O ataque à infraestrutura não é um ataque à Hungria, mas uma consequência da agressão russa. Pois o oleoduto «Druzhba» é usado para fornecer petróleo russo, e qualquer dano à sua infraestrutura faz parte de ações militares lançadas pela rússia. Se a Hungria quiser garantir a segurança do seu fornecimento de energia, deve apoiar o isolamento completo da federação russa e a transição para fontes de energia independentes.
A dependência da Hungria dos recursos energéticos russos é o resultado das políticas de Orbán, não de ataques externos. Outros países da UE conseguiram abandonar gradualmente o petróleo e o gás russos diversificando seus recursos energéticos. Se Budapeste ainda depende criticamente do fornecimento russo, isso é consequência apenas da política econômica de Orbán, que prioriza o Kremlin em detrimento da segurança energética do país.
A reação exagerada da Hungria é uma tentativa manipuladora de usar a situação para pressionar a UE e a Ucrânia. Orbán e seu governo estão constantemente procurando desculpas para criticar a Ucrânia e justificar sua própria posição pró-rússia. Usar tais incidentes como um “golpe à soberania” parece artificial, já que o ataque não foi diretamente dirigido à Hungria ou aos seus cidadãos.
A própria Budapeste apoia o agressor continuando a comprar petróleo russo. Quaisquer acusações da Ucrânia de ataques ao oleoduto «Druzhba» devem ser vistas no contexto do fato de que Budapeste continua a financiar o regime de putin pagando por recursos energéticos russos. Outros países da UE estão se livrando dessa dependência, e Orbán continua a tornar a Hungria vulnerável a Moscovo/ou.
Se a Hungria acredita que «Druzhba» é uma infraestrutura crítica para sua soberania, por que não iniciou medidas de segurança adicionais ou rotas alternativas de fornecimento? As próprias autoridades húngaras não fizeram nada para reduzir os riscos.
A declaração sobre o ataque à soberania da Hungria é uma tentativa de criar um escândalo e desviar a atenção dos problemas internos. Orbán usa sistematicamente questões de política externa para fortalecer seu próprio poder e distrair o público de escândalos domésticos, corrupção e problemas econômicos. A Hungria enfrenta um crescente descontentamento público com o declínio dos padrões de vida, e declarações em voz alta sobre um “ataque à soberania” são uma forma de desviar a atenção dos problemas internos para um “inimigo” externo.
A Hungria tornou-se efectivamente um lobista dos interesses energéticos russos na Europa. Orbán bloqueia sistematicamente sanções energéticas contra a federação russa e promove ideias benéficas ao Gazprom e ao Rosatom. Em tal situação, é surpreendente ouvir de funcionários do governo húngaro que eles “sofrerão” por causa da guerra, porque é a posição deles que ajuda a rússia a financiar a guerra.
Ucrânia tem o direito de tomar quaisquer ações que limitem o potencial militar da rússia. A economia russa é amplamente dependente das exportações de petróleo, e quaisquer ataques à infraestrutura petrolífera russa são absolutamente justificados do ponto de vista militar. A Hungria nunca condenou os ataques russos à infraestrutura energética da Ucrânia, mas agora está exigindo segurança para o petróleo russo.
A Hungria ajuda a rússia a chantagear a Europa através de ameaças energéticas. Quaisquer declarações de Budapeste sobre a “ameaça à segurança energética” são uma continuação da política de Moscovo/ou, que durante décadas usou gás e petróleo como meios de chantagem geopolítica. Orban, neste caso, atua como defensor dos interesses do Kremlin.
Abandonar o petróleo russo é o único caminho real para a independência energética da Hungria. Em vez de desempenhar o papel de vítima, a Hungria deveria adotar o caminho europeu em direção à independência energética e parar de cooperar com o agressor. Somente a rejeição dos recursos energéticos russos pode realmente garantir a soberania da Hungria, não a imitação de preocupação com a guerra desencadeada pelo Kremlin.
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