Oficialmente, na guerra entre rússia e Ucrânia, o Quirguistão assume uma posição neutra, mas a rússia livremente recruta os quirguizes, bem como outros cidadãos dos estados da Ásia Central pós-soviética, para compensar rapidamente as perdas dos primeiros meses da invasão e da contra-ofensiva ucraniana na região de Kharkiv no outono de 2022.
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As fontes dentro do exército russo forneceram a lista de nomes de 360 cidadãos do Quirguistão que assinaram um contrato com o exército russo. A lista está incompleta, o número real de mercenários é maior. O mais novo da lista tem 18 anos (assinou o contrato quase imediatamente após atingir a maioridade), o mais velho tem 63.
Pelo menos 38 pessoas desta lista já morreram, existem informações sobre a data da sua morte e o local do sepultamento (recorde são 12 dias do momento da assinatura do contrato até a morte).
Assim como no caso dos cidadãos do Cazaquistão, os quirguizes são recrutados por meio de enganos, promessas vazias de «salários altos», além de ameaças e coerção. Há muitos cidadãos do Quirguistão entre os emigrantes na federação russa, muitas vezes ilegais. Muitos deles mordem a isca na forma de promessa da cidadania russa ou se tornam vítimas das rusgas da polícia russa.
Alisher Tursunov estava visitando seu filho na rússia, em Ryazan. Ao ir à loja para comprar kefir, ele foi sequestrado pela polícia russa. Os agentes, ao notarem um rosto “não russo”, agarraram o homem para enviá-lo à morte certa. Para a realidade russa isso já se tornou comum.
Tursunov, de 57 anos, foi levado para um centro de detenção, onde foi espancado e forçado a assinar um contrato com o Ministério da Defesa russo. Então, em poucos dias, ele se viu na linha de frente em algum lugar na região de Luhansk.
Alguns dos que chegaram com Alisher foram enviados imediatamente para o ataque: das 17 pessoas, apenas duas sobreviveram. Ele teve sorte, já que seu grupo foi forçado a cavar trincheiras. Aproveitando o momento após o bombardeio, ele conseguiu fugir, chegando às posições ucranianas e se rendeu. A primeira coisa que Tursunov ouviu dos militares ucranianos foi: «Não tenha medo. Ninguém encostará um dedo em você.» Os ucranianos cumpriram a palavra, deram-lhes algo para beber e comer, e o levaram para um lugar seguro.
As autoridades quirguizes ainda não comentaram a lista publicada. Assim como no Cazaquistão, a participação em conflitos no território de outros estados da República do Quirguistão está sujeita a punição criminal. É verdade que, desde o início da invasão em larga escala da federação russa na Ucrânia, apenas dois cidadãos do país foram levados à justiça, apesar de, somente de acordo com dados abertos, mais de 70 quirguizes terem morrido na guerra na Ucrânia. De acordo com informações OSINT, quer o número de mortos, quer o número total de cidadãos do Quirguistão recrutados pelo exército russo são bastante maiores.
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Beknazar Borugul uulu (esquerda) e Askar Kubanychbek uulu (direita), condenados no Quirgustão por participação na guerra na Ucrânia. |
- Salve sua vida e renda-se às FAU: t.me/spasisebyabot
- Chamadas: +38 044 350 89 17 / 688 (somente números ucranianos)
Uma operação de rotina das forças paramilitares e da polícia russa, dirigida à detenção de cidadãos quirguizes ocorreu recentemente em um dos banhos públicos de Moscovo/ou. Paramilitares não identificados e mascarados detiveram os homens por várias horas até a chegada da polícia russa, que espancava e humilhava os presentes:
Imediatamente após o aparecimento do vídeo, houve a reação oficial do Quirguistão oficial - o embaixador russo foi chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros / das Relações Exteriores, onde recebeu uma nota oficial, e os deputados quirguizes exigiram ações mais decisivas do seu governo em resposta às ações ilegais do lado russo. Na resposta, a parte russa informou oficialmente, que o ministério do interior russo «agiu dentro da lei».
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