sábado, junho 18, 2016

Igor Korneliuk: jornalista que já não mente há dois anos

No dia 16 junho de 2016, o jornalista russo Igor Korneliuk, fez a sua última reportagem da Ucrânia ocupada (à onde entrou ilegalmente), em que um terrorista encapuçado afirmava, nomeadamente: “na aldeia de Schastia agora está à decorrer a “limpeza” maciça. São aniquilados os civis, mulheres e crianças são assassinadas à facada, todos, os adolescentes de 16 até 50 anos (Sic!) – são assassinados à facada, todos completamente”.

O jornalista não apresenta nenhuma prova à sua calúnia (nem às diversas outras), o terrorista encapuçado fala em nome de uma “mulher vizinha de um dos seus companheiros”. Mas já não fazia a diferença, os russos acreditaram, ferveram e foram ao Donbas defender os “meninos de cuequinhas” dos “ucranianos fascistas”. Quantos russos morreram graças ao Korneliuk e Cº, e quantos ucranianos eles mataram?..
https://www.youtube.com/watch?v=F5czizar4VI
No dia seguinte, em 17 de junho, uma punição justa visou o propagandista putleriano – ele bateu as botas em resultado de fogo de morteiro durante as suas filmagens. Que a terra fica em fibra de vidro quer à ele, quer à todos os outros propagandistas russos que criaram essa guerra. Não devem sonhar em escapar uma punição justa, escreve o blogueiro ucraniano ibigdan.

Gazavat checheno vs bandidos do Yeltsin
O propagandista russo, Maksim Shevchenko, surpreendeu, há dias, todo o mundo, falando sobre o recente batismo de uma ponte em São Petersburgo em nome de Akhmad Kadyrov. A jornalista pergunta como fica neste caso o facto de Kadyrov [autor da célebre frase: “os russos são muito mais numerosos do que os chechenos, portanto, todos o checheno teria que matar 150 russos”], ser responsável pela morte dos militares russos. Sem vacilar, o propagandista responde: nos anos 1990 não havia militares russos na Chechénia, apenas “os bandidos do Yeltsin”. E acrescente que “quando Akhmad Kadyrov declarou gazavat [gazi] ao poder do Yeltsin ele agia em interesse da federação russa”.
https://www.youtube.com/watch?v=jJirVZOYvkU

Ou seja, se as coisas atuais correrem mal à Rússia, já depois de amanha haverá algum maksimshevchenko que calmamente dirá a sua justiça: “na Ucrânia nunca houve os militares russos, apenas os bandidos do Putin. O presidente Petró Poroshenko, quando declarou a Operação Antiterrorista agiu em interesse da federação russa”. A sentença será publicada no sputnik.info e os adoradores da Rússia vão a repetir nas redes sociais com toda a convicção: “Putin é um traidor que queria mal à mãe – Rússia e o presidente Poroshenko fez muito bem em combater estes bandidos putinescos”... 

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