Os russos identificaram a direção de Brovary como uma das principais vias para capturar a cidade de Kyiv. Para romper a defesa ucraniana, eles concentraram ali um punho blindado – colunas de tanques e veículos blindados.
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A coluna russa avançando sobre Kyiv |
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Manchas vermelhas são as forças russas à cercar Kyiv |
Esta coluna deveria invadir a capital. Mas foi detida por unidades da 72ª Brigada Mecanizada «Zaporozhianos Negros», forças de operações especiais SSO «Azov» e da 112ª Brigada de Defesa Territorial (TrO).
Caçadores de blindados da TrO
No momento da invasão russa, a 112ª Brigada tinha apenas 4 operadores do sistema de mísseis antitanque «Stugna-P». Eles montaram uma emboscada perto da vila de Skybyn (5 km de Brovary na auto-estrada M01 Kyiv – Chernihiv).
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Soldado «Marine», 112ª Brigada de TrO |
«Esperamos os russos por 15 dias. Já soubemos (dos crimes russos) de Bucha e Hostomel. Queríamos ir embora. Mas o alto comando respondeu: estamos contando com vocês, devem permanecer lá”, relembra o soldado «Marine».
Recepção da coluna russa
«No dia 24 (de fevereiro), nos mostraram os lugares para ficar. Um grupo – nos trilhos ferroviários, dois em linha reta na direção frontal, e nós, nos flancos», conta o «Marine».
Então, em 9 de março de 2022, as unidades da TrO receberam a coluna russa que se deslocava da direção de Chernihiv.
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Soldado «Maddison», 112ª Brigada de TrO |
“Era simplesmente um campo de tiro”, relembra aquele dia o soldado «Madison» da 112ª Brigada.
Destruição do «punho blindado»
Pela primeira vez, os ucranianos souberam das consequências daquela batalha para os russos por meio de uma interceptação de rádio, que foi acompanhada por imagens da destruição de tanques russos.
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«O 6º Regimento, ainda não posso reportar, ainda estou coletando os dados. Houve muitas baixas, eles estavam esperando, o chefe da coluna foi emboscado. O comandante do regimento está morto, estou investigando o resto», o ocupante russo informava o seu superior com nome do código «Nitro».
Os soldados ucranianos primeiro deixaram a cabeça da coluna passar e depois, por meio de emboscadas, destruíram o equipamento inimigo atacando os flancos. Pela interceptação de rádio, era possível ouvir que os russos acreditavam que os ucranianos usavam os drones «Bayraktar».
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«Nós disparávamos muito rápido, os russos não entendiam de onde vinha o fogo, porque o ATGM «Stugna-P» dispara da distância de até 6 km, eles não nos viam da onde saíam os disparos. Eles recuaram pelos campos agrícolas e nós acabamos com eles», diz «Maddison».
No grupo do «Maddison», todos os 5 mísseis disponíveis atingiram seus alvos. O grupo do «Marine» conseguiram 8 equipamentos destruídos, três dos quais eram os MBT. No total, os defensores de Kyiv conseguiram destruir 19 MBT russos e 48 recuaram. Ao mesmo tempo, a retirada russa foi caótica, com os veículos blindados esmagando a sua própria infantaria.
Kyiv se aguentou
O punho blindado dos russos deveria destruir tudo no seu caminho. De acordo com o plano do Kremlin, esta coluna deveria capturar Kyiv pela margem esquerda do rio Dnipro. Entretanto, as ações coordenadas e destemidas dos defensores da capital destruíram esses planos. Ondas inimigas subsequentes em Brovary colidiram com as defesas ucranianas.
Devido às enormes perdas e à futilidade de novos ataques, no final de março os russos tiveram que recuar de Brovary e da região de Kyiv. A capital ucraniana e a própria Ucrânia permaneceram firmes.
Esta história é mais uma confirmação de que a defesa da Ucrânia depende da coragem dos militares ucranianos. Os combatentes da TrO são aqueles que, tendo pegado em armas, se colocaram entre o inimigo e a sua casa. Eles continuam lutando para que outros poderiam viver num país livre.
Imagens retiradas do documentário «Escudos de Kyiv».
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