segunda-feira, julho 22, 2019

Ucrânia fez a sua escolha, é menos má, podia ser muito pior

As legislativas ucranianas decorreram neste domingo, partido do presidente eleito ganha a maioria dos mandatos, mas fica abaixo da maioria simples (226 deputados), abstenção histórica foi superior aos 50%.
Boa notícia é que todos aqueles que nos últimos 5 anos se dedicaram à propaganda anti-Poroshenko não entram no futuro parlamento ucraniano: coronel Hrytsenko, presidente do conselho municipal de Lviv – Andriy Sadoviy (seu partido Samopomich consegue apenas 0,6% de votos), nacionalistas com slogans e ideias esquerdistas, encabeçados pelo Oleh Tiahnybok (a sua lista conjunta dos nacionalistas unidos consegue cerca de 2% de votos), o ultra-populista Oleh Liashko, populista georgiano Mikheil Saakashvili... Todos foram dispensados e todos vão para uma espécie de lixeira política.

É especialmente caricato, se recordarmos, que muito recentemente Andriy Sadoviy sonhava com o posto do Primeiro-ministro (e em 2014 era uma figura presidenciável).

As próximas eleições municipais, muito possivelmente também antecipadas, poderão mudar, por completo, a composição política da Ucrânia.

Bónus

Prognóstico das eleições, dado pelo mentor e financiador do presidente Zelensky – oligarca ucraniano Ihor Kolomoysky nas vésperas das eleições:
Pelo meu prognóstico o Empregado/Servidor do Povo irá eleger 115-125 deputados pela listas partidárias, outros 40-70 deputados elegerá pelos circuitos uninominais (são 199 mandatos). Para a maioria faltarão cerca de 50 votos.

Significa que terá que formar a coligação/coalizão. Não se pode fazer coligação com Poroshenko ou Plataforma de Oposição, então sobram Vakarchuk (Holos) e Tymoshenko (Batkivshyna).

A opção mais preferida é a coligação com Vakarchuk, mas Tymoshenko também é uma boa possibilidade, se apresentará as exigências razoáveis aos postos governamentais. Nem podemos descartar, de tudo, mesmo a Plataforma de Oposição, se eles optarem pelo rebranding (fonte).

Bónus II
Na cidade de Lisboa votaram apenas 729 eleitores (dos cerca de 50.000 ucranianos residentes em Portugal); em Roma também votaram menos de 1.000 eleitores dos 8.009 lá registados. Na Austrália votaram apenas 4% dos 1.541 eleitores registados.

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