Nos
dias 7 à 13 de fevereiro de 1952, o colégio militar do Tribunal supremo da URSS
julgou, à porta fechada, o caso dos 16 jovens moscovitas, pertencentes à organização
clandestina de esquerda, chamada “União da luta pela causa revolucionária”. Três
organizadores foram condenados à morte, 10 – sentenciados à 25 anos e outros 3 aos
10 anos de GULAG soviético.
Os jovens fuzilados |
Os
16 jovens, liceistas e universitários, foram acusados de disseminar os panfletos,
produzidos por meio de um hectógrafo, denunciando o sistema eleitoral soviético
como antidemocrático. Além de traição, também eram acusados de planear o
assassinato do membro do Bureau Político do PCUS e um dos capangas do Estaline,
Geórgiy Malenkov.
Além disso, uma dos membros do grupo, Susana Pechuro
(1933 — 2014), foi acusada de agir de elo de ligação entre a “União” e as “organizações
sionistas judaicas”.
Susana Pechuro após a sua libertação do GULAG |
A
acusação também rezava que “um grupo de nacionalistas judaicos criou uma
organização dos traidores, terroristas, cujos membros tinham por objetivo derrubar
o regime existente na União Soviética por meio de um levantamento armado e através
dos atos terroristas contra os líderes do governo soviético e do Partido
Comunista”. Os líderes da organização, Boris Slutsky (1932-1952), Vladlen
Furman (1932-1952) e Yevgeny Gurevich (1931-1952) foram fuzilados em 26 de
março de 1952, as suas cinzas foram enterradas no cemitério moscovita Donskoy. A
única que não se declarou culpada no decorrer do julgamento foi Maya
Ulanovskaya (1932). Os sobreviventes condenados viram as suas sentenças
reduzidas drasticamente após a reavaliação do caso em 1956, de seguida foram
libertados do GULAG. Em 1989, todos os acusados do caso, alguns à título
póstumo, foram reabilitados “por ausência dos atos de corpo de delito”.
O
perfil da “União da luta pela causa revolucionária” (SDR)
O
grupo anti-estalinista de esquerda foi formado em 1950 por jovens de 16-17 anos
que se reuniam no clube literário do Palácio de Pioneiros de Moscovo. A
organização elaborou um programa e manifesto, onde falava da degeneração do
socialismo ao capitalismo de Estado, descreveu o regime estalinista como
bonapartista e notou a falta de liberdades civis, denunciou as eleições fraudulentas,
a natureza imperial de política soviética externa e o estado desastroso de
agricultura. A SDR também declarava o desejo de retorno aos “princípios
leninistas da sociedade soviética”, que foram “deturpados pelo regime bonapartista
estalinista”.
Maya Ulanovskaya no GULAG em 1955 |
Os
membros da SDR:
Sentenciados
à morte:
Yevgeny Gurevich (1931-1952)
Boris
Slutsky (1932-1952)
Vladlen
Furman (1931-1952)
Sentenciados
à 10 anos de prisão:
Tamara
Lazarevna (1932)
Galina
Smirnova (1931)
Nina
Uflyand (1934)
Sentenciados
à 25 anos de prisão:
Irena
Arginskaya (1932)
Ida
Vinnikova (1931)
Felix
Voin (1931)
Grigory
Mazur (1931)
Vladimir
Melnikov (1932)
Yekaterina
Panfilova (1932)
Susanna Pechuro (1933-2014)
Alla Reif (1931)
Maya Ulanovskaya (1932)
Inna Elgisser (1930)
Os
herdeiros do MGB-KGB de Donetsk atual
No
edifício da atual Academia Musical de Donetsk, anteriormente se situava o KGB,
e anteriormente o MGB e NKVD. Antes da guerra russo-ucraniana, o edifício
possuía esta placa:
Neste
momento a placa foi removida. Em Donetsk ocupada pelos terroristas funciona um
órgão punitivo, usando os mesmos métodos e até o mesmo nome – o MGB.
Aparentemente, a placa acidentalmente chamou a atenção de alguns oficiais do
FSB russo (que fazem se passar pelo MGB). Mais uma prova do que os ocupantes da
“dnr” são forasteiros, pois todos os locais conheciam a existência da placa e
apenas os forasteiros “libertadores” a viram apenas por acidente, por isso só agora
esta foi removida.
O
desaparecimento da placa memorial mostra inequivocamente quem tomou o poder em
Donetsk. Embora na cidade funcionam os cafés e as pessoas andam calmamente pelas
ruas, a situação no território é semelhante ao do grande terror soviético de 1937.
As pessoas são detidas e trancadas nas prisões, acusadas de espionagem, dos “crimes”
que podem levar ao fuzilamento. Os habitantes dos territórios ocupados
desaparecem sem deixar o rasto, os seus bens são expropriados...
O MGB dos terroristas realmente não é diferente do
NKVD e do KGB é lógico que os ocupantes removeram a placa, logo que a viram (fonte).
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