domingo, abril 27, 2025

Infográfico detalhado da rota para voluntários do Brasil até a Ucrânia

O voluntário brasileiro JC (Johnson Wlk), responsável pelo recrutamento das FAU, apresenta o infográfico bastante detalhado da rota prática e segura para voluntários do Brasil irem até a Ucrânia:

 

O mesmo voluntário JC (Johnson Wlk), ex-militar brasileiro, conta ao canal «Mundo em Revolução» a sua própria experiência nas FAU, forma de pagamento dos salários, a transferência do dinheiro ao Brasil e outras informações úteis sobre o dia-a-dia da guerra moderna na Ucrânia:

A história do Proença, carioca de 30 anos, ex-militar, ex-segurança privado, o voluntário brasileiro no 2º Batalhão Internacional das FAU:

 

Sadan, o voluntário brasileiro e Instrutor de Medicina Tática explica o uso de kit de primeiros socorros «IFAC» (sub-títulos em inglês, espanhól e português):

Yevgeni Brik: o espião que voltou do frio

Um espião ilegal soviético criado emo Brooklyn chega ao Canadá nos dias iniciais da Guerra Fria, mas se apaixona e decide se tornar um agente duplo de Ottawa. No entanto, é traído por um oficial da RCMP falido, que o vende, por dinheiro, aos soviéticos. 

Essa é a história de Yevgeni Brik, contada no livro, Shattered Illusions: KGB Cold War Espionage in Canada. Foi escrito por Donald Mahar, um oficial de inteligência canadense aposentado, que conheceu Brik pessoalmente. 

Brik nasceu na União Soviética, em Novorossiysk, às margens do Mar Negro. Quando Brik era criança, a família se mudou para Nova York, quando seu pai foi transferido para trabalhar na AmTorg, a primeira empresa comercial da União Soviética nos EUA, que servia de «guarda-chuva» as atividades de inteligência soviética nos Estados Unidos. 

Agente ilegal do KGB, Evgeny Brik

Mahar conta ao apresentador convidado do The Current, Dave Seglins, que quando a família se estabeleceu no Brooklyn, «a vida do jovem Yevgeni Brik mudou para sempre. Com o passar dos anos, esse jovem aprendeu a falar inglês perfeitamente, mas com um sotaque bem característico do Brooklyn.» 

Tornando-se um agente do KGB 

Quando a Segunda Guerra Mundial eclodiu, Brik retornou à URSS para se juntar às forças armadas. Ele se filiou ao Partido Comunista e tornou-se oficial de comunicações em uma unidade de infantaria soviética. 

Mahar diz que o inglês que aprendeu crescendo no Brooklyn — e o sotaque que o acompanhava —, juntamente com a habilidade de conhecer o Código Morse russo, lhe renderam um emprego na KGB como um «ilegal» — um espião soviético que se infiltrava no exterior. 

O primeiro posto de Brik foi no Canadá em 1951. Ele chegou a Halifax e passou pela alfândega canadense usando um passaporte canadense «emprestado». 

Mahar afirma acreditar que Brik passou seus dois primeiros anos no Canadá viajando, familiarizando-se com o país em que supostamente cresceu. «Os soviéticos acreditavam que tinham um patriota — um jovem altamente treinado em quem podiam confiar. No entanto, suas ilusões estavam prestes a ser destruídas», disse Mahar ao The Current. 

Tornando-se um agente duplo 

Durante suas viagens, Brik se apaixonou por uma canadense Larissa Cunningham — à quem confidenciou que não era um fotógrafo canadense chamado David Soboloff; mas um espião soviético chamado Yevgeni Brik. 

Em 1953, ela o convenceu a ir para Ottawa para se entregar à Real Canadense Polícia Montada (RCMP) e foi assim que Brik se tornou um agente duplo. Ele recebeu um codinome — «Gideon» — e contou tudo sobre seus contatos na embaixada soviética, suas agendas de reuniões, locais de entrega de objetos, além de códigos ultrassecretos para invadir transmissões de rádio de Moscovo/ou. 

A Polícia Montada Real Canadense prometeu proteger «Gideon» como se fosse um deles. Mas foi um oficial da RCMP traiu o nosso agente duplo. Um cabo da RCMP, chamado James Douglas Finley Morrison recebeu ordens de levar Brik de volta para sua casa em Montreal após uma visita à sede da RCMP em Ottawa. 

«Em uma completa violação de segurança, o oficial sênior revelou ao Morrison quem Brik realmente era; diz que ele é um espião soviético, que ele é um agente duplo.» Mahar diz que Morrison estava extremamente endividado na época e viu uma oportunidade. «Morrison reconheceu que poderia extorquir dinheiro dos soviéticos», por lhes contar que Brik havia mudado de lado e agora estava trabalhando para o Canadá. 

Brik foi chamado de volta a Moscovo/ou. Brik pensou que era para um retreinamento padrão e para ver sua família, mas foi rapidamente preso e desapareceu. A RCMP acreditou que ele foi executado. Em vez de execução, Brik foi enviado para a prisão. Ele foi libertado após 15 anos. 

Em 4 de setembro de 1956, em uma sessão fechada do Colégio Militar da Suprema Corte, Brik foi condenado a quinze anos de prisão. O fato de ele ter escapado da pena de morte provavelmente se deve à sua cooperação no que Arquivo Mitrokhine descreve como um «jogo operacional». Brik não foi autorizado a se encontrar com nenhum membro do SIS/MI6 na embaixada britânica de Moscovo/ou, provavelmente por medo de que ele contasse o que havia acontecido com ele, mas foi instruído a marcar um encontro, o que não ocorreu. Ao manter vigilância no local da reunião, a KGB conseguiu identificar Daphne Park (mais tarde, a Baronessa), na altura a 2ª Secretária da embaixada britânica em Moscovo, que apareceu lá como agente do SIS/MI6. 

Em 1992, enquanto a União Soviética estava em colapso, um russo idoso apareceu na Embaixada Britânica em Vilnius, na Lituânia com uma mensagem codificada para os oficiais de inteligência canadenses. 

Yevgeni Brik (à esquerda) com o agente do CSIS Donald Mahar (à direita)
olhando um cardápio em seu quarto de hotel na Suécia após a exfiltração de
Yevgeni Brik. (Donald Mahar)

Era Evgeni Brik e ele queria voltar para o Canadá. 

«Mal podíamos acreditar no que víamos quando víamos esta mensagem», diz Mahar, que trabalhava na inteligência da Polícia Montada Real Canadense na época. Ele foi enviado aos arquivos para desenterrar arquivos antigos de Gideon e encontrar três perguntas que só o verdadeiro Yevgeni Brik poderia responder. 

«A mensagem foi enviada, os britânicos responderam e disseram que ele havia respondido às três perguntas com perfeição.»

O primeiro-ministro Brian Mulroney foi informado. «Toda a consideração será dada a este homem que foi traído pela covardia de um oficial da Polícia Montada Real Canadense», escreveu Mulroney na época. 

Mahar fazia parte da equipe encarregada de trazer Brik de volta ao Canadá em segurança. Ele não quis discutir os detalhes, mas a equipe conseguiu. 

Yevgeni Brik na cabine de comando do 747 da Canadian Airlines, retornando
ao Canadá durante uma operação de exfiltração do CSIS. (Donald Mahar)

Brik viveu uma vida tranquila em Ottawa. Ele morreu em 2011, aos 89 anos. 

Mahar acredita que a história de Brik ainda é relevante hoje. Ele afirma que a inteligência russa continua a usar espiões infiltrados como Brik em todo o mundo ocidental, inclusive no Canadá.

«Não é uma aula de história», diz Mahar. «Isso continua.»

Em junho de 1983, o ex-oficial da RCMP envolvido em contrainteligência foi preso sob a acusação de ter passado informações secretas a agentes soviéticos há mais de 25 anos, informou a polícia canadense. A polícia disse em um comunicado que James Douglas Finley Morrison — que já havia usado o nom de código/codinome «Long Knife» em seu trabalho de espionagem — foi preso na terça-feira em Prince Rupert, em British Columbia.

Casos de espiões ilegais russos descobertos no Canadá ou com passagem pelo Canadá: 

1996: Yelena Borisovna Olshanskaya «Laurie Catherine Mary Lambert» (nome de solteira Brodie) e Dmitriy Olshansky «Ian Mackenzie Lambert». A real Laurie Brodie nasceu em Setembro de 1963 em Quebec e morreu em Toronto aos dois anos de idade. O real Ian Mackenzie Lambert nasceu em Ontário e morreu, aos 3 meses em fevereiro de 1966.

O casal Olshansky em tribunal

2006: «Paul William Hampel», espião russo, que usava o cartidão de nascimento falso, passado em Ontário.

2010: Andrey Bezrukov «Donald Heathfield» e Elena Stanislavovna Vavilova «Tracy Lee Ann Foley». Bezrukov usava a identidade de Donald Howard Heathfield, o filho de um diplomata canadense, que morreu em 1962 com algumas semanas de vida.

sábado, abril 26, 2025

A historia da residentura ilegal do KGB no Brasil: 1955-60

Imagem ilustrativa by AI Art & Universo Ucraniano

No início de 1954, já após a morte de Estaline, no âmbito da expansão da sua influência na América Latina, KGB estabeleceu uma série de residenturas ilegais, dedicadas ao trabalho ativo de busca e recrutamento, gestão das atividades de uma rede de agentes ilegais, envio regular as informações ao Moscovo. 

Residenturas ilegais do KGB eram compostas por funcionários de carreira da secreta soviética que operavam no estrangeiro com documentos e identidades falsas, sem ligações a instituições soviéticas e sem imunidade diplomática. Preparação prévia de um agente ilegal para ser colocado no estrangeiro poderia levar vários anos. A colocação era realizada com a aprovação pessoal do chefe do KGB. Em muitos casos, os residentes ilegais eram casais formais; há um caso conhecido (do casal Filonenko) quando os filhos também eram colocados no estrangeiro, juntamente com os seus pais. 

A residentura do KGB no Brasil entre janeiro de 1955 a julho de 1960 era composta por residente “Firin” / “Zhango”, nome real Mikhail Filonenko, secundado pela sua esposa, Anna Kamaeva-Filonenko, “Marta” ou “Elena”. 

Milhail Filonenko, 1973

Mykhail Filonenko nasceu a 10 de outubro de 1917 na aldeia de Belovodska, na região ucraniana de Kharkiv, foi mineiro, durante 4 anos estudou na escola de aviação, mas alguma coisa deu errado e em 1941 ele foi recrutado para NKVD de Moscovo e da região de Moscovo. Em 1941-1942, Filonenko foi comandante do grupo de sabotagem «Moskva», que atuou nas zonas ocupadas pelos alemães na região de Moscovo. 

Anna Filonenko-Kamaeva

Anna Kamaeva, nasceu a 28 de novembro de 1918, na região de Moscovo. O seu pai tinha origem checa, fato propositadamente ocultado pelos seus biógrafos russos. Foi operária na fábrica de tecelagem, até que em 1938 foi recrutada pelo NKVD, onde começou a trabalhar no Departamento de Operações Exteriores. 

Anna e Mikhail oficialmente se casaram em 1946, recebendo, de seguida, uma tarefa de continuar o seu serviço na área de inteligência ilegal. Em mais que diversos casos os casamentos entre os agentes secretos soviéticos não se baseavam no amor, eram vistos como uma parte de sua identidade falsa, garantindo, por uma mão, a intimidade da vida amorosa segura dos agentes, por outro lado, assegurando, ao Moscovo, que os agentes viveriam sob a vigilância permanente dos seus cônjuges. 

Durante o treino especial Anna Kamaeva estudou rádio, espanhol e português. O conhecimento do português era-lhe necessário, uma vez que KGB preparava o casal para a colocacao ilegal no Canadá, através de um assentamento preliminar no Brasil. Considerando as fracas capacidades linguísticas do casal dos agentes, Moscovo decidiu que estes fossem apresentados às autoridades brasileiras como emigrantes checos que tinham vivido recentemente na China. O primeiro local de residência dos agentes no estrangeiro, seria a Checoslováquia, onde eles permaneceriam por alguns anos para aprender a língua checa e o todo o meio sócio-cultural checo (não está calro se casal realmente viveu na Checoslováquia ou se todos os seus documentos «nativos» foram simplesmente preparados pela secreta checoslovaca StB). Depois disso, eles realmente foram transferidos para a China, onde consolidariam as suas biografias recriadas. A partir daí, deveriam solicitar o visto de imigração ao Brasil. De acordo com este plano, no final de 1951, Anna, o seu marido e o seu filho de quatro anos, Pavel, chegaram à China, onde se estabeleceram na cidade de Harbin, onde nas décadas 1920-40, vivia uma grande comunidade emigrante, vinda do império russo. Em Harbin nasceu a sua segunda filha, Maria. 

Na primavera de 1953, o casal Filonenko, agora com dois filhos pequenos, concluiu a sua legalização na China como imigrantes de origem checa, que viveram na China durante muito tempo, vindos da Checoslováquia. Anna e Mikhail assumiram as suas identidades falsas: Mária Navotná (cidadã checa nascida a 10 de outubro de 1920 na Manchúria) e Joseph Kulda (nascido a 7 de julho de 1914 em Alliance, Ohio, nos EUA que terá emigrado para a Checoslováquia com a família em 1922). No consulado brasileiro em Hong Kong, obtiveram facilmente vistos de entrada, permitindo-lhes residir permanentemente e trabalhar no Brasil. 

Fucha consular de emigração do Consuldado brasileiro de Hong Kong

O casal procurava as informacões (localização e equipamento das bases militares americanas, a condução das manobras estratégicas dos países aliados dos EUA, relações entre NATO e América Latina, etc.), realizavam recrutamentos para operações clandestinas, supervisionavam as atividades de inteligência ilegal e enviavam regularmente relatórios ao Moscovo. As fontes russas afirmam que os Filonenko conseguiram aproximar-se do círculo do presidente brasileiro Juscelino Kubitschek e, também, do ditador paraguaio Alfredo Stroessner. 

No Canadá, e devido ao fuga do criptografo Igor Gouzenko (1919 – 1982), o KGB sovietico recebeu um duro golpe nas suas atividades de inteligência ilegal. Gouzenko desertou no fim de 1945, levando consigo mais de 100 documentos que provavam a existência de uma vasta rede de espionagem soviética para roubar os segredos atômicos dos EUA. 

Igor Gouzenko, 1946

Alem disso, entre 1954 e verão de 1954, o membro da residentura ilegal sovietica, Yevgeni Vladimirovich Brik, agente do KGB “Hart”, passou a colaborar com os serviços secretos do Canadá (a RCMP), sob o nome de “Gideon” (Gideon-Hart foi traido e entregue a embaixada sovietica, por dinheiro, por corporal James Morrison, oficial da RCMP). Dado que “Hart” sabia do plano do KGB de colocar no Canadá um casal dos agentes ilegais, vindos do Brasil, conhecidos pelo nome do código “Hector”, Moscovo mudou imediatamente os planos. Os Filonenko ficaram no Brasil para gerir a residentura ilegal. 

Yevgeni Brik, 1953 (foto: Donald Mahar)

Para re-orientar o casal Filonenko de alteração do plano aprovado para se mudar ao Canadá, Moscovo enviou uma mensagem pessoal, entregue por uma outra espiã ilegal, “Pátria”, a comunista espanhóla e agente soviética África de las Heras Gavilán, a residente ilegal na vizinha Uruguai. Além disso, a tarefa de «Patria», que era uma experiente operadora de rádio clandestino, incluía assistência no estabelecimento de comunicação rádio unidirecional fiável entre a residência dos Filonenko e Moscovo. Aparentemente, para este efeito, Moscovo usou uma estação de rádio em forma de uma potente repetidora, dissimulada na frota baleeira soviética, que operava no Atlântico, na costa brasileira, pelo que não houve problemas no envio de mensagens codificadas/cifradas. 

Giovanni Antonio Bertoni

Suspeita-se que “Patria” chegou a matar, envenenando, o seu marido, com quem se casou por ordem expressa de Moscovo, sem nunca o ver antes, o comunista italiano Giovanni Antonio Bertoni (1906-1964), quando este, agente secreto soviético e tenente-coronel do KGB, também conhecido com “Valentin Marchetti Santi” e “Marko”, se desiludiu com a realidade soviética e começou a criticar o regime comunista e o PCUS. 

De acordo com os dados russos, um dos alvos do casal Filonenko era Henrique Batista Duffles Teixeira Lott (1894 – 1984), o militar e político brasileiro, que atingiu o posto de marechal, foi Ministro da Guerra e chegou a concorrer à Presidência da República nas eleições de 1960. 

Em 1957 Mikhail, que tinha o disfarce do corretor da bolsa de valores, sofreu um infarto, por este motivo, em Julho de 1960, a família Filonenko, retornou à URSS. Na União Soviética, os filhos ficaram surpresos ao finalmente saberem que seus pais eram espiões soviéticos. Anna, nas suas próprias palavras, dedicou-se a eliminar a “influência da igreja católica brasileira” sobre a educação dos filhos. 

Anna Kamaeva-Filonenko e os seus três filhos

A sua casa e todos os bens móveis e imóveis no Brasil foram entregues ao contato apontado pelo KGB...

sexta-feira, abril 25, 2025

Esquerdista americano que morreu na Ucrânia pela glória russa

Americano Michael Alexander Gloss, de 21 anos, assinou um contrato com o Ministério da Defesa russo e morreu na guerra com a Ucrânia, em 2024. A sua mãe, Juliane Gallina Gloss, é vice-diretora de inovação digital na Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA).

Gloss é filho de Juliane Gallina Gloss, a vice-diretora de inovação digital da Agência Central de Inteligência dos EUA e do Larry Gloss, um veterano da Marinha dos EUA, que participou na Operação Tempestade no Deserto, dono da empresa Security Information Systems, que desenvolve software para o Pentágono e países da NATO, escreve iSrories, que fez um trabalho profundo para traçar o perfil do mercenário americano.

Juliane Gallina Gloss

No obituário os seus pais escreveram que ele tinha um «aguçado sentido de justiça» e também «queria que o mundo fosse um lugar melhor, onde houvesse mais justiça, paz e harmonia com a natureza».

Esquerdista, eco-ativista, ativista pró-palestina, à favor dos abortos e direitos das mulheres, em algum momento de 2023 Gloss tive a intenção de visitar a Crimeia ocupada, que levou à discussão sobre a segurança das viagens à península, o estatuto da região e a guerra na Ucrânia: «Quero que todos vivam bem», escreveu Michael. «Mas conheço história suficiente para compreender que, nos conflitos entre nações, é a nação maior e imperialista que traz a paz através da vitória militar».

Gloss na época do seu ativismo nos EUA

Isto foi escrito por um esquerdista canónico. Mas exactamente a mesma coisa está a ser articulada pelos trumpistas. Isto é afirmado de forma algo indireta pelo próprio Trump, J.D. Vance, Musk e todos os seus minions. A mesma narrativa sobre uma nação imperialista que possui o direito de invadir vizinhos mais fracos porque isso oforece estabilidade e ordem global é o elemento da guerra de informação que a propaganda russa promoveu com muito sucesso, tanto ao público trumpista, como para o público esquerdista. Aqui, diferentes pólos do espectro político americano estão compostos pela mesma porcaria russa, escrve a jornalista ucraniana Olha Len.

Mas porque é que essa idéia entrou tão facilmente para os cérebros americanos? Acredito que havia uma base para isso na cultura popular americana. O que é que esta cultura de massas nos mostrou nos últimos dez anos? Basta olhar para um monte de séries de TV americanas desde 2014, onde o tema da Ucrânia e da agressão russa surge de uma ou de outra forma. O enredo mais comum em todas estas «Madam Secretary», «The Diplomat» e tantos outros «House of Cards» é uma espécie de guião de como negociar com um ditador russo. De série em série, divagava o enredo de como a personagem principal obrigava, «vitoriosamente» o presidente da Ucrânia a fazer concessões e render-se às vontades da federação russa. Então, digam-me, porque é que Trump teve de pensar que a vida não seria como numa produção de Hollywood?

Afinal, se todos este filmes, mais de dez anos são sobre conluio com a federação russa e sobre como forçar Ucrânia a render-se, porque razão este sentimento não seja aproveitado pela propaganda russa? A situação do filho da vice-diretora da CIA mostra que, com visões morais e filosóficas tão básicas, é muito fácil passar da pressão de Trump sobre os ucranianos para ajuda direta aos russos de matar estes ucranianos «intransigentes».

A Gloss assinou um contrato com as forças armadas russas, o que foi descoberto pela análise de dados do Sistema Unificado de Informação Médica e Analítica (EMIAS), que ficaram disponíveis como resultado de uma fuga de informação. O nome de Gloss apareceu na base de dados a 5 de setembro de 2023. O seu local de residência, bem como o de centenas de outros mercenários estrangeiros, era a morada do conselho de alistamento militar em Moscovo: rua Yablochkova, 5, edifício 1, apartamento número 302. A sala de exames médicos do conselho de alistamento militar tem o mesmo número.

Gloss junto aos mercenários nepaleses no centro de treinos «Avangard»,
na região de Moscovo.

iStories falou com um russo que foi recrutado ao 137º Regimento Aerotransportado de Ryazan e que conhecia bem Michael. «Peter» disse que Gloss tinha «a sua própria visão de como poderia ser útil na frente de batalha. Na faculdade, estudou construção e engenharia, por isso todos os seus pensamentos estavam relacionados com invenções e inovações», disse «Peter».

No entanto, o exército russo tinha a sua própria visão da utilidade do Michael, de acordo com uma fonte familiarizada com a história do Gloss, o americano foi enviado para as unidades de assalto aerotransportado em dezembro de 2023. Nessa altura, as unidades do 137º regimento operavam a noroeste de Soledar, na região de Donetsk. Gloss foi morto a 4 de abril de 2024 — a sua família confirmou a informação num obituário. As circunstâncias exatas da sua morte são desconhecidas. De acordo com o site da agência funerária, foi sepultado nos Estados Unidos oito meses após a sua morte.

A imagem, não confirmada, que mostra o último momento do Gloss

Como escreveu um dos participantes no chat/bate-papo do agrupamento hippie «Rainbow Family»: «Nesta situação, nem sequer tenho pena dele. Saltar voluntariamente para o picador de carne para prolongar a ditadura — o que poderia correr mal? É triste que as pessoas continuem a ser vítimas de ideias estúpidas. Não suspeitava que ele estivesse tão fortemente contaminado por elas. Pensei que isto era apenas maximalismo juvenil. E agora ele desapareceu».

Blogueiro 

Ao olho nú são visíveis as semelhanças entre caso do mercenário americano e mercenário brasileiro, Rafael Lusvarghi. Ambos jovens, provenientes das famílias da classe média (média alta do Gloss e média baixa do Lusvarghi). Ambos com ideias esquerdistas sobre «injustiças capitalistas» e o «mundo melhor» das «amanhãs cantantes». Mais um passo lógico e ambos se viram às armãs nas mãos à agredirem Ucrânia, matarem os ucranianos, destruírem a economia ucraniana e bem-estar da região de Donbas. Diferença única: Lusvarghi confessou que aprendeu o socialismo «com o fuhrer» e talvez por isso, está servir uma pena, na cadeia brasileira, pelo tráfico de droga. Já Glosse simplesmente morreu, liquidado por um drone ucraniano e servindo, durante meses, de adubo às terras negras da Ucrânia. O que também, no fundo, no fundo, é um mal menor.

Outro ponto interessante, a filiação do Gloss, poderia ser facilmente aproveitada, em grande medida, pela propaganda russa. O filho da vice-diretora da CIA lutando nas fileiras do exército russo pela glória russa. O que poderia igualar essa passagem verdadeiramente hollywoodesca? No entanto, o exército russo agiu, à semelhança do Daesh, quando estes recebiam os voluntários ocidentiais. Sem muita conversa, na absoluta maioria dos casos, o Daesh colocava estes idiotas úteis no primeiro jihad-móvel disponível e os enviava ao encontro de alvos absolutamente insignificantes.

A capital da Ucrânia novamente foi alvo do ataque aéreo russo

Um ataque massivo contra cidades e civis, o exército russo utilizou mais de 200 meios de destruição – mísseis e drones de ataque. Até o momento, mais de 100 pessoas ficaram feridas e 12 morreram. A capital da Ucrânia foi alvo do ataque.

As operações de remoção de escombros ainda estão em andamento em Kyiv após o ataque dos mísseis russos. Os parentes e amigos daqueles que ainda podem estar presos sob os escombros estão lá – no local da operação de resgate. Equipas de resgate, serviços de emergência e todos os que estão ajudando continuarão trabalhando até que o destino de cada pessoa que possa ter sido afetada seja conhecido, escreveu o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky.










De acordo com informações preliminares, os russos usaram um míssil balístico fabricado na Coreia do Norte. Os serviços especiais ucranianos estão verificando todos os detalhes.

Se a informação de que este míssil foi fabricado na Coreia do Norte for confirmada, isso será mais uma prova da natureza criminosa da aliança entre rússia e Pyongyang. Eles matam pessoas e atormentam vidas juntos – esse é o único sentido por trás de sua cooperação. A rússia usa continuamente essas armas – mísseis, artilharia. Em troca, Pyongyang teve a oportunidade de tornar suas armas mais letais em condições reais de guerra.









Nenhum país do mundo deve ser deixado sozinho para enfrentar tais ameaças. Hoje mesmo, em um ataque massivo contra nossas cidades e civis, o exército russo utilizou mais de 200 meios de destruição – mísseis e drones de ataque. Até o momento, mais de 100 pessoas ficaram feridas e 12 morreram. Meus pêsames aos seus entes queridos.

É preciso haver pressão real sobre a rússia para que isso pare. Mesmo em meio aos esforços diplomáticos internacionais para encerrar esta guerra, a rússia continua matando civis. Isso significa que putin não tem medo.













É preciso haver uma interrupção total e incondicional dos ataques, e a rússia deve concordar com isso. Esta guerra deve terminar de forma justa. E para realmente garantir a segurança do povo ucraniano, precisa fortalecer o seu escudo aéreo. Agradeçemos a todo o mundo que estão ajudando. A cooperação de Estados que valorizam as pessoas e a vida deve impedir as alianças de assassinos.