A
historiadora americana de origem polaca, vencedora do Prémio Pulitzer, autora
do “Gulag” e “Iron Curtain”, Anne Applebaum,
lança o seu novo e importante livro dedicado ao Holodomor
ucraniano.
Edição Kindle |
Em
1932-33, quase quatro milhões de ucranianos (a estimativa de número de mortos
varia entre 4 à 7 milhões de pessoas) morreram de fome, tendo sido
deliberadamente privados de comida. É um dos episódios mais devastadores da
história do século XX. Com autoridade e detalhes sem precedentes, Red Famine
investiga como isso aconteceu, quem foi responsável e quais foram as
consequências. É o relato mais completo publicado até agora desses terríveis
acontecimentos.
O
livro baseia-se em material de arquivo e nos testemunhos em primeira mão,
apenas disponíveis desde o fim da União Soviética, bem como no trabalho de
estudiosos ucranianos em todo o mundo. Inclui relatos sobre a fome por aqueles
que sobreviveram, descrevendo o que os seres humanos podem fazer quando são
levados aos extremos pela fome. O livro descreve como o estado soviético usou
implacavelmente a propaganda para transformar os vizinhos uns contra outros, a
fim de expurgar elementos supostamente “anti-revolucionários”. Ele também
registra as ações de indivíduos extraordinários que fizeram tudo o que puderam
para aliviar o sofrimento humano.
A
fome foi rapidamente seguida por um ataque à liderança cultural e política da
Ucrânia – e, em seguida, por uma negação total daquilo que tinha acontecido. Os
relatórios dos recenseamentos foram falsificados e a memória foi suprimida.
Alguns jornalistas ocidentais vergonhosamente usaram a linha soviética de
propaganda; outros a rejeitaram corajosamente e foram prejudicados e
assediados.
As
autoridades soviéticas estavam determinadas, não só em obrigar Ucrânia abandonar
as suas aspirações nacionais, mas que a verdadeira história do país deveria ser
enterrada junto com as suas milhões de vítimas. Red Famine, um triunfo de
erudição e simpatia humana, é um marco na recuperação dessas memórias e da
história. Em um momento de crise entre a Rússia e a Ucrânia, também mostra até
que ponto o presente é moldado pelo passado.
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