terça-feira, agosto 29, 2017

Red Famine: a Guerra do Estaline contra Ucrânia

A historiadora americana de origem polaca, vencedora do Prémio Pulitzer, autora do “Gulag” e “Iron Curtain”, Anne Applebaum, lança o seu novo e importante livro dedicado ao Holodomor ucraniano.
Edição Kindle
Em 1932-33, quase quatro milhões de ucranianos (a estimativa de número de mortos varia entre 4 à 7 milhões de pessoas) morreram de fome, tendo sido deliberadamente privados de comida. É um dos episódios mais devastadores da história do século XX. Com autoridade e detalhes sem precedentes, Red Famine investiga como isso aconteceu, quem foi responsável e quais foram as consequências. É o relato mais completo publicado até agora desses terríveis acontecimentos.

O livro baseia-se em material de arquivo e nos testemunhos em primeira mão, apenas disponíveis desde o fim da União Soviética, bem como no trabalho de estudiosos ucranianos em todo o mundo. Inclui relatos sobre a fome por aqueles que sobreviveram, descrevendo o que os seres humanos podem fazer quando são levados aos extremos pela fome. O livro descreve como o estado soviético usou implacavelmente a propaganda para transformar os vizinhos uns contra outros, a fim de expurgar elementos supostamente “anti-revolucionários”. Ele também registra as ações de indivíduos extraordinários que fizeram tudo o que puderam para aliviar o sofrimento humano.

A fome foi rapidamente seguida por um ataque à liderança cultural e política da Ucrânia – e, em seguida, por uma negação total daquilo que tinha acontecido. Os relatórios dos recenseamentos foram falsificados e a memória foi suprimida. Alguns jornalistas ocidentais vergonhosamente usaram a linha soviética de propaganda; outros a rejeitaram corajosamente e foram prejudicados e assediados.

As autoridades soviéticas estavam determinadas, não só em obrigar Ucrânia abandonar as suas aspirações nacionais, mas que a verdadeira história do país deveria ser enterrada junto com as suas milhões de vítimas. Red Famine, um triunfo de erudição e simpatia humana, é um marco na recuperação dessas memórias e da história. Em um momento de crise entre a Rússia e a Ucrânia, também mostra até que ponto o presente é moldado pelo passado.

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