sexta-feira, abril 25, 2025

Esquerdista americano que morreu na Ucrânia pela glória russa

Americano Michael Alexander Gloss, de 21 anos, assinou um contrato com o Ministério da Defesa russo e morreu na guerra com a Ucrânia, em 2024. A sua mãe, Juliane Gallina Gloss, é vice-diretora de inovação digital na Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA).

Gloss é filho de Juliane Gallina Gloss, a vice-diretora de inovação digital da Agência Central de Inteligência dos EUA e do Larry Gloss, um veterano da Marinha dos EUA, que participou na Operação Tempestade no Deserto, dono da empresa Security Information Systems, que desenvolve software para o Pentágono e países da NATO, escreve iSrories, que fez um trabalho profundo para traçar o perfil do mercenário americano.

Juliane Gallina Gloss

No obituário os seus pais escreveram que ele tinha um «aguçado sentido de justiça» e também «queria que o mundo fosse um lugar melhor, onde houvesse mais justiça, paz e harmonia com a natureza».

Esquerdista, eco-ativista, ativista pró-palestina, à favor dos abortos e direitos das mulheres, em algum momento de 2023 Gloss tive a intenção de visitar a Crimeia ocupada, que levou à discussão sobre a segurança das viagens à península, o estatuto da região e a guerra na Ucrânia: «Quero que todos vivam bem», escreveu Michael. «Mas conheço história suficiente para compreender que, nos conflitos entre nações, é a nação maior e imperialista que traz a paz através da vitória militar».

Gloss na época do seu ativismo nos EUA

Isto foi escrito por um esquerdista canónico. Mas exactamente a mesma coisa está a ser articulada pelos trumpistas. Isto é afirmado de forma algo indireta pelo próprio Trump, J.D. Vance, Musk e todos os seus minions. A mesma narrativa sobre uma nação imperialista que possui o direito de invadir vizinhos mais fracos porque isso oforece estabilidade e ordem global é o elemento da guerra de informação que a propaganda russa promoveu com muito sucesso, tanto ao público trumpista, como para o público esquerdista. Aqui, diferentes pólos do espectro político americano estão compostos pela mesma porcaria russa, escrve a jornalista ucraniana Olha Len.

Mas porque é que essa idéia entrou tão facilmente para os cérebros americanos? Acredito que havia uma base para isso na cultura popular americana. O que é que esta cultura de massas nos mostrou nos últimos dez anos? Basta olhar para um monte de séries de TV americanas desde 2014, onde o tema da Ucrânia e da agressão russa surge de uma ou de outra forma. O enredo mais comum em todas estas «Madam Secretary», «The Diplomat» e tantos outros «House of Cards» é uma espécie de guião de como negociar com um ditador russo. De série em série, divagava o enredo de como a personagem principal obrigava, «vitoriosamente» o presidente da Ucrânia a fazer concessões e render-se às vontades da federação russa. Então, digam-me, porque é que Trump teve de pensar que a vida não seria como numa produção de Hollywood?

Afinal, se todos este filmes, mais de dez anos são sobre conluio com a federação russa e sobre como forçar Ucrânia a render-se, porque razão este sentimento não seja aproveitado pela propaganda russa? A situação do filho da vice-diretora da CIA mostra que, com visões morais e filosóficas tão básicas, é muito fácil passar da pressão de Trump sobre os ucranianos para ajuda direta aos russos de matar estes ucranianos «intransigentes».

A Gloss assinou um contrato com as forças armadas russas, o que foi descoberto pela análise de dados do Sistema Unificado de Informação Médica e Analítica (EMIAS), que ficaram disponíveis como resultado de uma fuga de informação. O nome de Gloss apareceu na base de dados a 5 de setembro de 2023. O seu local de residência, bem como o de centenas de outros mercenários estrangeiros, era a morada do conselho de alistamento militar em Moscovo: rua Yablochkova, 5, edifício 1, apartamento número 302. A sala de exames médicos do conselho de alistamento militar tem o mesmo número.

Gloss junto aos mercenários nepaleses no centro de treinos «Avangard»,
na região de Moscovo.

iStories falou com um russo que foi recrutado ao 137º Regimento Aerotransportado de Ryazan e que conhecia bem Michael. «Peter» disse que Gloss tinha «a sua própria visão de como poderia ser útil na frente de batalha. Na faculdade, estudou construção e engenharia, por isso todos os seus pensamentos estavam relacionados com invenções e inovações», disse «Peter».

No entanto, o exército russo tinha a sua própria visão da utilidade do Michael, de acordo com uma fonte familiarizada com a história do Gloss, o americano foi enviado para as unidades de assalto aerotransportado em dezembro de 2023. Nessa altura, as unidades do 137º regimento operavam a noroeste de Soledar, na região de Donetsk. Gloss foi morto a 4 de abril de 2024 — a sua família confirmou a informação num obituário. As circunstâncias exatas da sua morte são desconhecidas. De acordo com o site da agência funerária, foi sepultado nos Estados Unidos oito meses após a sua morte.

A imagem, não confirmada, que mostra o último momento do Gloss

Como escreveu um dos participantes no chat/bate-papo do agrupamento hippie «Rainbow Family»: «Nesta situação, nem sequer tenho pena dele. Saltar voluntariamente para o picador de carne para prolongar a ditadura — o que poderia correr mal? É triste que as pessoas continuem a ser vítimas de ideias estúpidas. Não suspeitava que ele estivesse tão fortemente contaminado por elas. Pensei que isto era apenas maximalismo juvenil. E agora ele desapareceu».

Blogueiro 

Ao olho nú são visíveis as semelhanças entre caso do mercenário americano e mercenário brasileiro, Rafael Lusvarghi. Ambos jovens, provenientes das famílias da classe média (média alta do Gloss e média baixa do Lusvarghi). Ambos com ideias esquerdistas sobre «injustiças capitalistas» e o «mundo melhor» das «amanhãs cantantes». Mais um passo lógico e ambos se viram às armãs nas mãos à agredirem Ucrânia, matarem os ucranianos, destruírem a economia ucraniana e bem-estar da região de Donbas. Diferença única: Lusvarghi confessou que aprendeu o socialismo «com o fuhrer» e talvez por isso, está servir uma pena, na cadeia brasileira, pelo tráfico de droga. Já Glosse simplesmente morreu, liquidado por um drone ucraniano e servindo, durante meses, de adubo às terras negras da Ucrânia. O que também, no fundo, no fundo, é um mal menor.

Outro ponto interessante, a filiação do Gloss, poderia ser facilmente aproveitada, em grande medida, pela propaganda russa. O filho da vice-diretora da CIA lutando nas fileiras do exército russo pela glória russa. O que poderia igualar essa passagem verdadeiramente hollywoodesca? No entanto, o exército russo agiu, à semelhança do Daesh, quando estes recebiam os voluntários ocidentiais. Sem muita conversa, na absoluta maioria dos casos, o Daesh colocava estes idiotas úteis no primeiro jihad-móvel disponível e os enviava ao encontro de alvos absolutamente insignificantes.

1 comentário:

Anónimo disse...

Muitos casos, como o relatado no artigo sobre o universo ucraniano, mostram que há, de fato, doutrinação nas instituições, especialmente nas escolas públicas e privadas, tanto no Brasil quanto em outros países. Indivíduos acabam formando grupos extremistas, como o caso da Nova Resistência, liderada por Rafael Machado (@camaradamachado), entre outros apoiadores da causa, como @liberdadenumen, @iamclaudiamr, @souclaudiamr e @flaviagasi, cujos perfis no Twitter e Instagram têm manifestado apoio a esse grupo fascista. A Nova Resistência está infiltrada no PDT e oferece suporte às ideias de Alexandr Dugin, que tenta implementar a Quarta Teoria Política — uma ideologia que mistura fascismo e comunismo em uma proposta única. Essa teoria visa promover um mundo multipolar e utiliza estratégias de manipulação, valendo-se de ideias conservadoras falsas para atrair apoio de públicos conservadores, com o objetivo de disseminar suas ideologias políticas no campo da geopolítica.
Fonte: https://www.state.gov/wp-content/uploads/2023/10/Nova-Resiste%CC%82ncia-in-Brazil_Oct_25_23_508.pdf
Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/nova-resistencia-o-grupo-brasileiro-que-junta-direita-e-esquerda-para-apoiar-putin-maduro-e-o-hamas/
Fonte: https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2022/09/18/nova-resistencia-como-militantes-de-extrema-direita-se-infiltraram-no-pdt.htm
Fonte: https://veja.abril.com.br/brasil/radicais-de-grupo-infiltrado-no-pdt-entram-na-mira-do-governo-americano/