Em junho de 1941 as autoridades comunistas da União Soviética executaram em massa a deportação de
dezenas de milhares de pessoas dos territórios ocupados em 1940-1941: estados
Bálticos, Belarus Ocidental, Moldova e Ucrânia Ocidental.
Vagões de gado sem nenhuma comodidade em que eram transportados os deportados Letónia, 1941 |
O
crime desumano e monstruoso de larga escala foi cometido, baseado na “Directiva
do NKVD de desalojamento dos elementos socialmente estranho das repúblicas Bálticas,
Ucrânia Ocidental e Bielorrússia
Ocidental e Moldávia”, assinada pelo Comissário do Povo do Administração
Interna, Lavrentiy Beria. Nos dias 12-14 de junho de 1941 nos vagões de gado
mais de 30.000 pessoas foram deportadas da Lituânia; entre 10.016 à 10.250 de
Estónia, 15.424 de Letónia; 22.353 de Belarus, entre 24.360 à 29.839 de Moldova
e 11.329 de Ucrânia.
Ao título de exemplo, das 15.424 cidadãos da Letónia ocupada (0,79 % da sua
população), os 10.161 foram deportados às regiões nortenhas da Rússia Soviética
e 5.263 foram detidas. 46,5 % dos deportados eram mulheres; 15 % crianças menores de 10 anos. A quantidade total dos cidadãos mortos de
doenças, acidantes e inanição é de 4.884 (34% do total), destes, 341 foram fuzilados
pelas autoridades soviéticas. Na avaliação do historiador russo A. Dyukov 81,27%
dos deportados eram letões, 11,70% judeus e 5,29% russos.
O selo solene da Letónia em memória dos deportados (2016) |
A
deportação foi preparada em segredo e começou quase simultaneamente em países
visados. Na noite de 13 a 14 de junho de 1941 os cidadãos dos países Bálticos viram
as suas casas invadidas, os oficiais do NKVD lhes liam o decreto da prisão e
deportação, e não dando realmente tempo para reunir os haveres, eram levadas às
estações ferroviárias. Eram autorizados a levar um número muito limitado de
itens e alimentos.
As deportações da Belarus, junho de 1941 |
Numerosas
evidências sugerem que as pessoas que eram transportadas em vagões de gado por
cerca de dois meses aos lugares de deportação, praticamente não respiravam o ar
puro, eram muito limitados em alimentos e água potável. Os doentes não recebiam praticamente
nenhum tratamento médico, diversas crianças e velhos morreram na viagem. Os
seus parentes não recebiam a permissão de as sepultar. Os corpos dos mortos
pessoas, os guardas do NKVD simplesmente retiravam fora dos vagões, sepultando
em valas comuns, sem nenhuma marcação. Muitos dos deportados morreram antes de
chegarem ao seu destino. Milhares morreram na chegada, incapazes de suportar as
duras condições de vida e o seu primeiro inverno russo.
As deportações da Moldova ocupada, junho de 1941 |
Durante
a ocupação soviética, Lituânia perdeu cerca de 800.000 habitantes, entre 1940 e
1952 aos campos de concentração soviéticos foram enviados mais de 275.000
pessoas, entre elas crianças, mulheres e idosos.
Menos de metade conseguiu
voltar à Lituânia 15 anos depois, na sequência do desmantelamento parcial do
sistema de GULAG, após a morte de Estaline e início da primavera de Khrushov.
Lituanos deportados na região de Irkutsk (Rússia). Dos arquivos do museu Ninth Fort |
O selo solene da Moldova (2011) |
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