quarta-feira, março 22, 2017

Como a imprensa soviética reabilitava o nazismo alemão em 1939-1941

Desde assinatura do Pacto Molotov-Ribbentrop, a imprensa soviética começou a reabilitação do nazismo alemão, retratando França e Inglaterra como os vilões; Polónia como “estado falhado” e secundando Alemanha nazi no seu esforço de invadir e anexar os países vizinhos.  
O jornal "Pravda" sobre a retificação do Pacto de não-agressão (pacto Molotov-Ribbentrop)
Setenta anos depois, em maio de 2009 na Rússia foi criada a «Comissão no âmbito do Presidente da Federação da Rússia para combater as tentativas de falsificar a história em detrimento dos interesses da Rússia» (cessou a sua existência em 2012). Era uma ação preventiva de discussões na Europa sobre a semelhança entre os crimes do nazismo e do comunismo. Como resultado, em 3 de julho de 2009 na sua resolução OSCE equiparou os crimes de estalinismo aos crimes do nazismo. Na Rússia, essa decisão causou um alvoroço, uma vez que essa formulação destrói diretamente os pressupostos da missão “libertadora” da URSS na II Guerra Mundial.
O discurso do Hitler no Reichstag: "A luta entre Alemanha e URSS pode ser benéfica apenas aos países terceiros".
A própria fórmula «...em detrimento dos interesses da Rússia» era bastante eloquente – Rússia procurava não a verdade histórica real, mas uma versão desejável de uma informação histórica confortável em termos usados na União Soviética, por trás da Cortina de Ferro e com arquivos históricos fechados aos historiadores.
Guerra entre Alemanha e Polónia.
As unidades alemãs entraram na Varsóvia
Em novembro de 2016, decorreu no Conselho de Segurança russo uma reunião que debateu a proposta do Ministério da Defesa para criar um “Centro de luta contra a falsificação da história”. E o tema continua sendo evocado.
A nota do governo da URSS, entregue ao embaixador polaco em Moscovo na manha de 17 de setembro de 1939.
(a URSS entra na II G.M. ao lado da Alemanha nazi, participando na divisão da Polónia)
Toda a discussão gira em torno do Pacto Molotov-Ribbentrop e da divisão da Europa pós-II G.M. Às vezes o pacto é chamado na Rússia de “prática internacional normal”, embora é sabido que o pacto provocou as guerras contra Polónia e Finlândia, “sovietização” e ocupação dos Estados Bálticos, Ucrânia Ocidental, Belarus, Bessarábia e Bucovina do Norte. Levou o terror e as deportações de massa para aquelas áreas. Os protocolos secretos que especificavam a divisão de esferas de influência entre Alemanha nazi e URSS soviética e a conquista dos países vizinhos não são práticas normais. Na verdade, tudo em que Alemanha nazi foi acusada no Tribunal de Nuremberga, era usado com sucesso na URSS. A União Soviética possuía um sistema de campos de concentração, chamado GULAG. E até mesmo a alegação do que os nazis perseguiam as pessoas na base racial e os comunistas em termos sociais (luta de classes) é muito convencional. Desde 1935 na URSS foram submetidos a repressão e deportação os representantes de cerca de 15 nacionalidades, apenas pelo facto de pertencer à uma determinada nacionalidade ou grupo étnico.
Apresentamos uma pequena seleção de recortes de jornais jornais soviéticos no “curto” período de 1939-1941. Durante este período a imprensa da União Soviética estava totalmente envolvida na reabilitação do nazismo: eram justificadas as ações do 3º Reich na invasão e ocupação dos países vizinhos; Polónia, Inglaterra e França foram acusadas de atacar Alemanha; Hitler e von Ribbentrop felicitavam-se pelos seus aniversários; eram publicados os seus discursos e outros tipos de propaganda que na federação russa constitui uma ofensa criminal. @ fonte
Afinal, os marvados dos polacos se preparavam para atacar a União Soviética!
O discurso do Hitler em Danzig (atual Gdansk): "Polónia nunca tive a democracia
"Exército Vermelho traz liberdade e felicidade"
"Acordo germano-soviético sobre a amizade e a fronteira
entre URSS e Alemanha" 
Almoço no (gabinete) do chefe do Conselho dos comissários do Povo e Comissário do povo dos Negócios Estrangeiros cam. V. M. Molotov em honra do ministro dos negócios estrangeiros da Alemanha sr. Joachim von Ribbentrop  
28 de setembro de 1939: "a URSS irá fornecer as matérias primas e Alemanha irá compensar
(o valor) com o fornecimento dos produtos manufacturados". V. Molotov ao von Ribbentrop 
Hitler e von Ribbentrop felicitam Estaline pelo seu aniversário, com o direito
de publicação dos telegramas no jornal oficioso soviético "Pravda" 
Estaline agradece pessoalmente Hitler e von Ribbentrop
Informe da TASS: "os rumores sobre a proximidade da guerra entre URSS e Alemanha são
fabricados toscamente pelas forças inimigas da URSS e da Alemanha" 

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