sábado, abril 05, 2025

Ataque russo ao Kryviy Rih mata e fere os civis ucranianos

Um míssil russo atingiu a cidade de Kryviy Rih, atingindo diretamente uma rua numa zona com edifícios residenciais. Relatos preliminares sugerem que se tratou de um ataque com míssil balístico. Foram confirmadas 19 mortes, incluindo nove crianças, mais de 50 pessoas foram feridas.

«A operação de resgate está em curso e pelo menos cinco edifícios de habitação foram danificados. As minhas condolências às famílias e entes queridos», - escreveu o Presidente Volodymyr Zelensky.








Os ataques russos ocorrem todos os dias. As pessoas morrem todos os dias. Há apenas uma razão para que isto continue: a rússia não quer um cessar-fogo, e nós vemos isso. Todo o mundo vê isso. Cada míssil, cada drone de ataque prova que a rússia procura apenas a guerra. Só a pressão do mundo sobre a rússia, todos os esforços para fortalecer a Ucrânia, a sua defesa aérea e as suas forças armadas podem determinar quando a guerra terminará.

Uma mãe junto ao corpo do seu filho de 15 anos...

Os Estados Unidos, a Europa e o resto do mundo têm a capacidade de obrigar a rússia a abandonar o terror e a guerra. E isso deve ser garantido: a paz é necessária.

quarta-feira, abril 02, 2025

Quo Vadis Estados Unidos?

Provavelmente já ouviu falar de Yuri Bezmenov, ex-oficial da 1ª Direção Geral do KGB que desertou para Canadá e revelou no Ocidente os modus operandi da secreta soviética. Bezmenov é mais conhecido por explicar o esquema de sabotagem ideológica que o KGB usou e que hoje continua à ser usado pelo regime russo. 

Este esquema, tal como descrito por Bezmenov, é constituído por 4 etapas: 

1. Desmoralização: esta fase dura 15 a 20 anos e envolve a destruição gradual dos valores sociais: morais, educacionais, culturais, legais, etc. 

2. Desestabilização: esta fase dura 2 a 5 anos e implica o estabelecimento de uma ditadura populista e o isolacionismo. 

3. Crise: esta fase dura 2 a 6 meses e envolve uma tomada violenta de poder por parte de agentes internos e externos. 

4. Normalização: esta etapa é ilimitada no tempo e envolve a transferência do país para o controlo externo da URSS/rússia, bem como a eliminação dos participantes das etapas anteriores. 

De acordo com este esquema, por exemplo, ocorreram os acontecimentos que levaram à Revolução da Dignidade na Ucrânia e à invasão russa em 2014 (mas os russos não tiveram em conta a subjetividade e a paixão muito maiores do que o normal do povo ucraniano, e o plano falhou no final da etapa 3).

Creio que os acontecimentos que estão a ocorrer agora nos EUA são uma versão ligeiramente modificada deste esquema. A primeira etapa decorreu da forma clássica e está agora concluída. A segunda etapa já está em curso, mas o seu tempo está o mais comprimido possível, em relação ao prazo da terceira. Isto é compreensível, porque a rússia simplesmente não possui de 2 a 5 anos, a sua economia não vai durar tanto tempo, por isso estão com pressa. A questão é saber quando ocorrerá a transição para a terceira fase, quem será a figura americana escolhida pelos russo e como será exactamente estabelecido o controlo/e externo (porque a intervenção militar russa directa parece bastante improvável).

A minha versão atual, da qual não tenho muita certeza, é a seguinte.

A figura-fantoche norte-americana, que poderá ser escolhida pelos russos, é provavelmente Bernie Sanders, que é atualmente o político mais popular dos Estados Unidos (% da aprovação, menos a % de desaprovação, ver a imagem em baixo). 

Pensem nisto: uma personagem de banda desenhada, um herói de memes, um homem que é considerado quase um comunista nos Estados Unidos, é o político mais popular dos Estados Unidos. Recentemente, organizou o maior comício nos EUA dos últimos 20 anos em Denver, com 35.000 pessoas (nada mau para Denver, mas é patético, em termos americanos, claro).

Relativamente ao cenário de estabelecimento de controlo/e externo, o meu entendimento é que o plano é privar os EUA de aliados e arrastá-los para várias guerras em simultâneo com a intenção de infligir uma derrota militar aos EUA às mãos da China. É precisamente sobre este aspecto que tenho mais dúvidas.

Mas, de qualquer modo, não vejo nenhuma força dentro dos EUA que tenha subjetividade, paixão e recursos suficientes para impedir a implementação deste plano. Portanto, a questão é saber se a Ucrânia se manterá como observadora não envolvida ou se tentará intervir activamente na situação.