O
nosso blogue já escreveu sobre a Novorossia
real, aldeia russa altamente depressiva, esquecida pela Deus e civilização,
ex-sede do kolkhoze chamado «Caminhada ao comunismo». No entanto, também é interessante
verificar o estado em que ficaram os territórios ucranianos ocupados em
resultado da invasão armada dos adeptos da “novorossia” moderna.
Assim,
o líder da organização terrorista “dnr”, Aleksandr Zakharchenko admitiu
recentemente que nas fileiras das ditas milícias que, com apoio das forças
terroristas russas começaram a guerra no Donbas havia muitos bandos de puros
bandidos. A afirmação foi feita durante a sua dita “on-line conferência com os moradores
de Donbas”, informa a página ucraniana Ostro.org.
“Outra
questão é que antes da criação do exército da “dnr” muitos grupos de homens
armados se identificavam como milícia, e, de facto, eram criminosos comuns e as
armas usavam não para a defesa da república, mas para o enriquecimento pessoal”,
– explicou Zakharchenko. Ele também acrescentou que esses milicianos esperarão
em vão qualquer ajuda da dita “dnr”: “Agora, muitos desses “patriotas”, que por
qualquer motivo evitaram a punição pelos seus crimes ainda querem receber o
dinheiro do estado. Isso não acontecerá”, – concluiu o líder dos terroristas,
citado pela Newsru.ua.
Antifascistas
com os métodos fascistas
Durante
a sua fuga da cidade de Slovyansk em 2014, os terroristas deixaram por trás diversos
documentos interessantes, que mostram a atmosfera em que a cidade viveu os três
meses da sua ocupação pelas forças terroristas da dita “dnr”.
A ordem de fuzilamento assinada pelo terrorista russo Igor Girkin |
Já
se escreveu bastante sobre as famosas ordens de fuzilamento, assinadas pelo
terrorista russo Igro “Strelkov” Girkin e pelos seus comparsas. Por exemplo, a
ordem divulgada publicamente em 26 de maio de 2014 deliberava fuzilar os dois líderes
terroristas locais, provavelmente os separatistas locais: Dmitri G. Slavov
“Búlgaro” e Nikolay A. Lukyanov “Luka” pela “pilhagem, roubo à mão armada, sequestro,
abandono de posições militares”.
A
ordem foi afixada nos espaços públicos da cidade de Slovyansk e lida no dia
26.05.2014 na televisão local pelo líder comunista da cidade, Anatoliy
Khmelevoy, por isso não pode haver nenhuma argumentação sobre a sua
autenticidade.
https://www.youtube.com/watch?v=-LG6srcwdh8
Ou
seja, um autoproclamado «ministro da defesa» de uma autoproclamada «república» manda
fuzilar as pessoas na base da ordem da URSS, um país extinto. Por um lado,
estamos perante a selvajaria inacreditável ao estilo do estado islâmico, por outro
lado eram as regras quotidianas trazidas pelos defensores do «mundo russo».
Mas
além disso, em Slovyansk foram recuperados documentos e exposições que os
cidadãos aterrorizados escreviam ao Igor Girkin (que na altura se intitulava
como “coronel comandante miliciano da dnr”) e ao seu vice, Victor “Nos” Anosov (“comandante da polícia militar”),
para denunciar os mais diversos crimes dos seus subordinados (ver
os originais dos documentos).
Talvez
a mais interessante é a exposição № 8, escrita pelo cidadão de Slovyansk,
Borsuk A. A. e endereçada ao Victor “Nos” Anosov
em que este descreve os usos e costumes que reinam num dos postos de controlo
dos “milicianos”, onde “cresce as pilhagens, espancamentos, ameaças, chantagem –
todos os métodos do fascismo”.
Ainda,
ma noite de 30/06 à 1/07 de 2014, a cidade de Slovyansk estava sem a energia
elétrica o que obrigou os moradores à usar as lanternas para se movimentar na
escuridão. Em algum momento, por causa da luz da lanterna do telemóvel, o seu
apartamento foi invadido pelos “milicianos”, que sem mais demoras, imediatamente
o começaram a bater na cabeça com um bastão:
“Os
dois seguravam pelas pernas e miliciano “Maloy” (Puto) batia com um bastão nos
ossos de pernas e dos dedos, obrigando-me a confessar que sou o traidor. Vieram
outros milicianos e queriam me dar o tiro na perna. Eles exigiram à confessar
aquilo que eu não cometi. Eles disseram que eu era um homem morto. Marina [namorada?]
chorava e pedia-lhes para parar com a tortura brutal e que não atirem em mim. Começou
a debandada do apartamento. Com a luz da lanterna me focavam nos olhos para [eu]
não ver o que eles estavam roubando. “Maloy” indicava à um outro [...] o que
deveria ser levado. O miliciano com um lenço preto focava a lanterna, ligada à
espingarda automática, encostada à minha testa. A segurança da arma foi destravada,
essa foi carregada, [me] chutavam deitado no chão. Atrocidade completa”.
O
cidadão teve a ideia brilhante de telefonar à “polícia” dos terroristas. Em
resultado da chegada desta, descalço, seminu e algemado foi levado ao edifício
da polícia local, onde permaneceu a noite inteira. Já os milicianos não
perderam o tempo, o mesmo “Maloy”: “retirava do meu apartamento os objetos de
valor e electrodomésticos, [vestindo] as calças do meu fato treino e empilhava os no meu
carro, que foi levado. Como resultado de actos de vandalismo, intimidação fascista,
do apartamento desapareceram os bens”.
A
lista dos bens, desaparecidos após a visita dos “milicianos” é extensa (21 pontos, eis apenas alguns, os mais reveladores):
- As medalhas do avô da Segunda Guerra Mundial;
- As chaves do apartamento, levados pelo “Maloy”; a viatura “Tavria Slavuta” que em julho de 2014 estava estacionada junto ao posto de controlo [dos separatistas];
- Partido e levado o dinheiro de cofrinho de criança (!!!) no valor de 400 UAH [em 2014 cerca de 50 USD];
- Dois pastores alemães e os respetivos documentos;
- Dois frascos de água-de-colónia cara;
- Monitor de TV com os documentos; a colher de jantar de prata;
- As condecorações do Ministério dos Transportes e relógio de bolso;
- Os DVD e etc. (ver o original da exposição).
Bónus
O
Deputado da Duma Estatal da federação russa, Roman Khudiakov, pediu ao ministério
da Justiça russo considerar oficialmente a letra do hino da Ucrânia de
“extremista”. O deputado exige que sejam considerados de extremistas todas as variações
de verso do poeta Pavlo
Chubynsky que serviram de base do atual hino nacional da Ucrânia. O
deputado considera que o poeta ucraniano “sempre respirava o veneno contra os
cidadãos da federação russa”, isso é, apesar deste morrer em 1884. Além disso,
o deputado considera que a frase “Ficaremos, os irmãos, na sangrenta batalha do
San ao Don” (na redação até 6 de
março de 2003) é uma “reivindicação dos territórios russos” (fonte).
Neste
contexto importa recordar que o hino do partido comunista soviético, PCUS, era
o “Internacional”, cuja letra na sua versão russa rezava:
O
mundo inteiro da violência destruiremos
Até
o base, e depois
Nós
o nosso, o novo mundo construiremos:
Quem
era nada se tornara tudo!
Como
diz a blogueira ucraniana Alla Vinnichenko: “70 anos de puro extremismo”.
Blogueiro: é
interessante a postura estalinista do fuhrer Zakharchenko. Denunciando os
crimes dos separatistas e terroristas anónimos, cometidos sob o comando seu e
dos seus curadores moscovitas, ele opta pela tática do Estaline que mandou
executar dois chefes da polícia secreta OGPU-NKVD, Yagoda (1938) e Yezhov
(1940), acusados de diversos crimes, cometidos, na realidade, às suas próprias
ordens.
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