terça-feira, agosto 08, 2023

Retrato social das prisioneiras russas da guerra na Ucrânia

Recentemente, a rússia começou o recrutando de mulheres prisioneiras das cadeias e colónias penais para a guerra na Ucrânia, conta Olga Romanova, a fundadora do projeto «Rus´ Aprisionada», jornalista e ativista de direitos humanos.

Segundo ela, até recentemente, as mulheres eram recrutadas ativamente nos territórios ucranianos ocupados. Por exemplo, na cidade ocupada de Snizhne, na região de Donetsk, cerca de cinquenta mulheres ucranianas foram levadas da colónia penal local. E outras cem foram retiradas das colónias penais no sul da Rússia. O TG canal SOTA também escreve sobre o recrutamento de mulheres presas, citando fontes entre parentes de presas. Eles relataram que foram recrutadas cerca de trinta mulheres da colónia penal IK-7 na vila de Novouglyanki, na região russa de Lipetsk, assinando um contrato de dois anos com o Ministério da Defesa da rússia. 

Ainda não está claro como isso acontece, porque são conhecidas três situações. No primeiro caso - não houve recrutamento, as mulheres da colónia penal de Snizhne, da região ocupada de Luhansk simplesmente foram enviadas compulsivamente para a linha da frente/front. É impossível dizer como, porque e em que unidades. Não foram para as unidades do MoD russo, nem para EMP Wagner, mas aparentemente foram rastreadas pelas Forças Armadas da Ucrânia (Romanova não apresenta quaisquer provas). 

O segundo destacamento que vimos eram mulheres que trabalhavam na agricultura na vila de Kushchevka, na região russa de Krasnodar, eram mulheres condenadas de colónias penais femininas, mais ou menos próximas de Kushchevka. Cerca de cem mulheres desapareceram e nós as rastreamos já na linha da frente. Os prisioneiros capturados contaram sobre as mulheres prisioneiras que lutam lado a lado com os homens, mas numa unidade separada.

As mulheres prisioneiras não são cozinheiras, nem paramédicas, nem enfermeiras, eles apenas lutam como tropas de assalto. E então soube-se do recrutamento de mulheres de uma colónia penal na região russa de Lipetsk. Esta é uma colônia feminina complexa, a infecção pelo HIV e tuberculose é muito comum lá. 

Motivações femininas russas para ir à guerra

A Internet na colónia feminina é impossível em qualquer circunstância. E eles só sabem o que lhes dizem na TV. E todos eles têm a motivação de dar a vida pela pátria. Eles escrevem cartas todos os dias em poemas, canções e versos, eles enviam cartas todos os dias e nos pedem para ajudar a enviá-los para a frente para que possam expiar suas culpas e dar suas vidas (pela rússia).

Número de recrutas em potencial

Agora a rússia possui cerca de 400 mil presos, 8% são mulheres, ou seja, cerca de 35 mil. Em Snizhne as autoridades de recrutamento levam as presas de uma forma bastante aleatória. Não as mais jovens, nem as mais atléticas, nem as mais perspicazes - apenas cinquenta mulheres. A mesma coisa - cem do sul da rússia. Trinta mulheres da colónia de Lipetsk também foram levadas de uma forma bastante aleatória.

Os artigos de condenação do Código Penal importam?

Claro que não. É importante dizer que a lei recentemente aprovada na rússia estabelece que para crimes menores, mulheres e homens, independentemente do gênero, podem ser retirados da cadeia de prisão preventiva (SIZO) sem acusação, sem julgamento e investigação, basta que o acusado não admita a culpa. Ou seja, se um cidadão/a é suspeito/a ou é acusado/a de cometer um crime, caso concordar, pode ser imediatamente libertado da cadeia e levado para a guerra. Isso está acontecendo em Moscovo/u, e mesmo antes da adoção dessa lei, notamos esses casos. E mulheres também.

Ser HIV-positivo pode impedir que sejam enviado para a linha da frente/front?

Ninguém se incomoda. Na EMP «Wagner» os membros recebiam as pulseiras nas mãos: amarela (HIV) e vermelha (tuberculose). Havia metade do pessoal, senão mais, com pulseiras amarelas e vermelhas. Até agora, isso não impediu ninguém de recrutar.

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