segunda-feira, julho 08, 2019

Uso do trabalho escravo na União Soviética comunista

GULAG soviético era composto por cerca de 53 campos de concentração com milhares de unidades e sucursais, 425 colónias correcionais, 50 colónias para menores, mais de 2.000 kommandanturas especiais. Mais de 30.000 locais de detenção. Milhões de escravos de mão-de-obra gratuita. O segredo da industrialização soviética.

Todas as conquistas da URSS foram baseadas no verdadeiro trabalho escravo, que, de uma ou de outra forma, foi usado durante toda a existência da União Soviética. Isso foi especialmente perceptível nas décadas do reinado do Estaline/Stalin – de fa(c)to, todas as conquistas daquela “verdadeira URSS” foram criadas por escravos que não tinham direitos e viviam sob a mais real servidão.

Como a escravidão foi consagrada na lei soviética
Até 1 de setembro de 1931 na URSS era vigente o sistema laboral com duas formas de funcionamento – trabalho contínuo ou a semana britânica de cinco dias. Tanto no primeiro, quanto no segundo caso, o trabalhador tinha o direito de 72 dias de folga por ano. Mas em 1/09/1931 foi introduzida a semana de seis dias laborais, o número de dias de folga foi diminuído e as mulheres foram enviadas para trabalhos pesados ​​em igualdade com os homens.

Em 1940, Estaline/Stalin assinou pessoalmente o decreto sobre a semana laboral de sete dias, com introdução de responsabilidade criminal por abandono não autorizado do posto de trabalho, atrasos e absenteísmo. O faltoso era condenado à um trabalho correcional por um período de seis meses, geralmente no mesmo local do seu trabalho. Durante o “trabalho correcional”, uma parte do seu salário era deduzida ao favor do Estado. Havia dinheiro suficiente para a compra dos alimentos mais básicos – para não morrer de fome.

Além disso, os cidadãos foram proibidos de abandonar voluntariamente o seu posto de trabalho – para isso precisavam obter uma “autorização” de seus superiores, e se uma pessoa saísse de sua livre vontade ou protestasse de alguma outra forma, era enviada aos campos de concentração soviéticos de GULAG. Além disso, os trabalhadores soviéticos comuns viviam frequentemente em apartamentos comunais ou em um quarto em uma barraca de madeira – como verdadeiros escravos. Na pobreza absoluta e sem o direito de escolher seu próprio caminho na vida.

Dalstroy. Escravos de campos de concentração

Em 1931 na URSS também foi criada a organização criminosa Dalstroy, que usava o trabalho forçado dos prisioneiros na construção das diversas obras faraónicas do regime soviético. Dalstroy respondia diretamente ao NKVD e quase toda a sua liderança era formada pelos órgãos repressivos do estado soviético.
Dalstroy usava os prisioneiros dos campos de concentração na procura de ouro e na construção de infra-estruturas nos territórios inabitados da Rússia soviética. Nas incrivelmente difíceis condições do norte, os prisioneiros construíram cidades e vilas e trabalharam nas minas – morrendo aos milhares de fome, frio e condições gerais desumanas.

Essa imagem mostra “Os maiores locais de construção do segundo plano quinquenal”, orgulhosamente exibida pela propaganda soviética:
O mapa dos campos do GULAG coincide quase exatamente com todas essas “conquistas da indústria” e “construções quinquenais”, servidos pelo trabalho escravo dos prisioneiros dos campos de extermínio soviéticos.
Várias vezes, estas “construções quinquenais” eram completamente insanas. Como a construção do caminho-de-ferro/ferrovia Salekhard – Igarka  (conhecida como “Ferrovia da morte”) – uma das construções do socialismo triunfante soviético das décadas de 1940 – início de 1950.
GULAG e "Ferrovia da morte"
Centenas de milhares de prisioneiros do GILAG foram lançados/jogados nos pântanos da Sibéria, morrendo também aos milhares. O projeto acabou sendo abandonado como absolutamente desnecessário. Deixando atrás de si cerca de 700 quilómetros de trilhos enferrujados – torcidos em diversos ângulos incríveis devido às difíceis condições naturais, pontes apodrecidas e trançadas, locomotivas ao vapor enferrujadas e abandonadas para sempre, os restos de campos de concentração – à cada 10 quilómetros do caminho-de-ferro / da ferrovia aparecem torres de guardas do GULAG, ainda preservadas.
Faça click para explorar o GULAG online em 3D
Não muito tempo atrás, os entusiastas que visitaram esses locais criaram o modelo 3D do campo de concentração de Barabanikha – localizado na área da auto-estrada/rodovia Transpolar. Acima dos portões do campo de concentração estava pendurado o slogan “Trabalho na URSS é uma questão de honra, uma questão de glória, uma questão de valor e do heroísmo” – o equivalente soviético da frase nazi(sta) “Arbeit macht frei”.

Escravatura soviética no campo

No mesmo ano de 1931, nos kolkhozes soviéticos foi introduzido o sistema de “dias-de-trabalho”. O sistema consistia no fato de que os camponeses deixaram de receber quailquer salário e, em vez disso, a sua assiduidade era controlada através dos “dias-de-trabalho”.
O camponês já não era deportado para as áreas remotas e terríveis do norte, mas usado como um escravo na sua própria comunidade. A pessoa trabalhava em trabalhos físicos pesados ​​no kolkhoz e, em vez de receber, pelo seu trabalho, recebia uma “varinha” no livro de controlo kolkhoziano. Mais tarde, esses “varinhas” podiam ser trocadas por algum alimento – outras poderiam ser canceladas como castigo por algum “erro”, como o não cumprimento de normas extremamente altas – à conta disso os camponeses perdiam até ¼ dos seus “dias-de-trabalho”.

Em 1932, quando a vida nos kolkhozes soviéticos tornou-se absolutamente insuportável, os bolcheviques deixaram de emitir aos camponeses os passaportes (documentos de identificação), legalizando a escravidão servil. A URSS retornou ao sistema de semiescravidão czarista pré-1861 – os camponeses não podiam se mover livremente, escolher o tipo de atividade, escolher o tipo de instituição de ensino para si ou para os filhos – tudo isso precisava de permissão do novo “senhor feudal” – o chefe do kolkhoz.

Neste sistema esclavagista soviético não havia pensões/reformas – naquelas décadas, os camponeses idosos recebiam cerca de 2 rublos por mês (3,38 dólares ao mês), o que era praticamente igual ao zero. Os “dias-de-trabalho” foram cancelados somente em 1966 e, no mesmo ano, os camponeses dos kolkhozes começaram a receber passaportes (documentos de identificação) – durante meio século, a maior parte da existência da URSS, eles viviam como verdadeiros escravos.

País construído por escravos. Em vez do epílogo
Imagem de cima "Indústria na URSS" | Imagem em baixo "Maiores campos de concentração na URSS"
Os fãs e amantes da URSS adoram Estaline/Stalin e seus “grandes projetos de construção” – pagos pelo preço exorbitante de milhões de vidas perdidas (muitas vezes em projetos desnecessários como caminho-de-ferro/rodovia Traspolar). Nesse sentido, a URSS era um império clássico, semelhante aos impérios do passado – construídos por escravos. A única diferença é que os antigos impérios usaram para esses fins prisioneiros de guerra capturados em outros países – as autoridades comunistas soviéticas transformaram em escravos a população do seu próprio país...

Imagens: arquivo | Texto: Maxim Mirovich

1 comentário:

Anónimo disse...

O comunismo foi a grande peste do século 20!