No
último dia 16, o Parlamento Europeu adoptou a resolução
“Prisioneiros políticos ucranianos na Rússia e situação na Crimeia”, em que exige
da Rússia libertar os 30 prisioneiros políticos ucranianos que ilegalmente se
encontram nas cadeias russas.
O
documento,
adoptado para assinalar o 3º aniversário da anexação russa da Crimeia declara que
a decisão russa de 21 de março de 2014 em “anexar a Crimeia é ilegal” e condena
a decisão do Kremlin em “atribuir os passaportes russos à todos os moradores da
Crimeia”.
De
acordo com a resolução, a situação da proteção dos direitos humanos na
península da Crimeia, nos últimos três anos “se deteriorou rapidamente, e
violações da liberdade de expressão, de imprensa e a imposição forçada de
cidadania russa tornaram-se sistemáticas”. O Parlamento Europeu recordou que os
tártaros da Crimeia é um povo indígena da Crimeia, sublinhando que “o seu
património cultural é um dos principais alvos da repressão”. Os deputados do PE
novamente condenaram a decisão das autoridades russas de proibir as atividades
do Mejlis [a representação central dos tártaros da Crimeia] o que foi uma “violação
grosseira dos direitos dos tártaros da Crimeia”.
O
texto da resolução contém a lista de 30 nomes de cidadãos ucranianos, incluindo
Mykola Karpyuk, Stanislav Klykh, Oleksandr Kolchenko, Oleg Sentsov, Oleksiy
Chyrniy, Oleksandr Kostenko, Serhiy Lytvynov, Valentyn Vyhivskyi, Viktor Shur,
Andriy Kolomiyets, Ruslan Zeytullayev, Nuri Primov, Rustem Vaitov, Ferat
Sayfullayev, Akhtem Chiyhoz, Mustafa Dehermendzhi, Ali Asanov, Inver Bekirov,
Muslim Aliyev, Vadim Siruk, Arsen Dzhepparov, Refat Alimov, Zevri Abseitov,
Remzi Memetov, Rustem Abiltarov, Enver Mamutov, Artur Panov, Evheniy Panov,
Roman Suschenko e Emir-Usein Kuku, o defensor dos direitos humanos, permitindo
que todos eles possam viajar livremente, entre eles o jornalista Mykola Semena,
perseguido pelo seu trabalho jornalístico na Rádio Europa Livre / Rádio Liberdade.
A
resolução nota que a responsabilidade pela perseguição política, prisões
arbitrárias, tortura dos tártaros da Crimeia e dos ativistas ucranianas, pela violação
da liberdade de expressão e de imprensa na Crimeia é da potência ocupante, que possui
o controlo de facto sobre a situação na península. “Apesar da ilegalidade da
anexação da Crimeia, a Rússia é totalmente responsável pela manutenção da lei e
da ordem na Crimeia e a protecção dos cidadãos que a habitam”, – se diz no
texto.
O
Parlamento Europeu considera que os governos da União Europeia devem continuar
a política de sanções contra o governo russo pela sua política em relação à
Crimeia. Em particular, os deputados “exortam a introdução de novas medidas
restritivas contra os responsáveis por graves violações dos direitos humanos,
incluindo o congelamento dos seus activos em bancos da UE”.
O Presidente da Ucrânia
Petró Poroshenko agradeceu no seu Facebook
aos deputados do Parlamento Europeu pelos “debates significativos e pela resolução
sobre os prisioneiros políticos ucranianos na Rússia e a situação na Crimeia,
bem como um forte apoio à soberania e à integridade territorial da Ucrânia. A
presente resolução é um sinal claro de que, apesar das manipulações, as
autoridades de ocupação não conseguem esconder os três anos de ausência da lei na
Crimeia, a grave violação dos direitos humanos e liberdades, em particular, dos
tártaros da Crimeia, a tomada de reféns entre os cidadãos ucranianos para os seus
fins políticos”.
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