quarta-feira, fevereiro 19, 2025

Os indígenas da rússia que pegaram às armas defendendo Ucrânia

Mais de uma centena de povos indígenas, esquecidos pelo Estado russo, sobrevivem no território da rússia, sujeitos à uma morte lenta — assimilação cultural, perca da identidade e simplesmente desaparecimento físico.

A página da unidade no Telegram
A companhia «Bashkort» e o Batalhão Siberiano já estão a combater o império russo ao lado da Ucrânia – unidades que foram criadas por aqueles que estão prontos para lutar pela sua liberdade com armas nas mãos. Agora, foi-lhes acrescentada outra unidade de representantes dos povos indígenas da federação russa – “Nomad”.

Como o nome sugere, a sua espinha dorsal é formada pelos descendentes dos grandes nómadas. Para já a unidade reúne combatentes, que representam os povos calmyks, tártaros, buriatos, bachkires e iacutos, mas as portas estão abertas a todas as minorias nacionais, oprimidos na rússia de hoje. Para todos aqueles que desejam contribuir ao desapareecimento das nações aprisionados pelo regime russo.

O projecto “Eu Quero Viver” declara a sua disponibilidade para cooperar com a companhia “Nomad”, bem como com outras unidades de russos livres. Ajudaremos as pessoas que queiram juntar-se à unidade e também interagiremos com ela em questões relacionadas com prisioneiros de guerra, representantes mortos e desaparecidos dos povos indígenas da federação russa, que morreram ou desapareceram na Ucrânia.

domingo, fevereiro 16, 2025

Mercenários da Ásia Central usados e esquecidos pelas autoridades russas

Mercenário de cara descoberta é quirguiz Alisher Tursunov, liberto numa das trocas dos POW

Mais de 50 POW russos, cidadãos e originários de países da Ásia Central, estão presos na Ucrânia, todos eram militares do exército russo, informa  «Rádio Azattyk». 

O Governo ucraniano informa que mais de 50 militares originários da Ásia Central que combateram ao lado das forças russas foram capturados pelas FAU. Entre eles, mais de 30 pessoas são cidadãos destes países, outros são cidadãos russos nascidos naquela região ou possuem duas cidadanias. 

Atualmente, entre os POW reconhecidos oficialmente pela Ucrânia, encontram-se 54 representantes dos povos da Ásia Central. Entre eles, contam-se: 1 quirguiz, 21 cazaques, 18 tadjiques e 14 uzbeques. Alguns deles possuem passaportes russos. Por exemplo, dos 21 POW do Cazaquistão, apenas seis são cidadãos do Cazaquistão, os restantes são cidadãos da rússia. 

Mercenário uzbeque, 46 anos, capturado
em 16 de dezembro de 2024 na frente de Zaporizhia pela Brigada
«Spartan» da Guarda Nacional da Ucrânia (NGU)

A Vice-Primeira-Ministra e Ministra da Justiça da Ucrânia, Olha Stefanyshyna, explica o seguinte: 

«A informação sobre a cidadania dos prisioneiros de guerra é frequentemente estabelecida a partir das suas palavras, uma vez que os documentos que confirmam a sua identidade estão, na maioria dos casos, ausentes. O Ministério da Justiça da Ucrânia considera que os prisioneiros de guerra localizados em centros e campos de detenção ucranianos, independentemente da cidadania, têm o mesmo estatuto legal, consagrado em atos jurídicos internacionais e nacionais.» 

O projeto ucraniano “Eu Quero Viver” ajuda aos militares russos e aos mercenários estrangeiros a renderem-se voluntariamente e salvar as suas vidas. 

Os russos utilizam há muito tempo activamente a prática de recrutamento de migrantes do espaço pós-soviético. Para eles, um quirguiz ou tadjique sempre foi visto como a mão-de-obra disponível e barata em todos os sentidos da palavra. Ora, no contexto da necessidade de repor perdas enormes e regulares do exército russo, os migrantes tornaram-se um dos alvos prioritários do Ministério da Defesa russo. São forçados aderir ao exército russo através de fraude e/ou coerção ou, então são tentados pelas grandes somas de dinheiro, o que na maioria dos casos se torna uma sentença de morte e um bilhete de apenas ida. 

A propaganda do serviço no exército russo dirigida aos cidadãos do Quirguistão

O Quirguistão proíbe os seus cidadãos de participar em ações militares no território de outros países e pune aqueles que participam. O Comité Estatal de Segurança Nacional do Quirguistão recorda que os participantes em ações militares serão responsabilizados de acordo com o artigo 256º do Código Penal da República do Quirguistão (“Participação de um cidadão da República do Quirguistão em conflitos armados ou ações militares no território de um estado estrangeiro ou em treino para cometer um ato terrorista”). O artigo 416º do Código Penal da República do Quirguistão prevê uma pena de até 15 anos de prisão pelo recrutamento, financiamento e participação em guerra. 

As autoridades uzbeques alertaram que os cidadãos que participarem em operações militares no território de outros países serão responsabilizados ao abrigo do artigo “mercenarismo”. Os acusados ​​de tais crimes enfrentam penas de prisão que variam entre 5 à 10 anos.

sábado, fevereiro 15, 2025

Ucrânia (re)descobre o Brasil ucraniano

Ucrânia continental conhece menos do que devia a sua Diáspora, e muito menos ainda o Brasil ucraniano, concentrado, mas não unicamente, no estado do Paraná, onde vivem até 500.000 ucraniano-brasileiros, ou como eles costumam se chamar, «nashi lhude», a nossa gente.

O verdadeiro embaixador popular dessa Ucrânia esqiuecida, que só agora está sendo (re)descoberta pelos ucranianos é o realizador brasileiro Guto Pasko, ucraniano de origem. Ele já realizou cinco documentários sobre a vida dos ucranianos no Brasil e a história da emigração, que começou há 130 anos. Analisámos as histórias mais interessantes dos seus filmes:

A história da emigração ucraniana no Brasil vista através dos filmes do Guto Pasko, nomeadamento do seu filme épico Made in Ucrânia (2005):

Made in Ucrânia (filme inteiro):

Ler a entrevista do Guto Pasko à página ucraniana Obozrevatel.

O aniquilamento do batalhão indígena tártaro “Alga”

O batalhão indígena tártaro “Alga” foi derrotado pelas FAU em 2023 perto de Vuhledar e depois lançado ao matadouro de Bakhmut. Recentemente na cidade de Kazan foram divulgados os nomes de tártaros que morreram na atual guerra colonial russa. 

Os jornalistas russos calcularam um total de 228 nomes expostos na lista – metade da força regular do batalhão: 

Ao mesmo tempo, alguns dos combatentes mencionados continuam listados como desaparecidos em combate, e os seus familiares não conseguem obter o reconhecimento das suas mortes há quase dois anos. No verão de 2024, depois do desastre de Vuhledar, mais de 130 pessoas foram dadas como desaparecidas. Mas os restos mortais dos tártaros que morreram na Donbas começaram a ser devolvidos às suas famílias apenas no outono de 2024! 

A eliminação e sacrifício das unidades “indígenas” pelo comando russo é um tema especial. As regiões não-russas da federação russa foram deliberadamente conduzidas à pobreza durante muito tempo. Graças a isto, os representantes dos povos indígenas correram atrás do “rublo grosso” para a guerra. Aí são enviados ao abate com a faixa redobrada – não há piedade russa aos “não-russos”. Por exemplo, a Tartaristão e a Bascortostão têm consistentemente garantido o seu lugar entre os líderes em perdas entre as regiões da federação russa. 

Lembramos aos representantes dos povos escravizados da federação russa podem salvar as suas vidas contactando o projeto «Eu Quero Viver». Aqueles que estão prontos para lutar pela sua liberdade com armas nas mãos podem escolher o lado certo nesta guerra juntando-se à companhia «Bashkort» ou ao Batalhão Siberiano do exército ucraniano. 

O aniquilamento de «Alga» 

A 6 de fevereiro de 2023, três companhias incompletas (das três existentes no batalhão) foram enviadas para tomar uma feixa florestal perto de Vuhledar. No total, foram lá cerca de 120 pessoas.

Os militares foram para lá sem reconhecimento e sem apoio de artilharia. Isto foi confirmado por vários participantes no ataque com quem se conseguiu falar.

O batalhão tinha pelo menos 12 veículos de combate de infantaria, quatro tanques MBT e um camião (Idel.Realii faz esta afirmação com base em gravações de vídeo e fotografias tiradas no caminho para o ataque). Este é apenas o equipamento que foi captado em gravações de vídeo dos lutadores pouco antes do início do combate.

Apenas cerca de 27 pessoas conseguiram sair ilesas daquela batalha. Quase o mesmo número morreu, o restante ficou ferido. Alguns dos que permaneceram vivos no campo de batalha podem ser capturados pelas FAU, ninguém sabe ao certo. Alguns dos combatentes estão dados como desaparecidos em combate.

As autoridades regionais tártaras nunca confirmaram oficialmente o que aconteceu. Nenhum dos chefes militares russas assumiu a responsabilidade pelo sucedido ou reconheceu as perdas. 

Segundo cálculos do Idel.Realii, desde o início da guerra em 24.02.2022, morreram na Ucrânia os 521 nativos do Tartaristão. No total, 5.968 nativos da região do Volga morreram nesta guerra colonial russa. No entanto, convém lembrar que estes estão longe de ser dados definitivos — trata-se apenas daqueles cujas mortes foram confirmadas oficialmente pelos familiares e pelas autoridades locais. O número pode ser significativamente maior. 

sexta-feira, fevereiro 14, 2025

A operação policial internacional visa bando «Wagner» em Moldova

Os mercenários do bando «EMP Wagner», que combateram a Ucrânia ao lado dos ocupantes russos, foram detidos em Moldova, por polícias ucranianos e moldavos, no âmbito da operação especial internacional «Avengers», coordenada pela Europol. 

Ações coordenadas de agentes da polícia foram possíveis graças à assistência da GUR de Inteligência Militar da Ucrânia e à coordenação do projeto da Europol para a investigação de crimes de guerra «AP CIC» (Projeto Analítico sobre Crimes Internacionais Essenciais), que formou um grupo de trabalho especial de especialistas em projetos e oficiais de ligação da Ucrânia e da Moldova. Além disso, foi organizado um Centro de Comando Virtual (VCP), que permitiu a rápida troca de informações entre os participantes da operação e a verificação de dados nas bases de dados da Europol em tempo real. 

As agências da Lei e Ordem envolvidas

Foram executados mais de 50 mandados de busca e detenção dos homens das idades entre 25 à 45 anos, em todo o território da Moldova, incluindo da região separatista da Transnístria. Todos os vizados foram detidos por 30 dias, acusados de mercenarismo e participação ilegal no conflito armado, todos podem ser condenados às penas de até 10 anos da prisão efetiva. A procuradoria da Moldova confirma, a detenção de três mercenários da Wagner, originários de Chisinau, Balti e Ialoveni, com idades compreendidas entre 32 e 33 anos. 


Trabalho conjunto da polícia ucraniana e moldava
Estes são apenas os primeiros dos 85 cidadãos moldavos identificados pelas unidades operacionais da polícia ucraniana que participaram na guerra contra Ucrânia ao lado da rússia (no seio dos diversos bandos armados, como «EMP Wagner», «batalhão Somália», entre outros, desde a ocupação da Crimeia em 2014, combates no DAP e em Debaltsevo, até as batalhas em Bakhmut em 2023). 

Os investigadores da Polícia Nacional da Ucrânia abriram uma investigação criminal especial, durante a qual estão a documentar todos os factos do seu recrutamento, formação, financiamento e utilização nas hostilidades contra Ucrânia.

Ataque russo contra a estação nuclear de Chornobyl

Um drone de ataque russo com a ogiva explosiva atingiu, esta noite, o abrigo que protege Ucrânia e o mundo inteiro da radiação da 4ª unidade da central nuclear de Chornobyl. Um novo crime de guerra russo. 

Ucrânia construiu este abrigo juntamente com 85 países da Europa e do Mundo, juntamente com EUA – com todos os que desejavam a segurança real das pessoas. O único Estado no mundo que ataca este tipo de instalações, ocupa os territórios das centrais nucleares e conduz hostilidades sem qualquer consideração pelas consequências é a rússia de hoje. É uma ameaça terrorista ao mundo inteiro. 

O sarcófago na central nuclear de Chornobyl foi danificado por um drone russo. O fogo foi extinto. Atualmente, a radiação de fundo não aumentou e está a ser constantemente monitorizada (no local da central nuclear de Chornobyl, foram registados 0,57 μSv/h, o que não excede os valores permitidos). Segundo as estimativas iniciais, os danos no abrigo são significativos. 

A rússia realiza estes ataques contra a infraestrutura ucraniana e contra as cidades ucranianas todas as noites. A rússia continua a aumentar o seu exército. A rússia não está a mudar a sua retórica insana de um Estado anti-humano. Isso significa que putin não se está definitivamente se preparar para as negociações da paz. Ele está a preparar-se para continuar a enganar o mundo. É por isso que é necessária uma pressão unida de todos os que valorizam a vida – pressão sobre o agressor. A rússia deve ser responsável pelo o que faz. 

Que tipo de drone é este?

A secreta ucraniana SBU mostrou os destroços do drone que atacou a central nuclear de Chornobyl e classifica este ataque como um crime de guerra. 

O drone russo «Geran 2» (Shahed-136 iraniano)

Os restos do motor chinês Limbach L550E do drone russo

Fragmentos do casco do drone russo com uma ogiva e número de série foram encontrados dentro e perto do sarcófago. Segundo a investigação, trata-se de um «Geran-2» russo, variação do «Shahed» iraniano. 

SBU acredita que o drone estava equipado com uma ogiva de alto explosivo para causar o máximo de dano no alvo. Os investigadores do SBU abriram o processo-crime sobre o ataque à 4ª unidade de energia da central nuclear de Chornobyl e estão a trabalhar no local juntamente com as autoridades competentes.

No total, na noite de 14 de fevereiro, a rússia lançou 133 drones contra Ucrânia, informou a Força Aérea Ucraniana. As FAU abateram 73 drones de ataque «Shahed» e drones de outros tipos nas regiões de Kharkiv, Poltava, Sumy, Cherkasy, Chernihiv, Kirovohrad, Zhytomyr, Khmelnytskyi, Zaporizhia, Mykolaiv e Odesa.

Yaroslav Yemelyanenko, membro do Conselho Público para a Gestão da Zona de Exclusão, explicou na sua página de Facebook que o buraco provocado pelo drone russo foi formado no arco, onde «as delegações costumam ir».





O que é o sarcófago de Chornobyl? 

Em 2007, após longas negociações com parceiros europeus, o governo ucraniano, o Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento e o consórcio de empresas francesas «Novarka» assinaram um acordo para construir um novo abrigo. A obra foi totalmente concluída em 2019, escreve o serviço ucraniano da BBC.

Atualmente, o abrigo de Chornobyl é a maior estrutura terrestre móvel do mundo.

Incêndio provocado pelo drone russo em Chornobyl
O novo confinamento seguro é impressionante em tamanho: cerca de 165 metros de comprimento, 260 metros de largura e 110 metros de altura. O abrigo é mais alto do que a Estátua da Liberdade americana e o Big Ben de Londres. Embora seja inferior à Torre Eiffel em Paris em altura, o metal utilizado para construir a estrutura em Chornobyl poderá construir três destas torres. A área total de cobertura de Chornobyl é de 86 mil metros quadrados, o que equivale aos 12 campos de futebol.

quinta-feira, fevereiro 13, 2025

⚡️ A deanonimização dos capitães da frota-sombra russa

A secreta militar ucraniana GUR MOU divulgou novos dados de capitães e dos navios da frota-sombra de petroleiros russos para proteger a indústria marítima da possível cooperação com o Kremlin. 

O portal Guerra e Sanções do Ministério da Defesa da Ucrânia publicou os novos dados sobre 57 capitães e 45 navios da frota-sombra de petroleiros russos. A lista inclui, entre outros, navios que transportaram petróleo russo sancionado do Ártico e que serviram os projetos «Sakhalin-1», «Sakhalin-2», «Sakhalin-3», «Prirazlomne» e «Novy Port». 

No total, o portal publicou os dados dos 625 navios e 89 capitães, alguns dos quais estão sob sanções internacionais. Os capitães são os principais oficiais de uma embarcação marítima e têm total autoridade ao bordo. Têm informações sobre os proprietários dos petroleiros fantasmas e as suas condições técnicas, sobre a carga do navio e o seu valor. 

Contrariando as regras internacionais, as normas da indústria e as restrições de sanções estabelecidas, estes capitães recorrem a práticas enganosas e de alto risco. 

▪ Desativam e manipulam os sistemas AIS ou LRIT, utilizam spoofing, inserem a informação falsa nos registos de rotas e executam as transmissões STS. 

Tais ações dos capitães ajudam os agressores russos a contornar as restrições impostas por mais de 30 países aos recursos energéticos russos e criam uma ameaça de desastre ambiental para quase todos os países do mundo, incluindo aqueles que ainda consideram a rússia o seu parceiro comercial. 

▪ A lista de incidentes envolvendo a frota-sombra de petroleiros, liderada por capitães russos, é contada às dezenas. Todas as principais artérias logísticas marítimas do mundo correm o risco de ficarem bloqueadas durante muito tempo devido a violações deliberadas cometidas pelos capitães da frota-fantasma de petroleiros russos. 

‼ Os capitães poderiam recusar-se a cometer os atos ilegais, mas optam por ser cúmplices.

A indústria marítima em geral e as companhias de tripulação em particular podem impedir isso. Os capitães que aceitaram comandar a frota paralela russa deverão perder a oportunidade de trabalhar em navios no futuro, devendo ser aplicadas sanções às companhias de tripulação que facilitem o seu emprego. 

Ao revelar os dados dos navios e os nomes dos seus capitães, a GUR do Ministério da Defesa da Ucrânia lembra que a responsabilidade e o castigo tomarão conta de todos.

IOR: palavra do Deus vs agressivo nacionalismo russo

O patriarca Kirill ridicularizou e ameaçou veladamente o padre russo Alexei Shlyapin, que criticou a “tendência patriótica” (leia-se nacionalista e imperial) na Igreja Ortodoxa Russa (IOR). O vídeo foi filmado no dia 11 de fevereiro na reunião diocesana da Metrópole de Moscovo/ou. 

Padre, você, por acaso é da Ucrânia Ocidental?” Um padre de Mozhaisk manifestou-se contra as atuais “tendências patrióticas” (leia-se nacionalistas imperiais e bastante agressivas) na IOR. O patriarca Kirill ridicularizou-o e teceu a ameaça velada:

 

A gravação da conversa foi publicada pela jornalista Ksenia Luchenko e pelo arcediago Andrei Kuraev; alega-se que o vídeo foi filmado no dia 11 de fevereiro na reunião diocesana da Metrópole de Moscovo/ou. Foi assim que aconteceu. 

Padre Alexei Shlyapin: “Não concordo com esta tendência patriótica nas relações internas da Igreja. <…> O dever de um sacerdote é conduzir as pessoas ao Reino dos Céus, e não se envolver em patriotismo.” 

Patriarca Kirill: «Isso é ótimo, certo? É a primeira vez que ouço isso! Padre, por acaso é da Ucrânia Ocidental? (gargalhadas e aplausos na sala) Vá sentar-se e pense seriamente sobre tudo o que acabou de entornar aqui.» 

Gargalhadas e aplausos na sala: 

Depois da primeira frase, Kirill desenvolve mais a sua ideia, que pode ser resumida no seguinte: no momento em que a IOR decidiu apoiar ativamente as autoridades soviéticas, nas décadas 1940-50, a posição da Igreja mudou para melhor, mas se não a tivésse apoiado, a perseguição comunista teria continuado. Vamos apoiar Putin hoje, sugere Kirill, e a nossa situação vai mudar para melhor ainda mais. Enquanto padre Shlyapin conta-lhe sobre salvar a pessoa, Kirill conta-lhe em resposta sobre os interesses corporativos da IOR.

Hoje, como nunca, são verdadeiras palavras do aristocrata francês Marquês de Custine, escritos no seu livro «La Russie en 1839», onde ele classificava o clero da IOR de seguinte forma: «Os clérigos ortodoxos moscovitas nunca eram e nunca será nada mais do que a polícia vestida em uniformes algo diferentes dos fardamentos do exército laico do império. Os popes e os seus bispos formam um regimento clerical sob o comando do imperador. Nada mais».

quarta-feira, fevereiro 12, 2025

Ajudar ao voluntário brasileiro que defende Ucrânia

O voluntário brasileiro Giovanni Paese Junior Cezimbra (conhecido como «Flautista de Hamelin») pede a nossa colaboração financeira para comprar as roupas térmicas e outros equipamentos que são necessários no inverno ucraniano (não há doações pequenas, você pode contribuir com 10 ou 20 reais, isso fará toda a diferença): 

Giovanni Cezimbra tem 27 anos, é natural da cidade de Curitiba, estado do Paraná no Brasil, ex-militar brasileiro, hoje em dia é especialista em uso de mísseis Javelin e BGM-71 TOW, formado em topografia pelo exército brasileiro:

domingo, fevereiro 09, 2025

A fartazana quotidiana do socialismo real cubano

Imagem ilustrativa, Cuba, 2020
Novo vídeo impressionante da Cuba, «ilha da liberdade», — as prateleiras vazias de supermercados mostram claramente os «ganhos do socialismo real». 

Até um paraíso como Cuba, com a sua excelente localização, clima maravilhoso e extraordinária arquitetura soviética, com um pouco de esforço, se transformou num verdadeiro inferno. 

Prateleiras vazias, iogurte caro, Varadero, 2020

Os apoiantes do regime comunista cubano costumam argumentar, que tudo isso acontece devido ao embargo americano, ou como diz a esquerda brasileira «estadounidense». Será que isso quer dizer que a esquerda considera que o bem-estar cubano depende, em grande medida, do comêrcio com EUA? 

A velha piada soviética sobre o socialismo e a falta de areia no deserto de Saara dizia que a proclamação do socialismo criará a escassez da areia no Saara. Agora temos a escassez de açúcar em Cuba! Diario de Cuba escreve que a menor colheita nos últimos 150 anos nem sequer cobre o consumo interno. Em comparação com o 2021, a produção de açúcar caiu quase para metade, embora em 2022 também se tenha registado um “recorde” – o mínimo desde 1908. Cuba caminha com os passos largos às amanhãs cantantes...

A colheita de 2021-2022 atingiu apenas 52% das metas para a época, disse o Granma, ou aproximadamente 474.000 toneladas. Isto é quase metade da colheita do ano passado (2020-21), de 800 mil toneladas, que já foi a pior desde 1908, escreve Reuters.