferido. Parte do
pulmão, no entanto, teve que ser
removido e foram colocados os pontos no diafragma danificado. A principal coisa agora é a
hemodinâmica positiva nos próximos três dias.
Assassino após a operação |
O assassino revelou-se uma peça nada
simples – nos
restos da sua consciência há
muitos assassinatos dos chechenos,
incluindo na Europa. Estou feliz por
ele tiver aquilo que mereceu da minha mão, de acordo com informações
preliminares ele ficará vegetal para o resto de sua vida miserável (uma bala ficou
presa na sua coluna vertebral). Mas esse mérito não é meu – foi desejo do Deus neste
mês sagrado para nós.
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