sexta-feira, janeiro 17, 2025

«A armadilha do passaporte de Putin»: o pesadelo dos mercenários cubanos

Mercenários cubanos presos na guerra russa sem fim: «como cidadãos russos, temos que permanecer na guerra até o fim». A história de como o «sonho russo» dos mercenários cubanos se tornou o seu pior pesadelo. 

«Um ano atrás, Jorge pensou que um passaporte russo seria sua passagem para a liberdade e a riqueza. Em vez disso, ele se viu em um pesadelo sem fim, arriscando sua vida na guerra brutal de Moscovo/ou contra Ucrânia. O recruta cubano é um dos milhares de estrangeiros que assinaram contratos com o exército russo, atraídos por promessas de altos salários e cidadania rápida para eles e suas famílias, escreve Politico Europe no seu texto que sairá na edição de amanhã. 

Maldição do passaporte

Doze meses depois, os recrutas cubanos e suas famílias dizem que seus novos passaportes acabaram sendo menos uma garantia de mais direitos do que a certificação de um rebaixamento: de garotos-propaganda da solidariedade internacional a cidadãos russos regulares e mobilizados — um status que poucos russos nativos invejariam. 

Em setembro de 2022, o anúncio do presidente russo Vladimir Putin de uma «campanha de mobilização parcial» mergulhou o país em um estado de choque. Pela primeira vez desde a invasão em grande escala, a própria população da rússia foi confrontada com a realidade da guerra e convidada a contribuir com suas vidas. 

Embora a campanha tenha desencadeado um êxodo em massa de jovens, centenas de milhares responderam ao chamado — alguns por um senso de dever patriótico, muitos outros pelo que sentiam ser uma falta de escolha ou por medo de retaliação. 

Os mobilizados esperavam ser dispensados ​​em breve, após a suposta vitória iminente da rússia, ou, no mínimo, substituídos por novos recrutas. 

Em vez disso, eles foram mantidos na frente de batalha por dois anos e contando, já que putin atrasou a ordem de uma segunda mobilização na esperança de evitar outro colapso social. Para substituir as baixas, ele confiou na atração de mais voluntários, oferecendo altos salários aos russos, bem como cidadania acelerada para recrutas estrangeiros. 

Enquanto isso, os russos mobilizados e suas famílias foram levados a entender que somente o fim da guerra pode trazer o fim da mobilização. Como os cubanos estão descobrindo, os russos recém-formados, mesmo que tenham se alistado apenas para um período de um ano no exército, não são exceção. 

«Eles estão usando a cidadania para nos amarrar», disse David, outro recruta cubano cujo contrato terminou oficialmente em julho, em uma videochamada. «Isso soa como chantagem para mim.» 

David disse que viu seu cartão cubano de identidade pela última vez em outubro de 2023, quando este foi confiscado por seus superiores militares. Pouco depois, seu passaporte russo — emitido apenas algumas semanas antes — também foi tirado dele, sob o pretexto de que era mais seguro cruzar para a Ucrânia sem ele. 

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Bónus

Desesperados, alguns mercenários cubanos fogem da guerra, como foi o caso do Bofill Rodrigues Richard Asniet, qua abandonou a sua unidade militar e neste momento se tornou um fugitivo das autoridades russas:

Mercenário cubano Boffil Rodrigues Richard Asniet
procurado pela justiça militar russa devido a deserção 

Para os cubanos, muitos dos quais veem a vida sob a ditadura de Havana e as sanções dos EUA como uma prisão a céu aberto, a perspectiva de um segundo passaporte tem sido um grande incentivo. No entanto, esse documento, como se viu, tornou-se uma corda no pescoço.»

Bónus II

Nos combates pela aldeia de Novoivanvka no distrito de Sudzha na região de Kursk foi liquidado o mercenário africano Derrik Ngamana (32), cidadão da República Centro-Africana, que assinou o contrato com o exército russo para «garantir o melhor futuro aos seus filhos».


O mercenário africano serviu na companhia de assalto da 155ª brigada de guardas da marinha da frota russa do Pacífico com a patente de marinheiro (equivalente à patente de soldado raso nas forças terrestres). Esta brigada sofreu perdas significativas nas batalhas pela região de Kursk.

terça-feira, janeiro 14, 2025

Ucraniano-brasileiro morre defendendo Ucrânia

O voluntário ucraniano-brasileiro Gabriel Lopacinski morreu em combate na Ucrânia. Descendente de ucranianos e natural de Mallet, Paraná, Gabriel se voluntariou para defender a terra dos seus antepessados. 

Gabriel no centro de Lviv na Ucrânia

Na tarde desta segunda-feira (13 de janeiro de 2025), familiares e amigos de Gabriel Lopacinski, de 22 anos, usaram as redes sociais para comunicar a morte do jovem malletense, que estava combatendo na guerra da Ucrânia, escreve a página brasileira Studio W.

Segundo as informações preliminares, o falecimento teria ocorrido entre os dias 23 à 24 de dezembro de 2024.

De acordo com familiares, Gabriel sempre demonstrou interesse pelas forças armadas e teve a oportunidade de integrar o exército ucraniano. A paixão pela carreira militar levou o jovem a se envolver diretamente no conflito que assola Ucrânia.

Nas redes sociais, uma das mensagens em homenagem ao jovem foi publicada por sua tia, que escreveu:


«Nosso guerreiro! Descanse em paz ao lado de Deus. Dói muito saber que não vai mais voltar. Você morreu fazendo o que gostava, meu sobrinho, meu afilhado Gabriel Lopacinski. Sem acreditar ainda.» 

Blogueiro 

A única coisa que uma pessoa verdadeiramente livre pode escolher é a quem e por quê oferecer o seu tempo de vida. Até o último suspiro, até o último pensamento, até o último nascer ou pôr do sol. O caminho de Gabriel terminou onde estava o seu coração. Ele morreu defendendo a existência da Ucrânia como uma entidade independente e dos ucranianos ao redor do mundo como uma nação livre. Ele morreu no campo de batalha para que os filhos e netos de uma Ucrânia livre nunca se sentissem escravos. Porque ele próprio estimava a liberdade como o valor mais alto.

Escravos não são admitidos no paraíso. As pessoas livres do mundo, que morreram na luta pelos valores mais altos, permanecerão para sempre em nossa memória como líderes da liberdade e do serviço altruísta à Nação.

Glória aos Heróis!

Glória à Nação!



Como Ucrânia provou a sua capacidade de resistir à rússia

Imagem ilustrativa: Defence Imagery / OGL v3.0
A rússia continua a tentar minar a confiança na Ucrânia – tanto a nível interno como internacional. Estão a ser utilizadas uma variedade de narrativas de propaganda: desde a alegada incapacidade das autoridades ucranianas para conduzir uma mobilização eficaz até à possível cessação da assistência dos parceiros internacionais.

Quando a rússia lançou uma invasão em grande escala, a 24 de fevereiro de 2022, um número significativo de países ocidentais duvidou da capacidade da Ucrânia para resistir a um inimigo dez vezes superior. Mas a realidade superou todas as expectativas. A liderança político-militar ucraniana demonstrou coerência, determinação e eficiência. O Presidente Volodymyr Zelensky tornou-se um símbolo de resiliência, os seus discursos inspiraram milhões de ucranianos e a comunidade internacional a lutar.

Hoje, o exército ucraniano continua a demonstrar ao mundo a sua capacidade não só de defender o país, mas também de manter eficazmente os territórios libertados. As Forças Armadas da Ucrânia estão a implementar com sucesso três tarefas principais: impedir avanços em larga escala das tropas russas na linha da frente, dissuadir o exército inimigo e destruir as suas forças. Os militares ucranianos interromperam a ofensiva das forças russas na região de Kharkiv e impediram o seu ataque à região de Sumy, impedindo o inimigo de criar uma «zona tampão» no nordeste da Ucrânia. Em agosto de 2024, as FAU lançaram uma operação na região russa de Kursk, que obrigou o comando russo a transferir mais de 50.000 militares para esta zona, enfraquecendo as suas posições noutras frentes. Em 2024, os militares ucranianos destruíram mais pessoal e equipamento inimigo do que nos anos anteriores da guerra, o que enfraqueceu significativamente o potencial ofensivo do exército russo.

As autoridades ucranianas são acusadas de viverem o «caos de mobilização», mas os fatos indicam o contrário. Ucrânia está a implementar uma abordagem sistemática para mobilizar e formar os seus defensores. Com o apoio dos parceiros dos países da NATO, dezenas de milhares de militares ucranianos foram treinados de acordo com os padrões mais modernos. A eficácia de combate das FAU tornou-se óbvia até para os militares russos, que reconheceram repetidamente o profissionalismo do exército ucraniano. As alegações de «deserção em massa», incluindo histórias mal contadas dos soldados que foram treinados em França, são infundadas. Assim, a 155ª Brigada «Anna de Kyiv» capturou 4 soldados russos na direção de Pokrov há alguns dias. Apesar de todos os problemas, a brigada continua a ganhar experiência de combate. Os soldados ucranianos continuam a demonstrar uma motivação e um patriotismo incríveis, o que se tornou um fator decisivo para dissuadir o agressor.

Os meios de comunicação russos propagam regularmente a ideia de que os EUA e a Europa estão «cansados» de ajudar Ucrânia e que o financiamento será interrompido. Contudo, na realidade, o apoio à Ucrânia só está a aumentar. Por exemplo, os EUA decidiram repetidamente por novos pacotes de assistência militar e financeira, e a UE continua a investir na estabilidade da Ucrânia. Na cimeira da Força Expedicionária Conjunta (JEF) em Tallinn, os países participantes concordaram em prestar assistência militar à Ucrânia em 2025, num total de 12 mil milhões de euros. A questão do apoio à Ucrânia tornou-se fundamental para o mundo democrático.

A propaganda russa afirma que «o tempo está a trabalhar contra Ucrânia». Mas a realidade é diferente. As sanções, o isolamento económico e a escassez de recursos estão a minar a capacidade da rússia para continuar a guerra. Entretanto, a Ucrânia está a receber cada vez mais armas, incluindo sistemas de longo alcance que lhe permitem atacar centros logísticos em território russo. A economia ucraniana está a adaptar-se aos desafios da guerra, enquanto a economia russa está a mergulhar na crise. O mundo compreende que um conflito prolongado será desastroso para a rússia, e não para Ucrânia.

Apesar da rússia estar a tentar desacreditar a Ucrânia através da sua propaganda, a verdade e os factos continuam do lado do povo ucraniano. Ucrânia está a demonstrar ao mundo que é capaz de defender eficazmente as suas fronteiras, mobilizar recursos e manter-se resiliente para repelir a agressão russa. O Ocidente continuará a ajudar Ucrânia, porque esta é uma luta não só pela integridade territorial de um Estado, mas também pelo futuro de toda a Europa.

segunda-feira, janeiro 13, 2025

Central nuclear bielorrussa: problemas que podem afetar toda a região

Pouco mais de quatro anos se passaram desde o lançamento da central nuclear belarusa, e sua operação já enfrenta inúmeros problemas. No momento, ambos os reatores da usina estão desligados. Um deles está passando por reparos programados, e o outro está parado devido a um acidente - um vazamento no circuito primário, que leva à liberação de substâncias radioativas. 

Conforme relata a página (t)checa «Aktualne Zpravy» em seu site, as declarações oficiais do Ministério da Energia da Belarus, que explicam o acidente pela «atividade de um dos sensores», parecem pouco confiáveis, especialmente no contexto da situação política e da campanha eleitoral. No entanto, a situação está gradualmente se tornando mais clara, e especialistas observam que os desligamentos constantes de reatores e a necessidade de reparos apenas aumentam os riscos à segurança. O equipamento tem um recurso limitado para ciclos de liga e desliga, e desligamentos frequentes aumentam a probabilidade de acidentes graves que podem ter consequências devastadoras não apenas para a Belarus, mas também para os países vizinhos.

Este incidente se tornou uma lição importante para outros países da Europa Central, como a República (T)checa e a Eslováquia, onde a energia nuclear é uma parte importante de seus sistemas energéticos nacionais. A Eslováquia, em particular, tem duas usinas nucleares em operação – Močovce e Bohy, que fornecem uma parcela significativa da eletricidade do país. A Eslováquia também está considerando ativamente expandir sua indústria de energia nuclear: novas unidades de energia estão planejadas para serem construídas em usinas existentes para garantir a estabilidade do fornecimento de energia no futuro.

A piora da situação na usina nuclear bielorrussa coloca em questão a segurança do uso de tecnologias russas na energia nuclear. Diante desses desafios, os governos da Europa Central devem repensar suas estratégias nessa área. A República (T)checa já anunciou sua recusa em permitir que empresas russas, incluindo a Rosatom, participem de licitações para a construção de novas unidades nucleares devido a ameaças à segurança nacional, e a Eslováquia deve levar essa experiência em consideração ao selecionar fornecedores para projetos futuros. Isto é especialmente importante no contexto da agravada situação internacional e tendo como pano de fundo o descrédito da rússia como parceira confiável no campo da energia nuclear devido à sua agressão à Ucrânia.

A experiência da usina nuclear bielorrussa mostra claramente que a cooperação com empresas russas no setor de energia nuclear pode ser perigosa. Vazamentos de materiais radioativos, paradas e reparos frequentes são apenas alguns dos problemas enfrentados por países que escolhem a rússia como parceira na construção e operação de usinas nucleares. Além disso, no contexto da crise econômica na rússia causada pelas sanções por sua agressão à Ucrânia, surgem riscos adicionais quanto à capacidade da rússia de cumprir suas obrigações e garantir a manutenção adequada das instalações nucleares no exterior.

Os aspectos políticos da situação também são de grande importância. O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, está se aproximando ativamente da rússia, fazendo repetidas visitas a Moscou e defendendo abertamente a retomada da cooperação com o Kremlin. Isso, por sua vez, cria riscos políticos adicionais para a Europa, minando a unidade na região. A estratégia europeia comum para a independência e segurança energética pode ser destruída por essa reaproximação, já que os países que restabelecem os laços com a rússia colocam em risco a política comum de diversificação do fornecimento de energia.

Outro aspecto importante é a chantagem do gás, que a Eslováquia tem usado repetidamente contra a Ucrânia, especialmente durante crises energéticas. Precedentes com interrupções no fornecimento de gás pela Eslováquia, quando o país agiu no interesse do Kremlin, são evidências de que as ambições políticas de Fico podem ter consequências de longo alcance não apenas para a segurança energética da Ucrânia, mas também para a unidade europeia como um todo. As disputas de gás entre a Ucrânia e a Eslováquia apenas aumentam as preocupações sobre como potenciais laços políticos com a rússia podem afetar a estabilidade do fornecimento de energia na região.

Isso força os países da Europa Central a avaliar criticamente suas estratégias energéticas. Nos últimos anos, a rússia, devido às suas ações de política externa e dificuldades econômicas, perdeu o status de parceira confiável em muitas áreas estratégicas, em particular na energia nuclear. Portanto, países como a República (T)checa e a Eslováquia devem escolher não apenas tecnologias, mas também fornecedores que possam garantir não apenas alta eficiência, mas também segurança, dados os possíveis riscos da rússia.

A necessidade de diversificar as fontes de energia e reduzir a dependência de tecnologias perigosas e fornecedores estrangeiros está se tornando um desafio importante para o futuro desenvolvimento energético da Europa Central. A Eslováquia, tal como outros países da região, deve seguir o exemplo da República (T)Checa e escolher parceiros fiáveis ​​para garantir a estabilidade e a segurança da sua energia nuclear, sem ser influenciada por ambições e interesses políticos que possam ameaçar a unidade e a independência energética da Europa.

domingo, janeiro 12, 2025

O mercenário italiano capturado na Ucrânia é um assassino e pedófilo fugitivo

Gianni Cenni, o mercenário italiano que se alistou no exército russo e foi capturado pelos ucranianos, afinal é um assassino e pedófilo fugitivo que fugiu para a rússia. Na rússia ele trabalhou na pizzaria do cônsul honorário italiano em Samara, fervoroso apoiador de putin. 

Como escreve a imprensa italiana, Cenni fugiu da Itália após ser definitivamente condenado à 7 anos e dois meses de prisão efetiva pelo abuso sexualizado de uma menina de 9 anos:

No entanto, em 1999, Gianni Cenni, na altura com 26 anos, foi preso em Milão, pelo assassinato de um colega seu, também guarda noturno, à quem matou devido os motivos absolutamente fúteis, pequenas discussões quotidianas. Gianni foi julgado e condenado, liberto em 2008:

Na Ucrânia, após a sua captura, o mercenário italiano declarou que foi alistado pelos russos contra a sua vontade, que não quer mais lutar na guerra e que quer regressar para casa, na Itália:


sábado, janeiro 11, 2025

As forças especiais ucranianas capturaram primeiros norte-coreanos

As SSO e paraquedistas das FAU capturaram os primeiros dois soldados norte-coreanos na região de Kursk. Os dois ficaram feridos mas sobreviveram, foram levados para Kyiv, onde estão em contato com os investigadores do SBU.

O momento da captura e posterior tratamento médico em vídeo:




Essa tarefa não era fácil: os russos e outras tropas da Coreia do Norte estavam matando os seus próprios feridos e fazendo todo o possível para garantir que não houvesse evidências da participação de outro país - a Coreia do Norte - na guerra contra Ucrânia.

Agradecemos aos nossos soldados do 84º grupo tático das Forças de Operações Especiais das Forças Armadas da Ucrânia e aos nossos paraquedistas (da 95ª Brigada) que capturaram esses indivíduos.

Como todos os prisioneiros, esses dois soldados da Coreia do Norte recebem a assistência médica necessária. Instruiu o Serviço de Segurança da Ucrânia a fornecer aos jornalistas acesso a esses prisioneiros. O mundo precisa saber o que está acontecendo, escreveu o Presidente Volodymyr Zelensky. 

Panfletos ucranianos dirigidos aos militares norte-coreanos: 
«Não morra sem sentido! A rendição é uma forma de sobreviver.»

Dois combatentes do exército de Kim, nascidos em 1999 e 2005 foram capturados na região de Kursk. Eles ficaram feridos. Militares ucranianos forneceram a assistência médica necessária. Ambos os POW estão seguros. Um dos prisioneiros tinha caderneta militar russa com ele. No documento foi usado um nome fictício, com naturalidade da república de Tyva e profissão civil «alfaiate». No entanto a caderneta não possui nem a foto do seu portador, nem sequer a data de emissão. Dado que os norte-coreanos não conseguem assinar em russo, nota-se que o documento está assinado pelo portador num canto impróprio, no local do carimbo e com uma imagem ilegível, mas que difere, ao máximo, da habitual grafia coreana. Ambos já confirmaram que são cidadãos da Coreia do Norte e começaram a prestar depoimento às autoridades ucranianas.

Nos primeiros momentos da captura e do tratamento médico a comunicação é feita através do Google tradutor, um belo exemplo como as invenções tecnológicas e capitalistas melhoraram as nossas vidas):


Caderneta militar russa em nome de Aranchyn Antorin Ayasovich,
embora o Aranchyn real nasceu numa localidade diferente 

Ucranianos, com a ajuda de tradutores profissioais sul-coreanos, conseguiram aprender fatos interessantes de norte-coreanos capturados. Por exemplo, eles têm medo real de que seu o seu amado líder os vigie 24 horas por dia e conhece, em tempo real, todos os seus pecados. 

Os primeiros interrogatórios dos norte-coreanos, feitos com auxílio dos oficiais aliados:


Moçambique faz parte do renascimento ucraniano em África

Em 2023-24 Ucrânia alcançou um sucesso significativo no desenvolvimento de relações bilaterais com Moçambique, incluindo:

- Houve várias conversas telefónicas entre o Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky e o Presidente de Moçambique Felipe Nyusi, durante as quais, entre outras coisas, foi anunciado que Ucrânia está pronta para partilhar a sua experiência na indústria agrícola, e Moçambique pode tornar-se um importante centro logístico na entrega de alimentos ucranianos para outros países africanos.

- Em maio de 2023, o Ministro dos Negócios Estrangeiros / das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, fez a primeira visita a Moçambique, durante a qual o chefe da diplomacia ucraniana foi recebido pelo Presidente moçambicano, Felipe Nyusi, e manteve conversações com a Ministra das Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Verónica Macamo.

Cônsul honorário da Ucrânia em Maputo (1º à esquerda) e os diplomatas ucranianos
no encontro com a comunidade ucraniana de Moçambique
- Ucrânia incluiu Moçambique na lista de países que receberão ajuda no âmbito da iniciativa humanitária do Presidente Zelensky «Grain From Ukraine».

- Em junho de 2024, a delegação ucraniana juntamente com o representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, responsável pelo Médio Oriente e África Maksym Subh, juntamente com o vice-chefe do Gabinete do Presidente da Ucrânia Mykola Tochytsky, e o chefe do Comité de Política Agrária e Fundiária do Parlamento da Ucrânia Oleksandr Hayda e representantes do setor agrícola ucraniano fez uma visita a Moçambique, reuniu-se com o Ministro e vice-ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural de Moçambique, Celso Correia e Olegário dos Anjos Banze. Durante a sua visita de trabalho a Moçambique, manteve também encontros com a vice-ministra da Indústria e Comércio de Moçambique, Ludovina Bernardo. Na plataforma do Ministério da Indústria e Comércio e com o apoio da Associação para a Promoção de Investimentos e Exportações para Moçambique e da Confederação das Associações Económicas, foi realizada uma mesa redonda B2B com a participação de representantes empresariais ucranianos e moçambicanos.

Embora Ucrânia e Moçambique tenham estabelecido relações diplomáticas em 28 de agosto de 1993, apenas em abril de 2024 realizou-se a inauguração oficial da Embaixada da Ucrânia na República de Moçambique (com a participação do Representante Especial da Ucrânia para o Próximo Oriente e África, Maksym Subh). De acordo com o pedido do Presidente da Ucrânia, com os esforços da team Ukraine na África do Sul, em 2024 foram iniciadas as atividades da primeira embaixada da Ucrânia em Moçambique.

Até o mais recentemente, o posto da Embaixadora da Ucrânia em Moçambique foi ocupado pela Liubov Abravitova, com a residência permanente em Pretória. No entanto, no dia 8 de janeiro presidente da Ucrânia designou o novo embaixador da Ucrânia, diplomata de carreira, Dr. Rostyslav Tronenko, que anteriormente desempenhava as funções do embaixador da Ucrânia em Portugal (de dezembro de 2005 à maio de 2010) e no Brasil (de março de 2012 à outubro de 2021).

sexta-feira, janeiro 10, 2025

Os perigos internacionais da frota russa de petroleiros-sombra

As transportadoras oficiais estão preocupadas com o crescimento nos mares internacionais da chamada frota de petroleiros sombra, cujos navios transportam petróleo e derivados, principalmente do Irã, Venezuela e rússia.

Em primeiro lugar, a dimensão ecológica está ameaçada. Em primeiro lugar, a maioria dos tais petroleiros são extremamente obsoletos, ou seja, estão à beira do desastre. Em segundo lugar, a maioria dos petroleiros-sombra não tem seguro adequado fornecido por seguradoras internacionais confiáveis. Terceiro, a maioria dos petroleiros-sombra é de propriedade de empresas offshore cuja propriedade é opaca. Portanto, no caso de um acidente envolvendo tal embarcação, não está claro quem é o proprietário e quem deve ser responsável por ela;

As atividades da frota paralela também colocaram em risco a dimensão da segurança. Sim, é comum que petroleiros-sombra desativem os sistemas de posicionamento de navios, o que é uma violação grave das regras da Organização Marítima Internacional (OMI), pois representa uma ameaça a outras embarcações. A ausência de uma resposta adequada a tais práticas, de facto, destrói o sistema de segurança marítima internacional;

OMI no final de 2023 adotou uma resolução solicitando aos estados-membros que tomem medidas mais rigorosas contra o registro fraudulento de navios e fortaleçam as inspeções de petroleiros nos portos. Contudo, na prática isso não funciona;

Parece que a Organização Marítima Internacional, sendo uma agência especializada da ONU, de fato «fez vista grossa» aos problemas acima mencionados;

De acordo com previsões de vários operadores marítimos, o tamanho significativo da frota paralela e suas atividades fora das regras da OMI levarão inevitavelmente a um acidente grave com um vazamento de óleo em mar aberto, o que terá consequências catastróficas para o meio ambiente. Além dos danos ambientais, empresas de transporte e logística cumpridoras da lei e honestas também sofrem perdas significativas devido à suspensão do tráfego em áreas contaminadas;

Além da inação da OMI, vale ressaltar a falta de atenção a esse problema por parte dos governos dos estados-membros da União Europeia, Reino Unido, Noruega e Islândia. Como resultado de suas políticas, operadores falsos e companhias de seguros inescrupulosas obtêm lucros extraordinários, enquanto as principais empresas armadoras que se recusam a transportar petróleo iraniano, venezuelano e russo sofrem sérias perdas. Por sua vez, os três estados autoritários acima mencionados conseguem contornar com sucesso as sanções internacionais;

É necessário não apenas reforçar as sanções contra Estados que violam o direito internacional, mas também neutralizar qualquer tentativa de contornar as mesmas. Os esforços internacionais relevantes devem ser consistentes e persistentes;

Muitos observadores há muito chamam a atenção para o fato de que a Dinamarca, com seus estreitos entre os Mares do Norte e Báltico, é perfeitamente capaz de controlar completamente a passagem de qualquer embarcação, incluindo petroleiros, por eles;

Além disso, o controlo/e de embarcações no Canal da Mancha deve ser reforçado pelas autoridades relevantes da Grã-Bretanha e da França. As inspecções dos Estados listados e de outros Estados europeus devem inspeccionar minuciosamente e, se forem detetadas violações, deter os petroleiros que atravessem as suas costas sem o seguro adequado;

Vale a pena apelar à OMI para que tome medidas adicionais para reforçar o controlo sobre a segurança do transporte marítimo global, de modo a que os proprietários, operadores e tripulações de navios que arvoram a chamada bandeira de conveniência percebam claramente que, por cada violação da sua parte, haverá seja uma punição real e rápida.

quinta-feira, janeiro 09, 2025

Mercenário italiano é capturado pelas FAU em Kupyansk

Mercenário italiano Gianni Cenni alistou-se no exército russo em 13 de novembro de 2024 para participar na invasão da Ucrânia. Ele foi capturado pela inteligência ucraniana na região de Kupyansk na Donbas ocupada, informa Today.it  
Cenni após a sua captura pelas FAU

Um italiano mercenário do exército russo foi capturado pelas forças especiais ucranianas na Donbas. Seu nome é Gianni Cenni, nascido em 19 de agosto de 1973, segundo consta na caderneta militar que lhe foi entregue pelo Ministério da Defesa da rússia e em um documento onde também está escrita a data do alistamento, ocorrido em 13 de novembro de 2024 na unidade militar 58198, no 1º regimento blindado. De acordo com os documentos que foram divulgados, Cenni tem dois filhos e é casado com uma cidadã russa. O exército ucraniano teria capturado-o entre 7 e 8 de janeiro entre a área de Kupyansk e a região de Lugansk, provavelmente numa operação de reconhecimento e inteligência atrás das linhas inimigas. 

A caderneta militar russa do mercenário italiano

Natural da Campânia, não há nenhum vestígio dele nas redes sociais, exceto por uma antiga página do Linkedin onde ele lista um de seus empregos anteriores como pizzaiolo em Nápoles. Graças ao trabalho do OSINT foi possível rastrear sua recente atividade de trabalho na rússia, na cidade de Samara, da região homônima no rio Volga, onde trabalhou como pizzaiolo no restaurante italiano local, pertencente ao cônsul honorário da Itália em Samara e o putinista convicto, Gianguido Brebbo. «Ele foi meu funcionário até cerca de um ano atrás, depois pediu demissão», diz Brebbo. «Eu sabia que ele tinha se mudado para o sul de Volgogrado, mas não me lembro exatamente para onde».

Bónus

O mercenário italiano Gianni Cenni, que foi capturado pelo 78º Regimento Aerotransportado de Assalto das FAU, declara que foi alistado pelos russos contra a sua vontade, que não quer mais lutar e que quer regressar para casa, na Itália.


quarta-feira, janeiro 08, 2025

O ex-fuzileiro naval americano que defende Ucrânia

As vivências do John, o ex-fuzileiro naval dos EUA que defende Ucrânia, combatendo as forças russas de ocupação, inserido na unidade especial da GUR MO da Ucrânia. 

John se juntou à Legião Internacional da Ucrânia para combater os invasores russos. John presumiu que as suas capacidades e experiência seriam úteis em combate, embora a guerra moderna se tenha revelado muito diferente de tudo o que existia antes da invasão em grande escala da rússia. 

John participou na libertação da região de Kherson, combateu em Bakhmut e foi ferido. Ele contou como a guerra moderna evoluiu e como a opinião pública dos EUA sobre a guerra mudou nos últimos dois anos.

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