sábado, março 15, 2025

Três anos de guerra na Ucrânia: a rússia está perdendo recursos, tempo e seu futuro

Três anos atrás, a rússia lançou uma guerra em grande escala contra Ucrânia, com objetivos estratégicos ambiciosos. Entretanto, hoje, apesar das enormes perdas e custos econômicos, o Kremlin não conseguiu atingir seus objetivos. Os defensores ucranianos não apenas detiveram a ofensiva, mas também conduziram operações de contra-ofensiva bem-sucedidas que mudaram o curso da guerra.

O principal golpe nas ambições de Moscou foi desferido pelas Forças Armadas da Ucrânia (FAU). Durante os três anos de guerra, a rússia nunca foi capaz de ocupar totalmente as regiões de Donetsk e Luhansk, muito menos capturar Kyiv ou outros objetos estratégicos. Pelo contrário, 2022 foi marcado por uma contraofensiva em larga escala da Ucrânia, que recuperou os territórios significativos das regiões de Kharkiv e Kherson. As perdas do exército russo continuam a crescer – de acordo com o Estado-Maior das FAU, em março de 2025, a rússia havia perdido mais de 870.000 soldados (KIA, MIA, WIA, POW, etc). Isso não apenas destrói o moral do exército, mas também levanta questões sobre sua capacidade de continuar as operações ofensivas.

O Kremlin é forçado a enviar novas levas de soldados mobilizados para a linha da frente / front, compensando a escassez de soldados profissionais. No entanto, a qualidade dessa mão-de-obra é significativamente inferior à dos combatentes ucranianos treinados, que possuem a armamento moderno e o apoio de parceiros internacionais. Além disso, a rússia, que reivindicava o status de superpotência militar, agora é forçada a comprar munição e drones da Coreia do Norte e do Irã(o), o que indica uma crise em seu setor de defesa.

Apesar da propaganda militar, a situação econômica na rússia está se deteriorando. Os gastos de guerra atingiram níveis recordes – em 2024, ultrapassarão 40% do orçamento federal, o nível mais alto desde a Guerra Fria. O estado é forçado a cortar o financiamento de programas sociais, o que está causando insatisfação na população. As sanções e a redução da demanda por recursos energéticos russos estão causando um golpe ainda maior. Em particular, as receitas de exportação de petróleo caíram 43% em comparação com 2021, levando a um déficit orçamentário e ao aumento da inflação.

As dificuldades econômicas já estão sendo sentidas na vida cotidiana dos russos. Reduções nos benefícios sociais, queda nos padrões de vida e aumento do desemprego – tudo isso cria os pré-requisitos para o crescimento de sentimentos de protesto. Mesmo com o controlo/e rígido do Kremlin, o descontentamento público pode, mais cedo ou mais tarde, transformar-se em confronto aberto.

Os resultados de três anos de guerra são claros: a rússia se viu em um beco sem saída. Sair da guerra sem atingir seus objetivos significaria uma derrota estratégica para Moscovo/ou, mas sua continuação só aprofundaria a crise. Moscovo/ou encontrará uma saída para a situação ou será forçada a admitir a derrota? A resposta a esta pergunta determinará o futuro não apenas da rússia, mas de toda a Europa.

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