O
blogueiro ucraniano Volodymyr
Zavgorodny desenhou esquematicamente o caminho civilizacional que Ucrânia
percorreu nos últimos 30 anos. Sempre cambalhotando entre “Europa” e “cú da
história”, ou seja entre a civilização e um beco sem saída.
Autor
explica que não deve ficar preso aos termos, bastante aleatórios. À direita
poderia ser escrito “império russo”, “URSS”, “federação russa”, “Horda
Federativa Tartaro-Mongol”, “União de Taiga” ou mesmo outras versões
alternativas especialmente excêntricas do universo.
Da mesma forma, do
lado esquerdo, em vez da palavra “Europa”, poderia ser
escrito “marditos liberais”, “liberdades civis”, “a economia que realmente funciona”, “Estado de Direito"
e até “a oportunidade de ganhar mais de meio varenyk”, pode não ser muito óbvio, mas por via de regra, todas essas coisas estão
inter-relacionadas: pessoas ganham dinheiro com mais frequência e mais
facilidade em países onde há liberdades e funciona
a economia de mercado, e menos
frequentemente e mais difícil é ganhar dinheiro nos países onde em vez de liberdades e do
mercado reinam as tradições retrógradas, fé
medieval e outros mísseis Iskander que
tentam se rir de uma forma desagradável.
[...]
E
somente nos últimos anos Ucrânia [...] se afastou bruscamente de abraços
imperiais amorosos. Sistematicamente se movendo na direção à Europa. Introduzindo
as reformas, descentralização, descomunização, isenção de vistos, companhias
aéreas de baixo custo, Tomos, renovando
o exército – uma lista completa de coisas que alguns de ucranianos acham que
“não se pode comer ao pequeno-almoço/cafe-de-manha” e, portanto, limitadas na
sua visão e perspectiva, persistentemente tentam meter no cú. Independentemente
de alguém gostar ou não, tudo isso aconteceu durante a presidência do
presidente Petró Poroshenko. Embora, outros são livres de pensar que isso é
apenas uma mera coincidência.
E
agora olhamos novamente para o nosso cronograma, o que acontece depois. E vemos
que em geral, o que acontece, não é uma coisa muito boa. Porque [oligarca] Kolomoisky
está perseguir as companhias aéreas de baixo custo, o nome de [carniceiro] Zhukov
é devolvido às ruas, o [lugar-tenente do Yanukovych] Portnov retorna ao país e manda,
cada vez mais, não apenas na Internet, e o novo presidente em vez de uma janela
para a Europa, quer reconstruir a ponte aos territórios ocupados. São os seus
interesses. Nem se sabe como tudo isso aconteceu.
Por
favor, notem que o último ponto no gráfico é mais à direita, mas ainda não se
enquadra na área convencionalmente designada por nós como “cú”. Isto é, de alguma
forma ainda há esperança. Há esperança para conseguir chamar à razão, há
esperança de mudança.
Mas
a tendência é simplesmente alarmante, entendem?
Ora
o presidente eleito despede o [ministro dos negócios estrangeiros] Klimkin, ora
o amigo do presidente eleito quer fornecer a água à Crimeia ocupada, ora o
canal da TV anuncia “os pontes televisivos de amizade”, porque eles precisam
urgentemente conversar com alguém.
Para
onde Ucrânia irá a seguir?
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