sábado, junho 24, 2017

A morte de um ucraniano, a festa dos terroristas russos

No dia 25 de julho de 2014 os terroristas russos detiveram em Donetsk o jovem futebolista ucraniano Stepan Chubenko (16). A sua única culpa era a posse de uma fitinha azul e amarela. Stepan foi brutalmente assassinado. Hoje os terroristas russos celebram a recusa da Rússia em entregar à Ucrânia o seu assassino, “matamos o fasho ucraniano”, dizem eles.
A placa comemorativa em memória do Stepan Chubenko
na sua escola em Kramatorsk
Hoje na cidade de Kramatorsk decorre o torneio de futebol em memória do Stepan Chubenko, raptado e assassinado por um grupo dos terroristas da dita “dnr”. Stepan voltava de Kyiv (ou de Kharkiv), para onde foi para obter a informação sobre a continuação dos seus estudos superiores. Os terroristas o detiveram em Donetsk, quando viram na sua mochila uma fitinha com as cores da bandeira da Ucrânia. Ele possuía os documentos de identificação, os terroristas sabiam que Stepan era menor. Ele morava em Kramatorsk, não participava na política, era guarda-redes/goleiro de camadas juvenis de um clube de futebol profissional local, escrevia a poesia, preparava-se para a vida adulta.
Stepan Chubenko à defender a baliza do seu clube
Ao mando do comandante separatista, Vadim “Kerch” Pogodin, os seus comparsas, Mikhail Suhomlinov e Yuriy Moskalev, levaram Stepan aos arredores de Donetsk, onde jovem foi assassinado à sangue frio, com uma bala na nuca e vários outros disparos, os autores materiais eram Pogodin e Suhomlinov, Moskalev foi cúmplice de assassinato.

Dado que assassinato de um morador inocente de Donbass teve uma enorme repercussão, a dita “procuradoria” da dita “dnr” conduziu uma investigação especial, o líder dos terroristas, Alexander Zakharchenko prometeu pessoalmente à mãe enlutada que o seu filho será encontrado e os culpados punidos. Os próprios separatistas documentaram os depoimentos de moradores locais, que viram como Pogodin matava as pessoas, incluindo as crianças de Donbas, plantando, dessa forma o tal “mundo russo” e a “ordem de Putin”. Eles mataram uma criança ucraniana porque acharam que a criança com uma fita com as cores da bandeira de seu país não deveria viver. Não queriam se preocupar. Enterrá-lo era o mais fácil.
A mãe, Stalina Chubenko, pretende construir um monumento em memória
do seu filho, assassinado por não renunciar Ucrânia
Tudo isso foi documentado pelos investigadores separatistas de Donetsk. Mas afinal, Pogodin matava os ucranianos ao mando dos seus curadores russos. E por isso foi intocável. Deixaram o sair de Donetsk e se esconder na Crimeia. Mas os documentos de investigação pararam às mãos de procuradoria ucraniana de Kramatorsk. E os assassinos foram colocados nas listas internacionais dos procurados pelo seu crime.

Um dos executantes foi apanhado pela polícia ucraniana. Pogodin foi detido sob mandato internacional na Crimeia. Na Rússia surgiu uma onda propagandista que exortava as autoridades a não entregar o assassino à Ucrânia. Os propagandistas e agentes russos acusam Stepan Chubenko em pecados de costume, de ser membro do Setor da Direita”, de queimar as pessoas em Odessa”, de ser “fascista, de ser “um ajudante dos carrascos das FAU”. Pelo contrário, o assassino do Stepan é considerado pelos mesmos de “patriota russo”.

Claro, qualquer estudante ucraniano, colega do Stepan percebe que tudo isto são as calúnias mais descaradas e insultos baixos, uma tentativa de justificar os assassinatos desumanos e assassinos, aterrorizando as crianças.
Stepan na sua escola em Kramatorsk
Desde ontem os terroristas russos estão festejando, os terrorista Igor Girkin escreve que os serviços secretos russos decidiram não entregar Pogodin, possivelmente será lhe atribuída a cidadania russa para alegar que como cidadão russo o assassino não poderá ser entregue à Ucrânia, o país da sua cidadania real.

Um jovem desarmado com a fitinha azul e amarela já não é considerado como humano, quer aos olhos da liderança russa, quer às suas massas populares. Os russos consideram que os ucranianos podem ser assassinados na Ucrânia pela simples posse da sua própria bandeira. Matar crianças, os idosos, qualquer um, o moral do Putin agora justifica tudo. Para eles, os ucranianos já não são pessoas, a Rússia acredita que os ucranianos podem ser assassinados na impunidade.

Assim, eles se colocam à si próprios além daquilo que distingue os humanos dos animais selvagens que compreendem apenas a lei da bala (por Yuriy Butusov).
Vadim Pogodin, o assassino
Blogueiro: sendo um caso simples e criminal, sem as demais motivações políticas, Rússia não perderia nada em entregar o assassino à justiça ucraniana. Recusando o pedido mais que justificável, a Rússia não deixa à Ucrânia nenhuma outra escolha, a não sendo de seguir o exemplo de Israel, procurando e executando os assassinos do Stepan Chubenko. Nem que isso levará anos ou mesmo décadas. 

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