segunda-feira, junho 19, 2017

Os crimes soviéticos: “Deportação de Junho”

Em junho de 1941 as autoridades comunistas da União Soviética executaram em massa a deportação de dezenas de milhares de pessoas dos territórios ocupados em 1940-1941: estados Bálticos, Belarus Ocidental, Moldova e Ucrânia Ocidental.
Vagões de gado sem nenhuma comodidade em que eram transportados os deportados
Letónia, 1941
O crime desumano e monstruoso de larga escala foi cometido, baseado na “Directiva do NKVD de desalojamento dos elementos socialmente estranho das repúblicas Bálticas, Ucrânia Ocidental e Bielorrússia Ocidental e Moldávia”, assinada pelo Comissário do Povo do Administração Interna, Lavrentiy Beria. Nos dias 12-14 de junho de 1941 nos vagões de gado mais de 30.000 pessoas foram deportadas da Lituânia; entre 10.016 à 10.250 de Estónia, 15.424 de Letónia; 22.353 de Belarus, entre 24.360 à 29.839 de Moldova e 11.329 de Ucrânia.
Ao título de exemplo, das 15.424 cidadãos da Letónia ocupada (0,79 % da sua população), os 10.161 foram deportados às regiões nortenhas da Rússia Soviética e 5.263 foram detidas. 46,5 % dos deportados eram mulheres; 15 % crianças menores de 10 anos. A quantidade total dos cidadãos mortos de doenças, acidantes e inanição é de 4.884 (34% do total), destes, 341 foram fuzilados pelas autoridades soviéticas. Na avaliação do historiador russo A. Dyukov 81,27% dos deportados eram letões, 11,70% judeus e 5,29% russos.
O selo solene da Letónia em memória dos deportados (2016)
A deportação foi preparada em segredo e começou quase simultaneamente em países visados. Na noite de 13 a 14 de junho de 1941 os cidadãos dos países Bálticos viram as suas casas invadidas, os oficiais do NKVD lhes liam o decreto da prisão e deportação, e não dando realmente tempo para reunir os haveres, eram levadas às estações ferroviárias. Eram autorizados a levar um número muito limitado de itens e alimentos.
As deportações da Belarus, junho de 1941
Numerosas evidências sugerem que as pessoas que eram transportadas em vagões de gado por cerca de dois meses aos lugares de deportação, praticamente não respiravam o ar puro, eram muito limitados em alimentos e  água potável. Os doentes não recebiam praticamente nenhum tratamento médico, diversas crianças e velhos morreram na viagem. Os seus parentes não recebiam a permissão de as sepultar. Os corpos dos mortos pessoas, os guardas do NKVD simplesmente retiravam fora dos vagões, sepultando em valas comuns, sem nenhuma marcação. Muitos dos deportados morreram antes de chegarem ao seu destino. Milhares morreram na chegada, incapazes de suportar as duras condições de vida e o seu primeiro inverno russo.
As deportações da Moldova ocupada, junho de 1941
Durante a ocupação soviética, Lituânia perdeu cerca de 800.000 habitantes, entre 1940 e 1952 aos campos de concentração soviéticos foram enviados mais de 275.000 pessoas, entre elas crianças, mulheres e idosos. 
Lituanos deportados na região de Irkutsk (Rússia). Dos arquivos do museu Ninth Fort
Menos de metade conseguiu voltar à Lituânia 15 anos depois, na sequência do desmantelamento parcial do sistema de GULAG, após a morte de Estaline e início da primavera de Khrushov.
O selo solene da Moldova (2011)
Texto @NEWSROOM e @Ucrânia em África; fotos @Internet | Slideshare

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